terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

VIVAMOS A QUARESMAL COM ALEGRIA E ESPERANÇA

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VIVAMOS A QUARESMAL
COM ALEGRIA E ESPERANÇA


Em plena vivência do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Santo Padre convida-nos a viver esta Quaresma de uma forma mais intensa, como tempo forte para acolher, experimentar e celebrar a misericórdia de Deus e para assumirmos a misericórdia como programa de vida para com todos. Se a força do pecado é grande e nos condiciona, o poder da graça e da misericórdia de Deus é muito maior e gera serenidade, alegria e paz. Ela exprime “o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar” (MV21). Para que, neste ano, possamos experimentar a misericórdia de Deus na nossa vida, o Santo Padre Francisco convida-nos a que, entre outras coisas:
1. Dediquemos mais tempo à escuta orante da Palavra de Deus, sobretudo dos Profetas. “Na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável “condescendência” da eterna Sabedoria para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta acomodação Ele falou, providenciando e atendendo com cuidado à nossa natureza” (DV13).
2. Coloquemos o Sacramento da Reconciliação no centro, pois permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia de Deus. É na experiência do Sacramento da Reconciliação que muita gente, incluindo jovens, reencontra o caminho para voltar ao Senhor, viver um momento de intensa oração, e redescobrir o sentido da sua vida (cf. MV17). E quantas famílias precisam de fazer experiência da misericórdia do Senhor!... São João Paulo II afirmava: “O arrependimento e o mútuo perdão no seio da família cristã, que se revestem de tanta importância na vida quotidiana, encontram o seu momento sacramental específico na Penitência cristã”. E acrescentava: “Se o pecado os atingir, não desanimem, mas recorram com humilde perseverança à misericórdia de Deus, que com prodigalidade é generosamente dada no Sacramento da Penitência. A celebração deste Sacramento dá à vida familiar um significado particular: ao descobrirem pela fé como o pecado contradiz não só a aliança com Deus, mas também a aliança dos esposos e a comunhão da família, os esposos e todos os membros da família são conduzidos a Deus “rico em misericórdia”, o qual, alargando o seu amor que é mais forte do que o pecado, reconstrói e aperfeiçoa a aliança conjugal e a comunhão familiar” (FC58).
3. Assumamos a iniciativa “24 horas para o Senhor”, a celebrar na sexta-feira e no sábado anteriores ao IV Domingo da Quaresma, como uma ocasião para saborear a presença de Deus no quotidiano das nossas vidas e para sabermos ler a vida à luz do plano salvífico de Deus;
4. Pratiquemos as Obras de Misericórdia, Corporais e Espirituais, em atos concretos e quotidianos. “Ao acolher o marginalizado que está ferido no corpo e ao acolher o pecador que está ferido na alma, joga-se a nossa credibilidade como cristãos. Nunca nos devemos esquecer das palavras de São João da Cruz: “No ocaso da vida, seremos julgados sobre o amor”.
5. Façamos peregrinação para vivermos a indulgência jubilar como uma experiência de comunhão com Deus Pai e de integração na santidade da Igreja.
Pedimos aos Reverendos Párocos e a todos os Agentes da Pastoral que, dando as mãos, dinamizem o melhor possível a vivência da Quaresma. À luz da misericórdia de Deus, os sinais quaresmais da oração, do jejum e da partilha ganham um horizonte de esperança e de caridade cristãs porque, precisamente, nos interrogam sobre qual é o nosso pão quotidiano, qual é o fundamento da nossa existência e sobre qual é a expressão viva da nossa fé.
Informo, nesse sentido, que o resultado da nossa Renúncia Quaresmal será dividido em duas partes iguais. Uma parte destina-se aos cristãos perseguidos no Iraque e na Síria. São países martirizados. A própria Organização das Nações Unidas, no dia 4 deste mês de fevereiro, votou, por unanimidade, uma “resolução”, em que, pela primeira vez, decide classificar como “genocídio” as “atrocidades” que aí têm vindo a ser cometidas contra as minorias cristãs e outras. De lá nos chegam gritos aflitivos a pedir apoio, apoio espiritual através da oração, e apoio material, através da partilha generosa, pois estão a passar por impensáveis dificuldades. Outra parte da renúncia quaresmal dedicá-la-emos ao apoio dos refugiados presentes na nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
A Quaresma é, pois, uma oportunidade e um tempo forte de vida cristã, um tempo favorável para crescer e para dilatar o coração à medida e estatura do coração de Cristo.

Portalegre, 8 de fevereiro de 2016.

Antonino Dias
Bispo Diocesano

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