sexta-feira, 2 de abril de 2021

TUDO ESTÁ CONSUMADO

 


Celebrar a Páscoa, é celebrar a passagem de Cristo da vida humana à morte, e da morte à vida eterna.
Este dia, é também uma celebração Pascal, e relembra-nos que a Paixão não é o fim. Pelo contrário, diante da Cruz, somos chamados a contemplar a nossa porta de passagem para a vida em Deus.
A morte de Cristo aponta-nos um caminho novo a percorrermos. Com Ele, de olhos fixos na Cruz, somos chamados a recordar aquilo que nos diz o Evangelho: “Tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.” (Jo. 13, 1) Nesta frase, está o modo de viver de Jesus. Aqui se manifesta o Seu amor feito dom total de si mesmo, por todos e por cada um.
Ao lermos este trecho de São João, verificamos a grandeza do mistério Pascal de Cristo, centrando-se, de um modo particular, na Cruz do Senhor, e revelando-nos uma nova forma de olhar para a Cruz, conscientes de que esta já não é só sinal de morte, mas como um trono, onde o Senhor da vida vence a morte.
O percurso desde a flagelação à Cruz e da Cruz ao sepulcro, faz-nos meditar no sentido da nossa vida. Tal como o Senhor, também nós, somos, por vezes, injustiçados. Sentimo-nos humilhados, por diversos motivos. Mas nunca, a nossa humilhação, se pode comparar à humilhação a que o Senhor Se submeteu por nosso amor.
No caminho do Calvário, está também, a Virgem Dolorosa. Maria Santíssima assiste ao cumprimento do que lhe fora dito da parte de Simeão. No entanto, ainda que e coração trespassado, Maria permanece de pé junto à Cruz, enquanto vê partir o seu Filho. Mais ainda, a ela é confiada, a maternidade de toda a humanidade regenerada na Cruz.
O tudo que vemos o Senhor pronunciar no alto do madeiro, recorda-nos que o Seu amor por nós ultrapassa qualquer barreira temporal. Jesus entrega-Se por toda a humanidade, sem excepção, desde a primeira criatura até ao fim dos tempos.
Diz-nos São Paulo: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.” (1Cor. 1, 23) Ao contemplarmos a Cruz do Senhor, ainda que seja uma cruz de nossa casa, sem Cristo, vejamos nela o grande amor de Deus por nós, e afirmemos de viva-voz: “Que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.” (Gál. 6, 14)

Sexta-feira, 2 de Abril de 2021
Sexta-feira Santa
Celebração da Paixão do Senhor


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