quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Mudar a mentalidade para entender as Bem-Aventuranças


https://www.youtube.com/watch?v=KppVCTph5Wg

A comunidade cristã da Terra Santa, juntamente com as autoridades eclesiásticas e civis, reuniu-se no Monte das Bem-Aventuranças para recordar: "O Discurso da Montanha".

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Retiro para jovens

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e texto

O Retiro para jovens realiza-se de 22 a 24 de Março no Seminário de São José, em Alcains

"Permanecerei em mim e eu permanecei em vós" Jo14,4

Inscrições até dia 18 de Março com o padre da tua paróquia, com os delegados arciprestais para a Juventude ou pelo nosso email:pastoraljuvenilpcb@gmail.com

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

O que é “querigma”?

A imagem pode conter: 2 pessoas, interiores

A verdadeira evangelização começa com o querigma

A palavra “querigma” tem sua raiz relacionada com os arautos reais – os “quérix” –, homens que percorriam os reinos proclamando as notícias relacionadas com a vida palaciana.

Na tradição cristã, a palavra querigma tornou-se sinónimo do primeiro anúncio das verdades da fé. Os discípulos, após a morte de Jesus, saíram pelas cidades e povoados anunciando o querigma do Reino de Deus, que, nas Escrituras, é assim resumido: “Jesus de Nazaré foi morto, ressuscitado e exaltado à direita de Deus Pai”.

Essa afirmação é o centro da fé cristã. Entre os apóstolos, São Paulo é muitas vezes chamado de grande missionário querigmático, já que ele soube mais do que ninguém propor as bases do Evangelho e o nome de Jesus para muitos povos e muitas culturas diferentes. O querigma cristão consiste na apresentação de Jesus com seus três grandes títulos: Salvador, Senhor e Messias.

Todos os que desejam seguir Jesus Cristo passam, necessariamente, pelo anúncio primeiro da fé, pelo despertar do amor a Jesus Cristo. O querigma é, então, o primeiro anúncio do Evangelho para aquelas pessoas que ainda não conhecem Jesus Cristo. A palavra anunciada não é uma teoria. É a Boa Notícia que revela o amor de Deus pela humanidade na entrega de seu Filho Jesus.

A verdadeira evangelização começa com o querigma, que dá vida nova, experiência de fé, Boa-Nova e poder do espírito. Só os que são enviados têm autoridade para anunciar o querigma. A evangelização tem um processo próprio que não se deve inverter, sob pena de perder a força intrínseca da Palavra de Deus: primeiro, deve-se apresentar Jesus, centro e base da Boa-Nova; depois, e somente depois, é que se devem expor as verdades, leis e exigências desse Jesus.

A continuidade do anúncio querigmático é a catequese. O querigma inaugura a experiência da fé; a catequese sedimenta esse amor, primeiro por meio do desenvolvimento das verdades e doutrinas e da adesão contínua ao projeto de Jesus. Ainda que sejam interdependentes, pois são formas de evangelização essenciais para a vida do cristianismo, o anúncio inicial e a catequese são modos distintos de inserir o cristão no seguimento de Jesus Cristo. Ambas as ações são necessárias e delas resulta o verdadeiro espírito missionário, que movimenta nossa Igreja.

Fonte:
https://pt.aleteia.org/2019/02/04/o-que-e-querigma/





Dia Diocesano da Juventude

A imagem pode conter: 4 pessoas, pessoas a sorrir

DIA DIOCESANO DA JUVENTUDE - VIU E ACREDITOU!

Dia 13 de Abril, na Cidade de Portalegre, para adolescentes/jovens a partir dos 14 anos de idade.

Ninguém pode ficar fora desta grande festa!



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Dia Diocesano do Acólito

A imagem pode conter: texto



Dia Diocesano do Acólito em Rossio ao Sul do Tejo!
Das 09h30 às 17h00. Actividade gratuita!

Só tens que levar a tua túnica, um piquenique, que a sopa é oferecida!

Leva também boa disposição e muita alegria para partilhar com os outros acólitos! Não fiques em casa!

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Papa apresenta «roteiro» em oito passos para a Igreja Católica, no combate aos abusos sexuais



«Nenhum abuso deve jamais ser encoberto», diz Francisco




Foto: Lusa

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 24 fev 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco apresentou hoje no Vaticano um ‘roteiro’, em oito passos, para orientar o combate aos abusos sexuais na Igreja Católica, após uma cimeira global de quatro dias com responsáveis de episcopados e institutos religiosos.

“Nenhum abuso deve jamais ser encoberto (como era habitual no passado) e subestimado, pois a cobertura dos abusos favorece a propagação do mal e eleva o nível do escândalo”, referiu, no discurso conclusivo do evento, após a Missa celebrada na sala régia do Palácio apostólico.

O Papa falava perante os 190 participantes no final encontro sobre proteção de menores, que decorreu desta quinta-feira, no Vaticano, reunindo presidentes de Conferências Episcopais e chefes de Igrejas Orientais, superiores gerais de institutos religiosos, membros da Cúria Romana e do Conselho de Cardeais.

Francisco citou as ‘Boas Práticas’ formuladas, sob orientação da Organização Mundial da Saúde, para acabar com a violência contra as crianças, e do recente percurso legislativo da Igreja Católica.

Em primeiro lugar, sublinhou, está a “defesa das crianças”, mudando a atitude “defensivo-reativa de salvaguardar a Instituição”.

O pontífice afirmou que é necessário colaborar com a justiça e promover o “caminho da purificação na Igreja Católica, sem “alibis”.

O elenco de prioridades destaca a importância de ser exigente na “seleção e formação dos candidatos ao sacerdócio”, englobando a “virtude da castidade”.

O Papa apelou à unidade dos Bispos na aplicação de protocolos com “valor de normas e não de orientações”, com preocupação na prevenção dos abusos e no acompanhamento das vítimas, “oferecendo-lhes todo o apoio necessário”.

O discurso apontou os desafios levantados pelo mundo digital, com “novas formas de abuso sexual e de abusos de todo o género”, bem como um “acesso descontrolado à pornografia”.


Quero aqui encorajar os países e as autoridades a aplicarem todas as medidas necessárias para limitar os sites que ameaçam a dignidade do homem, da mulher e, em particular, dos menores: o crime não goza do direito à liberdade”.

O Papa Francisco determinou que o crime de aquisição, detenção ou divulgação de imagens pornográficas com menores de idade, inserido em 2010 entre os “delitos mais graves” para os membros do clero, no Direito Canónico, deixe de fazer referência a “menores de 14 anos”, para “insistir na gravidade destes factos”.

O último ponto abordado é o problema do turismo sexual, com preocupação pela reinserção das vítimas e o combate ao tráfico e exploração económica das crianças.

A inédita cimeira convocada pelo Papa contou com testemunhos de vítimas, relatórios e reflexões de bispos e religiosos dos cinco continentes, bem como de uma vaticanista mexicana, sobre a comunicação nestes casos.



OC

Amor sem limites


https://www.youtube.com/watch?v=r8cv2iAlUUQ


A liturgia deste domingo exige-nos o amor total, o amor sem limites, mesmo para com os nossos inimigos. Convida-nos a pôr de lado a lógica da violência e a substituí-la pela lógica do amor.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo concreto de um homem de coração magnânimo (David) que, tendo a possibilidade de eliminar o seu inimigo, escolhe o perdão.
O Evangelho reforça esta proposta. Exige dos seguidores de Jesus um coração sempre disponível para perdoar, para acolher, para dar a mão, independentemente de quem esteja do outro lado. Não se trata de amar apenas os membros do próprio grupo social, da própria raça, do próprio povo, da própria classe, partido, igreja ou clube de futebol; trata-se de um amor sem discriminações, que nos leve a ver em cada homem – mesmo no inimigo – um nosso irmão.
A segunda leitura continua a catequese iniciada há uns domingos atrás sobre a ressurreição. Podemos ligá-la com o tema central da Palavra de Deus deste domingo – o amor aos inimigos – dizendo que é na lógica do amor que preparamos essa vida plena que Deus nos reserva; e que o amor vivido com radicalidade e sem limitações é um anúncio desse mundo novo que nos espera para além desta terra.
No Evangelho deste domingo, Jesus convida-nos a amar como nos ama o Pai dos céus que é bom para os ingratos e os maus. Nesta semana, qual será a minha atitude para com determinado vizinho, colega, próximo… que me magoou ou feriu profundamente? Nesta semana, saberei permanecer no amor ao outro, quando tudo me pede para lhe responder na mesma moeda? Ao longo da semana, podemos retomar, de forma meditativa, o Evangelho deste domingo, pedindo a Deus mais sinceridade nas nossas atitudes e ações.

http://www.dehonianos.org

sábado, 23 de fevereiro de 2019

A vida quer viver: sempre!


Imagem relacionada



Levantamo-nos pela manhã com o coração cheio de sonhos e são esses que nos levam a fazer escolhas, limpar o matagal e desbravar caminhos onde queremos colocar os pés com firmeza e alegria.

A vida cumprida é uma porção de escolhas que em cada dia fazemos: o que vestir, o que comer, o que dizer, o que escrever, o que dar, como conduzir, o que sentir, o que pensar, o que comprar, onde morar, em quem votar, como avaliar, o que escutar.... O que ser!

A vida cumprida é, antes de mais, deitar para fora as sementes fecundas que no nosso coração foram colocadas. E são tantas! Deitá-las em terras aradas, cheias de oxigénio onde há todo um potencial para germinar.

A vida cumprida é aquela que nos lança para a frente, mas sobretudo para fora de nós, numa entrega sem medida, gratuita, plena.

Precisamos desta vida, ainda que construída no esforço diário entre lágrimas e soluços, entre quedas e superações, entre tristezas e alegrias, entre saúde e doença, entre abandonos e presenças.

Precisamos desta vida que passe do sonho ao concreto, que passe do indecifrável ao objetivo, que se torne uma dança constante de gestos simples, mas significativos, que puxam os olhos para a eternidade e assim entendermos que nem sempre tropeçamos em pedras, mas que podemos olhar as estrelas.

Precisamos de nos levantar pela manhã com coragem para que o dia em nós cumpra toda a sua promessa: ser inteiro!

Pois a vida quer viver: sempre!

Cristina Duarte

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

VÁ LÁ...POR FAVOR… CLICK TO PRAY!...

Resultado de imagem para antonino dias

Internet!... um dom ao serviço do encontro e da solidariedade e do qual já não podemos prescindir. Um recurso excelente, “uma fonte de conhecimentos e relações outrora impensáveis”, como refere o Papa Francisco na sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais a viver em 2 de junho próximo. Mas se constitui “uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber”, também está “muito exposta à desinformação e distorção” a ponto de “muitas vezes cair no descrédito”. Em vez de serem “uma janela aberta para o mundo”, podem criar “eremitas sociais” alheados da sociedade ou “tornar-se uma vitrine onde se exibe o próprio narcisismo”. Mas não é para esse lado manipulador e de mau uso que hoje os convido a olhar. O Papa, embora refira os seus perigos, usa, na Mensagem referida, a metáfora da rede e do corpo para ajudar a descobrir as potencialidades positivas da internet. A rede funciona graças à participação de todos os elementos e lembra uma comunidade forte pela sua coesão e solidariedade, capaz de gerar confiança, baseada no uso responsável da linguagem e da verdade. O corpo é, por sua vez, um organismo que une todos os seus membros e órgãos em função da sua verdade e beleza. Como membros que somos de um só corpo, somos responsáveis pela relação de reciprocidade entre todos, para bem do todo que é esse corpo, a comunidade humana, na sua comunhão e alteridade. Em virtude da nossa origem, “criados à imagem e semelhança de Deus que é comunhão e comunicação de Si, trazemos sempre no coração a nostalgia de viver em comunhão, de viver em comunidade”. O uso da social web “é complementar do encontro em carne e osso, vivido através do corpo, do coração, dos olhos, da contemplação, da respiração do outro. Se a rede for usada como prolongamento ou expressão de tal encontro, então não se atraiçoa a si mesma e permanece um recurso para a comunhão. Se uma família utiliza a rede para estar mais conectada, para depois se encontrar à mesa e olhar-se olhos nos olhos, então é um recurso. Se uma comunidade eclesial coordena a sua atividade através da rede, para depois celebrar juntos a Eucaristia, então é um recurso. Se a rede é uma oportunidade para me aproximar de casos de experiências de bondade ou de sofrimento distantes fisicamente de mim, para fazer juntos e, juntos, buscar o bem na descoberta daquilo que nos une, então é um recurso”. Esta é a rede que queremos, diz-nos Francisco, “uma rede feita, não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres”.
Os Jesuítas responsáveis pelo Movimento do Apostolado da Oração em Portugal criaram, em Braga, em 2014, a plataforma “Click to pray”, uma app para rezar e que tiveram o gosto de apresentar na “Web Summit” de 2017, em Lisboa. Passado dois anos da sua inauguração, em Fátima, a "Click to pray" foi adotada internacionalmente como a app oficial da Rede Mundial de Oração do Papa, incluindo a sua secção juvenil, o Movimento Eucarístico Juvenil.
Francisco, em 20 de janeiro passado, através de um tablet e frente a dezenas de milhares de católicos, juntou-se a esta nova comunidade online utilizando a aplicação “Click to pray” e recomendando-a aos jovens e a todos os fiéis, tendo ele próprio criado um perfil especial de utilizador: “Gostaria de apresentar-vos a plataforma oficial da Rede Mundial de oração do Papa, Click to pray”, disse ele. Esta app “Click to pray” permite acompanhar o Papa numa missão de compaixão pelo mundo. Dispõe de uma página web e de uma móvel, quer em Android, quer em iOS, redes sociais, traduzidas já em espanhol, inglês, italiano, francês, alemão e português.
A plataforma disponibiliza três secções principais: “Reza com o Papa”, com as intenções de oração mensal pelos desafios que a humanidade e a missão da Igreja enfrentam; “Reza cada dia”, com um ritmo de oração em três momentos diários: manhã, tarde e noite; e “Reza em rede”, que é um espaço onde os usuários podem partilhar as suas orações com os outros, entre os quais o próprio Papa Francisco, podendo partilhar as orações entre si, ajudando a rezar e a comprometer-se com os desafios do mundo e a missão da Igreja.
A plataforma foi a app oficial de oração das Jornadas Mundiais da Juventude, no Panamá, para a qual foi criada uma secção multimédia, com vídeos, áudios e meditações. Antes dessas Jornadas Mundiais da Juventude, a plataforma contava já com cerca de 1,2 milhões de utilizadores. A escolha da "Click to pray" como app oficial das JMJ no Panamá, segundo António Valério, Sacerdote Jesuíta desta nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco e coordenador internacional da plataforma, foi, segundo ele, “um momento histórico e surpreendente”.
Deus quis estabelecer comunhão connosco, tomou a iniciativa de vir ao nosso encontro e desafiou-nos a ir ao encontro dos outros. Porque esta aplicação é também uma forma de o fazer, não se esqueça, divulgue e descarregue “Click to pray” no seu telemóvel, entre na rede, reze em comunhão com o Papa e com toda a Igreja.

Antonino Dias -Bispo
Portalegre-Castelo Branco, 22-02-2019.

5 dicas para aprender a ler corretamente a Bíblia


Nenhuma descrição de foto disponível.


Para entender a palavra de Deus, é preciso uma leitura profunda

É fundamental mantermos a nossa vida espiritual aquecida. É por meio dela que Deus fala com a gente, mostra os caminhos que devemos seguir e a sua vontade. Aquecer o espírito é imergir na Palavra de Deus, palavra essa que está no livro mais importante já escrito: a Bíblia.


A leitura diária da Palavra de Deus é fundamental! Como cristãos, devemos separar um momento do dia para ela. Não basta ler superficialmente apenas para cumprir a sua missão do dia. É preciso fazer uma leitura atenta, envolvendo a sua mente e espírito para absorver cada palavra interpretada, deixando assim o coração leve para receber qualquer mensagem de Deus naquele momento.

Jesus respondeu: “Nem só do pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” – Mateus 4,4.

É muito importante, também, condicionarmos a nossa agenda diária para implementarmos esse hábito da leitura da Palavra de Deus em nossas vidas! Para ajudar você a cumprir essa missão, separamos algumas dicas:

Reserve um tempo na sua rotina diária para ler a Bíblia;
Inicie lendo por alguns minutos e reflita sobre a passagem que você acabou de ler;
Assuma um compromisso de leitura diária com você e com Deus;
Faça uma avaliação no início do ano para saber como anda o seu conhecimento da Palavra;
No fim do ano, faça uma avaliação para ver como melhorou seu conhecimento sobre as Escrituras.
Com certeza você será muito reconpensado(a) com os resultados obtidos! A Bíblia deve ser uma bússola para a sua vida: leia e sinta no coração qual direção deve seguir.

Caso você goste de ler a Palavra de Deus junto com comentários e meditações, temos uma ótima dica! O site Hozana possui uma comunidade de oração que vai te ajudar. Todos os dias você receberá uma passagem bíblica e uma meditação sobre o tema lido para te auxiliar na leitura. Para receber esse conteúdo todos os dias, basta fazer a sua inscrição, clicando aqui.

Uma boa leitura!

Fonte:
https://pt.aleteia.org/…/5-dicas-para-voce-aprender-a-ler-…/

Papa: somos eternos mendigos de amor


Resultado de imagem para papa francisco audiencia de 21 de fevereiro


O amor de Deus é fiel e não nos abandona nunca, por isto não devemos temer. “Mesmo que por infelicidade nosso pai terreno tenha se esquecido de nós, e ficamos com ressentimento com ele, não nos é negada a experiência fundamental da fé cristã: a de saber que somos filhos muito amados de Deus, e que não há nada na vida que possa apagar o seu amor apaixonado por nós".

Na Audiência Geral desta quarta-feira – realizada simultaneamente na Sala Paulo VI e na Basílica de São Pedro, onde havia recebido previamente uma peregrinação de 2.500 fiéis de Benevento - Francisco deu continuidade a sua série de catequeses sobre o Pai Nosso, recordando que a figura de nossos pais nos ajudam a entender o mistério da “paternidade de Deus”, mas para isto, devemos sempre "refiná-las", “purificá-las”, pois assim como nenhum de nós teve pais perfeitos, tampouco nós seremos pais ou pastores perfeitos. E se entra neste mistério da paternidade de Deus, através da oração.

Falando aos peregrinos presentes na Sala Paulo VI e na Basílica de São Pedro, o Santo Padre recordou que “vivemos nossas relações de amor sempre sob o signo de nossos limites e também de nosso egoísmo”, motivo pelo qual “são frequentemente poluídas por desejos de posse ou manipulação do outro".


Somos mendigos de amor

Por isso que quando falamos de Deus como "Pai" pensando na imagem de nossos pais - especialmente se eles nos amaram - “devemos ir além”:

“O amor de Deus é o do Pai "que está nos céus", segundo a expressão que Jesus nos convida a usar: é o amor total que nós, nesta vida, experimentamos apenas de forma imperfeita. Os homens e as mulheres são eternamente mendigos de amor - somos mendigos de amor, temos necessidade de amor - procurando um lugar onde serem finalmente amados, mas não o encontram. Quantas amizades e quantos amores desiludidos existem no nosso mundo, quantos!”

O Papa observa que do “deus grego do amor”, que “é o mais trágico de todos” - pois não fica claro “se ele é um ser angélico ou um demônio” – se pode pensar “na natureza ambivalente do amor humano”, “capaz de florescer e viver forte em um momento do dia e imediatamente após, murchar e morrer”.


Amamos de forma fraca e intermimente
A expressão do Profeta Oseias: “Vosso amor é como a nuvem da manhã, como o orvalho que logo se dissipa”, ilustra bem a “congênita fraqueza de nosso amor”, observa. “Aqui está o que o nosso amor é muitas vezes: uma promessa que se esforça para permanecer, uma tentativa que logo seca e evapora, um pouco como quando o sol sai de manhã e faz desaparecer o orvalho da noite”:

“Quantas vezes nós, homens, amamos desta maneira tão fraca e intermitente. Todos temos experiência disso: amamos, mas depois aquele amor acabou ou ficou fraco. Desejosos de querer bem, nos deparamos com nossos limites, com a pobreza de nossas forças: incapazes de manter uma promessa que nos dias de graça parecia fácil de cumprir. No fundo, até mesmo o apóstolo Pedro teve medo e teve que fugir. O apóstolo Pedro não foi fiel ao amor de Jesus. Tem sempre esta fraqueza que nos faz cair".

“Somos mendigos que no caminho correm o risco de nunca encontrar completamente o tesouro que buscam desde o primeiro dia de vida: o amor ”
No entanto – chama a atenção o Papa Francisco – “existe um outro amor, aquele do Pai "que está nos céus". Ninguém deve duvidar de ser destinatário desse amor. Ele nos ama, "me ama", podemos dizer”:

“Ainda que nosso pai e nossa mãe - uma hipótese histórica - não tivessem nos amado, existe um Deus no céu que nos ama como ninguém na terra jamais o fez ou poderia fazê-lo. O amor de Deus é constante, sempre! O profeta Isaías diz: "Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta de seu filho, não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? Mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca”. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos". Mesmo que todos os nossos amores terrenos desmoronassem, e não restar nada nas mãos além de pó, existe sempre para todos nós, ardente, o amor único e fiel de Deus”.

Francisco recorda que hoje a tatuagem está na moda:

“Fiz uma tatuagem de ti em minhas mãos. Eu estou nas mãos de Deus, assim, e não posso tirá-lo. O amor de Deus é como o amor de uma mãe, que nunca se pode esquecer. E se uma mãe se esquece? "Eu não te esquecerei", diz o Senhor. Este é o amor perfeito de Deus, assim somos amados por Ele. ”
Na fome de amor que todos sentimos – disse o Papa - não procuramos algo que não existe: esse é, ao contrário, o convite para conhecer a Deus que é Pai”, como aconteceu com a conversão de Santo Agostinho.

Não estamos sozinhos

A expressão "nos céus" – explicou o Papa – “não quer expressar uma distância, mas uma diferença radical de amor, uma outra dimensão de amor, um amor incansável, um amor que permanecerá para sempre, que está ao alcance da mão. Basta dizer “Pai Nosso que está nos céus" e este amor vem!”.

“Portanto - foi a exortação do Papa ao concluir - não tenha medo! Nenhum de nós está sozinho. E mesmo que por infelicidade teu pai terreno tenha se esquecido de ti, e ficaste ressentido com ele, não te é negada a experiência fundamental da fé cristã: a de saber que tu és filho muito amado de Deus, e que não há nada na vida que possa apagar o seu amor apaixonado por ti”.

Bento XVI

Ao concluir sua saudação aos peregrinos de língua italiana, antes de cantar o Pai Nosso, o Santo Padre recordou que na próxima sexta-feira celebra-se a festa da Cátedra de São Pedro Apóstolo, e pediu orações pelo seu ministério e pelo Papa emérito Bento XVI: "Rezem por mim e pelo meu ministério, também por Bento XVI, para que confirme sempre e em toda parte os irmãos na fé".

Vatican News

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Papa pede orações por si e por Bento XVI, para guiar Igreja na fé

Audiência geral dedicada à paternidade de Deus



Cidade do Vaticano, 20 fev 2019 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje no Vaticano orações por si e pelo seu predecessor, Bento XVI, por ocasião da festa da Cátedra de São Pedro, esta sexta-feira, celebração que simboliza a unidade da Igreja Católica.

“Rezai por mim e pelo ministério, também pelo Papa Bento [XVI], para que confirme sempre e em toda a parte os irmãos na fé”, declarou, no final da audiência pública semanal que decorreu no auditório Paulo VI.

Perante cerca de 7 mil peregrinos, Francisco prosseguiu a sua reflexão sobre o Pai-Nosso, afirmando que os seres humanos são como uma “tatuagem” nas mãos de Deus, que ninguém pode apagar.

“O amor de Deus é como o amor de uma mãe que nunca se pode esquecer do filho”, sustentou o pontífice.

“Este é o amor perfeito de Deus e assim somos amados por Ele”, acrescentou.

O Papa sublinhou que os homens e as mulheres são “eternamente mendigos de amor”, que devem superar os limites do seu “egoísmo”.

“Quantas vezes nós, homens, amamos desta maneira tão fraca e intermitente. Todos temos esta experiência”, observou.

A intervenção abordou a expressão “nos céus”, da oração do Pai-Nosso, a qual “não quer expressar uma distância, mas uma diferença radical, uma outra dimensão”.


Nenhum de nós está sozinho. E mesmo que por infelicidade o teu pai terreno se tenha esquecido de ti, e ficaste ressentido com ele, não te é negada a experiência fundamental da fé cristã: a de saber que tu és filho muito amado de Deus, e que não há nada na vida que possa apagar o seu amor apaixonado por ti”.

Após a reflexão, Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa, com votos de que todos se possam dar conta do “dom maravilhoso que é a vida”.

“Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria e vos ajude a ser sinal de confiança e esperança no meio dos vossos irmãos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção de Deus”, concluiu.

OC

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

«Fatura» das guerras é sempre «paga pelos mais fracos, os pobres, as crianças», diz o Papa

É preciso pedir a Deus uma sociedade com um coração verdadeiramente «humano», exorta Francisco



Cidade do Vaticano, 19 fev 2019 (Ecclesia) – O Papa falou hoje da “calamidade das guerras” como o “dilúvio” dos tempos atuais, que toca sempre os mais carenciados e desfavorecidos da sociedade.

Durante a homilia da habitual Missa matinal na Casa de Santa Marta, Francisco refletiu sobre a passagem do dilúvio narrada no livro do Génesis, para dizer que ontem como hoje, quem “paga a fatura são os mais fracos, os pobres, as crianças, aqueles que não têm recursos para seguirem para diante”.

“Não creio que os tempos atuais sejam melhores do que os tempos do dilúvio: as calamidades são mais ou menos as mesmas, as vítimas são mais ou menos as mesmas”, reforçou o Papa, que lembrou dramas como as “crianças-soldado” ou órfãs porque “os pais foram massacrados pelas guerras”.

“Pensemos na quantidade de crianças famintas, sem educação, de crianças que não podem crescer em paz”, prosseguiu Francisco, para quem é preciso pedir “a graça de um coração como o coração de Deus, que se pareça com o coração de Deus, um coração de irmãos com os irmãos, de pai com os filhos, de filhos com os pais”.

Um coração que sejam verdadeiramente “humano”, tal “como o de Jesus, um coração divino”, disse o Papa, que exortou as pessoas a terem a coragem de “pedir a graça de chorar diante das calamidades do mundo”, daqueles que “são perseguidos, que morrem com a guerra”.

O dilúvio é relatado na Bíblia como a forma que Deus utilizou para purificar do mal um mundo que era dominado pelo mal, marcado pelas atrocidades cometidas entre os povos.

Para Francisco, essa passagem mostra “a dor de Deus diante da malvadeza do Homem”, mostra sobretudo “um Deus que tem sentimentos”, que “não é abstrato”.

JCP

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Senhor, Tu és a nossa esperança


https://www.youtube.com/watch?v=ry0GLNwadOo

A Palavra de Deus que nos é proposta neste domingo leva-nos a refletir sobre o protagonismo que Deus e as suas propostas têm na nossa existência.
A primeira leitura põe frente a frente a autossuficiência daqueles que prescindem de Deus e escolhem viver à margem das suas propostas, com a atitude dos que escolhem confiar em Deus e entregar-se nas suas mãos. O profeta Jeremias avisa que prescindir de Deus é percorrer um caminho de morte e renunciar à felicidade e à vida plenas.
O Evangelho proclama “felizes” esses que constroem a sua vida à luz dos valores propostos por Deus e infelizes os que preferem o egoísmo, o orgulho e a autossuficiência. Sugere que os preferidos de Deus são os que vivem na simplicidade, na humildade e na debilidade, mesmo que, à luz dos critérios do mundo, eles sejam desgraçados, marginais, incapazes de fazer ouvir a sua voz diante do trono dos poderosos que presidem aos destinos do mundo.
A segunda leitura, falando da nossa ressurreição – consequência da ressurreição de Cristo –, sugere que a nossa vida não pode ser lida exclusivamente à luz dos critérios deste mundo: ela atinge o seu sentido pleno e total quando, pela ressurreição, desabrocharmos para o Homem Novo. Ora, isso só acontecerá se não nos conformarmos com a lógica deste mundo, mas apontarmos a nossa existência para Deus e para a vida plena que Ele tem para nós.
Todos conhecemos a desilusão e a frustração que resultam da confiança traída. É uma experiência bem dolorosa confiar/esperar e receber traição/ingratidão. Em certos momentos extremos, parece que tudo se desmorona à nossa volta e que perdemos a vontade de continuar a construir a nossa vida. A leitura de hoje põe-nos de sobreaviso: tudo o que é humano é efémero, limitado, finito; só em Deus encontramos o rochedo seguro que não falha e que não nos dececiona.
A certeza da ressurreição garante-nos que Deus tem um projeto de salvação e de vida para cada homem; e que esse projeto está a realizar-se continuamente em nós, até à sua concretização plena, quando nos encontrarmos definitivamente com Deus.
Levar para as nossas vidas as palavras de felicidade escutadas neste domingo e transformá-las em atitudes de alegria e de encontro com os outros, transmitindo felicidade àqueles que vivem infelizes ao nosso lado… Fazer com que a vida da próxima semana tenha muitos momentos de alegria e de felicidade… que só o serão se partilhados e sentidos com o próximo, a começar pelos que estão na minha casa, no meu trabalho, na minha escola, na minha comunidade, na minha paróquia…

(http://www.dehonianos.org)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

NAMORADOS QUE SE PREZAM DE O SER


Resultado de imagem para antonino dias

Celebramos o Dia dos Namorados em dia de São Valentim. Saudações amigas para todos e votos de muitas felicidades. Os vários interesses da sociedade sempre falam mais alto do que a criatividade de quem sente a responsabilidade de motivar os jovens para o dever que lhes cabe de se irem preparando para, quando o tempo chegar e se for essa a opção, puderem constituir famílias saudáveis e felizes. Entendo que esta preocupação e tarefa deveria ser sentida por todos como causa própria: por famílias, comunidades cristãs e outras comunidades, instituições, pessoas de boa vontade e pelo próprio Estado. Aprofundar e educar para os valores e a riqueza da família vai sendo coisa rara. Não só por isso, mas também por isso, as falências familiares multiplicam-se. É verdade que, por razões várias e nem sempre prevenidas, pode ter-se chegado a situações em que a separação seja totalmente inevitável, como remédio extremo e até moralmente necessário. Sim, exceções sempre houve, é verdade, mas vai-se constatando que a exceção teima em se impor como regra. A sociedade, já tristemente eivada pelo fenómeno, surge apenas com grandes preocupações em remediar os seus efeitos, com tribunais, leis sem conta e minuciosas e, por vezes, em situações duvidosas, até deixa transparecer excesso de zelo que só faz sofrer. Gostaríamos que, mesmo remediando os efeitos, cuidasse mais do tratamento dessa doença social. Isso, porém, não acontece, antes pelo contrário. A sociedade mofa da estabilidade conjugal e das famílias numerosas, promove e divulga contravalores familiares, ensina coisas, coisas que, sem educação e valores, podem ser muito importantes e necessárias, mas vão gerar superioridades autorreferenciais e empresários do descarte, do usa e deita fora.
Apesar de tudo, apesar dos ventos contrários e das águas movediças, apesar de aparentarmos ser vozes solitárias a clamar no deserto, não podemos desistir de remar contra a maré. Vamos fazendo a nossa parte com pena de nem sempre ser da melhor forma ou da forma mais eficaz. É como sabemos e podemos, sempre com humildade e respeito pelas pessoas. Conhecedora da história e com uma história de dois mil anos, a Igreja não esquece que a destruição da família nunca conduziu as sociedades a bom porto. A Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre a Alegria do Amor, sobretudo no seu capítulo VI, aponta-nos caminhos pastorais para um sério empenhamento na preparação para o matrimónio dos jovens cristãos e dos de boa vontade. O namoro é um direito e um dever para quem deseja constituir família. É um tempo necessário para individualizar convergências, incompatibilidades e riscos. Não deve esconder ou relativizar o que é importante avaliar, nem evitar as discordâncias ou adiar as dificuldades. No entanto, se tudo acontece de braço dado com o controlo, ameaças, agressões, chantagens, difamações, medos, manhosices: se isso acontece, melhor será ter a coragem de acabar, não há educação humana nem as mínimas condições exigidas para prosseguir. Cada um deve sentir-se no dever de expressar ao outro o que entende e espera dum eventual matrimónio, comunidade de vida e de amor aberta à vida. Deve expor o seu entendimento sobre o que é para si o amor e o mútuo compromisso. Deve partilhar o que deseja do outro e o tipo de vida em comum que sonha e gostaria de concretizar. Deve detetar, antes do matrimónio, os sinais de perigo que a relação pode vir a apresentar e se há meios que permitam enfrentá-los com êxito. Só a verdade liberta e constrói. O namoro ajuda a entender quais são os pontos de proximidade: se os há, se os não há, se são escassos, se são incompatíveis e sem solução, se são passíveis de uma caminhada conjunta. Ninguém ama o que não conhece e muitos decidem casar sem se conhecerem tanto quanto baste. Divertem-se, fazem experiências juntos, mas não enfrentam o desafio de se manifestar a si mesmos e apreender quem é realmente o outro. Aprender a amar alguém não é algo que se improvise ou se decida já e agora, sem demora, idealizando paraísos. A mera atração mútua, se é importante, não será suficiente para sustentar uma união estável e feliz. Há que aprofundar outras motivações que confiram ao possível matrimónio reais possibilidades de estabilidade e êxito, sem atitudes interesseiras ou jogos de tipo comercial. O matrimónio é uma questão de amor entre um homem e uma mulher que se escolhem livremente e se amam, passando de uma atração inicial, à necessidade do outro, do outro sentido como parte da própria vida. Se o amor se reduzir a uma mera atração ou a uma vaga afetividade, é de prever que o casal venha a sofrer grande fragilidade quando a afetividade entrar em crise ou a atração física diminuir. E muitas vezes o tempo de namoro e noivado é curto e leve, não é suficiente para uma verdadeira maturação. Por isso, depois se casarem, muitos continuam, e bem, a completar aquele percurso nos primeiros anos de vida matrimonial, enriquecendo e aprofundando a decisão consciente e livre de se pertencerem e amarem até ao fim. Os movimentos da pastoral familiar e as equipas de espiritualidade conjugal são um excelente meio para este crescimento. Como afirma Francisco, o amor é artesanal, o matrimónio é um caminho dinâmico de crescimento e realização, é um projeto sempre inacabado.
Os jovens, aqueles que têm a sorte de ser contagiados na dinâmica do amor e na abertura à comunidade pelo testemunho familiar, são os primeiros a saber aproveitar as instâncias e iniciativas de formação que a comunidade cristã oferece: os grupos de jovens com as suas atividades e convívio, os grupos de noivos, a ação social, a integração na vida eclesial, a oferta de palestras sobre uma variedade de temas que realmente interessam aos jovens, incluindo a castidade, os cursos antes da celebração do matrimónio, a possibilidade de alguns momentos personalizados, dado que o principal objetivo é ajudar cada um a aprender a amar a pessoa concreta com quem pretende partilhar a vida inteira, etc. Como se lê no documento, não se trata de saber o Catecismo inteiro nem de ficar empanturrado com o excesso de temas. Não é o muito saber que enche e satisfaz, mas o sentir e saborear interiormente as coisas, amadurecendo o amor e ganhando resistências saudáveis para o que de menos bom poderá surgir. Por isso, a prioridade é dada àqueles conteúdos que ajudam a celebrar o matrimónio com as melhores disposições e a começar a vida familiar com alguma solidez, alegria e esperança. Estas ajudas não são apenas doutrinais ou recursos espirituais que a Igreja sempre oferece, como a Reconciliação sacramental, os momentos de oração a sós e juntos, a oração de um pelo outro e de ambos a Deus para que sejam fiéis e generosos ao que Deus espera deles, a consagração do seu amor diante duma imagem de Maria... Devem ser também percursos práticos, conselhos bem encarnados, estratégias tomadas da experiência, orientações psicológicas, indicação de lugares e pessoas, consultórios ou famílias prontas a ajudar, aonde poderão dirigir-se em busca de ajuda se surgirem dificuldades. Tudo isto cria uma pedagogia do amor que, tendo em vista a sensibilidade atual dos jovens, os leva a querer assumir o matrimónio como uma vocação que os lança para diante, com a decisão firme e realista de atravessarem juntos as provações e os momentos difíceis até que a morte os separe (cf. AL206-214).
D. Antonino Dias - Bispo
Portalegre-Castelo Branco, 15-02-2019.


Papa deixa indicações para Liturgia centrada na comunidade

Papa Francisco recebeu participantes da Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, incluindo D. José Cordeiro




O Papa recebeu ontem no Vaticano os participantes da Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, incluindo D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, deixando orientações para uma Liturgia centrada na comunidade.

“Nas orações e nos gestos ressoa o ‘nós’ e não o ‘eu’; a comunidade real, não o sujeito ideal. Quando se recordam nostalgicamente tendências passadas ou se querem impor novas, corre-se o risco de antepor a parte ao todo, o eu ao Povo de Deus, o abstrato ao concreto, a ideologia à comunhão, e na raiz, o mundano ao espiritual”, declarou, no discurso que proferiu esta quinta-feira.

Francisco convidou os participantes a “trabalhar para que o Povo de Deus redescubra a beleza de encontrar o Senhor na celebração dos seus mistérios”.

A Assembleia Plenária sobre “A formação litúrgica do Povo de Deus” decorre até sexta-feira, reunindo 80 participantes, entre eles 22 cardeais – incluindo o cabo-verdiano D. Arlindo Furtado, oito arcebispos e 11 bispos, além de funcionários e consultores.

O Papa sublinhou que, para a renovação da Liturgia, “não basta mudar os livros”.

“Para que a vida seja verdadeiramente um louvor agradável a Deus, é preciso, de facto, mudar o coração”, observou.

A intervenção apelou à colaboração entre a Santa Sé e as Conferências Episcopais, “para servir, na riqueza das várias línguas e culturas, a vocação orante da Igreja no mundo”.


É bom por isso, na Liturgia como noutros âmbitos da vida eclesial, não acabar em estéreis polarizações ideológicas”.

Segundo o pontífice, perante algumas inseguranças do contexto atual, é necessário “reconhecer a realidade da Sagrada Liturgia, tesouro vivo que não pode ser reduzido a gostos, receitas e correntes”.

“Falar da formação litúrgica do Povo de Deus significa antes de tudo tomar consciência do papel insubstituível que a Liturgia desempenha na Igreja e para a Igreja. E pode ajudar concretamente o povo de Deus a interiorizar melhor a oração da Igreja, a amá-la como experiência de encontro com o Senhor e com os irmãos e, diante disso, redescobrir nela o conteúdo e observar seus ritos”.

A formação permanente do clero e dos leigos foi outro aspeto destacado pelo Papa.


OC (Ecclesia)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Quem ama não trai




A fidelidade não é uma virtude, trata-se apenas de uma simples consequência do amor, quando é verdadeiro.

A traição é muito comum e resulta da falta de respeito, dos egoísmos que nem sequer se suportam a si mesmos. Procuram receber, não dar. A traição é uma tentativa de fuga de quem não se respeita a si mesmo. Falha sempre, pois ainda que dê voltas e mais voltas ao mundo, a desgraça de que foge está, afinal, no fundo de si mesmo.

Quem trai julga que, por não acreditar na verdade, esta deixa de ser o que é.

Ser fiel ao outro começa pela verdade e fidelidade face a si mesmo. Só trai o outro quem se aceita a si próprio como traidor.

Quem ama não trai, porque quem ama não se trai.

O verdadeiro mal nunca chega a partir de fora. O único mal que nos faz cair em desgraça é aquele que escolhemos fazer.

O nosso valor e a confiança que merecemos dependem da nossa capacidade de amarmos os outros, que, em verdade, nos podem sempre trair.

Mas o Amor, o amor verdadeiro, é algo de muito raro.

Há muitas aparências e enganos a que, sem grande sentido, chamamos amor.

Amor é uma espécie de nome comum para um enorme conjunto de histórias atribuladas e acidentes confusos que acontecem entre pessoas que encontram e desencontram os caminhos da sua existência.

Fala-se muito destes amores e pouco do Amor.

O Amor é a vontade pura pelo bem do outro.


José Luís Nunes Martins

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Faz-nos falta saber ficar?


Resultado de imagem para ficar sozinho


Faz-nos falta saber calar. Guardar num lugar seguro tudo aquilo que não queremos perder. Ainda que seja, apenas, um lugar imaginado ou criado com a vontade do coração.

Faz-nos falta fazer menos publicidade ao que somos e ao que nos diferencia dos outros, para melhor. Somos sempre mais importantes, mais especiais, mais confiantes, mais cheios de tudo o que é bom. Ou talvez nos julguemos assim, ingénua e erradamente.

Faz-nos falta saber não dizer nada. Ficar ali. À sombra e ao lado de quem precisa de ajuda. Faz-nos falta perceber que a ajuda nem sempre passa por fazer muitas coisas ou por empurrar o mundo para a frente. A ajuda também é estar calado. Não dizer nada. Não fazer nada. É, muitas vezes, encostar-se à beirinha da vida do outro e ficar.

Faz-nos falta saber ficar sem dizer nada. Aprender a contornar o desconforto de quem gostava de ter a palavra certa para dizer. Faz-nos falta ficar como quem não abandona nem se cansa. Ficar para o outro não é fazer-lhe um favor ou pagar uma dívida. Não pode, de todo, ser uma consequência da atitude que esse outro teve (ou não!) connosco. Ficar para o outro é uma escolha. É uma decisão. Uma vontade muito individual que nem sempre conseguimos oferecer aos nossos. Ficar dá muito trabalho. Ficar em silêncio, dá ainda mais. Caímos na tentação de mastigar pensamentos magoados, enquanto queremos oferecer a nossa companhia: eu estou aqui para ti com todo o meu coração mas tu não estiveste. Eu precisei de ti e tu estavas ocupado. Se é essa a nossa linha de raciocínio, mais vale deixá-la voar. Não serve. Não é suficiente. Se eu fico com o meu amigo na proporção das vezes que ele fica comigo, não sou amigo dele.

Faz-nos falta ficar como quem quer, mesmo, ficar. Sem ficarmos convencidos. Sem nos acharmos mais heróis que os outros.

Faz-nos falta retirar os espinhos que nos deixaram dentro do peito e perceber que, também nós, havemos de ter deixado alguns no peito de alguém.

Faz-nos falta saber ficar.

Faz-nos falta querer estar à altura do coração de cada um.

Faz-nos falta saber ficar como quem quer que seja para sempre.



Marta Arrais

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

11 de Fevereiro - Memória de Nossa Senhora de Lourdes

11 de Fevereiro - Memória de Nossa Senhora de Lourdes


Foi no ano de 1858 que a Virgem Santíssima apareceu, nas cercanias de Lourdes, França, na gruta Massabielle, a uma jovem chamada Santa Marie-Bernard Soubirous ou Santa Bernadete. Essa santa deixou por escrito um testemunho que entrou para o ofício das leituras do dia de hoje.

“Certo dia, fui com duas meninas às margens do Rio Gave buscar lenha. Ouvi um barulho, voltei-me para o prado, mas não vi movimento nas árvores. Levantei a cabeça e olhei para a gruta. Vi, então, uma senhora vestida de branco; tinha um vestido alvo com uma faixa azul celeste na cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que trazia com ela. Somente na terceira vez, a Senhora me falou e perguntou-me se eu queria voltar ali durante quinze dias. Durante quinze dias lá voltei e a Senhora apareceu-me todos os dias, com exceção de uma segunda e uma sexta-feira. Repetiu-me, vária vezes, que dissesse aos sacerdotes para construir, ali, uma capela. Ela mandava que fosse à fonte para lavar-me e que rezasse pela conversão dos pecadores. Muitas e muitas vezes perguntei-lhe quem era, mas ela apenas sorria com bondade. Finalmente, com braços e olhos erguidos para o céu, disse-me que era a Imaculada Conceição”.

Maria, a intercessora, modelo da Igreja, imaculada, concebida sem pecado, e, em virtude dos méritos de Cristo Jesus, Nossa Senhora, nessa aparição, pediu o essencial para a nossa felicidade: a conversão para os pecadores. Ela pediu que rezássemos pela conversão deles com oração, conversão, penitência.

Isso aconteceu após 4 anos da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição. Deus quis e Sua Providência Santíssima também demonstrou, dessa forma, a infalibilidade da Igreja. Que chancela do céu essa aparição da Virgem Maria em Lourdes. E os sinais, os milagres que aconteceram e continuam a acontecer naquele local.

Lá, onde as multidões afluem, o clero e vários Papas lá estiveram. Agora, temos a graça de ter o Papa Francisco para nos alertar sobre este chamado.

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

Mensagem do Papa para Dia Mundial do Enfermo 2019


Santo Padre exalta o dom como elemento desafiador ao individualismo, contra a cultura do descarte e da indiferença

Boletim da Santa Sé

Papa evoca exemplo de Santa Madre Teresa de Calcutá na mensagem para o Dia Mundial do Enfermo 2019 / Foto: REUTERS/Max Rossi


Santo Padre exalta o dom como elemento desafiador ao individualismo, contra a cultura do descarte e da indiferença

Da Redação, com Boletim da Santa Sé 
Papa evoca exemplo de Santa Madre Teresa de Calcutá na mensagem para o  Dia Mundial do Enfermo 2019 / Foto: REUTERS/Max Rossi


“Recebestes de graça, dai de graça
”. Este trecho do Evangelho de Mateus é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 27º Dia Mundial do Enfermo, que será celebrado em 11 de fevereiro de 2019. O texto foi apresentado nesta terça-feira, 8, pela sala de imprensa da Santa Sé.

Com esse tema, Francisco explica que o caminho mais credível de evangelização são gestos de dom gratuito, como os do Bom Samaritano. O dom, segundo ele, deve ser colocado como paradigma capaz de desafiar o individualismo e fragmentação social dos dias atuais, numa atitude contra a cultura do descarte e da indiferença.

“No dom, há o reflexo do amor de Deus, que culmina na encarnação do Filho Jesus e na efusão do Espírito Santo”, afirma o Papa na mensagem. Ele lembra que todo homem é pobre, necessitado e indigente, de forma que, em cada fase da vida, nunca será possível ver-se livre da necessidade e da ajuda alheia. “O reconhecimento leal desta verdade convida-nos a permanecer humildes e a praticar com coragem a solidariedade, como virtude indispensável à existência”.

Santa Teresa de Calcutá

O 27º Dia Mundial do Doente será celebrado de modo solene em Calcutá, na Índia, em 11 de fevereiro de 2019. A partir disso, Francisco recorda em sua mensagem a figura de Santa Madre Teresa de Calcutá, modelo de caridade que tornou visível o amor de Deus pelos pobres e os doentes. Ela foi canonizada em setembro de 2016, pelo Papa Francisco, no contexto do Jubileu da Misericórdia.

“A Santa Madre Teresa ajuda-nos a compreender que o único critério de ação deve ser o amor gratuito para com todos, sem distinção de língua, cultura, etnia ou religião. O seu exemplo continua a guiar-nos na abertura de horizontes de alegria e esperança para a humanidade necessitada de compreensão e ternura, especialmente para as pessoas que sofrem”.

Voluntariado

Outras pessoas lembradas pelo Papa em sua mensagem são os voluntários, a quem Francisco expressa seu agradecimento e encorajamento.

“O voluntário é um amigo desinteressado, a quem se pode confidenciar pensamentos e emoções; através da escuta, ele cria as condições para que o doente deixe de ser objeto passivo de cuidados para se tornar sujeito ativo e protagonista duma relação de reciprocidade, capaz de recuperar a esperança, mais disposto a aceitar as terapias. O voluntariado comunica valores, comportamentos e estilos de vida que, no centro, têm o fermento da doação. Deste modo realiza-se também a humanização dos tratamentos”.

Francisco conclui a mensagem confiando todos a Maria. “Que Ela nos ajude a partilhar os dons recebidos com o espírito do diálogo e mútuo acolhimento, a viver como irmãos e irmãs cada um atento às necessidades dos outros, a saber dar com coração generoso, a aprender a alegria do serviço desinteressado”.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

«Eis-me aqui: podeis enviar-me»


https://www.youtube.com/watch?v=sEBT_E7GseQ


A liturgia deste domingo leva-nos a reflectir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado.
No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.
A segunda leitura propõe-nos reflectir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças da injustiça e da morte. Com a sua acção libertadora – que continua a acção de Jesus e que renova os homens e o mundo – o discípulo sabe que está a dar testemunho da ressurreição de Cristo.
Cada um de nós tem a sua história de vocação: de muitas formas Deus entra na nossa vida, desafia-nos para a missão, pede uma resposta positiva à sua proposta. Temos consciência de que Deus nos chama – às vezes de formas bem banais? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós?
A missão que Deus propõe está, frequentemente, associada a dificuldades, a sofrimentos, a conflitos, a confrontos… Por isso, é um caminho de cruz que, às vezes, procuramos evitar. Será que eu consigo vencer o comodismo e a preguiça que me impedem de concretizar a missão?

Chamados a ser “pescadores de homens”, temos por missão combater o mal, a injustiça, o egoísmo, a miséria, tudo o que impede os homens nossos irmãos de viver com dignidade e de ser felizes. É essa a nossa luta? Sentimos que continuamos, dessa forma, o projecto libertador de Jesus? A nossa entrega é total, ou parcial e calculada? Deixamos tudo na praia para seguir Jesus, porque o seu projecto se tornou a prioridade da nossa vida?
http://www.dehonianos.org

sábado, 9 de fevereiro de 2019

INFORMAÇÃO PAROQUIAL

XXVII DIA MUNDIAL DO DOENTE


Resultado de imagem para dia mundial do doente 2019


No próximo dia 11 de Fevereiro, segunda- feira, celebra -se o Dia Mundial do Doente.
 A exemplo dos anos anteriores, será celebrada a Eucaristia na Igreja de Nossa senhora da Luz, pelas 15:00h, onde quem estiver preparado para receber o Sacramento da Santa Unção, poderá recebê- lo.
As Instituições são convidadas a levarem os seus doentes interessados em participar na Eucaristia.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

QUE TENS TU QUE NÃO TENHAS RECEBIDO?

Resultado de imagem para antonino dias


Em dia litúrgico de Nossa Senhora de Lurdes, 11 de fevereiro, celebramos o XXVII Dia Mundial do Doente, sob o lema «Recebestes de graça, dai de graça» (Mt 10,8). Na sua Mensagem para este dia, o Papa vem-nos lembrar que o caminho mais credível da evangelização está nos “gestos de dom gratuito como os do Bom Samaritano” e que “o cuidado dos doentes precisa de profissionalismo e de ternura, de gestos gratuitos, imediatos e simples”. A saúde “é relacional, depende da interação com os outros e precisa de confiança, amizade e solidariedade”. Para que conheçamos e sintonizemos com a Mensagem de Francisco para este dia, vou rebuscar daí algumas passagens.
Instituído em 1992 por São João Paulo II, o Dia Mundial do Doente celebra-se sempre neste dia e em toda a parte. Este ano, a celebração mais solene tem lugar em Calcutá, na Índia. Francisco refere que foi aqui que Santa Teresa de Calcutá tornou visível o amor de Deus pelos pobres e pelos doentes. Foi aqui que ela se fez “disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e dos abandonados e descartados” Foi aqui que ela desceu “até às pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera”. Foi aqui que ela fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes” da pobreza que eles próprios tinham criado. Foi aqui, “nas periferias das cidades e nas periferias existenciais” que ela deu ao mundo “um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres». Foi aqui que ela testemunhou ter como único critério de ação “o amor gratuito para com todos, sem distinção de língua, cultura, etnia ou religião. Foi aqui que ela rasgou “horizontes de alegria e esperança para a humanidade necessitada de compreensão e ternura, especialmente para as pessoas que sofrem”.
A vida é um dom de Deus, de reconhecimento recíproco, todos tudo recebemos, gratuitamente. Sim, “em que és tu mais do que os outros? O que tens tu que não tenhas recebido?» (1 Cor 4,7). No entanto, porque o homem é sempre humano, continua pretensioso, a esticar-se e a chegar-se à frente para se fazer valer diante dos outros e se autorreferenciar. Nada de novo sobre a face da terra, já lá dizia Coélet no século III antes de Cristo: Vaidade das vaidades, tudo é vaidade! (cf. Ecles 1, 2).
Contra a cultura desumana do descarte e da indiferença, o Papa afirma “que há de colocar-se o dom como paradigma capaz de desafiar o individualismo e a fragmentação social dos nossos dias”. Há que promover novos vínculos e várias formas de cooperação humana, tendo, como pressuposto do dom, o diálogo, que abre espaços relacionais de crescimento e progresso humano e rompe com esquemas de poder consolidados. E acrescenta: “Dar não se identifica com o ato de oferecer um presente, porque só pode dizer-se “dom” se nos dermos a nós mesmos: não pode reduzir-se à mera transferência de uma propriedade ou de algum objeto. Distingue-se de “oferecer um presente” precisamente porque inclui o dom de si mesmo e supõe o desejo de estabelecer um vínculo. O dom “é um reconhecimento recíproco, que constitui o caráter indispensável do vínculo social. No dom há o reflexo do amor de Deus que culmina na encarnação do Filho Jesus e na efusão do Espírito Santo”.
Cada um de nós, sem exceção, “é pobre, necessitado e indigente. Quando nascemos, para viver tivemos necessidade dos cuidados dos nossos pais; de forma semelhante, em cada fase e etapa da vida, cada um de nós nunca conseguirá, de todo, ver-se livre da necessidade e da ajuda dos outros, nunca conseguirá arrancar de si mesmo o limite da impotência face a alguém ou a alguma coisa” Por isso, o reconhecimento leal desta verdade “convida-nos a permanecer humildes e a praticar com coragem a solidariedade, como virtude indispensável à existência”. Estando, por natureza, ligados uns aos outros e sentindo-nos como irmãos, somos impelidos “a uma práxis responsável e responsabilizadora”, socialmente solidária e orientada para o bem comum. “Não devemos ter medo de nos reconhecermos necessitados e incapazes de nos darmos tudo aquilo de que teríamos necessidade, porque não conseguimos, sozinhos e apenas com as nossas forças, vencer todos os limites. Não temamos este reconhecimento, porque o próprio Deus, em Jesus, desceu (cf. Flp 2,8), e desce até nós e até às nossas pobrezas para nos ajudar e nos dar aqueles bens que, sozinhos, nunca poderíamos ter”.
A Papa refere ainda a gratuidade humana como sendo “o fermento da ação dos voluntários, que têm tanta importância, quer no sector social, quer no da saúde, e que vivem de modo eloquente a espiritualidade do Bom Samaritano”. Insiste na necessidade de promover a cultura da gratuidade e do dom, indispensável para superar a cultura do lucro e do descarte. Encoraja todas as associações de voluntariado, aquelas que se ocupam do transporte e assistência dos doentes, aquelas que possibilitam as doações de sangue, de tecidos e de órgãos, aqueles que, com a sua presença, expressam a solicitude da Igreja junto dos doentes, sobretudo de quantos se veem afetados por patologias que exigem cuidados especiais, aqueles que prestam os seus serviços de voluntariado nas estruturas de saúde e no domicílio, desde a assistência ao apoio espiritual. O voluntário, afirma Francisco, “é um amigo desinteressado, a quem se pode confidenciar pensamentos e emoções; através da escuta, ele cria as condições para que o doente deixe de ser objeto passivo de cuidados e se torne sujeito ativo e protagonista duma relação de reciprocidade, capaz de recuperar a esperança e mais capaz de aceitar os tratamentos. O voluntariado comunica valores, comportamentos e estilos de vida que, no centro, têm o fermento da doação. Deste modo realiza-se também a humanização dos cuidados”.

D. Antonino Dias -Bispo
Portalegre-Castelo Branco, 8-02-2019.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Ainda vamos a tempo do que é para nós?


Resultado de imagem para correr na praia


Não sei se queremos chegar a tempo. Não sei se as nossas intenções são (sempre) as melhores. Não sei se é assim tão fácil preferir o Bem. Não sei se não temos, também, direito a ficar furiosos. Não sei se sabemos, ao certo, o que devemos fazer a seguir. Não sei se queremos correr atrás do que julgamos ser para nós. Não sei, sequer, se vamos a tempo.

Sei, no entanto, que a vida nos brinda com desafios que nunca imaginámos como nossos. Não nos avisa. Não nos prepara nem almofada os passos que estamos prestes a dar. A vida parece perita em tirar tapetes debaixo de pés. Em retirar redes de segurança quando voamos em plena queda livre.

Sei, também, que sabemos muito pouco. Sobre tudo. E que não nos chega a sabedoria que conseguimos rascunhar até aqui. Parece-nos, às vezes, que somos personagens alheias às nossas raízes e aos essenciais que nos movem as areias de dentro. Atravessamos os dias como quem não faz a mínima ideia do que está a fazer. Enchemos os nossos pensamentos e as nossas orações de pedidos que pouco nos acrescentam.

Sei, ainda, que estamos a deixar fugir os que são nossos por não encontrarmos tempo. Estamos a deixar fugir o que é nosso por não encontrarmos disponibilidade para perceber o que queremos realmente. Com que clareza entendemos o que é, de facto, melhor para a nossa vida? Que disponibilidade queremos ter para compreender o que está, mais longe, à nossa espera?

Quantas vezes poderia ter sido diferente, se tivéssemos tentado ver melhor?

Não sei se queremos chegar a tempo do que é para nós. Preferimos ir devagar e não chegar longe. O perto sabe a lareiras acesas dentro do peito e puxa-nos para um abraço que deixa, nas mãos, o rasto do nascer do sol. Preferimos ir com calma e não chegar aos lugares que nos estão prometidos. Os lugares de sempre sabem a maresia e deixam, nos pés, uma promessa de maré baixa.

Ainda assim, talvez valha a pena ir um nadinha mais depressa. Lá à frente também há caminho. E é provável que seja o nosso.

Marta Arrais

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Procura o lugar calmo onde se encontra Deus...


Resultado de imagem para lugar calmo para encontrar Deus



Há muito barulho cá fora.
Há ruídos que distraem e destroem.
Há tanta gente que fala, tantos discursos em sentidos contrários, tantas razões que não aceitam a razão do outro lado...
Há tantas palavras duras, que agridem... e ferem... e incendeiam...

Por isso, pára... Desliga a televisão, apaga o ecrã, fecha o jornal de letras gritantes...
E parte ao encontro.
“Entra no teu quarto, fecha a porta...”
Cá dentro, está esse lugar calmo onde se encontra Deus...

Ainda que corra neste momento o vento forte da tempestade,
Ou que comeces este caminho zangado, revoltado, sofrido...
Ou mesmo que nem sempre acredites que O vais encontrar,
Parte, procura, encontra-te... encontra-O.
Ele estará à tua espera.

Ele renovará a capacidade de veres lá fora irmãos.
Ele fará sair da tua boca a palavra que acolhe, que pacifica, que ainda que tenha de dizer “Sim, sim. Não, não” abraça com a misericórdia que vem do alto...
Ele te dará a serenidade para atravessares a tempestade, por mais que saibas o teu barco pequeno e frágil.

Socorre-te destes encontros,
Semeia-os nos teus dias,
Do lugar calmo onde está Deus, nascem caminhos novos para a tua vida!


Catarina Gregório Martins