quarta-feira, 30 de novembro de 2022

MCC- Reflexão “Caminho do Advento ao Natal”

 

Movimento dos Cursilhos de Cristandade

Diocese de Portalegre – Castelo Branco

Reflexão “Caminho do Advento ao Natal”



GAVIÃO

 Santa Casa da Misericórdia

4 de Dezembro de 2022

PROGRAMA:

               9h 30 – Acolhimento

               10h 00 –Apresentação: Tema Caminho do Advento ao Natal – Diác. Jaime Matos

               10h 30 – Intervalo  

               10h 45 – Reflexão e partilha sobre o tema apresentado. 

               12h00 – EUCARISTIA na Igreja Matriz

                13h00 – Consoada

                                                                                                                                          
           

Não fiques à espera da primavera!




Devemos procurar a felicidade em todos os momentos, não apenas nos que parecem mais propícios. Nos outonos e invernos da nossa vida há muito mais que fazer do que simplesmente esperar pelo tempo que chamamos bom.

Tempo bom é o que não desperdiçamos.

Em tudo há uma beleza única à espera de ser encontrada. Muitas vezes, quanto mais difícil de descobrir, mais valiosa a alegria que nos faz chegar.

O sentido da vida não é ficar à espera. É manter viva a esperança, como um fogo que não se pode extinguir. Cuidando em cada momento do que a pode alimentar.

A vida é um caminho longo, pleno de sucessos e fracassos. Viver é seguir adiante, sem nunca nos determos em instante algum, sem perdermos o entusiasmo e sem deixar de sorrir como forma de abraçar cada presente que chega aos nossos dias.

Cada um de nós pode escolher uma parte importante de como se sente. Há quem pareça preferir ser infeliz, afinal dá muito menos trabalho, é bem mais confortável e a consciência chega a ficar tranquila, porque no seu egoísmo assume que foram os outros e o mundo quem falhou…

A felicidade não é um prémio de uma qualquer competição. É a recompensa de quem encontrou a sua forma de viajar entre o ontem e o amanhã. Não ficando no que passou, não ansiando pelo que há de vir, nem se apegando ao agora.

Ainda que o mundo acabe amanhã, a felicidade planta uma árvore hoje.


José Luís Nunes Martins

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Domingo, foi plantada a Oliveira da JMJ na Paróquia de Arronches!

Domingo, foi plantada a Oliveira da JMJ na Paróquia de Arronches!

ÁRVORE JMJ 2023 - Oliveira benzida por D. Antonino Dias e oferecida à Paróquia a assinalar a JMJ na construção da "Casa Comum" pela fraternidade, união, simplicidade e paz permanente!


A Jornada Diocesana da Juventude de Portalegre-Castelo Branco, na Sertã, desafiou os participantes a plantar uma árvore nas suas comunidades.

“Pretende-se fazer caminho em perspetiva vocacional, ecológica e missionária, sob o mote: ‘Parte à descoberta, vem ver o que eu vi’. Dentro do programa gizado para se viverem os vários momentos deste encontro, as árvores, que à nossa Diocese são gentilmente oferecidas pela empresa ‘Reciclagem de Sucatas Abrantinas’, foram benzidas no Santuário da Senhora dos Remédios”, pelo bispo diocesano, D. Antonino Dias

É uma forma de gerar empatia e colaboração, de fazer caminho conjunto até à Jornada em Lisboa”, indicou D. Antonino Dias, convidando ao diálogo com jovens de todas as proveniências.

"Salta, tira as pantufas, calça os sapatos e sai a sensibilizar a tua comunidade para esta Jornada Diocesana a caminho da JMJ, em Lisboa”.



















Fotos M.F.

domingo, 27 de novembro de 2022

«Virá o teu Senhor»

 


VIGIAI

 





A liturgia deste domingo apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina, na indiferença; mas deve caminhar, sempre atento e vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.

A primeira leitura convida os homens - todos os homens, de todas as raças e nações - a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor. É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.

Um olhar, ainda que desatento, ao mundo que nos rodeia, revela que estamos muito longe dessa terra ideal de justiça e de paz, construída à volta de Deus e da sua Palavra - apesar de Jesus, a Palavra viva de Deus, ter vindo ao nosso encontro há já dois mil anos... O que é que está a impedir ou, pelo menos, a atrapalhar a chegada desse mundo de justiça e de paz? Nisso, eu não terei a minha parte de responsabilidade? Que posso eu fazer para que o sonho de Isaías - o sonho de todos os homens de boa vontade - se concretize?

A segunda leitura
recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.

Quase todos nós somos pessoas razoáveis e sérias e não andamos todos os dias em bebedeiras, devassidões, libertinagens e discórdias; mas, apesar da nossa bondade e seriedade, é possível que o cansaço, a monotonia, a preguiça nos adormeçam, que caiamos na indiferença, na inércia, na passividade, no comodismo; é possível que deixemos correr as coisas e que esqueçamos os compromissos que um dia assumimos com Jesus e com o "Reino"... É para nós que Paulo grita: "acordai!; renovai o vosso entusiasmo pelos valores do Evangelho; é preciso estar preparado - sempre preparado - para acolher o Senhor que vem".

O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do "Reino".

Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, sou convidado a recentrar a minha vida no essencial, a redescobrir aquilo que é importante, a estar atento às oportunidades que o Senhor, dia a dia, me oferece, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-me na construção do "Reino"... É essa a melhor forma - ou melhor, a única forma - de preparar a vinda do Senhor.


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sábado, 26 de novembro de 2022

ADVENTO: TEMPO DO INACABADO E INCOMPLETO


A grandeza é a única medida das coisas grandes, diz-se. Celebrar os grandes acontecimentos da História, mesmo da história local, sempre mereceu digna preparação. O entusiasmo de os recordar, viver e dar a conhecer às novas gerações dá gás e força à celebração. No entanto, por mais que a História tussa, se vire do avesso e se esprema a dizer que sim, jamais acontecimento algum se pode comparar ao nascimento de Jesus. Ele é o princípio e o fim de tudo, o Senhor do Universo e da História, o Alfa e Ómega, Aquele que é, que era e que há de vir (cf. Ap 1,8). A sua pessoa, a sua mensagem, o seu projeto, a sua metodologia, passados mais de dois mil anos, continuam a fascinar. São atuais e atuantes, mesmo que, ao longo dos tempos, se tenham cometido erros sem conta em seu nome, por excesso de zelo de uns, por deszelo de outros, por braços caídos de muitos e por não menos olhos meramente esticados para o céu. A sua Palavra não é uma ideologia nem uma moda, é Ele, Hoje. Uma Palavra verdadeiramente revolucionária, viva e eficaz. Um instrumento de transformação pessoal, familiar e social se escutada com os ouvidos do coração, se interiorizada e traduzida em atitudes de vida. Queira-se acreditar ou não, ela constitui o grande fundamento filosófico e teológico da boa convivência, da ação social que liberta e da doutrina universal dos Direitos Humanos. Pese embora que a dureza do coração humano, os preconceitos, as distrações, os erros e desalinhos, só os deixassem proclamar em meados do século passado. E ainda assim continuam a lonjuras de serem plenamente vividos, mesmo por aqueles que os sintetizaram e suam as estopinhas a reclamar dos outros a sua observância. A dignidade essencial de cada ser humano nasce do ensinamento cristão de que todos os homens são filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança. Todos, sem exceção nem aceção de pessoas, todos irmãos, iguais em dignidade, em direitos e deveres. Todos iguais, mas todos diferentes e cada um com os seus dons e talentos ao serviço uns dos outros, ao seu jeito.
A vinda do Filho de Deus ao nosso encontro foi, de facto, o acontecimento mais notável e influenciador da História. Tão grandioso que o próprio Deus o foi preparando ao longo de muitos séculos, falando aos homens ‘muitas vezes e de muitos modos’, como quem fala a amigos (cf. DV2-4), por ritos e sacrifícios, por figuras e simbolismos da primeira Aliança, tudo a convergir para Cristo (cf. CIgC522). Historicamente, já veio, fez-se homem. A sua vinda e o nosso encontro pessoal com Ele são parte integrante e essencial do mistério de Cristo e da vida cristã. Em cada tempo, em cada lugar, Ele faz-se encontrado em cada irmão e nos dons do seu Espírito. No fim dos tempos virá para que Deus seja tudo em todos.
No encontro com a humanidade, Deus dá tudo de si. Vem e faz-se sentir presente. As suas palavras, os seus gestos, os seus modos inquietam e fazem pressentir ao homem que existe uma outra vida, um outro modo de ser, uma diferente forma de estar e agir. E, embora demorando a habituar-se a Deus e ao convívio transformador com Ele, o homem compreende que Deus veio, vem e virá. É a experiência de uma história sempre inacabada, atraída pela sua plenitude e nunca apenas empurrada pelo seu início. O fim da história não é o seu termo, cinzento e tenebroso, é a sua finalidade, luminosa e vivificante. É o encontro com o Senhor. E, como alguém dizia, se não podemos voltar atrás e fazer novos começos, sempre podemos rever o caminho e redefinir novos fins.
O Advento, com o qual liturgicamente sempre preparamos o Natal, é o tempo certo para, com exigência pessoal, familiar e eclesial, preparar o encontro com o Senhor. Entre o que somos e o encontro com Jesus, há caminho a fazer, conversão a encetar, dom a acolher, vida a reformular, prioridades a estabelecer. E se o Advento, mesmo etimologicamente falando, significa vinda ou chegada, ele é também, e necessariamente, o tempo do regresso, o tempo da expectativa, o tempo do desejo, o tempo da esperança, o tempo do inacabado e incompleto. O Senhor virá.
Entre o direito e o avesso do mundo, da vida e da história no tempo atual, a esperança pode parecer uma quimera. As crises da vida e da história são, não raro, também crises de esperança. Mas a esperança não é um paliativo contra a realidade. É o húmus a partir do qual se vive toda a realidade.
Será que a guerra, os conflitos locais e globais, os escândalos, a fome, o desemprego, a pobreza, a opressão, a degradação da qualidade de vida, a injustiça e a desigualdade, o crime, o abuso da casa comum e a erosão climática, a degradação das instituições, a inflação, a agressividade latente, o oportunismo … será que tudo isso mata e dispensa a esperança? Com certeza que não. Obrigam-nos mas é a purificar as representações que dela fazemos já que, cristãmente, é impossível uma esperança isenta, superficial e ligeira, como refere Tolentino Mendonça na sua obra ‘Metamorfose necessária’.
A esperança é a grande virtude dos tempos de crise. Se, por um lado, é esperar e aguardar, por outro também é desejar, ansiar, perseverar, suportar e, por isso, fazer acontecer. É urgência, é compromisso, é dom. É hoje! É o hoje que é preciso resolver. Ontem, possivelmente, amámos. Amanhã, quem sabe, amaremos. Mas só o hoje se conjuga harmoniosa e realisticamente com o amor. A esperança não poderia ser uma abstração imaginária que possibilitasse uma fuga ao confronto com a realidade. Pelo contrário, ela “exercita-se na tribulação, aprofunda-se na paciência, alarga-se na capacidade de resistir ao mal e ao sem sentido”. É a esperança que nos dá a capacidade de dialogar com o futuro, diz o autor citado.
Ceder à tentação de viver o advento apenas sob a forma de uma naïf regressão a um tempo e modo sem mistério da encarnação de Cristo não ajudaria a viver na esperança. Encerrar-nos-ia em Belém, sem consequências. Pelo contrário, o nosso futuro caracteriza-se pela novidade que o regresso do Senhor pode instaurar. Por isso, o nosso presente ganha novo sentido e orientação. Sim, existe uma salvação que nos é trazida e comunicada por Cristo e que se experimenta na remissão dos pecados, mas cuja plenitude ainda não experimentámos.
O Natal bem preparado e vivido leva-nos a renovar, a confessar e a afirmar a nossa fé, com mais alegria e esperança, dizendo que o Senhor Jesus ‘por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus, encarnou no seio da Virgem Maria, fez-se homem, foi crucificado, padeceu e foi sepultado, ressuscitou e subiu aos céus, de novo há de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos, o seu reino não terá fim’ (cf. Símbolo dos Apóstolos).
O lema da Jornada Mundial da Juventude diz-nos que “Maria se levantou e partiu apressadamente” (Lc 1, 39). É o convite a procurarmos Deus no nosso futuro e a procurarmos o nosso futuro em Deus como impacientes sentinelas na esperança. Só a esperança nos fará amar o que Deus revelar. O Advento é tempo de esperança. Sem ela não haverá Natal.

D. Antonino Dias- Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 25-11-2022.

domingo, 20 de novembro de 2022

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

 


A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.
A primeira leitura apresenta-nos o momento em que David se tornou rei de todo o Israel. Com ele, iniciou-se um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória de todo o Povo de Deus. Nos séculos seguintes, o Povo sonhava com o regresso a essa era de felicidade e com a restauração do reino de David; e os profetas prometeram a chegada de um descendente de David que iria realizar esse sonho. O que é que a história de David tem a ver com a Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo? Jesus Cristo, o Messias, Rei de Israel, descendente de David, é considerado no Novo Testamento a resposta de Jahwéh aos sonhos e expectativas do Povo de Deus. Ele veio para restaurar, ao jeito de Deus e na lógica de Deus, o reino de David. Jesus é, portanto, o Rei que, à imagem do que David fez com Israel, apascenta o novo Povo de Deus. Que significa, para mim, dizer que Jesus é Rei?

O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o "Reino"; no entanto, o "Reino" que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.
Celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo não é celebrar um Deus forte, dominador que Se impõe aos homens do alto da sua omnipotência e que os assusta com gestos espectaculares; mas é celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor. A cruz - ponto de chegada de uma vida gasta a construir o "Reino de Deus" - é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida. Em termos pessoais, a Festa de Cristo Rei convida-nos, também, a repensar a nossa existência e os nossos valores. Diante deste "rei" despojado de tudo e pregado numa cruz, não nos parecem completamente ridículas as nossas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimentos? Diante deste "rei" que dá a vida por amor, não nos parecem completamente sem sentido as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos? Diante deste "rei" que se dá sem guardar nada para si, não nos sentimos convidados a fazer da vida um dom?

A segunda leitura apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação; além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para o homem.
Em termos pessoais, Cristo é o centro, referência fundamental à volta da qual a minha vida se articula e se constrói? O que é que Ele significa para mim, não em termos de definição teórica, mas em termos existenciais?
A Festa de Cristo Rei é, também, a festa da soberania de Cristo sobre a comunidade cristã. A Igreja é um corpo, do qual Cristo é a cabeça; é Cristo que reúne os vários membros numa comunidade de irmãos que vivem no amor; é Cristo que a todos alimenta e dá vida; é Cristo o termo dessa caminhada que os crentes fazem ao encontro da vida em plenitude. Esta centralidade de Cristo tem estado sempre presente na reflexão, na catequese e na vida da Igreja? É que muitas vezes falamos mais de autoridade e de obediência do que de Cristo; de castidade, de celibato e de leis canónicas, do que do Evangelho; de dinheiro, de poder e de direitos da Igreja, do que do "Reino"... Cristo é - não em teoria, mas de facto - o centro de referência da Igreja no seu todo e de cada uma das nossas comunidades cristãs em particular? Não damos, às vezes, mais importância às leis feitas pelos homens do que a Cristo? Não há, tantas vezes, "santos", "santinhos" e "santões" que assumem um valor exagerado na vivência de certos cristãos, e que ocultam ou fazem esquecer o essencial?

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sábado, 19 de novembro de 2022

A importância de ir à Missa aos domingo, segundo o Papa Francisco

 

                                        Antoine Mekary | ALETEIA | I.MEDIA


“Sem Cristo, estamos condenados a ser dominados pelo cansaço do dia-a-dia com as suas preocupações e pelo medo do futuro"


Em uma Audiência Geral de 2017, o Papa Francisco falou sobre a importância de ir à missa aos domingos.

Desde os primeiros tempos, os discípulos de Jesus celebravam o encontro eucarístico com o Senhor no dia que os judeus chamavam ‘o primeiro da semana’ e os romanos ‘o dia do sol’.

Depois da Páscoa, os discípulos de Jesus acostumaram-se a esperar a visita do seu divino Mestre no primeiro dia da semana; foi nesse dia que Ele ressuscitou e veio encontrar-Se com eles no Cenáculo, falando e comendo com eles e dando-lhes o Espírito Santo. Este encontro se repetiria oito dias depois, já com a presença de Tomé.

E assim, aos poucos, o primeiro dia da semana passou a ser chamado pelos cristãos ‘o dia do Senhor’, ou seja, o domingo.

“A celebração dominical da Eucaristia está no centro da vida da Igreja: nós vamos à missa para encontramos o Senhor ressuscitado, ou melhor, para nos deixarmos encontrar por ele”, disse o Papa.

“Ouvir a sua palavra, alimentar-nos à sua mesa e assim, nos tornarmos Igreja, o seu corpo místico vivo hoje no mundo. Por isso, o domingo é para nós um dia santo: santificado pela celebração eucarística, presença viva do Senhor para nós e entre nós. É a Missa que faz cristão o domingo”.

“Infelizmente há comunidades cristãs que não podem ter Missa todos os domingos; mas também elas são chamadas a recolher-se em oração, nesse dia, ouvindo a Palavra de Deus e mantendo vivo o desejo da Eucaristia”.


“Sem Cristo, estamos condenados a ser dominados pelo cansaço do dia-a-dia com as suas preocupações e pelo medo do futuro. O encontro dominical com Jesus dá-nos a força de que necessitamos para viver com coragem e esperança os nossos dias”.

Concluindo, por que ir à missa aos domingos?

“Não é suficiente responder que isto é um preceito da Igreja. Nós cristãos precisamos participar da missa dominical porque somente com a graça de Jesus, com a sua presença viva em nós e entre nós, podemos colocar em prática o seu mandamento e sermos testemunhas críveis”.


Mais ainda, a comunhão eucarística com Jesus ressuscitado antecipa aquele domingo sem ocaso em que toda a humanidade entrará no repouso de Deus.

(Rádio Vaticano)

INFORMAÇÃO PAROQUIAL



MISSAS NA ZONA PASTORAL DE ARRONCHES

Sábados

16h00 - Vale de Cavalos
16h30 – Mosteiros
10h30 – Mosteiros (1ºs Sábados de cada mês na Igreja Matriz)

Domingos

09h30 – Reguengo
10h30 – Alegrete
11h00 – Esperança
11h30 – Degolados
12h00 – Arronches
15h00 - Lapa (último dom. de cada mês)

Durante a semana

Terças e Quintas-Feiras às 17h30 na Igreja Matriz de Arronches, (durante o horário de inverno).

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

A MÚSICA AO SERVIÇO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO


Quem canta seu mal espanta, diz-se! Não raro, porém, é suplício para quem ouve, ou para quem é convidado a associar-se. Há quem ame o feio e bonito lhe pareça. O conceito de beleza é muito relativo. Quando se gosta de alguma coisa ou de alguém, até algo que tenha de feioso se acha giro e bonito. É por isso que o povo diz que o amor é cego, até leva a amar o que está a anos-luz dos padrões de beleza em voga. Quando, porém, por dá-cá-aquela-palha, se deixa de gostar dessa coisa ou desse alguém, o mesmo aspeto feioso que se achava giro e bonito serve agora de arremesso, como argumento para repudiar e detestar. A pessoa humana é mesmo complicada, é difícil de ler e decifrar!
Mas esta conversa vem a propósito de quê?, perguntará. E eu respondo: não se enerve, tenha calma. Isto vem a propósito de Santa Cecília, uma mártir romana que vamos celebrar a 22 de novembro. É padroeira dos músicos e cantores cristãos mas também protege os outros. Desde há muitos séculos que a sua iconografia se apresenta enriquecida com elementos musicais. Isso leva-nos a crer que ela cantaria como um rouxinol e manusearia os instrumentos da época com grande mestria.
O Papa Francisco acaba de escrever à Igreja uma carta a falar sobre a formação litúrgica do Povo de Deus. Ora, o canto e a música, intimamente unidos à ação litúrgica, desempenham na liturgia uma função nobre. São parte necessária e integrante da liturgia. Não são um acessório ou um mero embelezamento. São liturgia, devem ter unção, beleza e arte. Assim, ajudam a louvar a Deus, a fazer ecoar no fundo do coração a Palavra de Deus. Favorecem, afirma Bento XVI, a redescoberta de Deus através duma “renovada abordagem da mensagem cristã e dos mistérios da fé”. Por sua vez, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, diz que a sua beleza coopera para nutrir e expressar a fé, contribui para louvar dignamente o Senhor e para a santificação dos fiéis, seguindo três importantes critérios: “a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração” (cf. SC112).
Todos sabemos quanta dificuldade têm as comunidades paroquiais nesta dimensão importante da Liturgia. Porquê? Os dons recebidos, embora possam e devam ser reconhecidos e agradecidos, não são para o próprio se orgulhar deles. São dados para colocar ao serviço dos outros. No entanto, nem todos os cristãos com qualidades musicais se mostram disponíveis para os pôr a render ao serviço das comunidades neste âmbito específico. A par, as comunidades, reconhecendo a importância da música e do canto na liturgia, na impossibilidade de alternativa, aceitam e agradecem a boa vontade de quem se disponibiliza. A maioria desta boa gente, gente de boa vontade, presta um grande e louvável serviço às comunidades, persistentemente. No entanto, aqui ou além, quando há rotina e desmazelo, quando falta qualidade e ligação à liturgia, este serviço esvazia a sua missão, e cansa. A assembleia não consegue elevar-se com a beleza da ação litúrgica. Se quem canta reza duas vezes, nesta situação dificilmente o conseguirá. Este ‘ministério’ reclama sensibilidade, formação litúrgica e a interiorização de que é um serviço que se presta à assembleia cujas vozes se devem ouvir. A participação dos fiéis, também no canto litúrgico, muito depende do estilo, do modo de ser e de estar de quem se associa para prestar este serviço, em Igreja.
Numa peregrinação a Roma das “Scholae Cantorum” de todas as partes de Itália, promovida pela Associação Santa Cecília, Bento XVI lembrou “como a música sacra pode favorecer a fé e cooperar para a nova evangelização”. Recordou como tanto contribuiu para a conversão de Santo Agostinho “a escuta do canto dos salmos e dos hinos, nas liturgias presididas por Santo Ambrósio”. De facto, logo que foi ordenado Bispo de Milão, Santo Ambrósio, pessoa musicalmente dotada, “pôs este dom ao serviço da fé e da evangelização”. E a experiência dos hinos ambrosianos foi tão forte, “que Agostinho os levou impressos na memória e citou-os com frequência nas suas obras; aliás, escreveu uma obra precisamente sobre a música, o “De Musica”.
A fé nasce da escuta da Palavra de Deus. Santo Agostinho, no seu livro das Confissões, testemunha-nos como a música, sobretudo o canto, podem conferir uma maior força comunicativa à Palavra. Escreveu ele: “Como eu chorei ao ouvir os vossos hinos, os vossos cânticos as suaves harmonias que ecoavam pela vossa igreja! Que emoção me causavam! Passavam pelos meus ouvidos, revelando a verdade ao meu coração. Um grande impulso de piedade me elevava, e as lágrimas rolavam-me pela face; mas faziam-me bem”. E noutro passo do livro, refere: “Quando voltam à mente as lágrimas que os cânticos da Igreja me fizeram derramar nos primórdios da minha fé reconquistada, e a comoção que ainda hoje suscita em mim não o cântico, mas as palavras cantadas, se são cantadas com voz límpida e com a modulação mais conveniente, reconheço de novo a grande utilidade desta prática».
Paul Claudel, poeta francês, refere Bento XVI, converteu-se ao ouvir o canto do Magnificat durante as Vésperas de Natal na Catedral de Notre-Dame de Paris. Eis o seu testemunho: «Naquele momento deu-se o acontecimento que domina toda a minha vida. Num instante o meu coração comoveu-se e eu acreditei. Acreditei com uma força de adesão tão grande, com um tal enlevamento de todo o meu ser, com uma convicção tão poderosa, numa certeza que não deixava lugar a espécie alguma de dúvida e que, a partir daquele momento, raciocínio algum ou circunstância da minha vida movimentada puderam abalar a minha fé nem afetá-la». E quantas pessoas mais teriam sido tocadas no coração e atraídos para Deus através da Liturgia pela beleza do canto e da música sacra!
A boa música encanta, seduz, enriquece, alegra, eleva o coração e a alma, é a linguagem do belo e do sagrado, ajuda a fazer da vida e do mundo a sinfonia do amor.
Oh, porque as não tenho, como eu aprecio quem tem unhas para tocar viola!...

D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 18-11-2022.

Mcc - Diocese de Portalegre-Castelo Branco



Queridos irmãos em Cristo, esperamos que estejam bem.

Vimos dar conta que na semana de 21 a 27 de Novembro de 2022 cabe à Diocese de Portalegre-Castelo Branco, estar unida na corrente de oração que é a Intendência Nacional.
De maneira a assegurar a semana que cabe à nossa Diocese, vimos sugerir a seguinte divisão pelos Núcleos de Escola / Centro de Ultreia, assim:
Dia 21/11 - Centro de Ultreia Abrantes;
Dia 22/11 - Núcleo de Escola de Castelo Branco;
Dia 23/11 - Núcleo de Escola do Pinhal;
Dia 24/11 - Núcleo de Escola de Portalegre;
Dia 25/11 - Abrantes e Castelo Branco;
Dia 26/11 - Pinhal e Portalegre;
Dia 27/11 - Domingo - comum para os 4 núcleos;
Pedimos a cada Núcleo de Escola a divulgação junto dos Centros de Ultreia, de maneira a chegar a todos os Cursilhistas.
Sugere-se que seja de oração individual ou em pequenos grupos, onde isso seja possível.
Cada Núcleo decidirá o que fazer nos dias que lhe são atribuídos, de maneira a manter viva a chama desta corrente de oração.
Que as intendências sejam oferecidas:
pelo êxito apostólico de todas as atividades que se irão realizar ao longo do ano;
por todos os cursilhistas, dirigentes e secretariaos das várias dioceses;
pelas intenções particulares de cada diocese;
pela unidade do nosso Movimento.

Saudações em DeColores!                                         




Mcc - Diocese de Portalegre-Castelo Branco

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

O que fazes ao que recebes?




Aquilo que somos depende do que fazemos com o que recebemos.

A nossa primeira responsabilidade será a de estarmos atentos a quem nos rodeia e a tudo aquilo que faz parte das nossas circunstâncias a cada hora. Devemos estar concentrados na procura de todas as bondades e belezas que podem alimentar a nossa vida, mas não para nós, antes sim para as entregarmos a quem delas mais precisa.

Há quem não esteja atento. Não procura, não encontra, não tem para dar. Outros buscam, mas julgam que tudo o que encontram é só para si, algumas vezes sob a desculpa de que são os mais necessitados!

Talvez Deus nos faça chegar tudo aquilo de que precisamos através dos outros. E aos outros através de nós… é preciso estar atento.

Depois, precisamos de nos esforçar por compreender aquilo que se passa nos nossos dias. Sem certezas de que o consigamos, mas também sem a convicção de que tal é impossível. Portanto, sem preguiça e com dedicação. Aqueles que estão próximo de nós também precisam de quem os ajude a compreender e a compreender-se. Esforça-te por prestar essa ajuda.

De tudo o que te for dado, tenta não ficar com nada de que não precises mesmo. O resto, que será muito, dá tudo. Com critério. Dá a quem precisa aquilo que precisa. Não te ponhas a dar água a quem tem fome, nem roupa a quem tem fome.

Confia que não estás só. Nunca. Mesmo quando o sentes no mais fundo de ti. Quando te escassear a fé, pensa que a vida a que chamas tua te foi dada, quando ainda nada tinhas feito para a merecer. Como pode alguém acreditar que a sua existência se deve apenas a séries lógicas de acasos sem sentido?

Amar é sacrificar-se em favor do outro, é dar-se para que o outro seja feliz. E ser feliz porque o outro o é.

Quase nada do que recebes é para ti.

Não te apegues a nada do que te é dado. Não só porque nada será algum dia mesmo teu, como também porque chegará sempre o momento em que tens de largar tudo o que tens e ficar apenas com o que conseguiste ser.

És o que fazes com o que recebeste. Nada mais.


José Luís Nunes Martins

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Como é o teu Jesus?



As passagens bíblicas, infelizmente, não nos dão todos os detalhes sobre Jesus. Faltam-nos muitos pormenores sobre a sua infância, sobre a sua adolescência e não temos grande informação sobre os seus gostos. Sabemos, isso sim, a sua enorme paixão pelo Pai, pelo Seu Reino e por aqueles que eram os últimos da sociedade.

No entanto, na junção de falta de informação com os aspetos históricos e bíblicos sobre Jesus, gosto de poder pensar como Ele seria. Gosto de imaginar a sua postura, a sua voz e o trato que tinha para com as pessoas. Gosto de pensar no quão humano Ele foi e no que isso O levou a ser tão divino.

Confesso que ganhei este gosto, não só pela leitura dos Evangelhos, mas também pela série "The Chosen" (para quem não a conhecer, aconselho vivamente). E faço-o para me sentir mais próximo d'Ele. Faço-o para conseguir perceber o impacto que as Suas palavras tiveram naquele tempo, mas também a força que continua a ter nos dias de hoje.

E, para mim, gosto de imaginar um Jesus próximo. Atento ao mais ínfimo pormenor. Capaz de revelar a sua inteligência através do humor, para com aqueles que convivem consigo, mas também com a ironia, para com aqueles que ateimam em não perceber o essencial da Sua mensagem. Gosto de o imaginar com uma voz capaz de encher os corações (longe daquele sotaque que tantas vezes ouvimos os padres a falar). Gosto de o imaginar com uma postura calma como quem sabe que a vida será sempre muito mais do que aquilo que vemos ou contemplamos. Gosto de imaginar a força que teria o Seu silêncio e o quão transformador poderia ser para a vida de muitos. E detenho-me muitas vezes a pensar no seu olhar, onde acredito que tantas vezes seria o suficiente para dar vida a tantos e tantas.

E tu? Como imaginas Jesus? Que Jesus vive dentro de ti? Se ainda não fizeste este exercício, desafia-te. Imagina-te próximo de Jesus. Coloca-te no meio da multidão ou do grupo dos doze em cada passagem e pensa no que sentirias e como Jesus teria de ser para que toda a Sua palavra fosse efetivamente Vida em abundância.

Ler, contemplar, rezar e imaginar. Talvez seja este o segredo para uma relação mais próxima. Ou talvez não. Pelo menos para mim é e ajuda-me a tentar seguir os Seus passos.


Emanuel António Dias

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Viver tudo no tempo certo




Chega a ser ridícula a forma como nos dispomos a viver a nossa vida. Estamos nos inícios de novembro e já as lojas se encheram de decorações de Natal, de saldos, de oportunidades “únicas” para não desperdiçar uma época que, claramente, tem tudo que ver com consumos e promoções.

No entanto, quase arrisco dizer que o problema nem são as montras, as black Friday, as falsas promoções e os “imbatíveis” descontos. O problema é o “timing”. O momento em que tudo isto sucede e acontece. Será viável, ou apenas ridículo, viver o Natal em novembro? Que mensagem passa, para a dimensão mais interior do que somos, quando somos obrigados a pré-celebrar? A viver uma data antes de tempo?

A verdade é que esta necessidade social de viver tudo antes de tempo nos coloca perante um cenário de ansiedade praticamente invisível. Se eu não me alegrar com as canções natalícias em novembro, se não gostar de ver tudo decorado para o Natal quando ainda agora comprei o material escolar, é porque estou a perder alguma coisa. É porque estou a ser deixado para trás.

Não consigo compreender esta necessidade que temos de viver tudo antes de tempo. De viver para o futuro. Para o que ainda não aconteceu. Também me incluo no grupo de pessoas que o faz, mas gostava de deixar de o fazer. Gostava que o fizéssemos. Que pudéssemos ignorar essas decorações por um momento ( e essa imposição de viver o Natal mais cedo) e que nos pudéssemos focar naquilo que nos está a acontecer agora. Na pessoa de quem nos temos de despedir. Na pessoa a quem precisamos de apoiar. Na pessoa em quem nos apoiamos. No dia que nos deu aprendizagens, luzes ou desânimos. No momento que nos é dado a viver agora.

Não estamos à frente do nosso tempo se quisermos viver tudo antecipadamente. Não somos melhores nem mais evoluídos. Somos, isso sim, menos conscientes do que realmente nos ocupa e nos acontece.

Ocupa-te das tuas raízes e da tua árvore de dentro antes de te preocupares com a de Natal. Vê que folhas precisas de limpar, que áreas precisas de regar e concentra-te no tanto que há a fazer do lado de dentro.


Marta Arrais

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

«Tranquilo…»



Sim, estou tranquilo.
No Senhor, meu Deus e Criador, abandono a minha fugaz existência.
Quando a escuridão envolve o pensamento cansado e triste, elevo o meu olhar aos Céus.
Em cada raio de sol que nasce, encontro a tanquilidade Divina.
Porque no Pai coloco toda a minha Fé.

Quem hei-de temer?
O nome de Jesus faz ecoar no meu coração a Paz e a justiça que me ampara.
Não hesito no caminho, porque O Cristo acompanha cada passo que dou.
Os pequenos sinais despertam os meus ouvidos para a presença do Santo Espírito.
São como folhas de Outono, que calcamos no regresso a casa, e nos fazem sorrir…

A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum, do Ano C,
tranquiliza quem vive na Fé e atemoriza aqueles que vivem sem Deus.

Onde está Deus na Vida da humanidade, que vive o HOJE?

Não te escondas… não te envergonhes…
Trabalha ao sabor do vento e da chuva,
para que no teu reflexo,
alguém encontre a misericórdia infinita de Deus.

Perante a maldade da guerra… sê o rosto de Cristo.
Na discórdia entre os povos… fala abertamente do Amor de Deus.
Quando os dias ficarem sombrios… recorda a luz do Espírito Santo.

Carrega no peito a perseverança do Batismo e na Alma a missão de ambicionar salvar outras Almas.

Na tua casa, deixa que as flores cresçam… são sinal de Perdão.
A tua família é porto seguro e firme de uma Fé inabalável… é sinal de Esperança no Mundo.
Dentro do teu ser, o coração alberga a Palavra de Deus… és sinal de Amor.

E… Onde há amor, nascem gestos e aí habita Deus.
Fica Tranquilo!


Liliana Dinis

domingo, 13 de novembro de 2022

Dia Mundial Dos Pobres

 


Ele é o "sol de justiça" que brilha no mundo

 


A liturgia deste domingo reflecte sobre o sentido da história da salvação e diz-nos que a meta final para onde Deus nos conduz é o novo céu e a nova terra da felicidade plena, da vida definitiva. Este quadro (que deve ser o horizonte que os nossos olhos contemplam em cada dia da nossa caminhada neste mundo) faz nascer em nós a esperança; e da esperança brota a coragem para enfrentar a adversidade e para lutar pelo advento do Reino.
Na primeira leitura, um "mensageiro de Deus" anuncia a uma comunidade desanimada, céptica e apática que Jahwéh não abandonou o seu Povo. O Deus libertador vai intervir no mundo, vai derrotar o que oprime e rouba a vida e vai fazer com que nasça esse "sol da justiça" que traz a salvação.
Muitas vezes temos a sensação de que o nosso mundo caminha para o abismo e que nada o pode deter. Olhamos para o mapa dos conflitos bélicos e vemos pintados de sangue o presente e o futuro de tantos povos; olhamos para a natureza e vemo-la devorada pelos interesses das multinacionais da indústria; olhamos para as pessoas e vemo-las fechadas no seu cantinho, desinteressadas das grandes questões (fala-se, até, de uma "geração rasca" e de "crise de valores" para descrever o quadro de desinteresse, de descomprometimento, de ausência de grandes ideais)... A questão é: a esperança ainda faz sentido? Este mundo tem saída? Um profeta anónimo de há 2450 anos dá voz à esperança e garante-nos: Deus não nos abandonou; Ele vai intervir - Ele está sempre a intervir - no mundo...
O Evangelho oferece-nos uma reflexão sobre o percurso que a Igreja é chamada a percorrer, até à segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada na história é comprometer-se na transformação do mundo, de forma que a velha realidade desapareça e nasça o Reino. Esse "caminho" será percorrido no meio de dificuldades e perseguições; mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.
O que parece, aqui, fundamental, não é o discurso sobre o "fim do mundo", mas sim o discurso sobre o percurso que devemos percorrer, até chegarmos à plenitude da história humana... Trata-se de uma caminhada que não nos leva ao aniquilamento, à destruição absoluta, ao fracasso total, mas à vida nova, à vida plena; por isso, deve ser uma caminhada que devemos percorrer de cabeça levantada, cheios de alegria e de esperança.
A segunda leitura reforça a ideia de que, enquanto esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça e no comodismo, alheando-nos das grandes questões do mundo e evitando dar o nosso contributo na construção do Reino.
Nas comunidades cristãs encontramos, com frequência, pessoas que falam muito e mandam muito, mas fazem muito pouco e, muitas vezes, ainda se aproveitam dos trabalhos dos outros para se enfeitar de louros... Também encontramos aqueles que são apenas "consumidores passivos" daquilo que a comunidade constrói, mas não se esforçam minimamente por colaborar. Qual é a minha atitude face a isto? Dou o meu contributo na construção da comunidade? Ponho a render os meus dons?


https://www.dehonianos.org/

sábado, 12 de novembro de 2022

Papa Francisco: comunicar com coragem os valores cristãos, dando voz aos excluídos

 

A emoção da comunidade do Vatican News e de todos os departamentos que compõem o Dicastério para a Comunicação que foram recebidos pelo Papa em audiência por ocasião de sua Plenária. De Francisco, ouviram o encorajamento a arriscar, mas sempre imbuídos dos valores cristãos.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O último compromisso da manhã deste sábado (12/11) para o Papa foi com o Dicastério para a Comunicação e, portanto, com toda a comunidade que compõe o Vatican News.

A ocasião foi a Plenária do Dicastério, que se conclui neste 12 de novembro sobre o tema “Sínodo e comunicação: um percurso a desenvolver”. E a sinodalidade foi o centro do discurso que o Pontífice entregou ao prefeito, Dr. Paolo Ruffini, preferindo dirigir algumas palavras de modo espontâneo.

Francisco ressaltou que a comunicação é conexão humana, não é "filosofia do alto-falante", ou um papagaio que só vai: deve ter dois caminhos, ida e volta. E ainda é diálogo, movimento e um desafio, pois deve ter como base uma inquietação comunicativa.

"O comunicador deve sempre arriscar! Comunicação é movimento criativo e com os nossos valores! Não é rezar a novena, mas arriscar com valores cristãos."
Ouça a reportagem com os testemunhos de Andressa Collet e Laura Lo Monaco

Papa Francisco saúda colega do Programa Chinês

Já no discurso entregue, Francisco reiterou que o Sínodo não é um simples exercício de comunicação, nem mesmo a tentativa de repensar a Igreja com a lógica das maiorias e das minorias que devem chegar a um acordo. “Este tipo de visão é mundana”, alertou o Papa, afirmando que a essência do percurso sinonal é ouvir, entender e colocar em prática a vontade de Deus.

“Sem o caminhar juntos, podemos nos tornar simplesmente uma instituição religiosa, que porém perdeu a capacidade de fazer resplandecer a luz da mensagem do Mestre, perdeu a capacidade de levar sabor às vicissitudes do mundo.” A reflexão sobre a sinodalidade, explica o Papa, tem a intenção de fazer emergir com força algo que, de maneira implícita, a Igreja sempre acreditou. E a contribuição da comunicação é justamente tornar possível esta dimensão de comunhão, a capacidade relacional, a vocação aos elos. Francisco definiu a comunicação o “artesanato das relações”, em que a voz de Deus ressoa, favorecendo a proximidade, dando voz a quem é excluído.
Combater calúnias, violências verbais e fundamentalismos

Nesta perspectiva, Francisco indicou três pontos a serem refletidos. A primeira tarefa da comunicação é tornar as pessoas menos sós. Se a comunicação não tem esta capacidade, se trata somente de entretenimento. Depois, é preciso dar voz a quem não a tem, consciente de que a tarefa da Igreja é estar com os últimos e seu “habitat natural” são as periferias existenciais, situações de marginalidade devido a falências familiares ou pessoais. “Jesus nunca ignorou os ‘irregulares’ de qualquer gênero.” Por fim, o terceiro desafio é educar para a “fadiga do comunicar”, isto é, para o natural dissenso e divergência dos interlocutores

“A comunicação deve tornar possível também a diversidade de visões, buscando sempre, todavia, preservar a unidade e a verdade, e combatendo calúnias, violências verbais, personalismos e fundamentalismos que, com a desculpa de serem fiéis à verdade, espalham somente divisão e discórdia. Se ceder a essas degenerações, a comunicação, ao invés de fazer tanto bem, acaba por fazer muito mal.”

O Papa concluiu encorajando os membros do Dicastério a irem avante de maneira firme e profética. “Servir a Igreja significa ser confiáveis e também corajosos em ousar novos caminhos. Neste sentido, sejam sempre confiáveis e corajosos.”

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

NO ALTO DA TORRE É QUE NÃO, JOVEM, NÃO CONVÉM!....



Já pensaste onde é que a árvore JMJ2023 vai ser plantada? Não?!... Então pensa, mas aí é que não, no cimo da torre da igreja não pode ser! Nem as cegonhas deviam ter aquele abusivo jeito de lá construírem os seus palácios, deixando por lá, e ao redor, argumento quanto baste da sua presença! É verdade que a árvore e a sua plantação não constituem um crime de lesa-majestade para quem se baldar! No entanto, é uma iniciativa a não desperdiçar nesta caminhada em direção à JMJ, passando pela Jornada Diocesana da Juventude. Neste mundo de académicos e doutores, e como não traz manual de instruções, alerto desde já que convém plantar a árvore de raiz para baixo, ihihihih! Na proposta do COL, do COD e do Secretariado da Juventude e Vocações, está previsto uma ou duas árvores por paróquia. A decisão sobre o local, o dia e a hora da sua plantação, devendo ser o mais possível consensual, convém ser tomada antes da Jornada Diocesana, uma vez que a plantação da árvore deve acontecer no dia seguinte, Domingo de Cristo Rei, Dia Mundial da Juventude. Os jovens de cada paróquia, católicos ou não católicos, crentes ou não crentes, doutras religiões ou mesmo aqueles que não sabem se acreditam, todos quantos sejam provocados e se associem, devem, na medida do possível, dialogar e decidir juntos. Se acharem por bem, também será giro convidar as autoridades locais a trocar impressões sobre isso, é uma forma de gerar empatia e colaboração, de fazer caminho conjunto até à Jornada em Lisboa. Nas paróquias mais urbanas, porém, a ser possível a plantação da árvore, nem o será sem essa colaboração das autoridades que superintendem nos espaços. Será bonito, muito mais bonito ainda se toda a comunidade paroquial for bem informada e se associar ao acontecimento. Importante é que a árvore fique a marcar este feliz evento. Que seja um pretexto para novos e menos novos, os de agora e os do futuro, se lembrarem da efeméride JMJ2023, em Lisboa, e do cuidado a ter com a natureza. Para isso, não pode ser plantada detrás de uma parede ou lá onde nem sequer a passarada a vê. Tampouco deve estar exposta de tal modo que até as cabras batam palmas e se convidem mutuamente para saborear o vitamínico. Que o vosso senso comum determine o melhor, mesmo que o senso comum, muitas vezes, seja a coisa menos comum: ahahahah! Também haverá uma árvore, se assim o desejarem, para os Centros de Acolhimento de Jovens, nomeadamente das Cooperativas para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas (CERCI’s) e para as da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM’s).
Mas a árvore vai precisar da ajuda de uns e outros. Ela não fala pelos cotovelos, não discute futebol, não vai ao cinema, não tem pernas para andar, mas está viva, quer crescer e viver bem enraizada, fazendo história com a tua ajuda. Se for levada, plantada, cuidada e estimada, ela agradece. A nossa jornada diocesana será na bonita vila da Sertã, no dia 19 de novembro, sábado. Pretende-se fazer caminho em perspetiva vocacional, ecológica e missionária, sob o mote: “Parte à descoberta, vem ver o que eu vi”. Dentro do programa gizado para se viverem os vários momentos deste encontro, as árvores, que à nossa Diocese são gentilmente oferecidas pela empresa ‘Reciclagem de Sucatas Abrantinas’, serão benzidas no Santuário da Senhora dos Remédios. Cinco, uma por cada arciprestado, serão plantadas no recinto do Santuário, de manhã. As outras, cada paróquia ou Instituição referida, levará a sua árvore consigo, no fim da Jornada. Antes, porém, celebraremos a alegria do encontro de uns com os outros e de todos com Cristo, sob o olhar feliz da sua e nossa Mãe, a Senhora dos Remédios. Que ela nos cure da indiferença, nos estimule a que nos ponhamos a caminho, a que nos recebamos uns aos outros como amigos em direção à JMJ23, reconhecendo e cantando as maravilhas de Deus na nossa vida. Maria também reconheceu e proclamou as maravilhas que o Senhor nela operou.
Como diria Camões, “um fraco chefe fará fraca forte gente”, se não anima, se não estimula, se cruza os braços, se pensa que nada é com ele, que isto não tem interesse. A força e a presença dos jovens depende muito das lideranças e das prioridades das suas comunidades. O Papa Francisco, num vídeo-apelo feito aos sacerdotes de Portugal, chamou a atenção para a força que brotou do Pentecostes. Afirmou que os jovens vão fazer barulho. Que por detrás dos jovens está a força do Espírito Santo a usá-los para que façam barulho. Com os olhos postos na Igreja, santa e pecadora, Francisco pede um forte envolvimento nesta JMJ, sem medo, para que ajudemos o Espírito Santo a fazer a bela harmonia de tudo quanto vier a acontecer. Ao fazer eco deste apelo, eu faço-o ao jeito de Tarzan, a gritar/berrar, para que também eu possa ouvir!...
No entanto, anda daí, jovem, mesmo que não sintas grande vontade nem apoio, não queiras a ‘felicidade do sofá’. Salta, tira as pantufas, calça os sapatos e sai a sensibilizar a tua comunidade para esta Jornada Diocesana a caminho da JMJ, em Lisboa. Sê especialista em calçar os sapatos aos outros, mas sem os magoar. Cada um sabe onde lhe aperta o sapato! No entanto, se eles, por causa disso, persistem em ficar acomodados na tal felicidade do sofá ou debruçados à janela a ver passar a banda, convence-os, com arte e delicadeza, que há muita, mesmo muita, muita e feliz vida para além desses inúteis e monótonos lugares e miradouros. E mesmo que, no começo da caminhada, os sapatos lhes possam fazer algumas mossas, reais ou preconceituosas, logo deixarão de o fazer pela empatia que tu fores capaz de gerar. Maria também se levantou e saiu apressadamente, lembraste? Antecipou-se, pôs-se a caminho, surpreendeu Isabel que feliz exclamou: “donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor!?”. E deu-se a festa do encontro. Um encontro tão festivo que até João Batista e Jesus, na impossibilidade de logo correrem traquinados a apanhar os foguetes, saltaram de alegria no seio de suas mães. Como afirma Francisco, quantos testemunhos de pessoas «visitadas» por Maria no meio das suas angústias e vicissitudes?! Quantos exemplos concretos da relação viva entre a Mãe do Senhor e o seu povo em santuários, igrejas, capelas e no acolhimento da sua imagem em família com belíssimas expressões de piedade popular?! E quantas pessoas esperam uma visita de alguém que cuide delas, que não seja indiferente?! A pressa de Maria “é a pressa de quem sabe colocar as necessidades do outro acima das próprias”. No entanto, a maior prenda que Maria oferece à sua prima, não é um telemóvel ou coisa semelhante para a maravilhar e distrair, “é levar-lhe Jesus: certamente também a ajuda concreta foi muito preciosa; mas nada teria podido encher a casa de Zacarias com uma alegria tão grande e um significado assim tão pleno como o fez a presença de Jesus no ventre da Virgem”.
Entre os pequeninos e humildes, Maria ensina-nos a buscar o melhor, a ter prioridades e objetivos, a fazer escolhas, a tomar opções, a correr riscos, a aceitar desafios, a ter esperança de os concretizar, confiando plenamente em Deus que nos ama, provoca e convoca. Como sabes, há opções que fazem voar alto como as águias, são opções positivamente ambiciosas, boas e bonitas. Outras são mais rastejantes e autorreferenciais, valem pouco, não entusiasmam muito, dão a impressão de que não houve sonho sonhado para comandar a vida. Haverá ainda outras opções muito menos elegantes. São aquelas que só pretendem alcançar poder, dinheiro, prazer, aplausos, importância. E tantas vezes empoleirando-se e esmagando os outros, servindo-se deles. Embora cativantes, facilmente escravizam, mesmo que as pessoas se orgulhem da sua liberdade, um orgulho difícil de entender. Apesar de jovenzinha, Maria tinha projetos de vida. Era uma jovem de cara lavada, comprometida, sensível e solidária, sempre em movimento como todos os jovens que se prezam de o ser. Espiava o futuro vivendo 'em saída de si mesma para o Outro que é Deus e para os outros, sobretudo os necessitados'. Por isso, “levantou-se e partiu apressadamente”, com a certeza de que os planos de Deus eram “o melhor projeto possível para a sua vida”.

D. Antonino Dias- Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 11-11-2022.

"Incansável soldado de Cristo"



Assim o Papa Francisco definiu o santo de hoje, São Martinho de Tours, padroeiro da França, Hungria, Buenos Aires (Argentina) e um dos patronos da Guarda Suíça Pontifícia.


São Martinho de Tours nasceu na Panônia (atual Hungria) por volta do ano 316 em uma família pagã. Seu pai era militar e ele, seguindo a tradição, ingressou na guarda imperial romana aos 15 anos. Enquanto estava no exército, converteu-se ao cristianismo e foi admitido como catecúmeno.
Por volta do ano 337, em Amiens, no norte da França, viu um mendigo deitado próximo ao portão da cidade, tremendo de frio. Vendo-o nessas condições, de espada na mão, Martinho dividiu sua capa em duas: guardou metade por respeito a quem a deu -o Império-, enquanto a outra cobriu o corpo do mendigo. Pouco depois, teve um sonho no qual Cristo apareceu a ele, dizendo aos anjos: "Martinho, sendo ainda catecúmeno, me cobriu com este vestido".
Após receber o batismo e renunciar ao serviço militar, juntou-se aos discípulos de Santo Hilário de Poitiers e adotou um estilo de vida ascético e de oração.
Mas para o Papa Francisco, este episódio foi apenas um pequeno prelúdio para o longo e fecundo ministério apostólico que este "incansável soldado de Cristo" realizou em muitos países europeus, "tendo uma admirável vida interior, uma mente sempre voltada para o céu.
"Não é de se admirar, então, que Deus tenha concedido a esse bispo grande coragem mental, com a qual ele constantemente expulsava demônios e operava muitos milagres, levando muitas pessoas à fé católica."
"Que o seu exemplo nos ensine a ser sempre mais corajosos na fé e generosos na caridade."

http://ow.ly/3UbA50LAXN2

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Cheio de pressa não vais a lado nenhum!





O mundo quer-nos sempre a mexer. A fazer coisas. Acordamos cedo e a sentir que já estamos atrasados para quase tudo.

Não se deve confundir movimento com avanço. Há quem ande sempre à procura de algo, mas quer apenas impressionar os outros, não pretende produzir ou encontrar nada de concreto.

Enquanto tratamos das urgências, gastamos o nosso precioso e finito tempo, não sobrando nada para cuidarmos do que é importante. Muito trabalho não é o mesmo que bom trabalho.

Se o que queremos na vida é a paz que vem da felicidade, então o que importa não é a quantidade nem a velocidade, mas apenas a qualidade do que fazemos.

Não temos tempo para nada. Nem para pensar e repensar os nossos erros, nem para gozar o bem de que fomos capazes. Vivemos os nossos dias e noites como se estivéssemos a guiar a alta velocidade… sem tempo nem atenção, senão para evitar tragédias futuras. No entanto, a verdade é que nos sentimos a acelerar numa pista fechada, ou seja, por mais rápido que decidamos fazer esta corrida, jamais sairemos do mesmo circuito. Passando vezes sem conta pelos mesmos lugares e tempos… quando até a pé, e sem pressa, chegaríamos mais longe e conheceríamos a cada dia um lugar diferente.

As pessoas tendem a demorar todo o tempo que têm disponível para executar uma tarefa. Se têm uma hora, apressam-se e cumprem. Se têm três dias, são capazes de criar estranhos mecanismos que ocupam todo o tempo disponível para fazer o mesmo, ou talvez pior, do que se tivessem apenas uma hora. Como se estivéssemos mais do que viciados em trabalho, cheios de medo de ter paz.

Alguns de nós temos listas de tarefas a cumprir. Seria bom que nelas constassem também a nossa missão, os nossos objetivos e, porque não, o que devemos evitar fazer, para não nos perdemos.

O melhor mesmo seria ter tempo para descansar, pensar, meditar, rezar, passear, saborear, rir, brincar, pintar (ainda que sem jeito nenhum!), ouvir música, admirar aqueles que amamos, enfim, viver.

Se gastas a vida em coisas que não são viver… há algo de errado nas tuas prioridades. Andas perdido, por mais rápido que andes!

Não te distraias, não contes com futuros em que tudo te será propício. Ou tratas tu disso ou então… esses dias nunca chegarão. Entretanto, um instante basta para que esta vida passe… e acabe.


José Luís Nunes Martins