quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Jesus nos deixou a receita para a felicidade: sabe qual é?


Menina no balanço representa a felicidade
Yuganov Konstantin | Shutterstock


Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 22/08/23

Tratar igualmente e com justiça todas as pessoas é uma conduta que nos coloca no caminho da felicidade


Deixe-se cortar e renascer pela poda do Senhor, quanto mais nós abrimos para amar e trilhamos, mesmo com muitos percalços, os caminhos do Senhor Jesus, mais duradoura é a nossa experiência de felicidade. Me refiro a atitudes simples e possíveis, por exemplo, o perdão. Sem perdão não se vive, e por isso o exercício dele é uma condição para sermos felizes. Tratar igualmente e com justiça todas as pessoas é outra conduta que nos coloca no caminho da felicidade.

Segundo Santo Agostinho, somente o amor de Deus nos proporciona a verdadeira felicidade. Portanto, Ele, por si só, é digno do maior amor que possamos sentir. Eis porque a ausência de Deus é o próprio Inferno, a maior dor que se pode experimentar. E não porque Deus ou a Igreja o criaram e assim desejam, mas por consequência de uma decisão angélica de negação à Deus. Precisamos, pois, compreender que a liberdade e a felicidade somente vêm de Deus. Costumo fazer uma distinção importante entre os conceitos de alegria e de felicidade. No primeiro caso, embora a alegria seja um dos frutos do Espírito Santo, trata-se de uma satisfação momentânea. Já a felicidade não é um estado definitivo, mas uma obra em permanente construção, que depende do exercício da espiritualidade, do amor, da compaixão e da humildade.

Em outras palavras, para sermos verdadeiramente felizes precisamos a todo momento atualizar as bem-aventuranças em nossas vidas. Como já vimos, elas são a “receita para felicidade” dada pelo próprio Jesus. Felizes são aqueles que, pelas suas atitudes, tornam o Reino de Deus presente no mundo de hoje. Fazer caridade (ajudar o próximo sem esperar nada em troca), é uma das bem-aventuranças ensinadas pelo Senhor. Aqui cabe a pergunta: onde é preciso mudar? Não adianta nos propormos a fazer algo grandioso, porque certamente não conseguiremos cumprir e nada mudará de fato.

Dentro de casa, o que precisamos rever? Nesse quesito, há muito o que aprimorar. Quando me convidam para ir à casa de alguém, não me importo com a simplicidade do ambiente, mas reparo muito na atenção dispensada. Receber uma pessoa e deixá-la de lado para ficar conversando no telefone ou com a televisão ligada é uma total falta de consideração. O mesmo cuidado devemos ter com nossos familiares naqueles momentos em que estamos reunidos para fazer uma refeição ou simplesmente conversar. No trabalho, a mudança também é necessária.

Procure identificar os comportamentos que impedem você de alcançar seus objetivos e não hesite em alterá-los. Na vida espiritual, por que não começar por uma maior assiduidade às Missas e celebrações religiosas? Pode não parecer, mas essas atitudes fazem toda a diferença. Não precisamos empreender grandes transformações logo de cara. Afinal, para buscar a Deus temos de partir de algum ponto, então, comecemos pelas mudanças que se encontram ao nosso alcance. “Tu me mostras o caminho que leva à vida. A tua presença me enche de alegria e me traz felicidade para sempre” (Sl 16, 11).


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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Tomada de posse e entrada solene do novo Patriarca de Lisboa

Celebrações vão ter lugar no próximo fim-de-semana, nos dias 2 e 3 de setembro.


O novo Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, vai tomar posse da diocese no dia 2 de setembro, sábado, às 11 horas, na Sé Patriarcal, diante do Cabido (Colégio dos Consultores).

A entrada solene tem lugar no dia seguinte, Domingo, dia 3 de setembro, às 16 horas, na Igreja de Santa Maria de Belém (Jerónimos), com o novo Patriarca a presidir à Celebração Eucarística.

Recorde-se que o Papa Francisco nomeou D. Rui Valério como novo Patriarca de Lisboa no passado dia 10 de agosto. Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança desde 2018, D. Rui Valério, de 58 anos, vai suceder a D. Manuel Clemente, tornando-se, assim, o 18.º Patriarca de Lisboa.

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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Sai da ilha… mas volta!



Nos últimos tempos não tenho dito tantas vezes como gostaria:

- ”quero voltar para a ilha!”

Mas mais

- ”quero sair da ilha”.

Geralmente quando gostamos muito de algo temos vontade de repetir a experiência de “voltar” a sentir o mesmo. Eu tenho muitas experiencias dessas mas cujo grau de repetição não é tanto quanto gostaria.

Mas nos últimos tempos dou por mim a querer “sair da ilha”. Não, não é tanto uma questão física, é mais uma questão emocional.

Quando estás tão envolvida num certo projeto –ilha – e ele começa a não ser tão bonito como gostavas.

Quando essa ilha começa ficar mais sombria, ou pelo menos, tu começas a reparar mais nas sombras do que na beleza da mesma.

Quando a ilha perde o encanto e o tu o entusiasmo mas continuas a adorar a tua ilha, os teus projetos, e as tuas causas, apenas sentes que tens de ver outras ilhas e olhares para a tua de fora. Desterrada de emoções e sentimentos e ficar apenas a olhar e a apreciar o que de bom a tua ilha tem. Precisas de sair da ilha mas… voltar e se possível torna-la mais bonita.

Todos precisamos de ter a capacidade de sair do que nos aprisiona, sem desistir de lutar por causas que nos imprimem o ser que somos.

Todos precisamos de sair da ilha - do que nos pesa - e talvez essa viagem não precise de ser tão longa quanto pensas. Pode ser umas mini férias, um bom livro, uma boa conversa… mas deve implicar sempre uma reflexão sem azedume nem lamentações. Deve sim é ter esse propósito, deve ser planeado e preparado como terapia.

Sair para ver de fora, não é fraqueza, é estratégia!


Raquel Rodrigues

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Existes por um amor e por uma razão



Andamos perdidos no meio de tantas coisas para fazer, pedidos sempre urgentes que nos fazem viver como se o mundo todo dependesse das nossas reações. Ora, nem o mundo depende de nós, nem nós nos devemos deixar cair na tentação de tentar cuidar de tudo e de todos. Mais do que reagir, o que importa é agir.

Se deixamos que os barulhos e os tumultos nos distraiam, nunca chegaremos a dar atenção ao que é mais valioso e costuma ser tão silencioso e calmo que acaba por nunca nos exigir nada, deixando-se adiar. O problema é que entre o urgente e o importante, raras são as vezes em que não nos traímos, escutando mais os gritos do imediato, do que a voz terna e suave da verdade mais profunda.

A paz da nossa vida depende muito de aceitarmos que as nossas forças, o nosso tempo e os nossos talentos não são suficientes para tudo aquilo que os nossos sonhos e desejos nos convidam.

Quantas vezes perdemos o nosso precioso tempo a tentar o que é impossível, deixando para trás outras tarefas que são essenciais e indispensáveis?

O sim define-nos, o não também. A vida é feita de escolhas e um sim implica sempre uma quantidade imensa de nãos. Seguir um caminho implica escolher abandonar todos os outros. Não há integridade, nem honestidade, em alguém que anda dividido entre vários caminhos.

Pensa bem no que queres ser. Pensa em tudo o que pode acontecer e vai escolhendo, desde já o que farás face a cada cenário. Planeia tudo com cuidado, mas sê humilde e nunca julgues que és capaz de prever tudo, mas quanto mais decidires com cuidado e calma, menos terás de te preocupar quando estiveres no meio da guerra.

Claro que o mais importante é que te levantes e que comeces a trabalhar. Saindo da tua própria cabeça e de todos os seus monólogos interiores.

Face a alguém que sabe o que faz e se empenha em concretizar o que está ao seu alcance, os outros não só percebem de imediato que estão perante alguém diferente e importante, como se hão de sentir inspirados a fazer algo semelhante.

Atenção: O importante, na realidade, nem sempre é o que é importante para ti



José Luís Nunes Martins

domingo, 27 de agosto de 2023

«E vós, quem dizeis que Eu sou?»

 


No centro da reflexão que a liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum nos propõe, estão dois temas à volta dos quais se constrói e se estrutura toda a existência cristã: Cristo e a Igreja.
O Evangelho convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-n'O como "o Messias, Filho de Deus". Dessa adesão, nasce a Igreja - a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro. A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves - isto é, de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece. "E vós, quem dizeis que Eu sou?" É uma pergunta que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão não significa papaguear lições de catequese ou tratados de teologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa na nossa existência... Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para o seguir... Quem é Cristo para mim?
A primeira leitura mostra como se deve concretizar o poder "das chaves". Aquele que detém "as chaves" não pode usar a sua autoridade para concretizar interesses pessoais e para impedir aos seus irmãos o acesso aos bens eternos; mas deve exercer o seu serviço como um pai que procura o bem dos seus filhos, com solicitude, com amor e com justiça. O texto convida-nos a uma reflexão sobre a lógica e o sentido do poder... Sugere que o poder é um serviço à comunidade. Quem exerce o poder, deverá fazê-lo com a solicitude, o cuidado, a bondade, a compreensão, a tolerância, a misericórdia, e também com a firmeza com que um pai conduz e orienta os seus filhos. Nessa perspectiva, o serviço da autoridade não é uma questão de poder, mas é uma questão de amor. Será impensável considerar que alguém pode desempenhar com êxito cargos de responsabilidade, se não for guiado pelo amor. É esta mesma lógica que os cristãos devem exigir, seja no exercício do poder civil, seja no exercício do poder no âmbito da comunidade cristã.
A segunda leitura é um convite a contemplar a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus que, de forma misteriosa e às vezes desconcertante, realiza os seus projectos de salvação do homem. Ao homem resta entregar-se confiadamente nas mãos de Deus e deixar que o seu espanto, reconhecimento e adoração se transformem num hino de amor e de louvor ao Deus salvador e libertador. Esse Deus omnipotente, que nunca conseguiremos definir, controlar e explicar não é um concorrente ou um adversário do homem, preocupado em afirmar a sua grandeza e omnipotência à custa da humilhação do homem... Mas é um pai, preocupado com a felicidade dos seus filhos e com um projecto de salvação que Ele pretende que os homens acolham. É verdade que muitas vezes não percebemos o alcance desse projecto; mas se virmos em Deus, não um concorrente mas um pai cheio de amor, aprenderemos a não nos fecharmos no orgulho e na auto-suficiência e a acolhermos, com gratidão, os seus dons - como um menino que recebe do pai a vida, o alimento, o afecto, o amor.

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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

UM LAUTO E PAVOROSO BANQUETE


Não aconteceu onde o leitor está a pensar. Não, não foi nessa terra que a comunicação social sobejamente badalou há dias. Esses eram almoços de trabalho duro, duro mas pacífico! Por essas bandas, porém, mais para cá ou mais para lá, surgiu, isso sim, o nome de ‘papo-seco’. Papo-seco é o nome que damos àqueles pães que todos conhecemos. Apanhados ao sair do forno... oh, oh, como eles sabem bem se barrados com manteiga!... Os pobres da rua comiam o pão que lhes chegava às mãos, se chegava. O que verdadeiramente lhes fazia fervilhar a imaginação e criar rios de água na boca era o cheiro dos cozinhados que lhes vinha apetitoso das cozinhas ao redor. Dentro do pão, à falta de conduto que se visse e saboreasse, outra coisa não havia senão esse cheirinho a estrugido e a coisa boa para outros manducarem. Isso é que constituía, para eles, o banquete possível. E eis que surge assim o nome do dito cujo! Aquilo era mesmo um papo-seco, seco mesmo! Saiba o leitor que esta teoria se deve aos mais altos e conceituados cientistas na matéria! Cientistas nacionais e estrangeiros, convém dizer-se, para que o leitor, em férias ou mesmo sem o cheirinho a elas, se tire do sério e esboce um sorriso de escarninho a querer dizer-me que estas coisas, tal como tantas e tantas outras, são tão verdade enquanto não vem outro e diz o contrário! Por aí, não vamos declarar guerra um ao outro, estamos mesmo de acordo!
Mas voltando à vaca das cordas, isto é, voltando àquele outro opíparo e tétrico banquete, do qual vamos fazer memória no próximo dia 29, ninguém disse que, nessa altura, por esses lados onde tal vitamínico aconteceu, ninguém disse que as pessoas poderosas comiam sapateira, lavagante, lagosta, camarão-tigre, ostras, sushi, leitão e presunto pata negra. Também não nos chegaram ecos de que, para alimentar a folia, consumissem tabaco do melhor, nem que, para a sustentabilidade do regabofe, bebessem à tripa forra vinho, saké afrodisíaco, aguardente e Moet & Chadon.
O que sabemos é que houve um grande e solene banquete de aniversário com poderosos e banaboias. Ali, gerou-se a desgraça de um embravecido, sim, mas pobre inocente, prisioneiro acorrentado por ter cumprido o seu dever. Ali, qual cabecita ‘de palito fosfórico’, surgiu uma promissora jovenzinha, artista e bela, a incendiar a festa e os festeiros já de si mui animados. Ali, com ares de quem manda e pode, manifestou-se a safadeza do aniversariante, indeciso e corrupto. Ali, nesse triste espetáculo de fazer arrepiar peles, carnes, ossos e cabelos, esteve latente a conivência dos comensais, cujo silêncio ajudou a atrelar o burro à carroça. Ali, qual forcado a enfrentar o touro, saltou a alegria do verrinoso ódio de quem se quis vingar do arauto da verdade. Que conste, nenhum dos circunstantes deixou ferver a sua indignação ao ponto de lhe saltar a tampa. Nenhum arregaçou os olhos e os dentes com ganas de pôr os pontos nos is, massajando aqueles narizes!
Foi assim:
“Herodes tinha mandado prender João e pô-lo a ferros na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, com quem tinha casado, apesar de ela ser a mulher de seu irmão Filipe. João dizia a Herodes: “Não te é permitido casar com a mulher do teu irmão”. Por isso, Herodíades ficou com raiva de João e queria matá-lo, mas não podia. Com efeito, Herodes temia João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. Finalmente chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes. Ele ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos cidadãos importantes da Galileia. A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à jovem: “pede-me o que quiseres e eu to darei”. E jurou: “juro que te darei qualquer coisa que me pedires, mesmo que seja metade do meu reino”. A jovem saiu e perguntou à mãe: “Que vou eu pedir?” A mãe respondeu: “A cabeça de João Batista”. A jovem correu para a sala e pediu ao rei: “Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista”. O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar, pois tinha feito o juramento na frente dos convidados. Imediatamente o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, foi à prisão e cortou a cabeça de João. Depois levou a cabeça num prato, deu-a à jovem, e esta entregou-a à sua mãe. Ao terem conhecimento disto, os discípulos de João foram, levaram o cadáver e sepultaram-no”.
E assim, São João Batista, é degolado por denunciar o adultério e defender a família. Condenado pela Sagrada Escritura e por Cristo, o adultério é deplorável pelo que significa e provoca. O bem-estar da pessoa e da sociedade está estritamente ligado a uma favorável situação da comunidade familiar e conjugal.


D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 25-08-2023.

A paz de um sorriso



A paz de um sorriso.

A paz de um sorriso que acontece sempre no momento certo.

A paz de um sorriso de quem te quer bem. A paz de um sorriso de alguém que não conheces, mas que te olha e sorri. A paz de um sorriso teu.

A paz de um sorriso que chega e que te abraça o coração. Que te envolve a alma.

A paz de um sorriso que te abriga do mundo. A paz de um sorriso que é lugar disso mesmo: de paz. Que te serena. Que te ajuda a (re)pousar. A paz de um sorriso que surge como balão de oxigénio. Que te ajuda a respirar.

A paz de um sorriso que te conforta, como que a dar-te a mão. A paz de um sorriso que é colo nos dias duros. Que te ampara. A paz de um sorriso que te faz sentir que vai ficar tudo bem.

A paz de um sorriso que te faz sorrir de volta. A paz de um sorriso que te enternece. Que te dá vida. A paz de um sorriso que é a parte mais bonita do teu dia. Que torna o teu mundo melhor.

A paz de um sorriso que te toca a alma, que te vê de verdade. A paz de um sorriso que, ao longe ou de perto, diz tudo. Sem ser preciso dizer. A paz de um sorriso que é feito de sentir. E de tanto sentido.

A paz de um sorriso que é sol nos dias cinzentos, luz na escuridão, paz na tempestade. A paz de um sorriso que te mostra o lado mais bonito da vida. De tudo. A paz de um sorriso que te faz acreditar.

A paz de um sorriso que muda tudo. Que faz milagres acontecer. A paz de um sorriso que te cura. Que te salva.

A paz de um sorriso que te faz parar e recordar o essencial. O mais importante. A paz de um sorriso que te recorda a beleza e o valor das coisas simples. Das coisas mais bonitas: as coisas do coração.

A paz de um sorriso que te sorri com o coração. A paz de um sorriso em forma de amor. A paz de um sorriso que se tatua em ti para sempre.

A paz de um sorriso. Que pode até nem parecer nada. Mas que, sendo apenas a paz de um sorriso, pode ser tanto. Pode ser tudo.

Daniela Barreira

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Em construção…




Sinto que por vezes precisávamos de por uma placa ao pescoço a dizer: ”EM CONSTRUCÃO, lamentamos o incómodo mas não sabemos quando vai acabar”.

Precisamos de:

Reconhecer que somos uma obra em progresso, em permanente construção e desconstrução.

Reconhecer que por vezes fazemos projetos, pedimos licenças e nem sempre conseguimos fazer a obra a que nos propomos.

Reconhecer que nem sempre somos a melhor versão de nós mesmos e que temos de refazer os projetos, a arquitetura da causa e fazer…melhor!

Estamos em construção… permanente, pelo menos é assim que vejo as coisas e sou grata por isso.

Independente de sentir que que nem sempre aprendo com os erros, reconheço que tenho a obrigação de me esforçar por melhorar e de obrigar a mudanças de Dentro para Fora. Em alguns aspetos, e por mais que tente, acho que já não consigo mudar, mas vou tentando limar as arestas, disfarçar as fragilidades que já vou reconhecendo em mim.

Faz parte deste meu projeto de construção que luta contra a frase do “eu sou assim, quem gosta, gosta, quem não gosta põe na beira do prato”. É um projeto que dá muito trabalho, inquieta, incomoda e perturba pois obriga a reconhecer e a valorizar o que és mas que te põe há prova na relação com os outros dado que nem sempre o que és corresponde á imagem que os outros têm de ti. Esse choque, essa surpresa, deceção abana alicerces, e pode obrigar a novas remodelações no projeto pessoal. Por isso estou, e se calhar deveremos estar todos, em permanente… CONSTRUÇÃO.

E tu amiga, em que fase da construção estás?


Raquel Rodrigues

domingo, 20 de agosto de 2023

Acolher Todos

 


A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum reflecte sobre a universalidade da salvação. Deus ama cada um dos seus filhos e a todos convida para o banquete do Reino.
Na primeira leitura, Jahwéh garante ao seu Povo a chegada de uma nova era, na qual se vai revelar plenamente a salvação de Deus. No entanto, essa salvação não se destina apenas a Israel: destina-se a todos os homens e mulheres que aceitarem o convite para integrar a comunidade do Povo de Deus.
O Evangelho apresenta a realização da profecia do Trito-Isaías, apresentada na primeira leitura deste domingo. Jesus, depois de constatar como os fariseus e os doutores da Lei recusam a sua proposta do Reino, entra numa região pagã e demonstra como os pagãos são dignos de acolher o dom de Deus. Face à grandeza da fé da mulher cananeia, Jesus oferece-lhe essa salvação que Deus prometeu derramar sobre todos os homens e mulheres, sem excepção.
A segunda leitura sugere que a misericórdia de Deus se derrama sobre todos os seus filhos, mesmo sobre aqueles que, como Israel, rejeitam as suas propostas. Deus respeita sempre as opções dos homens; mas não desiste de propor, em todos os momentos e a todos os seus filhos, oportunidades novas de acolher essa salvação que Ele quer oferecer.

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sábado, 19 de agosto de 2023

Aprende a perder e serás feliz



Viver implica resistir a muitas perdas. Começamos com nada e partiremos sem levar coisa alguma. Tomamos quase sempre como justo o bem que nos chega, e como injusta e absurda a perda dos bens que, na verdade, nunca foram nossos.

À medida que os anos passam em silêncio, cresce a necessidade de fazermos amizade com a solidão. Por mais que nos sintamos cansados de nós mesmos, a verdade é que a vida é um caminho no qual andamos quase sempre sozinhos, pelo que ou nos fazemos amigos de nós próprios ou andaremos sempre em má companhia.

Quanto mais velhos estamos, maior é a tendência para nos abrigarmos no passado, porque a verdade é que por mais longo que tenha sido o caminho que já fizemos, a esperança exige que nos inclinemos para o futuro e isso é, por si só, cada vez mais desafiante. Os passos que demos, estão dados e já não nos doem, os que faltam dar, esses sim, parece que já começaram a ferir.

A sabedoria que chega na velhice talvez não seja resultado de muita experiência, mas da distância face aos acontecimentos que permite ver tudo de forma mais clara e evidente. Os conselhos dos mais velhos não são histórias concretas da sua vida, mas sim o que fariam hoje se estivessem no nosso lugar, tendo presentes os seus fracassos e a clareza com que hoje compreendem os seus porquês.

Ao longe vê-se melhor. E os anos levam-nos para um lugar distante e mais alto.

O melhor do que somos revela-se quando a vida nos maltrata. A velhice é um tempo de verdade revelada, pelo que podemos observar de nós mesmos, no que fomos, no que somos e na forma como encaramos a incerteza do amanhã.

É a vontade de amar que dá sentido à vida e a justifica em absoluto.

Cada dia a mais será um dia a menos. Os dias que nos são dados não são mais do que momentos que havemos de perder. Seria bom que todos assumíssemos o fim de cada dia como uma perda irremediável – pior ainda se não o aproveitámos.

José Luís Nunes Martins

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

A MISSIOLOGIA DEPENDE DO 'ARDER DO CORAÇÃO'...

Com a participação aberta a quem procura meios formativos em ordem à missão, realiza-se, em Fátima, em casa dos Missionários da Consolata, de 21 a 26 de agosto, o Curso de Missiologia já com 33 anos de traquejo. É uma iniciativa dos Institutos ‘Ad Gentes’ com apoio das Obras Missionárias Pontifícias. A metodologia prevista passa por conferências, trabalho de grupos, debates, plenários, testemunhos missionários e oração em comum.
A missão de evangelizar foi confiada pelo Senhor à sua Igreja, à qual enviou o Espírito Santo como garante da continuidade do projeto de salvação. Nós somos essa Igreja, uma Igreja que existe para evangelizar, para semear. Nela, o Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da evangelização, não deveria encontrar resistências, ser esquecido ou secundarizado. Porque não se vê nem se torna presente de forma palpável, confia-se demasiado nas próprias forças, técnicas, competências e capacidades. É verdade que temos de sonhar e agir como se tudo dependesse de nós, colocando aí todas as nossas capacidades e saberes, mas na certeza de que tudo depende d’Ele. Invocá-l'O e senti-l'O presente no programar e agir é um dever de cada batizado. Se assim não for, é possível que se possa ter grandes momentos de entusiasmo. É possível que, como cesta que vai à vindima, até se possa pensar que nunca ninguém fez igual nem saberá fazer, que quem anteriormente por ali mourejou nada fez, que é preciso começar do zero, que agora é que vai ser. Se alguém assim pensasse e fizesse, daria a entender que seria uma espécie de oleiro a querer moldar os planos de Deus à medida da sua medida, talvez eivada de interesses vários, ideologias e quejandos. É também de crer que esta atitude em nada facilitasse que a mensagem chegasse ao coração das pessoas, tocasse a sua liberdade, mudasse e direcionasse a sua vida para Cristo. E, como consequência, é possível que logo surgisse o desencanto, a frustração, pois nada adianta correr muito se estamos na estrada errada. Esperava-se que muita coisa acontecesse e nada aconteceu, que outra não tivesse acontecido e aconteceu mesmo. Fez-se muito trabalho, sim, dirão. Mas talvez não passasse de mera agitação comunitária, de iniciativas bem agendadas e talvez melhor concretizadas e aplaudidas, mas isoladas de qualquer processo formativo centrado no essencial. A evangelização nunca foi fácil, é verdade. Hoje, porém, não é mais difícil nem mais fácil, ‘é diferente’, afirma Francisco (cf. EG263).
Se é diferente, tem de ser diferente. E esse é que é o busílis!... Todos temos responsabilidades, todos vamos batendo com as mãos no peito por não sermos capazes de estimular, de programar melhor e mais eficazmente para evangelizar pessoas, famílias, estruturas e comunidades. Mas todos vamos apostando, fazendo experiências, desejando o melhor. Todos sabemos que, mais do que de iniciativas pontuais, mesmo que bem-sucedidas, precisamos de uma pastoral de processos, de planeamento formativo que evangelize e apaixone, com objetivos centrados, não na lei, mas na Graça, em Jesus Cristo, na Palavra de Deus. Se falta o verdadeiro espírito de evangelização, o fascínio, o encanto, a vida, a capacidade de gerar encontro com o Senhor, a alegria de formar discípulos, mas discípulos missionários, não se chegará longe. Os apelos da Igreja, porém, continuam a ser fortes e claros, mas precisam de ser acolhidos no coração de cada um, sem medo nem pessimismos.
Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões, o Papa torna presente a imediata atitude dos discípulos de Emaús, quando, à partida, as coisas não estavam a correr do seu agrado. Tudo quanto, por aqueles dias, estava a acontecer em Jerusalém não lhes augurava nada de bom, não ia de encontro aos seus interesses. As coisas não corriam como eles as sonhavam e queriam que acontecessem. Confusos e desiludidos, deixaram esfriar o coração e cederam à tentação de deixar a comunidade dos discípulos e regressar a Emaús, isto é, ao seu cantinho de conforto, ao sofá. O pessimismo invadira-os, a esperança de que Jesus fosse realmente o Messias esvaziara-se neles, sentiam-se frustrados e inseguros. Pelos tempos adentro, porque a lógica de Deus não é a nossa lógica, com certeza que continuará a haver quem, tal como eles, acarinhe dúvidas, inquietações, desilusões, vazio, resistência, demissão e isolamento, afastando-se da comunidade e afunilando-se pelo caminho dos seus Emaús. Esse é o caminho das soluções fáceis, do deixar cair os braços, do pensar que não vale a pena, de dar o tempo gasto como tempo perdido, de se orientar pelas meras impressões ou aparências. Ninguém deve esquecer que o Senhor “é maior do que os nossos problemas”, que a missão que Ele nos confiou “é d’Ele e nós somos simplesmente os Seus humildes colaboradores”, que Ele não falha, não falta, não se esconde nem se ausenta. Quando deixamos enfraquecer em nós a vida nova que Cristo nos conquistou, quando duvidamos da promessa que Ele nos fez de ser nosso companheiro de viagem, quer na vida quer na missão, quando esquecemos a mensagem do presépio, da cruz e do cenáculo, tudo se torna possível e amargo.
É por isso que “a conversão missionária permanece o principal objetivo que nos devemos propor como indivíduos e como comunidade”. E se todos os povos ‘têm o direito de receber o Evangelho’, nós, os cristãos, temos “o dever de o anunciar sem excluir ninguém, não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível”.
A família é o primeiro ‘ginásio’, com uma variedade imensa de instrumentos a utilizar para treinar todas as dimensões da pessoa para amar a Deus e aos outros com responsabilidade e proveito mútuo. Aí se evangeliza, se aprende a evangelizar, se toma consciência de quão importante é a oração, a oferta do sofrimento, o estímulo que se dá, o compromisso na comunidade e o apelo ao testemunho de cada um no ambiente em que vive, estuda, trabalha ou se diverte.
A comunhão, a participação e a ação missionária muito dependem deste ‘arder do coração’, de cada um reconhecer e viver o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, de trazer “o seu fogo e a sua luz no olhar”. É esse o único “amor que torna sempre jovem a Igreja em saída, com todos os seus membros em missão para anunciar o Evangelho de Cristo”.

D.Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 18-08-2023.


quinta-feira, 17 de agosto de 2023

É preciso coragem para ir para o céu



De quanta coragem és capaz? A tua grandeza mede-se por aí. Atenção, não é uma questão de saber quantas vitórias tens, mas sim de quantos fracassos suportaste sem perder a firmeza da vontade!

Mais importante do que sabermos o nosso dever, é termos a coragem de o fazer. Há quem passe muito tempo a pensar e até acaba por decidir-se pela opção mais correta, mas depois disso… fica imóvel e nada faz! Ora, isso é igual, ou pior, do que não decidir ou não pensar!

Quem és quando ninguém está a olhar? Se queres dar a ti mesmo um coração cheio de bravura, então precisas de agir de forma correta, sem que te importe se estás diante de muita gente que te observa ou se estás isolado ao ponto de ninguém poder imaginar o que estás a fazer. Faz o que tens a fazer sem te distraíres nem com a multidão nem com a solidão.

A coragem é a base das virtudes. Qualquer nobreza de caráter depende do que se faz. A prudência em demasia é um vício, não um bem. O caminho da verdade é muitas vezes tido por insensato aos olhos deste mundo.

Encontra em ti a coragem e arma-te com ela diante de tudo. Se o medo te assaltar, ignora-o, continua e faz o mesmo que farias se ele não te tivesse atacado. Lembra-te de que o importante é o que fazes, não o que tiveste de enfrentar dentro de ti para o conseguires realizar. São muitas as pessoas que encontram a força de que precisam no desespero em que estão perdidas… deixa-te inspirar por elas.

Nas questões importantes, não sejas mais crescido do que aquelas crianças que são capazes de viverem em constante felicidade, por entre as lágrimas e as gargalhadas de cada dia.

A vida eterna é apenas para quem quer mesmo ser feliz e faz por isso.


José Luís Nunes Martins


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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Uma Igreja de amadores


Acho que somos uma igreja de amadores, ou melhor, de profissionais amadores. Porquê? Porque amamos muito o que fazemos! Só isso pode explicar a dedicação e o empenho de tantos. Sim, somos amadores porque amamos.

Amamos o extraordinário que a fé nos faz sentir.

Amamos o bem que podemos fazer.

Amamos ser comunidade.

De Cristo recebemos essa mesma missão: Amar.

Mas amar é exigente, implica entrega e capacidade de perdoar. Em Igreja somos recordados a agir, sentir e fazer com o discernimento que o Espírito Santo nos dá, e não apenas com o nosso juízo de valor. E ouvir o Espírito Santo, implica saber escutar e rezar. É que entre o que te parece ser, o que achas, e o que realmente é pode haver uma grande diferença e levar a julgamentos precipitados que nos toldam a a forma de viver em comunidade.

Somos profissionais amadores porque vejo uma igreja repleta de profissionais nas mais diversas áreas, que exercem profissões mais ou menos qualificadas mas que têm todo um potencial maravilhoso. Sabem escrever como ninguém, têm jeito para as artes, tecnologias, organização, musica…. eu sei lá! Mas porque não os conseguimos cativar a pôr ao serviço da sua comunidade o seu profissionalismos em gestos de amor. Porquê não os cativamos? O que não estamos a conseguir transmitir?

Alegria?

Se calhar é isso! Somos uns cristãos tristes, cansados e desanimados em que tudo nos pesa e nos consome. E, às vezes, é mesmo assim que nos sentimos. Pomos ao serviço o que de melhor temos e nem sempre nos sabemos estimar, cuidar e engrandecer. Com o medo de nos roubarem o lugar habitual, somos incapazes de chamar quem faz melhor do que nós. Somos desconfiados, invejosos como se quisessemos guardar algo de preciosos, só para nós, para os escolhidos….

Nada mais errado, digo eu. À medida que nos fechamos, enchemo-nos de medo e perdemos capacidade de fazer render os nossos talentos.

Então:

Faça-se Pentecostes!

Sai de casa, faz caminho, chama todos os que quiserem fazer algo de bom. Chama-os, acolhe-os e põe-nos em ação.

Mas, querida Igreja que tanto amo, foi Jesus que os impeliu a ser corajosos porque, se bem me lembro, os apóstolos fraquejaram. Por isso, na Igreja, que somos todos, uns têm mais responsabilidade que outros, e precisamos que, quem de direito, proporcione o Pentecostes.

Que, quem de direito, nos chame à ação e nos faça sentir amados.

Que, quem de direito, nos dê o seu exemplo e rompa com tantos preceitos que nos prendem o espirito…

… e dê também o seu exemplo, de proximidade e espirito de missão que não se limite a celebrar missas, por mais importantes que sejam…

…que não sejam meros administradores de bens mas inspiradores de alma.

Somos profissionais amadores porque amamos com tudo o que somos e com todo o profissionalismo que uma causa como esta merece.

E tu amiga? Amas a tua igreja?

Raquel Rodrigues


terça-feira, 15 de agosto de 2023

Celebração em Honra de Nossa Senhora de Assunção

 

Arronches celebra esta terça feira, dia 15 de agosto as Festas em Honra de Nossa Senhora da Assunção,, com Missa Solene seguida de Procissão acompanhada pela Banda Euterpe de Portalegre.

A procissão foi ainda acompanhada com desfile de carroças dos Romeiros de Esperança.


A partir das 22h00 está agendada uma noite de fados na escadaria da Igreja Matriz, em honra da nossa Padroeira.


Uma noite de verão organizada pela Paróquia de Arronches ,com apoo da Junta de Freguesia e Câmara Municipal, que se espera animada na Praça da República.





Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

 



Bendita és tu, Maria! Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu... Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas...
Primeira leitura: Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.
Salmo: Bendita és tu, Virgem Maria! A esposa do rei é Maria. Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à glória do seu Filho.

Segunda leitura: Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens. A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta a emergência de uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão.
Todo o capítulo 15 desta epístola é uma longa demonstração da ressurreição. Na passagem escolhida para a festa da Assunção, o apóstolo apresenta uma espécie de genealogia da ressurreição e uma ordem de prioridade na participação neste grande mistério. O primeiro é Jesus, que é o princípio de uma nova humanidade. Eis porque o apóstolo o designa como um novo Adão, mas que se distingue absolutamente do primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte, ao passo que o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida.
O apóstolo não evoca Maria, mas se proclamamos esta leitura na Assunção, é porque reconhecemos o lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da ressurreição.

Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!

O cântico de Maria descreve o programa que Deus tinha começado a realizar desde o começo, que ele prosseguiu em Maria e que cumpre agora na Igreja, para todos os tempos.
Pela Visitação que teve lugar na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra. Pela Dormição e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe pelos caminhos celestes, para o templo eterno, para uma Visitação definitiva. Nesta festa, com Maria, proclamamos a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar a ele pelo caminho da ressurreição.
Em Maria, Ele já realizou a sua obra na totalidade; com ela, nós proclamamos: "dispersou os soberbos, exaltou os humildes". Os humildes são aqueles que crêem no cumprimento das palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que acolhem até ao mais íntimo do seu ser a Vida nova, Cristo, para o levar ao nosso mundo. Deus debruça-se sobre eles e cumpre neles maravilhas.


Rezar por Maria.
Frequentemente, ouvimos a expressão: "rezar à Virgem Maria"... Esta maneira de falar não é absolutamente exacta, porque a oração cristã dirige-se a Deus, ao Pai, ao Filho e ao Espírito: só Deus atende a oração. Os nossos irmãos protestantes que, contrariamente ao que se pretende, por vezes têm a mesma fé que os católicos e os ortodoxos na Virgem Maria Mãe de Deus, recordam-nos que Maria é e se diz ela própria a Serva do Senhor.
Rezar por Maria é pedir que ela reze por nós: "Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte!" A sua intervenção maternal em Caná resume bem a sua intercessão em nosso favor. Ela é nossa "advogada" e diz-nos: "Fazei tudo o que Ele vos disser!"

Rezar com Maria.

Ela está ao nosso lado para nos levar na oração, como uma mãe sustenta a palavra balbuciante do seu filho. Na glória de Deus, na qual nós a honramos hoje, ela prossegue a missão que Jesus lhe confiou sobre a Cruz: "Eis o teu Filho!" Rezar com Maria, mais que nos ajoelharmos diante dela, é ajoelhar-se ao seu lado para nos juntarmos à sua oração. Ela acompanha-nos e guia-nos na nossa caminhada junto de Deus.

Rezar como Maria.
Aprendemos junto de Maria os caminhos da oração. Na escola daquela que "guardava e meditava no seu coração" os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus, nós meditamos o Evangelho e, à luz do Espírito Santo, avançamos nos caminhos da verdade. A nossa oração torna-se acção de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: "que tudo seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!"


https://www.dehonianos.org/

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

FESTAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DE ASSUNÇÃO

Divulgamos que às grandes vozes já presentes no cartaz deste ano iremos juntar mais duas magníficas vozes, Paula Cruz e Inês Villa-Lobos para animar a noite de fados da Nossa Padroeira..

Contamos com uma noite de excelência e bastante animada.

Compareça!

Praça da República de Arronches

15 de agosto
22:00 horas









domingo, 13 de agosto de 2023

Quem é Deus? Como é Deus?

 


A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um Deus apostado em percorrer, de braço dado com os homens, os caminhos da história.
A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do seu compromisso, a fazerem uma peregrinação ao encontro do Deus da comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações espectaculares, mas na humildade, na simplicidade, na interioridade.
Quem é Deus? Como é Deus? É possível provar, sem margem para dúvidas, a existência de Deus? Estas e outras perguntas já as fizemos, certamente, a nós próprios ou a alguém. Todos nós somos pessoas a quem Deus inquieta: há um "qualquer coisa" no coração do homem que o projecta para o transcendente, que o leva a interrogar-se sobre Deus e a tentar descobrir o seu rosto... No entanto, Deus não é evidente. Se confiarmos apenas nos nossos sentidos, Deus não existe: não conseguimos vê-l'O com os nossos olhos, sentir o seu cheiro ou tocá-l'O com as nossas mãos. Mais ainda: nenhum instrumento científico, nenhum microscópio electrónico, nenhum radar espacial detectou jamais qualquer sinal sensível de Deus. Talvez por isso o soviético Yuri Gagarin, o primeiro homem do espaço, mal pôs os pés na terra apressou-se a afirmar que não tinha encontrado na estratosfera qualquer marca de Deus... O texto que nos é proposto convida todos aqueles que estão interessados em Deus, a descobri-l'O no silêncio, na simplicidade, na intimidade... É preciso calar o ruído excessivo, moderar a actividade desenfreada, encontrar tempo e disponibilidade para consultar o coração, para interrogar a Palavra de Deus, para perceber a sua presença e as suas indicações nos sinais (quase sempre discretos) que Ele deixa na nossa história e na vida do mundo... Tenho consciência de que preciso encontrar tempo para "buscar Deus"? De acordo com a minha experiência de procura, onde é que eu O encontro mais facilmente: na agitação e nos gestos espectaculares, ou no silêncio, na humildade e na simplicidade?
O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à "outra margem" a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa "viagem", a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte: em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l'O, a acolhê-l'O e a aceitá-l'O como "o Senhor".
Para que seja possível viver de forma coerente e corajosa na dinâmica do Reino, os discípulos têm de estar conscientes da presença de Jesus, o Senhor da vida e da história, que as forças do mal nunca conseguirão vencer nem domesticar. Ele diz aos discípulos, tantas vezes desanimados e assustados face às dificuldades e às perseguições: "tende confiança. Sou Eu. Não temais". Os discípulos sabem, assim, que não há qualquer razão para se deixarem afundar no desespero e na desilusão. Mesmo quando a sua fé vacila, eles sabem que a mão de Jesus está lá, estendida, para que eles não sejam submergidos pelas forças do egoísmo, da injustiça, da morte. Nada nem ninguém poderá roubar a vida àqueles que lutam para instaurar o Reino. Jesus, vivo e ressuscitado, não deixa nunca que sejamos vencidos.
A segunda leitura sugere que esse Deus, apostado em vir ao encontro dos homens e em revelar-lhes o seu rosto de amor e de bondade, tem uma proposta de salvação que oferece a todos. Convida-nos a estarmos atentos às manifestações desse Deus e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.
Este texto propõe-nos também uma reflexão sobre as oportunidades perdidas... Israel, apesar de todas as manifestações da bondade e do amor de Deus que conheceu ao longo da sua caminhada pela história, acabou por se instalar numa auto-suficiência que não lhe permitiu acompanhar o ritmo de Deus, nem descobrir os novos desafios que o projecto da salvação de Deus faz, em cada fase, aos homens. O exemplo de Israel faz-nos pensar no nosso compromisso com Deus... Em primeiro lugar, mostra-nos a importância de não nos instalarmos num esquema de vivência medíocre da fé e sugere que o "sim" a Deus do dia do nosso baptismo precisa de ser renovado em cada dia da nossa vida... Em segundo lugar, sugere que o cristão não pode instalar-se nas suas certezas e auto-suficiências, mas tem de estar atento aos desafios, sempre renovados, de Deus... Em terceiro lugar, sugere que o ter o nome inscrito no livro de registos da nossa paróquia não é um certificado de garantia de salvação (a salvação passa sempre pela adesão sempre renovada aos dons de Deus).

https://www.dehonianos.org/

sábado, 12 de agosto de 2023

Primeira mensagem do novo patriarca à diocese sublinha herança da JMJ


D. Rui Valério deixa saudação aos jovens e dirige-se às vítimas de abusos, assumindo política de «tolerância zero»



Lisboa, 10 ago 2023 (Ecclesia) – D. Rui Valério, novo patriarca de Lisboa, publicou hoje a primeira mensagem à diocese, destacando a herança deixada pela JMJ 2023, com referências especiais aos jovens e às vítimas de abusos na Igreja.

“Para os jovens e com os jovens, somos chamados a ser Igreja missionária e em saída, levando no coração o ardor de chegar a todos”, refere, num texto enviado à Agência ECCLESIA.

O até agora bispo das Forças Armadas e de Segurança foi nomeado pelo Papa como sucessor de D. Manuel Clemente, patriarca desde 2013, quatro dias após o final da edição internacional da JMJ.

“Um dos modos mais pertinentes para manter viva a chama e a mística da Jornada Mundial da Juventude é não deslocar o foco dos jovens”, sustenta D. Rui Valério.

Referindo-se à JMJ 2023, que se concluiu no domingo, com mais de milhão e meio de participantes, o patriarca eleito fala de Lisboa como “capital da juventude e cidade da esperança”.

“Para sempre os teus dias serão Jornadas de encontro e a tua história de horizontes onde todos têm lugar”, escreve, deixando votos de que a experiência do encontro mundial, presidido pelo Papa, dê “fruto abundante de humildade, de santidade e de serviço missionário que sonha chegar a todos”.

O novo patriarca saúda os jovens e agradece pela “dádiva da alegria e do entusiasmo com que iluminaram de esperança o céu da humanidade”.

“Agora sois os depositários de um dinamismo de vida e esperança que juntos iremos expandir para manter vivo”, acrescenta.

A mensagem deixa ainda uma saudação particular aos “irmãos e irmãs vítimas de abusos por membros da Igreja”.

“Partilho da vossa dor e, juntos, vamos prosseguir, com esperança, no caminho da cura total do vosso e nosso sofrimento, da tolerância zero”, indica D. Rui Valério.

O novo patriarca assume a “grandiosa missão de servir a Igreja de Lisboa”, que apresenta como uma “barca imensa repleta de vida, de serviço, de santidade e de história missionária”.

“Aqui, em Lisboa, Deus falou e tocou o coração e a vida da nossa amada Igreja, na qual estão todos e todos dela fazem parte. Estamos convocados a escutar-nos reciprocamente, permanecendo e caminhando juntos, ao bom jeito de sinodalidade, para escutar a voz de Deus na Palavra que Ele dirigiu a cada um de nós”, adianta.

O responsável refere que aceitou a nomeação para a nova missão “na mais estrita fidelidade ao Santo Padre e em espírito de obediência”.

A mensagem evoca a história da Igreja Católica em Lisboa, “missionária e evangelizadora”, convidando todos à “alegria no serviço”.

D. Rui Valério saúda o seu antecessor, D. Manuel Clemente, e os bispos auxiliares do Patriarcado de Lisboa, D. Joaquim Mendes e D. Américo Aguiar, dirigindo-se aos membros do clero e institutos de Vida Consagrada.

O novo patriarca sublinha o papel dos leigos, em particular no processo sinodal em curso até 2024, por iniciativa do Papa Francisco.

“Na mudança de época que vivemos, pertence-vos a vós a determinante responsabilidade da Evangelização do mundo e da cultura nas suas mais variadas vertentes, e de configurar o rosto sinodal do Povo de Deus”, aponta.

A mensagem recorda as autoridades civis e quem não pertence à comunidade católica, assumindo “disponibilidade para dialogar”.

“Todos somos chamados a construir o bem e a servir a casa comum onde nos é dado coabitar pacífica e harmoniosamente”, refere D. Rui Valério.

A tomada de posse do novo patriarca vai acontecer a 2 de setembro, pelas 11h00, na Sé Patriarcal, diante do Cabido; a entrada solene na diocese tem lugar no dia seguinte, domingo, às 16h00, no Mosteiro dos Jerónimos.

D. Rui Valério, de 58 anos, foi ordenado bispo a 25 de novembro de 2018 no Mosteiro dos Jerónimos, em cerimónia presidida por D. Manuel Clemente.

Na Conferência Episcopal Portuguesa, tem funções de delegado para as relações bispos/vida consagrada e é membro da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.

OC

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

FIRME NA PRANCHA FRANCISCO SUBIU AO PÓDIO


Neste ‘Jardim da Europa à beira-mar plantado’, usando o verso de Tomás Ribeiro, “Aqui... onde a terra se acaba e o mar começa”, como Camões escreveu e Francisco citou, Lisboa, sem medo dos adamastores, ultrapassou o cabo das tormentas e tornou-se o cabo da boa esperança. O palco não caiu, não senhor: graças a Deus e aos homens de boa e má vontade! Aos governantes, às forças policiais, às organizações nacional e diocesanas, a todos os envolvidos por este Portugal abaixo e acima, à multidão de voluntários, a todos tiramos o nosso chapéu. Não só pelo sentimento de segurança que em todos geraram, mas também por se terem envolvido na alegria desta festa sem igual, diferente. Uma festa mal dormida e cansativa, é verdade, mas Festa! Festa cristã, concorrida e centralizada em Cristo e nas pessoas: com divertimento, cultura, partilha, silêncio, reflexão, oração, purificação, celebração e testemunho profético: Festa é Festa!
Lisboa foi a capital da Europa e do mundo, a capital da alegria, da fraternidade e da paz em movimento, a capital da fé, da esperança e da caridade, da juventude e do futuro, da ecologia integral, da amizade social, da misericórdia! Já em Roma, o Papa referiu que “enquanto em certos salões escondidos se planeia a guerra”, a JMJ “mostrou a todos que outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos flutuam juntas, lado a lado, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas!”
Surfando na grandiosa onda de juventude, o Papa, de pé e firme na prancha, foi o primeiro surfista de qualidade e eficácia, apaixonado pela modalidade. Da crista da onda à base, teve e combinou manobras inovadoras. Entrou no tubo da onda, surfou com força, velocidade e fluidez. Não submergiu no meio do turbilhão da onda nem fez discursos a lembrar a espada de D. Afonso Henriques que é longa e chata, como dizia não sei quem! Devido à sua competência e lugar no pódio, mesmo sem prestar atenção às lesões da idade, já tem agendadas novas competições no circuito mundial deste desporto do bem fazer e fazer bem. A próxima é na Mongólia, de 31 de agosto a 4 de setembro. Atingindo a todos com a sua arte de dizer, gerou empatia, tocou, envolveu crentes e não crentes, disse e voltou a dizer. Com entusiasmo e insistência, desafiou os jovens e todas as pessoas de boa vontade a serem surfistas do amor, a terem a coragem de substituir os medos pelos sonhos, a que não fossem meros administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!
Foi bonito de se ver e viver! Gente de cara lavada e feliz, traquina e fraterna, inquieta e peregrina em busca de sentido para a vida, não andou “pelas ruas a gritar a sua raiva, mas a partilhar a esperança do Evangelho, a esperança da vida”. De alegria incontida e contagiosa, fizeram ecoar por todos os cantos deste país a beleza de ser cristão com o “desejo de criar coisas novas, fazer-se ao largo e navegar juntos rumo ao futuro”. O ponto de apoio para esta feliz aventura na vida, é saber que somos preciosos aos olhos de Deus, que Ele nos ama e chama pelo nome, que diante d’Ele ninguém é um número, ninguém é fabrico em série. Tal como é, cada um é único, “é um rosto, é uma cara, é um coração”.
E este Deus que a todos ama, saiu de si mesmo e veio ao nosso encontro para caminhar connosco. Fez-se homem em tudo igual a nós, exceto no pecado, amou-nos até fim, caminha connosco e por nós, por amor. “A Cruz é o sentido maior do maior amor, daquele amor com que Jesus quer abraçar a nossa vida ... quando contemplamos o Crucificado, naquela condição tão dolorosa, tão dura, vemos a beleza do Amor que dá a sua vida por cada um de nós”.
Aos que creem em Cristo, decidiu Deus chamá-los à sua Igreja, a qual, prefigurada desde o princípio, admiravelmente preparada ao longo dos tempos, constituída por Jesus e manifestada em dia do Pentecostes, há de ser gloriosamente consumada no fim dos séculos (cf. LG2). Esta Igreja é a “comunidade dos que são chamados”, dos ‘que procuram fazer juntos o bem, agir no concreto e estar próximo dos mais frágeis’. Nela não há portas, há lugar para todos, ninguém está a mais, ninguém sobra. É verdade que “não somos a comunidade dos melhores, não! Somos todos pecadores, mas somos chamados assim como somos”. Somos uma comunidade em dinamismos de crescimento, em treino permanente, uma comunidade que se encaminha para uma meta, atenta a cada um e aberta à esperança, onde se rejeitam os olhares de sobranceria, os olhares de cima para baixo, os olhares de quem se sente no direito de julgar os outros. “Reparai – disse o Papa -, quando alguém tem de levantar ou ajudar uma pessoa a levantar-se, que gesto faz? Olha-a de cima para baixo. Trata-se da única ocasião, do único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo: quando queremos ajudá-la a levantar-se. Quantas vezes vemos pessoas que nos olham sobranceiras, por cima do ombro, de cima para baixo! É triste.”
Com mestria, Francisco virou o bico ao prego! Voltou para cada um de nós as primeiras perguntas que Deus fez ao homem. Como sabemos, Adão cedeu à tentação de rejeitar o estatuto de criatura e de querer ocupar o lugar de Deus. Logo sentiu ‘os passos’ de Deus na sua consciência, teve vergonha e medo, foi-se esconder. Deus, porém, chama-o pelo nome: Adão, «Onde estás?» (Gn3, 9). Caim, por seu lado, em vez de acolher, proteger e se alegrar com o êxito do seu irmão, tornou-se egoísta, matou o irmão. Deus chama-o pelo nome: Caim, «Onde está o teu irmão Abel?» (4, 9).
Neste momento agitado pelos ventos da história, o Papa, olhando “com grande afeto para a Europa, no espírito de diálogo que a carateriza”, também lhe perguntou: “para onde navegas, se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo?” E ainda: “Que rota estás a seguir, Ocidente? A tua tecnologia, que marcou o progresso e globalizou o mundo, sozinha não basta; e muito menos bastam as armas mais sofisticadas, que não representam investimentos para o futuro, mas empobrecimento do verdadeiro capital humano que é a educação, a saúde, o estado social”. E acentuou: “Sonho uma Europa, coração do Ocidente, que use o seu engenho para apagar focos de guerra e acender luzes de esperança; uma Europa que saiba reencontrar o seu ânimo jovem, sonhando a grandeza do conjunto e indo além das necessidades imediatas; uma Europa que inclua povos e pessoas com a sua própria cultura, sem correr atrás de teorias e colonizações ideológicas. E isto ajudar-nos-á a pensar nos sonhos dos pais fundadores da União Europeia: eles sonhavam em grande! (...) Para onde navegais, Europa e Ocidente, com o descarte dos idosos, os muros de arame farpado, as mortandades no mar e os berços vazios? Para onde navegais? Para onde ides se, perante o tormento de viver, vos limitais a oferecer remédios rápidos e errados como o fácil acesso à morte, solução cómoda que parece doce, mas na realidade é mais amarga que as águas do mar? Penso em tantas leis sofisticadas sobre a eutanásia!”.

D. Antonino Dias . Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 11-08-2023.

FESTAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO

 


quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Rui Valério, bispo das Forças Armadas, nomeado patriarca de Lisboa


Rui Valério, atual bispo das Forças Armadas, foi nomeado novo patriarca de Lisboa, sucedendo a Manuel Clemente no cargo e tornando-se o 18º sacerdote nas funções. O nome foi anunciado esta manhã pelo Vaticano no site oficial e toma posse a 2 de setembro, numa cerimónia marcada para as 11 horas.

O Papa Francisco, diz a nota do Vaticano, “aceitou a renúncia [das funções] de patriarca de Lisboa apresentada pelo cardeal Manuel José Macário do Nascimento Clemente” e “nomeou como patriarca de Lisboa o bispo Rui Manuel Sousa Valério”, atual bispo das Forças Armadas.

Também em comunicado, o patriarcado de Lisboa destaca “uma primeira mensagem à Igreja de Lisboa” em que Rui Valério sublinha a “intenção de escutar”, fazendo-o “sem deixar ninguém para trás”. O bispo referiu-se ainda à importância da participação dos jovens na vida da diocese, porque “sem eles a Igreja simplesmente morre”. Ideias que estão em linha com umas das principais notas do Papa Francisco da recente passagem por Portugal, em que repetiu inúmeras vezes que a Igreja é um espaço para “todos”.

“D. Rui Valério vai tomar posse da diocese no dia 2 de setembro, sábado, às 11 horas, na Sé Patriarcal, diante do Cabido. A entrada solene tem lugar no dia seguinte, Domingo, dia 3 de setembro, às 16 horas, na Igreja de Santa Maria de Belém (Jerónimos)”, refere a mesma nota do patriarcado, onde se lê que “o lema episcopal escolhido por D. Rui Valério é ‘In Manibus Tuis’ [Nas Tuas Mãos, na tradução do latim para português]”.

Manuel Clemente fala sobre um “pastor cordial e próximo”

Manuel Clemente, atual cardeal-patriarca demissionário, foi nomeado patriarca em maio de 2013 e chegou a cardeal dois anos depois, a 4 de janeiro de 2015. Manuel Clemente deixa as funções depois de, em julho, ter completado 75 anos, idade em que é obrigatório apresentar renúncia ao cargo (na verdade, até já tinha apresentado a renúncia ao Papa Francisco largos meses antes, em novembro de 2022, logo após a morte do até então bispo auxiliar de Lisboa, Daniel Batalha Henriques).

Numa mensagem em que saúda a nomeação de Rui Valério, o cardeal refere-se a “um pastor cordial e próximo” para definir o perfil do seu sucessor.

Também o Presidente da República assinalou a nomeação do novo patriarca de Lisboa, “agradece ao senhor D. Rui Valério a dedicação constante e qualificada com que exerceu as suas funções nos últimos cinco anos”, enquanto bispo das Forças Armadas. Marcelo “formula os melhores votos para a nova missão” de Rui Valério, deixando também uma nota de reconhecimento a Manuel Clemente, “cujo mandato de uma década termina com a Jornada Mundial da Juventude, momento de inequívoco significado nacional e projeção universal”.

Já em julho deste ano, Manuel Clemente falava sobre a sua saída das atuais funções apontando às responsabilidades que recairão sobre o escolhido pelo Papa Francisco para o patriarcado. “É absolutamente necessário olhar para Lisboa e esse olhar passa, com certeza, por quem tem de reorganizar o serviço episcopal. E não sou eu”, referia Manuel Clemente em entrevista à Agência Ecclesia. “É preciso alguém que reorganize a vida da diocese, em termos episcopais. E que também proponha ao Papa os seus colaboradores”, dizia ainda o até agora cardeal patriarca, esperando que o processo de substituição se fizesse “imediatamente”.

O bispo de Ourém que se sentia “envergonhado” com os casos de abusos na Igreja

Atualmente com 59 anos, Rui Valério é desde outubro de 2018 bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança.

Em entrevista à Rádio Observador, em dezembro de 2020 — ainda antes de começar um alargado trabalho de investigação sobre o problema dos abusos sexuais de menores no contexto da Igreja em Portugal —, Rui Valério assumia a “vergonha” pelos relatos que já então tinham vindo a público.

“É uma situação que nos envergonha, e a mim particularmente, por todas as razões e por mais uma. Desde o momento em que eu sei que a Igreja, os homens e as mulheres da Igreja, existem exatamente para suavizar, para responder, para ajudar o ser humano na esperança da sua vida, para os auxiliar, para reduzir o sofrimento, quando me é dito que a Igreja é a causa de sofrimento de alguém, isso é uma vergonha que me entristece e me deixa vermelho”, admitia na altura.

O agora nomeado patriarca de Lisboa — um nome anunciado apenas quatro dias após a passagem do Papa Francisco por Portugal, a propósito da Jornada Mundial da Juventude — entrou, em 1976, no seminário Monfortino, em Fátima, onde prosseguiu os estudos. Mais tarde, em 1984, ingressou no noviciado, em Santermo-in-Colle, em Bari (Itália).

Professou os votos perpétuos em outubro de 1990 e foi ordenado sacerdote no ano seguinte, em março, em Fátima. Rui Valério tem formação académica nas áreas da Filosofia e da Teologia. Em Roma, entre 1985 e 1987, estudou Filosofia, na Pontifícia Universidade Lateranense, e frequentou Teologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde concluiu a licenciatura, em 1992, com a especialização em Teologia Dogmática.

Na Bélgica, em Leuven, frequentou, entre 1995 e 1996, o curso de Espiritualidade Missionária, no Centre International Montfortain. Na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, em 1997, iniciou o Doutoramento em Teologia. Entre 1992 e 1993, foi capelão no Hospital da Marinha e, entre 2008 e 2011, capelão na Escola Naval.

Na Diocese de Beja, nas paróquias de Castro Verde, foi coadjutor, entre 1993 e 1995, e pároco, entre 2001 e 2007. No Patriarcado de Lisboa, foi coadjutor na Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, entre 1996 e 2001, e foi nomeado, em 2011, pároco da mesma paróquia.

Rui Valério trabalhou ainda, durante alguns anos, na Formação dos Postulantes dos Missionário Monfortinos. Em 2016, foi nomeado pelo Papa Francisco como “Missionário da Misericórdia”, durante o Ano Jubilar.

[Observador]

Louvor da bem-aventurada’



Podes trilhar em vão muitas milhas,
Podes longe buscar tua estrada
Só em Deus porém as maravilhas
São reais, diz a Bem-aventurada
Há horas que parecem um alto muro
E a alegria coisa vedada
Mas Deus nos aponta um futuro
No sorriso da Bem-aventurada 
Nos ásperos montes da Samaria
quando a dor faz subir a parada
Podes sempre escolher como guia
A estrela da Bem-aventurada
Sem Deus nossos sonhos são nada
Sem amor correremos em vão
A lição da Bem-aventurada
Seja mapa dos dias que virão 
Não olhes a vida da bancada
Não te deixes fora da história
Põe os olhos na Bem-aventurada
Acredita: do amor é a vitória!
Olha para dentro do teu coração
A noite já se torna iluminada
Faz do teu sim a grande razão
Como o sim da Bem-aventurada
Coro e Orquestra da JMJLisboa 2023 • Missa de Abertura, texto inédito do cardeal Tolentino Mendonça, ‘Louvor da bem-aventurada’.

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Tiago Bettencourt atuou na Jornada Mundial da Juventude

 

Aura Miguel e boa "onda" da JMJ. Portugal "nunca viu nada assim"

 

Papa manda mensagem para Portugal

 


Papa Francisco discursa no CCB (AP)
Papa Francisco discursa no CCB (AP)© TVI Notícias

O Presidente da República revelou esta segunda-feira uma mensagem que o Papa Francisco lhe enviou durante o voo de regresso a Roma após a Jornada Mundial da Juventude, que decorreu de 2 a 6 de agosto em Lisboa.

“No meu regresso a Roma, na conclusão da minha viagem apostólica, quero, mais uma vez, exprimir o meu profundo agradecimento a Vossa Excelência e ao Povo Português, pelo acolhimento carinhoso e a excelente hospitalidade que recebi durante a minha visita. Renovo as intenções das minhas orações para todos vós e cordialmente transmito a bênção de Deus, de Felicidade, Alegria e Paz, a toda a Nação portuguesa, Francisco”, lê-se numa nota divulgada no site da presidência.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Não podemos ficar na mesma!



A Igreja portuguesa não pode mais ficar na mesma. Depois desta demonstração de adesão, de harmonia, de união e de alegria dos jovens, a Igreja portuguesa não pode continuar na mesma. Depois de todas as palavras de esperança, de alento e de valorização do espaço de todos na Igreja, por parte do Papa Francisco, a Igreja portuguesa não pode ficar na mesma. Depois de toda a vivência e convivência, nós, Igreja Católica Apostólica Romana, não podemos ficar na mesma. Não podemos continuar a achar que não somos capazes de mais. Não podemos continuar a acreditar que não somos capazes de amar muito mais. Não podemos continuar a acreditar que isto é só para alguns. Não podemos continuar a achar que não somos responsáveis pelo bem de cada um e de cada uma. Não podemos continuar a achar que não somos convidados a fazer a diferença.

A JMJ está a incendiar o que de melhor há na Igreja e na sociedade: a capacidade de reconhecermos que juntos vamos mais longe e que a igualdade acontece na beleza da diversidade. Como poderemos, depois da JMJ, afirmar que não há lugar para todos? Como poderemos, depois da JMJ, afirmar que os jovens não estão disponíveis para a Igreja? Como poderemos, depois da JMJ, continuar a ignorar os mais desfavorecidos e marginalizados da nossa sociedade? Como poderemos, depois da JMJ, não nos sentirmos interpelados a ser e a fazer mais e melhor?

“Há pressa no ar.”. Não nos podemos esquecer disto, não podemos ficar eternamente em êxtase. Depois da JMJ é tempo de continuarmos com pressa, mas sem nos apressarmos, nem nos precipitarmos nos atos e nas palavras. Será tempo de rejuvenescer. Será tempo de dar uma nova forma à Igreja e, para isso, teremos de permitir que o Espírito Santo continue a atuar como tem feito de forma tão bela nesta JMJ.

"Procurar e arriscar: são os dois verbos do peregrino". É, efetivamente, tempo de nos tornarmos peregrinos. Na nossa vida e na vida dos outros. Caminhando lado a lado. Sem julgamentos. Sem fórmulas. Apenas permitir que todos possam fazer caminho e que nesse caminhar possam procurar e arriscar em Deus.

“Também este idoso que vos fala sonha que a vossa geração se torne uma geração de mestres: mestres de humanidade, mestres de compaixão, mestres de novas oportunidades para o planeta e seus habitantes, mestres de esperança. Mestres que defendam a vida do planeta, ameaçada neste momento por uma grave destruição ecológica.”. É tempo de sermos mestres do serviço, dessa humanidade capaz de se compadecer com as necessidades e a realidade de cada pessoa. É tempo de colocarmos o Evangelho em ação, isto é, deixar que tudo o que somos e fazemos seja reflexo dessa Boa Nova capaz de gerar vida em abundância.

Espero e anseio, profundamente, que a JMJ não nos deixe na mesma e que crie um dinamismo capaz de fazer mudanças. E, acima de tudo, que não nos recorde sempre que “Jesus ama-nos desde o nosso nome e rosto. (…) Deus ama-nos como somos, sem maquilhagem”.

Emanuel António Dias


domingo, 6 de agosto de 2023

Festa da Transfiguração do Senhor

 


É de revelação que se trata neste domingo: somos convidados a contemplar a divindade de Cristo que se manifesta aos olhos dos homens.
A primeira leitura fala da revelação em termos de “visão”: cena grandiosa do Filho do homem servido por todos os povos. A visão do profeta Daniel acontece quando o povo sofre a perseguição e a deportação. Nesta situação que parece desesperada para a fé, Deus anuncia o seu grande projeto de enviar, não um anjo ou qualquer outro mensageiro celeste, mas o Filho do homem.
O anúncio de um “filho de homem” que virá “sobre as nuvens” para instaurar um reino que “não será destruído” leva-nos a Jesus. Ele veio ao encontro dos homens para lhes propor uma nova ordem, em que os pobres, os débeis, os fracos, os marginalizados, aqueles que não podem fazer ouvir a sua voz nos grandes areópagos internacionais, não mais serão humilhados e espezinhados. Jesus introduziu na história uma nova lógica, substituindo a lógica do orgulho e do egoísmo, por uma lógica de amor, de serviço, de doação. É verdade que, mais de dois mil anos depois do nascimento de Jesus, esse reino ainda não se tornou uma realidade plena na nossa história; contudo, o reino proposto por Jesus está presente na vida do mundo, como uma semente a crescer ou como o fermento a levedar a massa. Compete-nos a nós, discípulos de Jesus, fazer com que esse reino seja, cada dia mais, uma realidade bem viva, presente e actuante no nosso mundo.
O Salmo 96 canta que o Senhor é rei e que os povos viram a sua glória!
Na segunda leitura, Pedro dá testemunho da “glória resplandecente de Deus” vinda sobre Jesus. O seu comentário da Transfiguração é tão esclarecedor que não saberíamos dizer melhor: todo o mistério da Luz vinda nas nossas trevas é proclamado nestas poucas palavras. Esta mensagem é um motivo de esperança para nós, que estamos a caminho, e um incentivo a sustentar a nossa espera do regresso do nosso Mestre.
O Evangelho relata o episódio da Transfiguração em que a voz do Pai designa Jesus como seu “Filho bem-amado”, Aquele que devemos escutar. Aqui está todo o sentido da festa de hoje: celebrar este instante de Luz pelo qual Jesus se faz conhecer, contemplar a visão do Senhor transfigurado, escutar a sua mensagem, descer do monte e espalhar a Luz à nossa volta.
A interpretação tradicional desta cena da Transfiguração liga-a à agonia e à paixão de Jesus, em que os três discípulos verão o seu Mestre humilhado. Mas podemos descobrir aí uma outra dimensão. Com efeito, a luz que transfigura o rosto de Jesus não para no seu corpo. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear». Cremos facilmente que o nosso corpo para na nossa pele. É certo que temos um corpo bem definido, com peso e medida… Mas esquecemos demasiado que, na realidade, o nosso corpo está organicamente ligado a toda a criação. Somos tirados do pó da terra e, dizem os sábios, somos moldados pelo pó das estrelas. O nosso corpo não pode viver independentemente do resto da criação. O Filho de Deus, ao tornar-Se homem, assume toda esta dimensão corporal e cósmica. Integra n’Ele a totalidade do cosmos. Não vem salvar apenas as “almas”! Faz entrar toda a criação no movimento de amor que O liga ao Pai. A luz da Transfiguração que irradia sobre as vestes do Senhor é uma espécie de sinal de que toda a criação será, um dia, transfigurada pela glória de Deus.


https://www.dehonianos.org/

sábado, 5 de agosto de 2023

O segundo dia do Papa Francisco em 12 frases



#1 - “Não devemos ter medo de nos sentir inquietos, de pensar que tudo o que possamos fazer não basta. Neste sentido e dentro de uma justa medida ser descontente é um bom antídoto contra a presunção da autossuficiência e do narcisismo.”

#2 -“À universidade que se comprometeu a formar as novas gerações, seria um desperdício pensá-la apenas para perpetuar o atual sistema elitista e desigual do mundo com o ensino superior que continua a ser um privilégio de poucos (…). Se quem recebeu um ensino superior não se esforça por restituir aquilo de que beneficiou, significa que não compreendeu profundamente o que lhe foi oferecido.”

#3 - “Devemos reconhecer a urgência dramática de cuidar da casa comum. No entanto, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança da visão antropológica subjacente à economia e à política. Não podemos contentar-nos com simples medidas paliativas ou com tímidos e ambíguos compromissos (…) Trata-se, pelo contrário, de tomar a peito o que infelizmente continua a ser adiado: a necessidade de redefinir o que chamamos progresso e evolução.”

#4 -“Não esqueçais que temos necessidade de uma ecologia integral, de escutar o sofrimento do planeta juntamente com o dos pobres; necessidade de colocar o drama da desertificação em paralelo com o dos refugiados; o tema das migrações juntamente com a queda da natalidade; necessidade de nos ocuparmos da dimensão material da vida no âmbito de uma dimensão espiritual. Não queremos polarizações, mas visões de conjunto.”

#5 - “Não basta que um cristão esteja convencido, deve ser convincente (…) Além disso, o cristianismo não pode ser habitado como uma fortaleza cercada de muros, que ergue baluartes contra o mundo.”

#6 - “Uma vida sem crises é uma vida assética (…), é como água destilada. Água destilada é uma água sem crises. Não tem sabor a nada, não serve para nada, a não ser para guardar no roupeiro e fechar a porta.”

#7 -“Há que assumir e resolver as crises. Nas crises há que caminhar, assumi-las e raramente a sós. Isso também é importante. Caminhando juntos para enfrentar juntos a crise. E para comer uma feijoada.”

#8 - “Às vezes na vida há que sujar as mãos para não sujar o coração.”

#9 - “São as ilusões do virtual e devemos estar atentos para não nos deixarmos enganar, porque muitas realidades que nos atraem e prometem felicidade depois mostram-se pelo que são, coisas vãs, coisas supérfluas, coisas que não servem e que nos deixam vazios por dentro.”

#10 - “Com efeito, o teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, mas a tua utilidade para estudos de mercado.”

#11 - “O teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, mas a tua utilidade para estudos de mercado.”

#12 - “Nunca te canses de perguntar. Fazer perguntas é bom (…) quem pergunta permanece inquieto e a inquietação é o melhor remédio contra a habituação, aquela normalidade rasteira que anestesia a alma.”

[MadreMedia / Lusa]