… que corre, que desliza como água por entre nossos dedos
Há o tempo de embalar a criança no berço, de cantar cantigas de ninar e há o tempo de comprar peras d’água e torradas para o avô que foi operado do estômago.
Há o tempo de arrumar bolsas e sacolas com tudo o que for necessário para passar uns dias na praia. Há o tempo de ficar em casa para que os filhos estudem as lições que foram sendo deixadas de lado.
Há o tempo de se ficar em silêncio lendo um salmo no canto da sala e o tempo de remexer a terra no quintal e mudar a terra dos vasos de gerânios.
Há o tempo de trabalhar, de lutar, de fazer horas extras e pensar em economias.
Há o tempo de parar, tempo de rezar, de ouvir mais atentamente a voz do Senhor, tempo de jogar-se em seus braços. Há o tempo de pintar a casa, de limpar o quintal de fazer o bolo de nozes que todos apreciam e o tempo de parar, sentar, tomar um copo de água fresca. Há o tempo de nascer, crescer, perder os dentes de leite, de rir, de chorar, de namorar, de casar, de colocar um filho no mundo. Há o tempo de permanecer no centro da cena, de dar ordens e o tempo de retirar-se do palco, de esvaziar as gavetas.
Há o tempo de correr, de caminhar livre e apressadamente pelos caminhos dos parques e o tempo de andar devagar, bem devagar, com a ajuda de uma bengala.
É sempre tempo de amar, de levar em conta as pessoas que convivem connosco, em nossa casa, em nosso trabalho, em nossa comunidade de vida.
Para que alimentar ressentimentos? De que servem essas disputas tão tolas?
Por Frei Almir Ribeiro Guimarães
(Franciscanos)
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