quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Quando é que arriscaremos com o coração?



Quando é que arriscaremos com o coração? Quando é decidiremos partir em direção àquilo que realmente nos move? Não adianta arriscar somente na vida. Não adianta chegar mais longe se não nos levarmos por inteiro nesta caminhada. Não adianta construirmos tudo e mais alguma coisa se não nos deixarmos ficar pelas nossas obras.

Quando é que arriscaremos com o coração? Quando é que lhe daremos ouvidos? O adiamento não o silenciará. O adiamento levará a uma mera ilusão de que tudo está feito, de que estamos finalizados. Deixarmos que o coração nos dê as coordenadas da nossa viagem, não nos trará todas as certezas, mas confirmar-nos-á na vida. Dar-nos-á a saída para a nossa verdadeira plenitude.

Quando é que arriscaremos com o coração? Quando é que nos desprenderemos do medo? Talvez esteja na hora de o enfrentarmos e de o levarmos como um indicador de viagem capaz de nos alertar, mas não de nos paralisar. É possível caminhar com medo. É possível encontrarmo-nos com medo, porque ele nos faz sentir vivos e cientes do que já percorremos, mas não somos convidados a ficar nele. Somos, isso sim, incitados a superarmo-nos.

Quando é que arriscaremos com o coração? Quando é que nos deixaremos encontrar pelo amor? O amor que permanece. O amor que ensina a amar e a ser amado. O amor que fala de como tudo pode recomeçar. O amor que faz rebolar as pedras da nossa vida. O amor que nos faz ser luz terna e suave e que nos faz chegar cada vez mais longe.

Quando é que arriscaremos com o coração? Quando é que deixaremos que toda a nossa história seja contada por um simples olhar?


Emanuel António Dias

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