sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Lembra-me!



Lembra-me. Lembra-me de como tudo começou. De como Te apercebeste que tudo viria a ser diferente contigo. Que tudo viria a ser diferente a partir de Ti.

Lembra-me. Lembra-me como é que foi partir para bem longe e carregar no Teu coração a casa de tantos e tantas. De como foi entrar na vida de todos aqueles homens e mulheres e mergulhar por entre os seus olhares.

Lembra-me. Lembra-me como é que Te surgiu a certeza de Te tornares o Caminho, a Verdade e a Vida. De como surgiu essa Tua ideia de loucos de andares sobre as águas como quem anda sobre a terra.

Lembra-me. Recorda-me como é que foi aceitar tudo o que o Pai tinha escrito para Ti. De como foi andar de mãos dadas com quem já nem sabia o que era ser tocado. Conta-me como foi sorrir, brincar e saltar com aqueles que se alegravam com a Tua chegada. Diz-me. Diz-me como foi andar pelas margens da vida e encontrar rostos que esperavam por alguém que lhes olhasse.

Lembra-me. Lembra-me como é que é se dá tanto amor. De como é que se pode ser tão divino sendo tão humano. Fala-me como é que sabendo tudo isto conseguias deixar-Te comover e humedecer com a nossa humanidade. Explica-me como é que as Tuas mãos eram capazes de multiplicar alegrias, dividir preocupações e eliminar sofrimentos.

Lembra-me. Lembra-me como é que viste naqueles Teus amigos a oportunidade de nos dar a eterna salvação. De como foi carregar um peso que não tinha de ser Teu.

Lembra-me a razão de esperares sempre por nós. Lembra-me como é que só a Tua mão nos sabe agarrar. Lembra-me, hoje e em todos os dias da minha vida, de que isto não é nenhum conto de fadas.

Lembra-me que um dia o Teu amor nos salvou!


Emanuel António Dias

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