quinta-feira, 11 de agosto de 2022

"Passar de bestial a besta"


Certamente, a maioria das pessoas, senão todas, conhecem a expressão “passar de bestial a besta”. Por isso, se pensarmos bem, esta máxima é a mais pura realidade e aplica-se como uma luva ao nosso quotidiano. Chegamos a um ponto em que percebemos que dificilmente se pode subir mais na consideração de uma pessoa, ou que alguém pode subir mais na nossa consideração. Mas descer… há! Descer não tem limites! Passar de bestial a besta é algo que acontece numa fração de segundos e depois atingindo o estatuto de besta é sempre possível continuar a descer sem parar. Talvez, por isso, e por que a consideração tem uma estranha tendência para descer, passamos grande parte da nossa vida com a sensação de desilusão em relação aos outros. Bem, talvez a culpa nem seja daqueles a quem chamamos besta, é provável que a culpa até seja nossa, porque fazemos uma má gestão das expectativas. Assim nos tornamos masoquistas emocionais. Afinal de contas, a frase “passar de bestial a besta” já existe há muito tempo por algum motivo. Pedofilia deve ser devidamente punida, condenada, inaceitável, sem margem de dúvidas, aconteça ela onde quer que seja. Pedofilia é matar a vida em vida, é torturar e olhar no olhar de quem a padece a morte silenciosa onde apenas a alma grita em dor atroz. Devemos proteger os inocentes, ser a voz de quem não tem voz, mas não julgar sem prova dada o que apenas uma palavra dita pode mentir ou deturpar. Eu confio em Deus e confio na justiça, e sinto-me indigno de apontar, julgar, até prova em contrário. Devemos ter cuidado com o que dizemos, porque, às vezes, passamos de bestiais a bestas. Discutir este assunto, não é falar ou opinar sobre futebol, é falar de vidas que magoaram, destruíram, quebraram inocências sem peso e medida. Não julguemos sem antes sermos conhecedores da verdade, porque eu acredito na verdade, que a pedofilia é verdade, mas nem tudo o que se diz é como é. Mas sim, ela existe em todo o lado. Não queiramos ser pesados e medidos pelo que dizemos e depois achados sem peso. Apenas peço: respeitem e amem as crianças com o amor que lhes é digno.

RicardoEsteves.padre

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