domingo, 15 de dezembro de 2024

DOMINGO DA ALEGRIA

 




Continuamos, nesta terceira etapa do “caminho do advento”, a preparar a vinda do Senhor. Chamado “domingo Gaudete”, este terceiro domingo do advento convida-nos à alegria. A vinda do Senhor aproxima-se; a nossa libertação está cada vez mais perto.

Na primeira leitura, o profeta Sofonias convida Jerusalém a alegrar-se porque Deus revogou a sentença de condenação que pendia sobre o seu Povo. O amor de Deus é bem mais forte do que a sua vontade de castigar. Deus irá estabelecer a sua morada no meio do seu Povo, curando-o com o seu amor e abrindo-lhe as portas de um futuro repleto de alegria, de esperança e de paz.
Muitos acreditam que o medo é a única forma de levar os seres humanos a mudarem os seus comportamentos errados. Por isso, recorrem a ameaças, anunciam castigos, praticam – talvez com boas intenções – um “terrorismo espiritual” que provoca angústia, depressão e abre caminho a uma visão pessimista e negativa de Deus, da vida e do mundo. Talvez consigam, através do medo, mudar alguns comportamentos; mas o preço de tudo isso é muito alto: cria escravidão, sofrimento, consciência de culpa, traumas infindáveis. O que renova o mundo e o transforma não é o medo, mas o amor. O amor é que faz crescer, é que cria dinamismos de superação, é que nos torna mais humanos e mais livres, é que nos faz confiar, é que potencia o encontro e a comunhão… Devemos ter isto bem presente quando formos chamados a dar testemunho do Evangelho e a proclamar a proposta de salvação que o nosso Deus faz aos homens. No nosso testemunho de Deus, somos profetas do medo que escraviza, ou do amor que liberta? Anunciamos um deus justiceiro e intransigente, ou um Deus que ama incondicionalmente os seus queridos filhos?

No Evangelho João Batista, o profeta do advento, continua a propor-nos caminhos de conversão. Exorta-nos a uma mudança radical, que nos torne mais humanos, mais solidários, mais bondosos, mais misericordiosos. Partilhar os nossos bens com os necessitados, não defraudar o próximo, não exercer violência, são as marcas da vida nova, de uma vida segundo o Espírito. É nesse sentido que caminham os que esperam o Senhor.
Jesus veio batizar no Espírito Santo e no fogo. Ora, nós recebemos esse batismo. No momento da nossa adesão a Jesus renunciamos ao pecado e acolhemos o Espírito vivificador, esse Espírito que animava Jesus e que o impulsionava para dar testemunho do Reino. Temos vivido de forma coerente com o batismo que recebemos? Deixamo-nos conduzir pelo Espírito e produzimos frutos bons, frutos do Espírito? Somos testemunhas e arautos de um mundo mais fraterno, mais humano, mais pacífico?

Na segunda leitura, Paulo pede aos cristãos de Filipos que se alegrem porque “o Senhor está próximo”. Conscientes dessa proximidade, os cristãos caminham pela vida serenos e confiantes, distribuindo gestos de bondade e de generosidade, numa escuta constante de Deus, dos seus desafios e propostas. É assim que se espera o Senhor.
Não é possível acolhermos alguém com quem não comunicamos e de quem nos sentimos distantes. A espera do Senhor faz-se, portanto, num diálogo contínuo com Ele. Ao longo deste “caminho de advento”, temos arranjado tempo e disponibilidade para falar com Deus, para escutar a sua Palavra, para acolher as suas indicações, para lhe apresentar as nossas dúvidas, inquietações, sonhos e esperanças?



https://www.dehonianos.org/

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