O Deus que se vestiu de menino frágil e se apresentou aos homens no presépio de Belém encontrou abrigo numa família humana, a família de José e de Maria, dois jovens esposos de Nazaré, uma aldeia situada nas colinas da Galileia. Neste domingo, ainda em contexto de celebração do Natal do Senhor, a liturgia convida-nos a olhar para essa Sagrada Família; e propõe-nos que a vejamos como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares.
O Evangelho leva-nos até aos átrios do Templo de Jerusalém, onde o jovem Jesus está a ouvir as discussões dos rabis sobre a Palavra de Deus. Confrontado com a preocupação de Maria e de José, que o procuravam aflitos, Jesus enuncia o princípio fundamental que norteia a sua existência: Deus é o princípio, o centro e o fim de toda a sua vida; Ele fará sempre tudo para estar com Deus, para escutar Deus, para obedecer a Deus, para viver ao ritmo de Deus. Aliás, foi isso que Ele aprendeu com Maria e com José. A Família de Nazaré é uma família que se constrói à volta de Deus e do seu projeto.
Vivemos num tempo difícil, que não favorece a construção de um projeto familiar coerente com os valores de Deus. Muitos pais, afundados em mil dificuldades, ultrapassados por uma sociedade de egoísmo, de bem-estar, de indiferença, de incredulidade, não sabem como agir no sentido de oferecer aos filhos uma educação responsável, sã, solidária, coerente com a fé cristã. Não poderiam e não deveriam receber, no exercício da sua missão de educadores, uma ajuda mais concreta e eficaz a partir das comunidades cristãs? Que apoio é que a comunidade cristã poderá dar aos pais crentes que encontram dificuldades no projeto de educar responsavelmente os seus filhos?
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram o convite para ser “Homem Novo”. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A nossa vida de todos os dias é, a cada instante, marcada por tensões, ansiedades, conflitos e problemas que mexem com o nosso equilíbrio e a nossa harmonia. Perdemos o controlo, tornamo-nos quezilentos e conflituosos, criticamos os outros com palavras que magoam, assumimos poses de arrogância e de superioridade, enchemos as redes sociais com comentários infelizes… Talvez nos faça bem cada dia, em jeito de exame de consciência, reservar um momento para olhar para Jesus e para confrontar os nossos gestos, as nossas palavras, as nossas escolhas com os gestos, as palavras e as suas opções. Admitimos que esse “confronto” pode ajudar-nos a situar as perspetivas e a recentrar a nossa vida “em Cristo”?
A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais… É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.
É verdade que a vida de hoje é muito exigente a nível profissional e que nem sempre é possível a um filho estar presente ao lado de um pai que precisa de cuidados continuados ou de acompanhamento especializado. No entanto, se alguma vez as circunstâncias impuserem a necessidade de afastamento de um pai idoso ou descapacitado do ambiente familiar, isso não pode significar abandono e condenação à solidão. Seremos sempre responsáveis por aqueles que cativamos, e ainda mais por aqueles que foram, para nós, instrumentos do Deus criador e fonte de vida. Sentimo-nos responsáveis pelo bem-estar dos nossos pais, dos nossos avós, das pessoas idosas ou doentes que fazem parte da nossa história de vida?
www.dehonianos.org
A Sagrada Família cumpre exatamente todas as prescrições da Lei. Todos os anos, na festa da Páscoa, vão ao templo. A fidelidade deles serve de exemplo para nós. Também nós devemos cumprir exatamente as leis da Igreja e temos de trabalhar para que os outros as cumpram fielmente. É a Família que vai render homenagem a Deus. A família é um ser moral que tem seus deveres para com Deus, presta-lhe um culto público.
Recadinho
É fácil hoje envolver os filhos nas coisas da fé?
É difícil cumprir os preceitos da Igreja?
Ocupo-me em primeiro lugar das coisas de Deus?
Consigo crescer espiritualmente?
Rezo em família? Como e quando?
Você é feliz?
É difícil cumprir os preceitos da Igreja?
Ocupo-me em primeiro lugar das coisas de Deus?
Consigo crescer espiritualmente?
Rezo em família? Como e quando?
Você é feliz?
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