domingo, 8 de dezembro de 2024

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

 



A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi inscrita no calendário litúrgico pelo Papa Sisto IV em 28 de fevereiro de 1477. No entanto, o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria só foi proclamado pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, através da Bula Ineffabilis Deus. Nesta solenidade a liturgia propõe-nos o exemplo de Maria, a mulher sempre disponível para abraçar as indicações e os projetos de Deus.

Na segunda leitura Paulo reflete sobre “o mistério”, o projeto de Deus para o mundo e para os homens. Esse projeto, inscrito desde sempre na mente do próprio Deus, foi-nos revelado por Jesus Cristo. Com a sua vida, as suas palavras, os seus gestos, o seu amor até ao extremo, Cristo disse-nos como devíamos viver para encontrar vida em plenitude. Cada um de nós terá de fazer a sua opção e de dar a sua resposta à oferta que Deus nos faz.

O hino da Carta aos Efésios que a liturgia deste domingo nos trouxe afirma a centralidade de Cristo nesta história de amor que Deus quis viver connosco… Jesus veio ao nosso encontro, mostrou-nos o amor que o Pai nos tem e deu-nos a conhecer o “mistério” da sua vontade. Ele apontou-nos o caminho que devemos percorrer para nos tornarmos “filhos de Deus”, herdeiros da Vida eterna. Cristo, o nosso irmão, o Deus que se fez um de nós e caminhou no meio de nós, é a nossa grande referência. Estamos conscientes disso e caminhamos atrás de Jesus, sem o perder de vista? As suas palavras e os seus gestos são para nós a suprema indicação do caminho que devemos percorrer? Aqueles que caminham pelo mundo ao nosso lado encontram nos nossos gestos e atitudes sinais vivos do amor de Deus revelado em Jesus?

Na primeira leitura, recorrendo às figuras míticas de Adão e Eva, a catequese de Israel mostra-nos a humanidade que rejeita as propostas de Deus e prefere trilhar caminhos de egoísmo, de orgulho e de autossuficiência, à margem de Deus. Essa opção afasta os seres humanos da vida verdadeira; atira-os para um horizonte de sofrimento, de destruição, de infelicidade e de morte.

O nosso egocentrismo, além de afetar a nossa relação com os outros homens e mulheres, também afeta a nossa relação com o resto da criação. Quando só os nossos interesses pessoais comandam as nossas decisões e ações, a natureza deixa de ser a casa comum que Deus ofereceu a todos os homens como espaço de vida e de felicidade, para se tornar algo que usamos e exploramos em nosso proveito, sem considerar a sua dignidade, beleza e grandeza. O que é que a criação de Deus significa para nós: algo que podemos usar e explorar de forma egoísta, ou algo que Deus ofereceu a todos os homens e mulheres – inclusive àqueles que hão de vir depois de nós – e que devemos respeitar, guardar e cuidar com amor?

O Evangelho apresenta a resposta de Maria ao plano de Deus. Ao contrário de Adão e Eva, Maria rejeitou o orgulho, o egoísmo e a autossuficiência e preferiu conformar a sua vida, de forma total e radical, com os planos de Deus. Do seu “sim” total, resultou salvação e vida plena para ela e para o mundo.

É possível alguém entregar-se tão cegamente a Deus, sem reservas, sem medir os prós e os contras? Como é que se chega a esta confiança incondicional em Deus e nos seus projetos? Naturalmente, não se chega a esta confiança cega em Deus e nos seus planos sem uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus. Maria de Nazaré foi certamente uma mulher para quem Deus ocupava o primeiro lugar e era a prioridade fundamental. Maria de Nazaré foi seguramente uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n’Ele. No meio da agitação de todos os dias, encontramos tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais nas indicações que Ele nos dá?

https://www.dehonianos.org/

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