domingo, 1 de dezembro de 2024

Caminho do Advento

 





No início do “caminho de advento”, a Palavra de Deus fala-nos da “vinda do Senhor” e dá-nos indicações para a prepararmos. Convida-nos a viver este tempo com alegria e esperança, porque a nossa libertação “está próxima”; e desafia-nos a caminharmos atentos e vigilantes, escutando Deus e dando atenção aos irmãos com quem nos cruzamos a cada passo.

Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da Aliança garante a Judá que não esqueceu as suas promessas; e que vai enviar um “rebento” da família de David para, através dele, concretizar esse mundo de justiça e de paz com que o Povo sonha. O Messias, o “rebento” de David, trará ao Povo de Deus justiça, harmonia, vida em abundância.

Estamos a iniciar o tempo do “advento”. No nosso horizonte próximo está a vinda de Jesus. Ele, o “rebento de justiça” da família de David, vem ao nosso encontro para nos ajudar a vencer as nossas contradições e para nos ajudar a corrigir os passos mal andados que trazem sofrimento ao mundo e aos homens. A sua vinda será, portanto, um acontecimento feliz, que deve ser aguardado com alegria e com esperança. Como nos dispomos a viver este tempo de espera de Jesus? Será mais uma oportunidade que passa por nós sem nos tocar e transformar, ou será um tempo de verdadeira renovação, de verdadeiro compromisso, de verdadeiro encontro com Jesus?

No Evangelho, Jesus fala aos discípulos do “dia do Senhor”, o dia em que o mundo velho, prisioneiro do egoísmo, da maldade e do pecado, vai cair, a fim de dar lugar a um mundo novo. Esse dia será, para os discípulos, o dia da libertação, o dia da alegria suprema. Enquanto esperam que esse dia chegue, devem manter-se fiéis e vigilantes, escutando Deus e os seus apelos, atentos às necessidades e sofrimentos dos outros homens e mulheres com quem caminham.

Jesus também pede aos seus discípulos que, enquanto O esperam, orem “em todo o tempo”. A oração torna-nos íntimos de Deus e aprofunda a nossa comunhão com Deus. No diálogo com Deus apercebemo-nos dos projetos que Ele tem para o mundo e para os homens, interessamo-nos por esses projetos e assumimo-los como nossos; no diálogo com Deus percebemos como atuar, como fazer as coisas, como sermos testemunhas e sinais de Deus no nosso mundo; no diálogo com Deus, colhemos as forças para vivermos de acordo com os valores de Deus e para sermos colaboradores d’Ele na construção do mundo. Dispomo-nos, neste advento, a encontrar momentos para falarmos com Deus, para o escutarmos, para lhe dizermos o que nos vai no coração?

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Tessalónica – e os cristãos de todos os lugares e épocas – a esperarem a vinda do Senhor sem se deixarem tentar pela mediocridade e pela acomodação. O amor fraterno, “uns para com os outros e para com todos”, será a marca distintiva dos discípulos que esperam com fidelidade a vinda de Jesus.

Todas as vezes que nos reunimos para celebrar a eucaristia, somos convidados a rezar o “Pai nosso”, assumindo que Deus é o Pai de todos e que estamos ligados uns aos outros por laços fraternos. No entanto, nem sempre as nossas comunidades cristãs são a “casa da fraternidade” onde os irmãos se acolhem, se aceitam, se respeitam e se amam. Por vezes, deixamos que as quezílias, os ciúmes, as invejas, as maledicências, as vaidades pessoais se intrometam na comunidade e quebrem a comunhão e o entendimento fraterno. Talvez este tempo de advento possa ser um tempo para purificarmos a nossa fraternidade e construirmos comunidades onde se viva o amor “uns para com os outros e para com todos”. Estamos dispostos, neste tempo de advento, a fazer o que estiver ao nosso alcance para que as nossas comunidades cristãs deem ao mundo e aos homens um testemunho verdadeiro de fraternidade, de partilha, de comunhão?


www.dehonianos.org

Que não haja surpresas! Jesus refere-se ao juízo universal, mas também ao juízo particular que terá lugar na hora de nossa morte. E lembra-nos que nossa morte ou o juízo virá quando menos esperamos. Por isso é necessário estar alerta e ter sempre em ordem nossas “contas”, para que recebamos a sentença da salvação. Jesus indica como devemos preparar-nos: rezando continuamente!

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