domingo, 2 de fevereiro de 2025

Festa da Apresentação do Senhor

 




A “Festa da Apresentação do Senhor” já era celebrada no Oriente no séc. IV. A partir do ano 450, é designada, pelos nossos irmãos do Oriente, como “Festa do Encontro”: “encontro” de Deus com o seu povo, mas também encontro de Maria, José e Jesus com Simeão e Ana, os representantes do Israel fiel, que esperava a salvação de Deus. O “encontro” também é connosco: é o dia para encontrarmos Jesus, a “luz” que ilumina o mundo e as nossas vidas.

Na primeira leitura, o profeta Malaquias anuncia a proximidade do “Dia do Senhor”, o dia em que Deus vai entrar no seu Templo para purificar o seu povo, para lhe renovar o coração e para o capacitar para viver num dinamismo novo. Começará nesse dia um tempo novo, o tempo da nova Aliança entre Deus e os homens.A profecia de Malaquias concretiza-se plenamente quando Jesus entrou na nossa história e se apresentou no meio de nós. Ela fornece-nos uma chave de leitura para entendermos Jesus, o seu mistério, as suas palavras, os seus gestos, o seu projeto. Como acolhemos e concretizamos o convite à purificação, à conversão (“convertei-vos e acreditai”) que Jesus veio deixar-nos? O que valem para nós os apelos que Jesus nos lançou para vivermos desprendidos dos bens, para servirmos de forma simples e humilde os irmãos que precisam de nós, para nos libertarmos do nosso egoísmo, da nossa vaidade e das nossas manias de grandeza? Qual o peso que tem na nossa forma de viver a lição da cruz, da entrega total ao serviço do projeto de Deus, do dom total de si próprio por amor?

No Evangelho, Lucas mostra como Jesus, poucos dias após o seu nascimento, entrou no Templo de Jerusalém para concretizar a promessa outrora feita por Deus através do profeta Malaquias. Recebido por Simeão e Ana, representantes do Israel fiel que esperava ansiosamente o Messias de Deus, Jesus é apresentado como “luz para as nações” e “glória de Israel”. Ele traz ao mundo a salvação de Deus.Quando numa família Deus “conta”, os valores de Deus passam a ser, para todos os membros daquela comunidade familiar, as marcas que definem o sentido da existência. O espaço familiar torna-se, então, a escola onde se aprende o amor, a solidariedade, a partilha, o serviço, o diálogo, o respeito, o cuidado, o perdão, a fraternidade universal, o cuidado da criação, a atenção aos mais frágeis, o sentido do compromisso, do sacrifício, da entrega e da doação… São esses valores – os valores de Deus – que procuramos cultivar na nossa comunidade familiar?

Na segunda leitura um catequista cristão, escrevendo “aos Hebreus”, apresenta Jesus como o irmão dos homens, que veio ao mundo para promover os “descendentes de Abraão” à categoria de Filhos amados de Deus. Oferecendo a sua vida por amor, ele introduziu na nossa débil, frágil e pecadora natureza humana, dinamismos de superação dos nossos limites, dinamismos de vida nova, de vida verdadeira e eterna.

Jesus experimentou a nossa fragilidade e os nossos limites; solidarizou-se com todos os homens e mulheres, independentemente do lugar que a sociedade lhes atribuía. Esteve especialmente do lado dos mais frágeis, dos mais pequenos, dos mais esquecidos. O seu exemplo convida-nos à solidariedade com os últimos, com os pobres, com os mais humildes, com aqueles que o mundo rejeita e marginaliza; convida-nos a identificarmo-nos com os sofrimentos e as angústias, as alegrias e as esperanças de cada homem ou mulher; convida-nos a fazer o que estiver ao nosso alcance para promover aqueles que são humilhados, explorados, incompreendidos, colocados à margem da vida e da história. Sentimo-nos solidários com os irmãos e as irmãs que fazem caminho connosco, especialmente com aqueles dos quais ninguém cuida, que ninguém quer, que ninguém defende? Sentimos que as dores e feridas que fazem sofrer os nossos irmãos também são nossas?

www.dehonianos.org

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