quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Festa de Nossa Senhora do Rosário


Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Santo Rosário ou Nossa Senhora do Santíssimo Rosário é o título mariano apresentado aquando da aparição da Santíssima Virgem Maria a São Domingos de Gusmão em 1214 na igreja do mosteiro de Prouille, na qual a mãe de Jesus entregou o Rosário ao fiel frade dominicano. É também o título pelo qual a Virgem Maria se apresentou aos três pastorinhos nas suas aparições em Fátima.

São Domingos, após a aparição e ter recebido o Santo Rosário das mãos de Nossa Senhora, tornou-se, ele próprio, o grande propagador dessa devoção mariana no início do século XIII. A Igreja Católica conferiu lhe o título de "Apóstolo do Santo Rosário"

A palavra rosário quer dizer um tanto de rosas, um buquê de rosas que se oferece a Nossa Senhora. Cada Ave Maria é uma rosa que oferecemos à Mãe do Céu, com carinho e esperança. Assim, quando rezamos o Santo Rosário completo oferecemos um buquê de cento e cinquenta rosas à Virgem Maria.

Em 1572, o Papa Pio V instituiu "Nossa Senhora da Vitória" como uma festa litúrgica.

Em 1573, Papa Gregório XIII mudou o título da comemoração para "Festa do Santo Rosário" e esta festa foi estendida pelo Papa Clemente XII a toda a Igreja Católica. Após as reformas do Concílio Vaticano II a festa foi renomeada para Nossa Senhora do Rosário. A festa tem a classificação litúrgica de memória universal e é comemorada dia 7 de Outubro.

Comemorando e louvando Nª Senhora do Rosário, habitualmente a Paróquia realiza a procissão pelas ruas do centro da vila, após a celebração da Eucaristia.










terça-feira, 7 de outubro de 2025

NOVO BISPO PARA A DIOCESE DE PORTALEGRE-CASTELO BRANCO


É com alegria e viva esperança que acabamos de receber a tão aguardada notícia. Sua Santidade o Papa Leão XIV acaba de nomear o Reverendo Padre Pedro Alexandre Simões Gouveia Fernandes, Padre dos Missionários do Espírito Santo, como Bispo desta Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
Nesta hora de graça e de ação de graças, em que a mão de Deus se mostra favorável e próxima, todo o Povo de Deus que constitui esta comunidade Diocesana, com o seu Bispo cessante - agora nomeado Administrador Apostólico até que o novo Bispo tome posse -, o Senhor Dom Augusto César Alves Ferreira da Silva, Bispo Emérito, o Colégio de Consultores, os Cónegos Capitulares, Presbíteros, Diáconos, Membros de Vida Consagrada, Seminaristas, Serviço Cáritas, Conselhos diocesanos, Secretariados, Movimentos e Obras de Apostolado e de Ação Social, Responsáveis paroquiais, Catequistas, Irmandades, Confrarias e todos os Conselhos e serviços diocesanos e paroquiais, saúdam e aplaudem com fraterna amizade o seu novo Bispo, Dom Pedro Fernandes.
Com um carinhoso abraço, desejamos a Vossa Excelência as boas-vindas e os maiores êxitos apostólicos no ministério episcopal entre esta boa gente dispersa por território do Alto-Alentejo, Beira Baixa e Ribatejo.
Após as diligências levadas a cabo pelos serviços da Nunciatura Apostólica em Portugal, agradecemos ao Santo Padre a graça de o ter elegido e nomeado, como agradecemos também, na pessoa do seu Superior Provincial, Padre Hugo Norberto Mendes Ventura, a toda a Congregação dos Missionários do Espírito Santo esta dádiva à nossa Igreja Diocesana.
Que Santa Maria do Castelo, Mãe de Jesus, e Santo António de Lisboa, Padroeiro da Diocese, sejam sempre a estrela a iluminar o caminho de Vossa Reverência como pastor e mestre da fé desta parcela do Povo de Deus.
Em hora a confirmar, a tomada de posse canónica acontece com a Ordenação Episcopal, na catedral de Portalegre, em 16 de novembro próximo.
CURRICULUM VITAE
Rev.do
P. Pedro Alexandre Simões Gouveia Fernandes, C.S.Sp., nasceu a 22 de junho de 1969 em Lisboa, Patriarcado de Lisboa. Após concluir os estudos secundários em 1987, frequentou o primeiro ano de Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Depois, em 1988, ingressou na comunidade de estudantes Espiritanos do Restelo, em Lisboa, onde prosseguiu os seus estudos enquanto desenvolvia trabalho pastoral em um ambiente de imigração.
Em 1991 ingressou no Noviciado espiritano em Silva, Barcelos, e fez os primeiros votos a 8 de setembro de 1992. No ano seguinte regressou a Lisboa para o quinto ano de teologia, concluindo com uma tese sobre o diálogo católico-anglicano.
De 1993 a 1995 foi membro da Comunidade Espiritana de Clamart (França), obtendo uma licenciatura em Teologia Moral no Institute Catholique de Paris. Em 8 de setembro de 1995 fez os votos perpétuos e em 8 de outubro de 1995 foi ordenado diácono em Lisboa.
Depois, de 1995 a outubro de 1996, realizou o seu estágio missionário na Guiné-Bissau como diácono. Foi ordenado sacerdote em Lisboa a 21 de julho de 1996 e integrou, nesse ano, o primeiro grupo de Espiritanos enviados para a missão em Moçambique. Inseriu-se na equipa missionária de Netia (Diocese de Nacala), de onde assistiu a vasta região de Itoculo (na mesma diocese). Aí mesmo, a partir de 2004, com a equipa Espiritana à que pertencia, fundou a nova missão de S. José de Itoculo (2004), confiando ao clero de Nacala a missão de Netia. Durante este período, além do trabalho paroquial, foi Coordenador da Zona Pastoral de Monapo-Carapira (Vigário Forâneo) e Coordenador Pastoral da Diocese (2000-2009).
De 2009 a 2010 mudou-se para Roma, onde obteve um diploma no Centro Interdisciplinar para a Formação de Formadores para o Sacerdócio (C.I.F.S.), na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (2009-2010). De regresso a Portugal, de 2010 a 2018 foi Superior da Comunidade Espiritana do Porto; Diretor de Formação na Casa de Formação Espiritana do Pinheiro Manso, no Porto, um centro internacional de formação de jovens Espiritanos de vários países; e Professor de Teologia da Missão no 6º ano do Seminário Diocesano do Porto.
De 2010 a 2012 foi Conselheiro Provincial e de 2012 a 2018 Primeiro Assistente da Província Portuguesa da Congregação do Espírito Santo e Acompanhante e Animador de grupos juvenis, em particular grupos pertencentes aos Jovens sem Fronteiras, movimento ligado aos Espiritanos.
De 2018 a 2024 foi Superior Provincial da Província Portuguesa dos Espiritanos e Vice-Presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP). Atualmente é Presidente do Conselho de Administração da Instituição de Apoio Social Ânima Una.
(Na página da Diocese está a Mensagem do novo Bispo à Diocese, em texto e vídeo)
D. Antonino Eugénio Fernandes Dias
Administrador Apostólico da
Diocese de Portalegre-Castelo Branco
07-10-2025

Novo bispo assume intenção de «acolher e integrar a todos, todos, todos»

D. Pedro Fernandes envia primeira saudação à diocese, lembrando «todas as pessoas que buscam sentido e resposta»


Primeira Saudação de D. Pedro Fernandes à diocese


Lisboa, 07 out 2025 (Ecclesia) – O novo bispo de Portalegre-Castelo Branco assumiu, na sua primeira mensagem à diocese, o desejo de “acolher e integrar” todos, evocando as pessoas que “buscam sentido e resposta” para as suas vidas.

“Contem comigo na missão que somos, anunciando Cristo e a alegria do seu Evangelho, sustentando-nos e amparando-nos nos percalços do caminho, no serviço a todos e, especialmente, aos mais pobres, na solicitude de acolher e integrar a todos, todos, todos”, refere D. Pedro Fernandes, religioso Espiritano, nomeado hoje por Leão XIV como sucessor de D. Antonino Dias, que renunciou por motivos de idade.

“Ainda não conheço a realidade da Diocese e também a Diocese não me conhece a mim. E, no entanto, no coração de Deus sempre nos conhecemos e irmanámos. Caminharemos juntos nesta oportunidade única de abertura ao novo, alicerçados em Jesus Cristo, na nossa fé no seu amor”, acrescenta.

O novo bispo, de 56 anos de idade, era até agora presidente do Conselho de Administração da Associação de Apoio Social ‘Anima Una’ (Braga); de 2018 a 2024 foi superior da Província Portuguesa dos Espiritanos e vice-presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP).

“Neste momento em que se anuncia a minha nomeação para servir à Igreja que está em Portalegre-Castelo Branco, como irmão-bispo, quero dirigir a todos uma cordial saudação aos meus irmãos e irmãs na fé que peregrinam nesta querida diocese, ao seu bispo, D. Antonino Dias, de quem recebo o testemunho”, começa por referir, numa mensagem em vídeo, enviada à Agência ECCLESIA.

D. Pedro Fernandes dirige-se aos padres, diáconos, religiosas e religiosos, seminaristas, catequistas e responsáveis dos diversos serviços pastorais e sociais.

“De modo especial, uma saudação amiga a todos os jovens e a todas as pessoas que buscam sentido e resposta para as suas vidas”, acrescenta.


Desde já me sinto especialmente perto dos mais frágeis, doentes, idosos, excluídos, solitários, reclusos, vítimas de violência. Também aos mais pobres e aos migrantes e a todas as pessoas que precisam de ser acolhidas, protegidas, promovidas e integradas, quero enviar agora o meu abraço de irmão e companheiro de caminho.”

Após saudar responsáveis de outras comunidades cristãs e confissões religiosas, bem como as autoridades do território da diocese, o bispo eleitor de Portalegre-Castelo Branco evoca a sua história como missionário Espiritano, com passagens pela Guiné-Bissau, França, Moçambique Itália e Portugal, em diferentes contextos e desafios.

“Vivi tudo isso em comunidade, antes de mais com os meus irmãos Espiritanos, a quem muito agradeço. Uma coisa aprendi: as coisas só progridem se o nosso projeto partir de Cristo. E isso acontece quando nos abrimos à escuta e à aprendizagem”, afirma.

“Por isso, o meu primeiríssimo plano de viagem, ao partir para esta nova missão, é simples: escutar a voz de Deus na escuta atenta dos meus irmãos e irmãs da Diocese”, prossegue.

A mensagem convoca as comunidades católicas, para trabalhar em “sinodalidade missionária”.

“Só em missão seremos fiéis, acolhendo o dom que todos somos uns para os outros, todos peregrinos. Há muito que esta peregrinação começou em Portalegre-Castelo Branco. Entrarei nela com muita esperança nos caminhos por percorrer e muito respeito pelos caminhos já trilhados”, aponta.

D. Antonino Dias foi nomeado administrador apostólico desta diocese até à tomada de posse canónica do novo bispo, a 16 de novembro, data da ordenação episcopal.

OC

Papa nomeia novo bispo para Diocese de Portalegre-Castelo Branco

D. Pedro Fernandes, religioso Espiritano, sucede a D. Antonino Dias



Lisboa, 07 out 2025 (Ecclesia) – O Papa nomeou hoje D. Pedro Fernandes, religioso Espiritano, como bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, sucedendo a D. Antonino Dias, que renunciou por motivos de idade.

O novo bispo, de 56 anos de idade, era até agora presidente do Conselho de Administração da Associação de Apoio Social ‘Anima Una’ (Braga).

D. Antonino Dias foi nomeado Administrador Apostólico desta Diocese até à tomada de posse canónica do novo bispo, a 16 de novembro, data da ordenação episcopal.

Pedro Alexandre Simões Gouveia Fernandes nasceu a 22 de junho de 1969 em Lisboa; frequentou o primeiro ano de Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, e em 1988, ingressou na comunidade de estudantes Espiritanos do Restelo, em Lisboa, onde prosseguiu os seus estudos enquanto desenvolvia trabalho pastoral.

Em 1991 ingressou no noviciado Espiritano em Silva, Barcelos, e fez os primeiros votos a 8 de setembro de 1992, regressando a Lisboa em 1993 para o quinto ano de teologia, concluindo com uma tese sobre o diálogo católico-anglicano.

De 1993 a 1995 foi membro da Comunidade Espiritana de Clamart (França), obtendo uma licenciatura em Teologia Moral no Institut Catholique de Paris; em 8 de setembro de 1995 fez os votos perpétuos e, de 1995 a outubro de 1996, realizou o seu estágio missionário na Guiné-Bissau como diácono.

Foi ordenado sacerdote em Lisboa a 21 de julho de 1996 e integrou, nesse ano, o primeiro grupo de Espiritanos enviados para a missão em Moçambique, onde permaneceu até 2009; em Roma, obteve um diploma no Centro Interdisciplinar para a Formação de Formadores para o Sacerdócio, na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma (2009-2010).

De regresso a Portugal, de 2010 a 2018 foi superior da comunidade Espiritana do Porto, tendo sido conselheiro provincial e assistente da Província Portuguesa da Congregação do Espírito Santo, acompanhando grupos pertencentes aos Jovens sem Fronteiras, movimento ligado aos Espiritanos.

De 2018 a 2024 foi superior da Província Portuguesa dos Espiritanos e Vice-Presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP).

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) congratula-se com a nomeação do padre Pedro Fernandes, desejando que “que exerça um fecundo ministério pastoral junto do Povo de Deus que está em Portalegre-Castelo Branco, fomentando o sentido missionário e sinodal da Igreja”.

Em nota enviada à Agência ECCLESIA, a CEP agradece a D. Antonino Dias o “serviço pastoral que prestou como bispo” ao longo de 25 anos, tanto como auxiliar da Arquidiocese de Braga e na Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

D. Antonino Dias, 30.º bispo desta diocese, tinha sido nomeado por Bento XVI a 8 de setembro de 2008; vai assumir funções de administrador apostólico de Portalege-Castelo Branco até à tomada de posse canónica do novo bispo.

A Diocese de Portalegre-Castelo Branco tem 161 paróquias, distribuídas por cinco regiões (arciprestado de Abrantes 33 paróquias, de Castelo Branco 44, Ponte de Sor 27, Portalegre 22 e Sertã 35), contando com o trabalho pastoral de padres diocesanos e religiosos, religiosas, diáconos permanentes, três institutos seculares, associações, movimentos de leigos e 39 misericórdias.

OC

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

O amor é a chave da vida...





O amor é a chave da vida...


E a vida, encontra sempre forma de mostrar caminho.

De fazer compreender que cada passo, tem um sentido de existência plena. Que cada momento, tem uma presença infinita de amor e que cada despertar, é a sabedoria de saber ver.

Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. E isto leva-me a refletir, no que realmente queremos ver, no que realmente queremos ser.

A vida encontra sempre um jeito...encontra sempre forma de mostrar, que a nossa percepção do mundo é um reflexo do que carregamos dentro e que a vida acontece, não diante, mas através de nós.

A vida não nos pede pressa, pede-nos abertura. Pede-nos a ousadia de ver com olhos do coração, pois só assim ganha um novo sentido. O sentido de sermos através dela.

Se resistirmos, tem sempre forma de nos conduzir. Mostra-nos que Ser, já é um milagre e que o amor é a chave da nossa existência.

Boa semana!


Carla Correia


domingo, 5 de outubro de 2025

Papa Leão XIV assina a sua primeira Exortação Apostólica: "Dilexi te"

Na Biblioteca Privada do Palácio Apostólico, o Papa Leão XIV assinou sua primeira Exortação Apostólica, intitulada Dilexi te ("Eu te amei")

No dia em que a Igreja recorda São Francisco de Assis, o Papa assinou seu primeiro documento magisterial, intitulado "Eu te amei", que será apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé no dia 9 de outubro.

Na manhã de sábado, 4 de outubro, dia em que a Igreja celebra São Francisco de Assis, às 8h30 locais, na Biblioteca Privada do Palácio Apostólico, o Papa Leão XIV assinou sua primeira Exortação Apostólica, intitulada Dilexi te ("Eu te amei"), na presença do arcebispo Edgar Peña Parra, substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado. O documento será apresentado no próximo dia 9 de outubro, às 11h30 (hora da Itália), na Sala de Imprensa da Santa Sé.



https://www.vaticannews.va/pt

“Aumenta a nossa fé!”

 


O barco da nossa vida enfrenta a cada instante ondas alterosas e ventos contrários? Vacilamos, duvidamos e não sabemos se chegaremos a porto seguro? As leituras que a liturgia deste domingo nos propõe dizem-nos: “tende fé, confiai em Deus, deixai-vos conduzir por Ele. Acolhei as propostas que Ele vos traz. Se vos entregardes confiadamente nas mãos de Deus, vereis acontecer coisas extraordinárias e encontrareis vida em plenitude”.

Na primeira leitura, o profeta Habacuc interpela Deus, convoca-o para intervir no mundo e para pôr fim à violência, à injustiça, aos desígnios imperialistas dos donos do mundo… Deus não deixa cair em saco roto o desafio que Habacuc lhe lança. Em resposta ao profeta, Deus garante que não ignora o sofrimento dos seus filhos e que nunca os deixará abandonados a um destino de morte. No tempo certo, Deus vai atuar. Ao homem, resta confiar e esperar pacientemente o momento da intervenção salvadora de Deus.O problema do mal do mundo sempre foi um grande obstáculo para aqueles que se propõem percorrer o caminho da fé… Se Deus existe, como pode Ele pactuar com a injustiça e com a opressão? Se Deus é o Senhor do mundo e da história, como pode Ele permitir que os violentos e agressores tomem conta dos destinos do mundo e deixem por onde passam um rasto de sofrimento e de morte? Se Deus é justo, porque é que os bons sofrem e os maus são compensados com glória, honras e triunfos? Se Deus ama os seus filhos com amor de pai e de mãe, porque é que deixa que tantos inocentes vivam mergulhados numa dor sem sentido e sem esperança? O profeta Habacuc tinha presente todas estas interrogações e, como nós, buscava respostas coerentes. A verdade é que, muitos séculos depois de Habacuc, continuamos sem encontrar respostas totalmente satisfatórias para estas questões. Como podemos lidar com este “muro”, tão difícil de ultrapassar? Desistindo de Deus? Ou reconhecendo humildemente que os projetos de Deus ultrapassam infinitamente a nossa compreensão limitada das coisas e que nós nunca conseguiremos explicar totalmente o projeto que Deus tem para o mundo e para os homens? O problema do mal também é, para nós, um obstáculo difícil de transpor no nosso caminho para Deus?

No Evangelho Jesus, enquanto avança no caminho para Jerusalém, desafia os discípulos a segui-l’O sem hesitações, confiando inteiramente n’Ele e na sua proposta. Trata-se de uma aposta arriscada; mas, se os discípulos forem capazes de abraçá-la, farão coisas grandiosas, que mudarão o rosto do mundo e o sentido da história dos homens. Há, no entanto, uma coisa, que os discípulos não podem olvidar: depois de cumprirem a sua missão, devem manter a humildade e sentirem-se “servos inúteis”, que apenas fizeram “o que deviam fazer”.Jesus garante aos discípulos que, se tiverem um pouquinho de fé, poderão fazer coisas extraordinárias, poderão mudar a face do mundo. A fé não é algo que se deve guardar cuidadosamente, à sombra das nossas igrejas e sacristias, para que não se adultere em contacto com a “sujeira” do mundo… Segundo Jesus, a fé deve traduzir-se em gestos concretos, em atitudes que pintam o mundo com as cores de Deus. Iluminados e fortalecidos pela fé, os discípulos de Jesus derrubam as barreiras que separam os homens, lutam contra a injustiça e a opressão, denunciam as mentiras e os ódios, combatem a corrupção e os preconceitos, põem-se ao lado dos mais fracos e desprotegidos, constroem pontes de entendimento e de diálogo, introduzem humanidade, misericórdia e bondade no horizonte onde todos os dias os homens e as mulheres constroem as suas existências. Uma fé que não nos compromete com a construção do Reino de Deus, é uma fé que não faz sentido. A nossa fé nota-se no que fazemos, nos valores que defendemos, nas causas por que lutamos? Há algo de novo à nossa volta pelo facto de termos aderido a Jesus e de nos termos comprometido com Ele a construir o Reino de Deus? Quais são os “milagres” que a nossa fé está a fazer e que tornam mais belo, mais justo e mais humano o nosso mundo?

Na segunda leitura, um catequista cristão que se apresenta na pele do apóstolo Paulo, convida os cristãos a reavivarem em cada passo o seu compromisso com Jesus e com o Reino de Deus. O cansaço, a monotonia, a desmotivação, o facilitismo, esperam-nos em cada curva do caminho; mas temos de encontrar maneira de renovar a chama da fé, caminhando sem perder de vista a meta que Jesus nos aponta.
Talvez não tenhamos memória do momento em que fomos batizados e começamos a viver a aventura da fé. No entanto, é provável que conservemos a memória de outros momentos da nossa caminhada de fé – talvez o dia da nossa primeira comunhão, o dia do nosso Crisma ou, para alguns de nós, o dia da nossa primeira Profissão religiosa – em que nos sentíamos entusiasmados, dispostos a viver com total coerência o seguimento de Jesus. Depois, o tempo foi passando e a nossa vida foi dando voltas e mais voltas. Envolvemo-nos em muitos projetos, corremos atrás de muitas coisas, sofremos algumas deceções, conhecemos o cansaço e a rotina, chocamos com uma realidade que nos obrigava a ver a vida com outros olhos, enfrentamos desafios que nunca tínhamos pensado conhecer… Quase sem darmos conta, instalamo-nos numa fé morna e pouco exigente, caímos na banalidade de uma prática religiosa feita de rituais e o nosso entusiasmo por Jesus foi arrefecendo. Temos de continuar assim? Não será possível redescobrirmos o entusiasmo dos momentos mais luminosos da nossa caminhada de fé? O que teremos de fazer para reavivar a chama do nosso compromisso?

À ESCUTA DA PALAVRA.


“Aumenta a nossa fé!” Jesus já tinha ouvido uma súplica semelhante, quando o pai da criança epilética lhe havia suplicado: “Vem em ajuda da minha pouca fé!” A resposta de Jesus é surpreendente, até provocadora, sem dúvida: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia”. A sua resposta, na realidade, força-nos a ir para além do imediato e do sensacional. A fé é já um caminho humano. Quando duas pessoas se amam, sabem muito bem que o seu amor não se pode demonstrar cientificamente. O amor descobre-se como um dom gratuito, mas constrói-se na confiança. Posso dizer àquele ou àquela que amo “eu sei que te amo”, porque sei o que vibra dentro de mim. Mas ao mesmo tempo não posso dizer-lhe “creio que tu me amas”, porque não estou na pele do outro. O amor implica, pois, um salto num certo desconhecido que, no plano das relações humanas, pode, sem dúvida, apoiar-se nas provas “tangíveis”, mas que são fracas. Quando se trata da nossa relação com Deus, a fé é, sem dúvida, mais difícil, porque não tem, ou tem muito pouco, suporte “afetivo”. Mas o “princípio”, finalmente, é o mesmo. Sou convidado a ter confiança na Palavra de Deus, que se exprimiu plenamente em Jesus e foi transmitida pelos seus primeiros discípulos. Jesus dá-lhes como missão serem suas testemunhas autorizadas. Posso, sem dúvida, pôr em causa o seu testemunho, não aderir a Ele, exigindo provas convincentes. Mas posso igualmente comprometer-me noutro caminho, da relação amorosa com Jesus. A fé só se pode viver numa relação de amor que nos faz ver para lá das aparências, porque os homens veem com os olhos, mas Deus vê com o coração. “Sim, Jesus, aumenta em mim a fé, para que eu possa amar-Te sempre cada vez mais”.



sábado, 4 de outubro de 2025

Procissão em Honra e Louvor de Nossa Senhora do Rosário

Procissão em Honra e Louvor de Nossa Senhora do Rosário




Dia 7 de Outubro
Igreja Matriz de Arronches

20h00 - Celebração da Eucaristia , seguida de Procissão 

 

Não apontem dedos. Apontem caminhos.



Volta e meia deparamo-nos com obstáculos, dificuldades e problemas difíceis de resolver que poem à prova a nossa capacidade de superação.

Gosto de olhar para os problemas como oportunidades, mas confesso, que nem sempre é fácil.

Quando fazemos parte de um grupo ou comunidade somos impelidos a dar sugestões para resolver situações mais difíceis e às vezes focamo-nos tanto no problema que não vemos as oportunidades. Eu sei que nem sempre é fácil sermos iluminados com ideias inovadoras e com caminhos de sucesso, eu sei, mas nem sempre nos esforçamos o suficiente.

Apontamos os dedos a tudo e todos, e muitas das vezes temos razão, mas isso não dos distrai do essencial?

Gostamos de atribuir culpados, seja uma pessoa ou um sistema, mas quantas vezes nos damos ao trabalho de pensar num caminho alternativo?

Pensar dar trabalho, dar opinião às vezes é perigoso e assumir um caminho é arriscado.

Eu sei, que nem sempre é fácil, aliás acho que na maioria das vezes é mesmo muito difícil. É mais fácil sermos juízes e definir culpados do que apresentar uma solução alternativa. Dirás tu, querida amiga: "falar para quem não quer ouvir?" Também é verdade que nem sempre encontramos quem compreenda as nossas ideias e as faça crescer, outros aguardam que corram mal para apontarem dedos, mas vá lá, pára um pouco e pensa bem para onde queres apontar o dedo.

Na dúvida, reza, pede inspiração, estuda mais o caso e apresenta o teu caminho. E se não tiveres caminho para apresentar, escuta com atenção quem o tem, ou então inspira os outros a ter essa ideia. Sim, porque sabes que há pessoas inspiradoras que apenas precisam de sentir um incentivo ou apelo ao processo de mudança e, quem sabe, não és tu a desencadear isso.

Por isso, querida amiga, da próxima vez que apontares, que sejam caminhos.

E tu, amiga, tens-te esforçado para apontar para quê?



Raquel Rodrigues

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

QUEM DISSE QUE NÃO SÃO CONTAS DO SEU ROSÁRIO?!...



Avanço tecnológico, acesso à informação, integração global, inteligência artificial, mobilidade constante, diversidade cultural, participação cívica, capacidade de mobilizar para causas sociais, são caraterísticas do nosso tempo. Escrevendo assim, poupo o leitor àquele chorrilho de coisas e loisas negativas com que tantas vezes se define a pessoa e a sociedade de hoje. Não sei se isso acontece por demasiado pessimismo, se para embelezar o discurso, se para fazer passar a ideia de que não se está em jejum em tais análises sociológicas, se, dado o tema a desenvolver, tem mesmo de ser. O povo diz que não se deve bater no ceguinho, mesmo que o ceguinho não seja cego mas prefira não ver. Alguém me dirá que isso não são contas do meu rosário, que não tenho nada a ver com isso, que me estou a meter onde não sou chamado. Admito, e podem crer que não vou prender o burrinho por causa disso, nem sair da sala, nem esgrimir argumentos para subir ao pódio. Mas entendo que há dimensões da vida que são mesmo contas do rosário de cada um, ainda que se possa pensar que, de facto, não são. Vou lembrar duas dessas dimensões que, quando há verdade e não meros preconceitos, cada vez gostam mais de andar juntas, de mãos dadas: espiritualidade, progresso e missão, quando andam de mãos dadas, ajudam-se mutuamente.
A primeira é de la palisse, é para recordar que estamos no mês de Outubro. O leitor sabe que sim, pois não anda assim tão distraído. Não é tanto de la palisse, porém, dizer-se que o mês de outubro é o mês do Rosário! A secular história do Rosário é digna de registo. Por mais que se queira completar, nunca está terminada a lista dos seus admiráveis efeitos e benefícios. No próximo dia 7, Festa de Nossa Senhora do Rosário, crianças de todo o mundo vão unir-se na oração do terço pela paz, sob a iniciativa “Um Milhão de Crianças rezam o Terço”, desafiando cada pessoa, cada família e cada comunidade cristã a associar-se à iniciativa, pois quem reza faz a diferença. Há quem diga que a oração do Terço é monótono. Será mesmo ou seremos nós que o não sabemos tornar dinâmico, variado e interessante? Há quem diga que é uma seca. Será mesmo ou seremos nós que estamos tão secos tão secos tão secos que já nem a água-viva penetra em nós para que floresçamos e dêmos fruto? Há quem diga que se distrai muito quando o reza. Mas, não é verdade que só se distrai na oração quem reza? Há quem diga que é oração apenas para gente idosa. Mas não foi a crianças que a Senhora pediu que rezassem o terço todos os dias? No decorrer dos séculos, a oração do Rosário foi sempre proposta e valorizada como “um verdadeiro tesouro a descobrir”. Nossa Senhora, em Fátima, em todas as Aparições, insistiu nela e disse para quê: “Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”. Pobres e ricos, sábios e ignorantes, grandes e pequenos, crianças e jovens, idosos e doentes, todos o podem rezar. Dizia a Irmã Lúcia que “depois da oração litúrgica do Santo Sacrifício da Missa, a oração do santo Rosário ou Terço, pela origem e sublimidade das orações que o compõem e pelos mistérios da Redenção que recordamos e meditamos em cada dezena, é a oração mais agradável que podemos oferecer a Deus e de maior proveito para as nossas almas. Se assim não fosse, Nossa Senhora não o teria recomendado com tanta insistência”. Os Papas não se têm cansado de falar sobre a importância da oração do Terço. Francisco afirmou que sempre que rezamos o Terço “o Evangelho retoma o seu caminho na vida de cada um, das famílias, dos povos e do mundo”. Rezá-lo e ensiná-lo a rezar, individualmente e em família, é gosto de cada cristão, são contas do seu rosário! É um ato de fé e gratidão, reúne a família e a comunidade, gera paz interior, mantém a fé e a esperança bem acesas. Quem tem o dever de educar e evangelizar não pode entender que a necessidade de oração e a espiritualidade são realidades adquiridas. Não são, mesmo que alguém diga que até fez o percurso da catequese até ao fim, até à celebração do Crisma. A experiência diz-nos que não é bem assim. O próprio Crisma, para muitos, é, infelizmente, uma espécie de festa de finalistas! Como afirmou Ratzinger, “tudo procede dentro da normalidade, mas na realidade a fé vai-se deteriorando e degenerando na mesquinhez”.
Apresento ainda outra dimensão da vida que também deve fazer parte das contas do rosário de cada um. O mês de Outubro é o mês das Missões. Cada um é missão, somos missão. A missão não é apenas tarefa de alguns, é vocação de todo o batizado. Ser batizado é ser missão, é ser de Deus, é amar como Deus. E Deus enviou o seu Filho Jesus Cristo para dar a sua vida por nós. Por sua vez, Jesus, tendo cumprido a sua missão, enviou-nos em seu nome como Ele tinha sido enviado pelo Pai. Ser cristão é sentir-se enviado, é ter um coração disponível e cheio de Deus para ir por todo o mundo, semeando a esperança alicerçada na fé e no amor. E esse ir por todo o mundo começa em nós mesmos: “Meu caminho é por mim fora, até chegar ao fim de mim e encontrar-me com Deus” escreveu Sebastião da Gama; começa em casa de cada um, nesse porto seguro de amor e de paz mesmo por entre imperfeições, pois a família é uma pequenina igreja doméstica onde todos se vão evangelizando, servindo e amando cada vez mais na alegria e na esperança; continua na paróquia e na diocese, comunidades de fé e centro de vida espiritual, provendo os sacramentos, a cultura da fé e a caridade fraterna, contando com a participação, o estimulo e o apoio de cada um também na partilha para as suas atividades, para o culto e os serviços ministeriais. E a missão vai-se alargando conforme a disponibilidade e circunstâncias de cada um e das próprias famílias e comunidades cristãs. Como lemos na Evangelii Gaudium, n.º 86, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente. Todos somos chamados a ser pessoas-cântaro para dar de beber a todos, mesmo que o cântaro, por vezes, se torne numa pesada cruz. Foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, se nos entregou como fonte de água-viva.

D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 03-10-2025.


Cai, levanta e recomeça!




“Também eu não te condeno. Vai
e de agora em diante não tornes a pecar.” (Jo 8,11)


Chegado o mês de setembro, é momento de recomeçar o trabalho, as aulas e as rotinas. Recomeçar nem sempre é fácil e nem sempre está ligado aos nossos hábitos profissionais ou académicos. Recomeçar pode ser um momento de encontro contigo. Um momento depois do qual nunca voltaremos a ser iguais.

Recomeçar faz-me pensar no episódio da mulher adúltera. Nele a tua ternura e misericórdia saltam da página. Consola-me compreender que mulheres imperfeitas (e homens também, claro está), como eu tenham em ti motivo para se reerguer.

Sei do que falo porque foi num momento de grande vulnerabilidade, que comecei a sentir uma presença na minha vida, um ardor no peito, uma vontade de romper com o olhar que me colocava no centro, aquele olhar orgulhoso de quem pensa que tudo depende apenas de si. Senti-me tão amada nesse momento de tribulação, não porque não o fosse antes, mas por um amor que me transcendia. Uma presença apaziguadora e ao mesmo tempo provocadora que me ensinou que viver fechada no meu umbigo era morrer sem ter tido oportunidade de viver. Percebi, então que ser uma gota de água num oceano imenso basta porque o oceano não o seria sem todas as suas gotas. O que achava grande e importante afinal é pequeno, insignificante enganador e efémero.

Senti-me como a ovelha perdida e encontrada, arrebatada e deslumbrada por ti e a minha vida transformou-se num ‘sim’ consentido e com sentido. O vazio que carreguei em silêncio durante tanto tempo foi-se enchendo de ti, do teu amor e da tua paz. Tudo porque olhaste para a minha pequenez com misericórdia e compaixão.

Finalmente, compreendi a tua paixão, todos os passos que te conduziram à cruz. Sabias que tudo o que padecerias seria sinal daquele que te enviou. Tamanho amor não podia ser apenas humano, mas transcendente. Na cruz de escória e do escândalo onde foste insultado, maltratado e humilhado, ergueu-se a cruz da nossa salvação. A possibilidade de a humanidade redimida poder tocar o divino enquanto ainda está aqui.

Vejo o episódio da mulher adúltera como essa conversão interior que só acontece quando nos encontramos contigo. Ensinaste àqueles homens dispostos a apedrejar uma mulher por adultério (como se o adultério dependesse apenas dela), que somos todos pecadores. Aceitar isso é não viver iludido, mas sim saber que a cada queda vens ao nosso encontro e estendes a tua mão misericordiosa para nos reerguer pela tua graça.

Mas sabes o que me captou a atenção desta vez? Ver-te escrevendo no chão e não conseguir decifrar o que escrevias. A maneira sempre discreta como sempre atuas na nossa vida. Convidas-nos a discernir o que escreveste no chão da nossa vida. Tu, o único que poderia estilhaçar os nossos telhados de vidro, nem sequer te passa pela cabeça pegar numa pedra, mas antes escreves no chão tempo suficiente para reconhecermos a encruzilhada onde nos desviámos do teu caminho.

Que Palavra terás hoje para mim? O que ainda sonhas para mim, apesar de me perdido tantas vezes no caminho? Tenho a certeza de que já me respondeste várias vezes, mas tenho tanta dificuldade em ouvir... Por isso, peço-te o mesmo que te pediu o leproso: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me" (Mt, 8, 2).



Raquel Dias,


quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Imagem de Nossa Senhora de Fátima parte na sexta-feira de Portugal ao encontro do Papa

 



A viagem da estátua original faz parte do programa do Jubileu da Espiritualidade Mariana dos dias 11 e 12 de outubro, em Roma. A imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições no santuário mariano, parte de Portugal nesta sexta-feira (10/10). "A 'Senhora vestida de branco' se fará peregrina da esperança e, em Roma, estará junto do 'bispo vestido de branco', como carinhosamente os pastorinhos de Fátima se referiram ao Santo Padre”, disse Pe. Cabecinhas.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV irá presidir o Terço pela Paz neste sábado, 11 de outubro, junto com os fiéis e peregrinos que participam tanto do Jubileu da Vida Consagrada quanto aquele da Espiritualidade Mariana. Na Praça São Pedro, a oração conjunta será acompanhada pela imagem original de Nossa Senhora de Fátima, aquela venerada diariamente na Capelinha das Aparições no santuário mariano de Portugal. A estátua parte da Cova da Iria nesta sexta-feira, 10 de outubro, para estar presente no programa divulgado pelo Dicastério para a Evangelização e segundo um pedido que ainda havia partido do Papa Francisco em 2024.

Serão dois os momentos em que o Papa Leão XIV estará junto à imagem da Virgem Maria: no sábado (11/10), às 18h do horário local na Vigília do Jubileu da Espiritualidade Mariana para o Terço pela Paz, e no domingo (12/10) na missa em que preside a partir das 10h30 da hora italiana. Os dois momentos serão realizados na Praça São Pedro.
O encontro de Nossa Senhora de Fátima com os fiéis

Ao longo do dia de sábado (11/10), os fiéis terão oportunidade de venerar e estar próximos da imagem de Nossa Senhora na Igreja de Santa Maria in Traspontina. Nesse dia, o programa prevê: às 9h missa presidida pelo reitor do Santuário de Fátima, Pe. Carlos Cabecinhas; às 12h o Rosário presidido pelo Pe. Giuseppe Midili; e às 17h, procissão da Igreja de Santa Maria in Traspontina até à Praça São Pedro.

Segundo o Dicastério para a Evangelização, a presença da imagem da Virgem Maria no Jubileu da Espiritualidade Mariana deverá enriquecer “ainda mais este momento de oração e reflexão”. Para dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, estátua é “um dos ícones marianos mais significativos para os cristãos de todo o mundo” e “a presença da amada imagem original de Nossa Senhora de Fátima permitirá a todos fazer a experiência da proximidade da Virgem Maria”.

Dormir cura muitos males





Cansados, temos tendência a aceitar coisas que jamais aceitaríamos se estivéssemos bem. Cansados, transformamos questões sem importância em verdadeiros desesperos.

Uma boa noite de sono ajuda a resolver muitos problemas. Restaura as nossas forças e distancia-nos do que é pequeno, mas que, só porque estamos demasiado perto, nos parece grande. Ao longe, vê-se sempre melhor.

O nosso corpo e a nossa mente precisam de tempo para se regenerarem, pelo que o descanso é um tempo indispensável a uma vida plena.

Mesmo os bons dias só ficam completos com a entrega do nosso corpo e do nosso espírito ao sono.

Somos feitos de tantos sonhos que tiveram de ser conquistados com esforço para se tornarem reais. O meu futuro depende daquilo que eu for capaz de sonhar e da força que, pela manhã, tiver para lutar pelo que ambiciono.

Um espírito calmo e paciente é a mais forte das armas contra as tentações do mal. Nunca devemos desperdiçar o tempo que podemos passar a dormir à noite! Por mais estranho que possa parecer, a verdade é que é mais importante ter planos para descansar do que para trabalhar.

Muitas vezes, é apenas na entrega serena ao sono que descobrimos a beleza e a bondade da vida que nos embala. E, mesmo que tenhamos vivido um daqueles dias que parecem melhores do que os sonhos, isso será sempre um sinal de que queremos mais — uma preparação para viver, no dia seguinte, o que de melhor ainda esteja à nossa espera.

No entanto, é preciso estar atento, pois chega sempre o momento de acordar. E, quando ele se apresenta, importa que enfrentemos as batalhas que nos esperam com a mesma generosidade com que nos entregámos ao descanso que nos preparou para elas.


José Luís Nunes Martins


quarta-feira, 1 de outubro de 2025

O tapete que a vida nos tira



Vivemos muitas vezes como se fôssemos eternos.

Como se a vida nunca se extinguisse nem de nós nem dos que amamos.

Por um lado, ainda bem que assim é uma vez que essa atitude nos permite sofrer bastante menos.

Por outro, às vezes, temos pouco consciência da nossa finitude e vivemos pouco o que devíamos viver.

Muitas vezes, sentimos na vida um grau de aleatoriedade que nos desarma e desorganiza.

Parece que tudo é ao acaso e nem sempre encontramos sentidos e razões.

A novidade aqui é que a vida vai sempre encontrar formas criativas de nos surpreender.

E isso nem sempre é bom ou fácil.

Resta-nos confiar que há quem saiba melhor do que nós o propósito maior do que somos chamados a viver.

Se colocarmos amor em tudo o que vier, talvez possamos enfrentar o que vem mais bem preparados internamente.

Se nos colocarmos disponíveis para sentir o que é, e como é, talvez a vida nos atropele menos e nos atenue os golpes um pouco mais.

Se nos mantivermos positivos e se formos erguendo a bandeira da esperança, talvez o mundo abrande por uns segundos.

E seja o que for,

Que seja (tudo) por amor.



Marta Arrais