Oh! Santíssima Virgem que, para morrer santamente, ajuntastes um imenso tesouro de méritos e virtudes; alcançai-nos a graça de conhecermos que só a virtude e a graça de Deus é a estrada que pode conduzir-nos à salvação.(fazer o pedido)
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
DO ALENTEJO A XUNQUIM COM TATIANA INCORRIGÍVEL
Portugueses houve que sempre deram ares de fortíssimos, de muito destemidos, de muito mais aventureiros, de nada oportunistas, nada. Oh, oh se não deram!... E a moquenquice de uns dias de férias também dão para ver sítios alusivos, ouvir coisas e loisas e ter conversas de chacha sobre tais lusitanas prerrogativas. Vou partilhar, embora não seja carnaval ninguém levará a mal. É fim de férias, tempo de levezas e de algumas futilidades. E de protesto por terem acabado ou nem começado!...
Quanto à nossa hercúlea fortaleza, sem escavacar muito a memória, corroboro com a clarividência de uma fonte fidedigna. Quando uns valorosos defensores da pátria, com uma vertiginosa e europeia dor ciática de sintoma junckeriano, estavam aí, num determinado rincão deste jardim à beira mar plantado, a discutir como haveriam de se defender do inimigo e qual a estratégia a usar, logo um deles concluiu com afoita determinação e sangue frio na guelra: “É fácil!... Se fizermos como eu penso, estamos safos, estão-nos todos no papo, todos!...”. De imediato, curiosos e esperançados no produto desta cabecinha pensadora, todos os valentes companheiros esticaram o pescoço, os olhos e os ouvidos, em silêncio profundo, para assimilar bem e não perder cheta de tão heroico quão urgente e necessário plano, assim exposto: “Ora, escutem bem a minha ideia, oiçam bem!... Se forem muitos!?.... fugimos!... Se forem poucos!?... escondemo-nos!... Se não for nenhum!?... combateremos até à morte, exclusive!...”. Houve fortes aplausos ao iluminado estratega, houve gritos de entusiasmo e de gratidão pela tática a implementar, houve foguetes, fogo-de-vistas e de artifício, zabumbas e charanga... Um alívio!
Destemidos também sempre fomos, não há dúvida, até passámos além da Taprobana. Lá na vila sede do meu concelho, por exemplo, ergue-se uma estátua no chafariz da praça, onde, no brasão da qual, também se recorda o gesto destemido duma senhora que, no tempo das guerras fernandinas, extenuados e quase vencidos, sem grande gente para combater, sem pão para comer e nada para oferecer, essa mulher de armas e de pêlo na venta como sói dizer-se, arrebata às mãos dos homens ineficazes o comando da praça cercada pelos castelhanos, salta os obstáculos, encoraja os desanimados, dirige a peleja. À pertinácia do inimigo que julgava conquistar a vila pela fome, ela engendra uma última e genial estratégia. Arregaça as malgas, vai à masseira, varre a pouca farinha que lá restava, coze uns pães, os possíveis, sobe às muralhas da vila e, com garbo e pose de farta e de grande humanista, lança-os ao inimigo. Dá-lhes a entender que, na praça há pão para dar e vender. Assim: “A vós, que não podendo conquistar-nos pela força das armas, nos haveis querido render pela fome, nós, mais humanos e porque, graças a Deus, nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos esse socorro e vos daremos mais, se pedirdes!”. Diz-se que os castelhanos, também eles exaustos e cheios de fome, acreditaram, desistiram, derrotados e envergonhados. E pronto, ponto, raiou a desejada bonança e inaugurou-se o heroico sossego!
Mas queiram saber que o meu apreço pelo heroísmo dos meus patrícios esboroou-se. Rolou por outra muralha e monte abaixo, como bola fugitiva, com grande dor e ranger de dentes da minha parte, por ter de reconhecer a não exclusividade do feito. Foi há anos, em Israel, em Massada. O amável cicerone contou que, quando os romanos pensavam que iriam matar à sede os últimos judeus resistentes e concentrados no alto do monte, na fortaleza de Massada, alguém, de entre eles, lançou umas bilhas de água da muralha a baixo para dar a entender aos romanos que por falta de água não seriam vencidos. Os romanos, porém, não acreditaram em tanta fartura. Arranjaram forma de fazer rampa até ao alto do monte e entrar na fortaleza. Mas, que desconforto!... Ao chegarem à fortaleza, os judeus estavam todos mortos, mais de novecentos. Preferiram combinar matar-se uns aos outros do que entregar-se às mãos dos romanos. Se era um grupo de sicários, se era um gangue de assassinos a limpar ou se era o núcleo duro da resistência contra Roma, agora não interessa saber, já lá vão dois mil anos, mais minuto menos minuto. Flávio Josefo, que se obrigou a contar a história, bem poderia ter sido mais esclarecedor!... O que é certo é que tal acontecimento ainda hoje é símbolo e motivação do patriotismo judaico.
Para falar do aventureirismo português, com todas as suas subtilezas, arranjos e desarranjos, nada melhor do que tornar presente o Senhor Ventura de Miguel Torga! Era de Penedono, Alentejo. Depois de guardar gado e trabalhar nas herdades do Sr. Gaudêncio, deixou tudo e atirou-se ao mundo. Foi tropa, esteve preso, brigou, matou, serviu em Macau, enamorou-se da filha do secretário do governador, tornou-se desertor. No mar da China meteu-se no contrabando de ópio. Em Hong Kong provocou zaragata. Em Pequim cruzou-se com o Sr. Pereira, um minhoto cozinheiro com quem abre uma casa de petiscos.
Um dia, uns americanos, bêbados, insultam o minhoto. Foi o cabo dos trabalhos. A tasca ficou em cacos, as costas de uns e de outros experimentaram a força das irritadas pauladas, a casa, um caos, foi encerrada pelas autoridades locais. Mas estes dois portugueses de olho fino e pé ligeiro não era gente de desistir. A pedido do diretor da Ford, ambos vão entregar, pelo deserto, 200 camiões na Mongólia. As coisas voltam a correr mal. O deserto foi-lhes terrível e assustador. O rapto de um milionário dá azo a mais tiros e violência. E eis que a doença bate à porta do Sr. Ventura que sobrevive graças às saborosas canjas de galinha que o Sr. Pereira lhe cozinhava. A saudade leva-os a pensar visitar Portugal mas os percalços não davam tréguas nem tempo. Um grupo de supostos negociantes de armas não queria comprar as armas que os portugueses agora vendiam, queriam obtê-las pela força. Nova guerra, mais tiroteio e violência. O alentejano, a sangrar, pisgou-se com o Sr. Pereira às costas. Este, o minhoto, tinha sido ferido de morte por uma bala bem precisa em direção a ponto fraco. Mas, se este morrera, a vida do Sr. Ventura tinha de continuar, não era homem de baixar os braços. Passado um mês, em Pequim, já dançava no Grande Hotel com Tatiana, uma russa com quem casa, contra tudo e todos. A própria Tatiana achava o casamento uma parvoeira e não mudou o seu jeito de ser e estar. Era uma mulher com gosto pela vida noturna, uma mulher do mundo e da borga. Mesmo no meio de frequente pancadaria, ela dá à luz um menino, a quem é dado o nome de Sérgio. O Sr. Ventura sonha rios de dinheiro para o filho e nessa tarefa de o conseguir, mete-se em negócios tais que o obrigaram a repatriar-se. Tatiana sente-se aliviada e mais livre, fica com o filho e a fortuna. De novo no Alentejo, o Sr. Ventura dedica-se à exploração da terra. As saudades do filho, do Sr. Pereira e de Tatiana, porém, não lhe davam sossego. Entretanto, a guerra na China e a indiferença de Tatiana, trouxeram-lhe, de surpresa, ao Alentejo, o filho com 8 anos. Soube então que Tatiana lhe escoara toda a fortuna e continuava a ser aquela mulher com gosto por cabarés e variada companhia. O Sr. Ventura, de fusíveis altamente aquecidos, ferve e deixa saltar a tampa. Interna o seu filho no Colégio de Santo António, em Lisboa, e entrega-lhe a chave da sua casa no Alentejo. Doente, triste com o que ficara a saber e sem que nada o demovesse, parte para a China com a intenção de encontrar Tatiana. Após meio ano à sua procura sem qualquer êxito, cai gravemente doente, em Xunquim. Eis senão quando, Tatiana aparece-lhe no Hospital. Olha para ela com antipatia e refila palavras de esquecer. Tatiana, porém, fria e imperturbável, cerrou-lhe os olhos que a morte lhe deixara abertos. Porque as mensalidades não eram pagas, o Colégio de Santo António despachou o filho, o Sérgio, para Penedono onde foi retomar os caminhos do seu pai: guardar ovelhas na herdade do Farrobo, do Sr. Gaudêncio.
Na verdade, o português sempre foi fortíssimo, muito destemido, muito mais aventureiro, nada oportunista, nada, basta apreciar o elevado altruísmo de quem quis dar um ombrinho na árdua tarefa de burlar, desviar ou aplicar os donativos que foram dados para as vítimas dos incêndios. No país, estes ilustríssimos professores são mais que muitos. E em paga de tais benfeitorias, ainda há quem, alegadamente, lhes queira negar este gesto de amor ao próximo e ao afastado. Já lá dizia o sapateiro de Braga: Haja moralidade ou comam todos!
Tal como Tatiana: Incorrigíveis!...
D. Antonino Dias- Bispo de Portalegre Castelo Branco
31-08-2018.
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
TAIZÉ. TUA PALAVRA, SENHOR
https://www.youtube.com/watch?v=-rRY6KvFcgk
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
terça-feira, 28 de agosto de 2018
Confessa sempre os mesmos pecados?
Não devemos desanimar, ainda que voltemos a cair no mesmo pecado grave muitas vezes.
"Mas o que o padre vai pensar de mim? Falo sempre as mesmas coisas...". Talvez ele esteja mesmo te achando uma criatura péssima, mas convenhamos, isso é o que menos importa agora. Esqueça isso (pois a imagem que o padre faz de você não afeta sua vida em nada) e concentre sua mente e seu coração em tirar os pés do caminho do Inferno.
E agora, o que tenho que fazer? Me sinto impotente!
E agora, o que tenho que fazer? Me sinto impotente!
O Papa Francisco dá a chave para solucionar a questão: conhecer a si mesmo, descobrir a RAIZ do mal:
Falando de pecados, de defeitos, de doenças, sempre há uma necessidade de chegar à raiz. Porque senão as doenças permanecem e retornam. É experiência cotidiana essa atitude de frustração, de amargura quando me confesso e sempre digo as mesmas coisas. Se você, quando vai à confissão, percebe que há sempre o refrão, pare e pergunte o que acontece. Porque senão há aquela amargura: isso não muda... Não. Você precisa de ajuda. Amargura, frustração vem quando você sente que não pode mudar, você não pode curar. Pare e pense.
Há uma sensação de impotência, mas o Senhor quer que cresçamos com a experiência da cura. (...) É um sinal de redenção, um sinal de que ele veio fazer: curar nossas raízes. Ele nos curou completamente: a graça cura em profundidade. Não anestesia, cura. (...)
Mas como fazer isso? (...) Sozinho, você não pode: sozinho ninguém pode se curar. Ninguém. Preciso encontrar alguém para me ajudar. O primeiro é o Senhor. Tendo identificado a doença, identificou o pecado, encontrou a falha, identificou a raiz - a raiz amarga dos quais falam os hebreus - descobriu que raiz de amargura, a primeira coisa é falar com o Senhor, "Veja isso que estou passando, eu não posso me deter, eu sempre caio na mesma coisa... ". E então, procure alguém para te ajudar, vá para "cirurgia", isto é, vá para alguma boa alma que tenha esse carisma de ajuda. E não necessariamente tem que ser um padre: o carisma do acompanhamento espiritual é um carisma leigo que nos é dado pelo batismo - até os padres o têm, porque são batizados, graças a Deus! -; pode ser a comunidade, pode ser uma pessoa idosa, um jovem, o cônjuge ... Em suma, ser ajudado por outra pessoa e dizer: "Veja esta realidade ...".
Converse com Jesus, converse com outro, converse com a Igreja. Eu acredito que este é o primeiro passo. Então, será útil ler algo sobre esse tópico. Há coisas bonitas, também existem métodos para resolver algumas dessas doenças. Há dois anos dei aos Cardeais, para saudações de Natal, uma coisa muito bonita que foi escrita pelo padre Acquaviva: “Accorgimenti per curare le malattie dell'anima”. (...) Isso também ajuda, para identificar as doenças: "Ah, eu tenho isso!", E como curá-las. Leia algo que é recomendado para você. Mas sempre olhe para frente. Eu posso fazer tudo isso: orar, conversar com outro, ler ... Mas o único que pode curar é o Senhor. O único!
- Papa Francisco. Discurso em 14 de maio de 2018
Falando de pecados, de defeitos, de doenças, sempre há uma necessidade de chegar à raiz. Porque senão as doenças permanecem e retornam. É experiência cotidiana essa atitude de frustração, de amargura quando me confesso e sempre digo as mesmas coisas. Se você, quando vai à confissão, percebe que há sempre o refrão, pare e pergunte o que acontece. Porque senão há aquela amargura: isso não muda... Não. Você precisa de ajuda. Amargura, frustração vem quando você sente que não pode mudar, você não pode curar. Pare e pense.
Há uma sensação de impotência, mas o Senhor quer que cresçamos com a experiência da cura. (...) É um sinal de redenção, um sinal de que ele veio fazer: curar nossas raízes. Ele nos curou completamente: a graça cura em profundidade. Não anestesia, cura. (...)
Mas como fazer isso? (...) Sozinho, você não pode: sozinho ninguém pode se curar. Ninguém. Preciso encontrar alguém para me ajudar. O primeiro é o Senhor. Tendo identificado a doença, identificou o pecado, encontrou a falha, identificou a raiz - a raiz amarga dos quais falam os hebreus - descobriu que raiz de amargura, a primeira coisa é falar com o Senhor, "Veja isso que estou passando, eu não posso me deter, eu sempre caio na mesma coisa... ". E então, procure alguém para te ajudar, vá para "cirurgia", isto é, vá para alguma boa alma que tenha esse carisma de ajuda. E não necessariamente tem que ser um padre: o carisma do acompanhamento espiritual é um carisma leigo que nos é dado pelo batismo - até os padres o têm, porque são batizados, graças a Deus! -; pode ser a comunidade, pode ser uma pessoa idosa, um jovem, o cônjuge ... Em suma, ser ajudado por outra pessoa e dizer: "Veja esta realidade ...".
Converse com Jesus, converse com outro, converse com a Igreja. Eu acredito que este é o primeiro passo. Então, será útil ler algo sobre esse tópico. Há coisas bonitas, também existem métodos para resolver algumas dessas doenças. Há dois anos dei aos Cardeais, para saudações de Natal, uma coisa muito bonita que foi escrita pelo padre Acquaviva: “Accorgimenti per curare le malattie dell'anima”. (...) Isso também ajuda, para identificar as doenças: "Ah, eu tenho isso!", E como curá-las. Leia algo que é recomendado para você. Mas sempre olhe para frente. Eu posso fazer tudo isso: orar, conversar com outro, ler ... Mas o único que pode curar é o Senhor. O único!
- Papa Francisco. Discurso em 14 de maio de 2018
domingo, 26 de agosto de 2018
A quem Iremos?
https://www.youtube.com/watch?v=iGstrl1arSU
Na primeira leitura, Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre “servir o Senhor” e servir outros deuses. O Povo escolhe claramente “servir o Senhor”, pois viu, na história recente da libertação do Egipto e da caminhada pelo deserto, como só Jahwéh pode proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem estar e a paz.
O Evangelho coloca diante dos nossos olhos dois grupos de discípulos, com opções diversas diante da proposta de Jesus. Um dos grupos, prisioneiro da lógica do mundo, tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo, aberto à acção de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; os membros deste grupo sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna. É este último grupo que é proposto como modelo aos crentes de todos os tempos.
Na segunda leitura, Paulo diz aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja.
sábado, 25 de agosto de 2018
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
FAMÍLIA SAUDÁVEL SOCIEDADE FELIZ
De 21 a 26 deste mês de agosto, está a decorrer, em Dublin, o IX Encontro Mundial das Famílias com a presença do Papa Francisco. O tema geral reitera que o Evangelho da família é alegria para o mundo. Como preparação para este Encontro Mundial foi proposto um itinerário de sete catequeses à luz da Exortação Apostólica “A Alegria do Amor”. Este percurso catequético vai descodificando a passagem do Evangelho de São Lucas que narra a perda e o encontro de Jesus no Templo (Lc 2, 41-52). Partindo de um olhar concreto sobre a família de hoje, as catequeses acentuam a importância da Palavra de Deus para iluminar o quotidiano familiar e alcançar o grande sonho que Deus tem para cada família apesar das fraquezas humanas e dificuldades do percurso. Realçam a família como promotora da cultura da vida, da esperança e da alegria e como escola de vida tanto para os esposos como para os filhos e a comunidade. Por isso, o Papa não deixa de apelar: “avancemos, famílias; continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais. Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida” (AL325). O Congresso pastoral, que precede o grande Encontro com a presença do Papa no fim de semana, está a ser participado por 37 mil participantes oriundos de 116 países: conferências, mesas redondas, painéis, testemunhos, convíviio e momentos de oração comuns fazem pare da programação do Congresso.
Sempre com os olhos postos na meta, os esposos cristãos sabem que a Palavra de Deus é uma verdadeira companheira de viagem. Não há situação crítica, conjugal ou familiar, a que ela não possa manifestar a sua proximidade e eficácia e iluminar os verdadeiros objetivos da vida humana. E não se trata de uma mera transmissão de verdades religiosas ou de uma catequese ou de um ensinamento de normas morais para pôr em prática. Trata-se da Palavra, da Palavra de Deus, da relação viva e profunda com Deus, que se torna história na vida de cada família (cf. AL 16). Por isso, como afirma Francisco, a Palavra de Deus “não se apresenta como uma sequência de teses abstratas, mas como uma companheira de viagem, mesmo para as famílias que estão em crise, ou imersas nalguma tribulação” (AL22). Ela conduz os esposos, a família, à certeza de que nunca se devem sentir sozinhos, contando apenas com as suas próprias forças. Apoiados na Palavra, os desafios que a vida lhes vai apresentando serão encarados com outro espírito. Sentirão de uma forma mais forte e encorajadora “a graça do sacramento que decorre do mistério da Encarnação e da Páscoa, em que Deus exprimiu todo o seu amor pela humanidade e se uniu com ela”. Com alegria e confiança, e dentro deste entendimento e sabedoria, melhor entenderão como “responder ao dom de Deus com o seu esforço, a sua criatividade, a sua perseverança e a sua luta diária”, podendo sempre “invocar o Espírito Santo que consagrou a sua união, para que a graça recebida se manifeste sempre em cada nova situação (AL74).
Dentro daquela “combinação necessária de alegrias e fadigas, de tensões e repouso, de sofrimentos e libertações, de satisfações e buscas, de aborrecimentos e prazeres” (AL126), o matrimónio é “um processo dinâmico que avança gradualmente com a progressiva integração dos dons de Deus” (AL122). Não é “uma convenção social, um rito vazio, ou o mero sinal externo de um compromisso”. É um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja” (AL72). Esta graça sacramental “não é uma coisa nem uma força, mas o próprio Cristo”. É Ele que “vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimónio. Fica com eles, dá-lhes a coragem de O seguirem tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levaram o fardo um do outro” (AL73). Com amor!
É verdade que hoje, conforme afirmava Bento XVI, existe um “vasto campo semântico da palavra ‘amor’: fala-se de amor da pátria, amor à profissão amor entre amigos, amor ao trabalho, amor entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, amor ao próximo e amor a Deus. Em toda esta gama de significados, porém, o amor entre homem e mulher, no qual concorrem indivisivelmente corpo e alma e se abre ao ser humano uma promessa de felicidade que parece irresistível, sobressai como arquétipo de amor por excelência, de tal modo que, comparados com ele, à primeira vista todos os demais tipos de amor se ofuscam” (Deus Caritas est,2).
Como sempre, um dos grandes desafios dum casal é a educação dos filhos. Mais do que dominar espaços, a missão educativa tem de gerar processos. Sim, a grande questão não é saber onde está fisicamente o filho, que lugares frequenta, com quem está neste momento. O mais importante é saber onde se encontra o seu sentido existencial, onde é que ele está posicionado do ponto de vista das suas convicções, dos seus objetivos, dos seus desejos, dos seus projetos de vida (cf. AL261). A formação ética e afetiva, a educação da vontade, o desenvolvimento de bons hábitos, a formação moral e o amadurecimento da liberdade pessoal, são sempre um verdadeiro desafio. E, de facto, não é fácil já que a verdadeira educação implica promover autonomia, liberdades responsáveis que, nas encruzilhadas e necessárias opções da vida, cada um saiba optar com sensatez e inteligência pelo mais útil e melhor bem, não só para si, também para o bem comum, respeitando-se a si e aos outros (cf. AL262).
Que este Congresso e Encontro Mundial das Famílias seja mais uma oportunidade para, de novo, centralizar o valor da família e dela se falar com alegria e esperança. Como afirma o Papa Francisco no seu twitter, "A família é o berço da vida e a escola de acolhimento e de amor; é uma janela aberta sobre o mistério de Deus ".
D.Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
Afife, 24-08-2018.
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Deus fez-te a ti
Uma vez ouvi uma história de um neto que perguntava à avó: “Avó, olha o mundo tem tanta violência, as pessoas agridem-se, há crianças com fome, pessoas abandonadas em hospitais, há tanta pobreza e destruição. Tu falas-me de Deus mas eu tenho uma pergunta para ti: Que faz Deus perante tudo isto? A avó com calma sentou-se olhou para ele e respondeu: Deus fez-te a ti.”
Quantas vezes somos esta criança? Quantas vezes perante tantas injustiças do mundo pensámos ou quisemos atirar a toalha ao chão? Quantas vezes pensámos em desistir de caminhar? Quantas vezes o cansaço parece querer falar mais alto? Quantas vezes o sofrimento do outro nos chega tão dentro que nos faz questionar como pode Deus permitir isto? ou como pode um mundo criado por um Deus que é amor ter em si tanto sofrimento, destruição dor e sofrimento? que faz Deus perante tudo isto?
Deus fez-te a ti. Deus tem-te a ti. Deus escolheu-te e escolhe-te a ti todos os dias para que sejas os seus abraços, os seus beijos na testa, o seu confronto. Deus escolheu-te para fazeres chegar o amor ao mundo através de ti. Sendo catequista, sendo médico, enfermeiro, cantor de igreja, empregada de limpeza, porteiro, professor, agricultor, advogado ou missionário. Não importa quem és. Não importa qual é o teu trabalho. Deus criou-te para ser feliz e com a tua vocação amar os outros como ele amou. Deus criou-te como resposta ao sofrimento, à injustiça.
Deus ao criar-nos quis escrever uma história de amor com a humanidade. Nascemos da história de amor de Deus com o mundo. Nascemos para o mundo onde Ele já está e onde é nossa missão pessoal caminhar para mostrar ao mundo o quanto Deus o ama e o quanto Ele quer que cada um de nós seja feliz tal e como é. Ele prometeu-nos: “Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos” (Mt 28, 20). Confiemos n’Ele, confiemos na missão que confia a cada um de nós, confiemos que caminha connosco ao nosso lado, que vai à nossa frente preparando o caminho. Confiemos que Deus nos fez a nós como prova de amor ao mundo.
Paula Ascenção
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Irlanda: Papa afirma que «famílias enfrentam muitos desafios», em mensagem ao encontro mundial
Cidade do Vaticano, 21 ago 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que “os jovens são o futuro” num vídeo-mensagem de saudação aos irlandeses e aos participantes do Encontro Mundial das Famílias que “é uma celebração da beleza do plano de Deus para a família”.
“As famílias de hoje enfrentam muitos desafios nos seus esforços para incorporar um amor fiel, criar filhos com valores saudáveis e estar na comunidade mais ampla, um fermento de bondade, amor e cuidado mútuo”, disse o pontífice.
No vídeo transmitido hoje na abertura do encontro, Francisco realçou que o Encontro Mundial das Famílias é também uma oportunidade para “as famílias de todo o mundo encontrarem-se e apoiarem-se mutuamente na sua vocação especial”.
Neste contexto, o Papa espera que a nona edição do evento seja “uma fonte de encorajamento renovado” para as famílias de todo o mundo, especialmente aquelas famílias que estão a participar no encontro em Dublin.
Francisco destacou que “os jovens são o futuro”, por isso, pediu que o “lugar essencial” da família “na vida da sociedade e na construção de um futuro melhor para os jovens” não seja esquecido.
“É muito importante preparar os jovens para o futuro, prepará-los hoje, no presente, mas com as raízes do passado: Os jovens e os avós. É muito importante”, desenvolveu.
Em 1980, Jorge Mario Bergoglio esteve a estudar inglês, durante alguns meses, num colégio Jesuíta na Irlanda, por isso, no vídeo afirmou que está “entusiasmado com a ideia de voltar à Irlanda”.
O 9.º Encontro Mundial das Família realiza-se entre hoje e domingo, dia 26, e o pontífice argentino participa nos dois últimos dias, nos eventos finais: Festa das Famílias em Croke Park, este sábado, e no dia seguinte preside à missa de encerramento, também na capital irlandesa.
“Embora o motivo específico da minha visita à Irlanda seja o Encontro Mundial das Famílias, gostaria de abraçar todos os membros da família irlandesa”, referiu.
Francisco disse também que reza para que aumente “a unidade e a reconciliação entre todos os fiéis de Cristo” e agradeceu “calorosamente” a todos os envolvidos na preparação da sua visita, a 24.ª visita internacional do pontificado.
A agenda do Papa não se limita ao encontro mundial e da agenda consta a visita a um centro de acolhimento para famílias, audiências com o presidente irlandês, Michael Higgins, e representantes das autoridades, da sociedade civil e do corpo diplomático e o episcopado irlandeses.
Em conferência de imprensa de apresentação da viagem, o porta-voz da Santa Sé, Greg Burke, disse hoje que o pontífice pode também encontrar-se com vítimas de abusos, como costuma fazer em países onde aconteceram, mas “não está previsto”.
Esta vai ser a segunda vez que o Papa Francisco participa neste evento, depois de Filadélfia (EUA), em 2015.
Os Encontros Mundiais das Famílias tiveram início na cidade de Roma, em 1994, por iniciativa do Papa São João Paulo II, repetindo-se a cada três anos.
CB
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
10 versículos bíblicos para meditar ao levantar-nos
Vale a pena até memorizá-los para evocá-los com frequência
A cada dia, baste a sua pena
Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.
Mateus 6, 34
Os dias ruins vêm e vão
Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças.
Filipenses 4, 6
Que teu coração deposite toda a sua confiança no Senhor! Não te firmes em tua própria sabedoria!
Provérbios 3, 5
Deus nos ama e cuida de nós
Nada temas, porque estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa.
Isaías 41, 10
Bem conheço os desígnios que mantenho para convosco – oráculo do Senhor -, desígnios de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro e uma esperança.
Jeremias 29, 11
E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus.
Filipenses 4, 7
Cultivemos pensamentos de serenidade e confiança
Espera no Senhor e faze o bem; habitarás a terra em plena segurança. Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá. Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá.
Salmos 36, 3-5
Não nos limitemos pelo mundo que passa
Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito.
Romanos 12, 2
Uma promessa de Deus…
Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem, porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó.
Salmos 102, 13-14
…e uma promessa para Deus
É a vós que eu invoco, Senhor, desde a manhã; escutai a minha voz, porque, desde o raiar do dia, vos apresento minha súplica e espero.
Salmos 5, 4
domingo, 19 de agosto de 2018
Pão da vida
https://www.youtube.com/watch?v=F3roJ_czH6I
No Evangelho, Jesus reafirma que o objectivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projecto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer.
A primeira leitura oferece-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”).
A segunda leitura lembra aos cristãos a sua opção por Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam.
sábado, 18 de agosto de 2018
Como rezar, se eu ainda não aprendi a falar com Deus?
Um guia de oração para iniciantes
Nem sempre é fácil aprender a rezar. E muitos católicos nunca foram ensinados sobre o que é a oração ou mesmo sobre o mecanismo básico da oração.A boa notícia é que a oração não precisa ser tão difícil. Rezar é surpreendentemente fácil para os que têm o coração aberto.
Em primeiro lugar, o Catecismo da Igreja Católica define a oração como “a elevação da alma para Deus ou o pedido feito a Deus de bens convenientes” (CIC 2559).
O que isso significa? Simples: toda vez que pensamos em Deus, estamos rezando. Pode ser um pensamento alegre, de gratidão ou mesmo um pensamento irritado. Podemos expressar esses pensamentos em voz alta, mas muitas vezes eles permanecem dentro de nós.
A oração é um diálogo com Deus, embora frequentemente não percebamos as reações Dele. Podemos falar com ele usando quaisquer palavras, desde que sejam honestas e sinceras. Pode ser na forma de uma oração memorizada ou de uma prece que nós mesmos podemos compor. Não importa a maneira como rezamos; Deus quer verdade e autenticidade acima de tudo.
E o que podemos pedir nas orações? Podemos orar a Deus para pedir “coisas boas”. Isso inclui a cura de um amigo ou o fim da violência, por exemplo. Deus sempre responde nossas orações e as concede, embora nem sempre da maneira como esperávamos. Ele nos conhece melhor do que nós mesmos, então ele nos dá aquilo que realmente precisamos (o que nem sempre é o que queremos).
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, “aquele que se humilha é que é elevado. A humildade é o fundamento da oração. ‘Não sabemos o que havemos de pedir para rezarmos como deve ser’ (Rm 8, 26). A humildade é a disposição necessária para receber gratuitamente o dom da oração: o homem é um mendigo de Deus” (CCC 2559).
Enfim, se você não sabe como rezar, peça ajuda a Deus. Ele vai te orientar a rezar com todo o seu coração e sua mente. De qualquer maneira, não deixe para amanhã ou para quando você se sentir preparado para rezar. Ore agora, expresse seus sentimentos a Deus, seus desejos e anseios. Deus quer estar com você em quaisquer circunstâncias, e a oração é o caminho que permite a presença Dele em nossas vidas.
Fonte:https://pt.aleteia.org/…/como-rezar-se-eu-ainda-nao-aprend…/
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
FAMÍLIAS DE CANÁ EM MOGOFORES, ANADIA, AVEIRO
Tendo já falado do Movimento de Shonestatt, do Movimento das Equipas de Nossa Senhora e do Movimento dos Casais de Santa Maria, hoje vou tornar presente um outro Movimento eclesial de espiritualidade familiar. Um Movimento que tem vontade e pernas para andar. Nasceu em Portugal, em 2013, em Mogofores, Anadia, Aveiro, no seio de uma família cristã, a família Power: é o Movimento Famílias de Caná.
Nall Power, irlandês de Waterford, e Teresa, portuguesa de Lisboa crescida em Castelo Branco, conheceram-se na Alemanha, em 1992, quando, universitários, ali faziam “Erasmus”. Ele é o sétimo duma família de dez irmãos. Ela, a mais velha de três irmãs. Ele foi escuteiro e participou, desde sempre, na vida paroquial, em família. Ela, integrada também na vida paroquial, fez parte dos Convívios Fraternos, participou em muitos encontros do Renovamento Carismático Católico e peregrinou a lugares de relevo, inclusive no estrangeiro. Ele, hoje, Professor na Universidade de Aveiro. Ela, Professora de Inglês, na Anadia. Na primavera da vida, uniu-os a fé católica e um grande amor a Nossa Senhora, a quem se consagraram no dia do casamento, em Fátima. São pais de sete filhos: Francisco, Clara, Tomás (falecido), David, Lúcia, António e Sara. Vivendo integrados na vida paroquial, foram “crescendo na fé em família e construindo, pouco a pouco, filho a filho, os fundamentos da espiritualidade do Movimento Famílias de Caná”.
Pedindo ajuda ao seu Pároco para melhor discernirem sobre o que iam pensando e vivendo em família, foram dando corpo a uma forma de vida familiar que, acabaram por concluir, se divulgada e vivida em fidelidade ao carisma fundacional, muito útil poderia ser a outras famílias na sua caminhada em direção à santidade. Firmes neste propósito, confiaram o Movimento a Maria Auxiliadora venerada no Santuário de Mogofores, Anadia, Aveiro.
O texto evangélico das Bodas de Caná (Jo 2, 1-11), foi-lhes abrindo horizontes pela riqueza do seu conteúdo e a oferta de “imensos níveis de leitura e de meditação”. O texto apresenta Maria sempre atenta e de presença eficaz no seio daquela família nascente. Ela revela aos noivos e a toda a comunidade ali presente, Jesus Cristo como o Filho de Deus, cuja presença na Boda antecipa toda a força e beleza do sacramento do matrimónio, santifica a nova família e aponta para as Bodas do Cordeiro anunciadas ao longo de toda a Bíblia. É a celebração da família que se abre ao amor infinito de Deus. É a celebração do amor único e eterno entre Deus e cada um dos esposos desafiados a viverem em constante clima de Bodas. É o fazer da vida, e em especial da vida familiar, uma festa divina, celebrando alegremente a amizade, a solidariedade, a partilha com toda a comunidade. Neste convite a Maria e a Jesus para a festa da família, Maria colabora na tarefa humilde e grandiosa de a família fazer tudo o que Jesus lhe for dizendo.
O atual Bispo de Aveiro, tendo tomado conhecimento da existência deste Movimento Familiar - as Famílias de Caná -, apoiou-o desde logo. Na Quaresma de 2015, orientou-lhes um retiro, onde lhes propôs que os diversos pontos de espiritualidade do movimento fossem repartidos por seis talhas. Tantas talhas quantas as referidas no texto das Bodas de Caná. Entusiasmada, a família Power acolheu a proposta e dedicou-se imediatamente à tarefa de estruturar as seis Bilhas de Caná, apoiadas na oração, na evangelização e no serviço, significativamente estruturadas e com conteúdos de relevo, assim enunciadas: Comunhão - Nós, Jesus!; Vida sacramental; A Bíblia; O canto de oração; A Visitação; Consagração e Rosário.
Às palavras de Jesus, as talhas vazias encheram-se de água e o milagre aconteceu. Cada Família de Caná é convidada a oferecer a Jesus seis pequenas “bilhas” esvaziadas de tudo o que é mundano e, à Sua Palavra, a enchê-las de “água” até transbordarem, numa obediência pronta e generosa. Logo experimentará a abundância do amor de Jesus, que, por intercessão de Maria, não permitirá que o “vinho” da fé, da esperança e do amor acabe no seu lar. Em 29 de junho de 2016, por Decreto do Bispo de Aveiro, é aprovado, nesta Diocese, o Movimento Famílias de Caná, segundo o seu carisma, espiritualidade e missão tal como está publicado na sua Carta Fundacional.
A família Power tem vindo a ser convidada a dar o seu testemunho em vários pontos do país. Em seu tempo, criou também o blogue “Uma Família Católica” onde, ao longo de alguns anos, partilhava “o quotidiano da sua vida a partir da Palavra e sob o olhar de Deus”. Deste testemunho, deste passar a palavra, têm nascido muitas famílias de Caná constituídas em Aldeias de Caná, que são, por sua vez, berços fecundos de novas Famílias de Caná, através do seu testemunho e do seu entusiasmo. Constrói-se uma Aldeia de Caná quando, pelo menos duas ou três famílias de Caná, se reúnem com regularidade para, juntas, aprofundar e partilhar a sua vivência do carisma, da espiritualidade e da missão. As aldeias são locais pequenos, onde todos se conhecem e entreajudam. Numa aldeia, a festa é a festa de todos, a dor é a dor de todos, toda a gente se estima e solidariza. Foi de aldeia em aldeia que Jesus percorreu toda a Galileia, a Judeia e a Samaria anunciando a Boa Nova. De povoado em povoado, os Apóstolos continuaram esta missão. Assim, o cristianismo chegou até nós sendo agora a nossa vez de fazer passar a mensagem.
Podem pertencer a este Movimento as Famílias que, por inteiro – pais e filhos em conjunto – se comprometam a viver de acordo com o carisma proposto. Nem todas as famílias estão fundadas sobre o sacramento do Matrimónio, mas todas precisam de sentir sede deste sacramento. Assim, há, no Movimento, famílias de divorciados que vivem numa nova união e que correspondem ao perfil traçado pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica “A Alegria do Amor”. Embora o Movimento possa e deva acompanhar as famílias resultantes de uma mera união de facto para que também elas venham a beber do “vinho novo” de Jesus, estas famílias, as famílias “resultantes duma união de facto, que não apresentem nenhum impedimento para a receção do sacramento do Matrimónio, só poderão ser Famílias de Caná depois do seu Matrimónio, pois a união de facto não sugere sede de vida sacramental”. Podem também pertencer ao Movimento as famílias “que vivem todo o tipo de situações problemáticas, como mães solteiras, pais cujos filhos abandonam a fé, e outras, bastando que um dos membros da família se queira comprometer”. Além disso, também podem pertencer ao Movimento os Jovens, os leigos consagrados e os sacerdotes diocesanos, todos quantos, bebendo das seis Bilhas de Caná, queiram prosseguir este caminho de santidade ou se sintam chamados a servir a sua família e a dos outros.
Para fazer nascer uma Aldeia de Caná é preciso muito pouco! Basta que uma família sinta o desejo de fazer o bem, se coloque em linha com os responsáveis do Movimento e o pároco, salte do sofá e saia como “Família Servente” duma Aldeia de Caná a constituir com famílias da mesma área geográfica, do mesmo grupo de amigos, ou da mesma paróquia. Não são necessárias estruturas complicadas, nem regras rígidas, nem “pessoas importantes”. Basta querer amar e adorar em família de famílias.
Convido os leitores a buscar na Internet o Movimento Famílias de Caná. Irão conhecê-lo melhor e melhor ficarão a saber como funciona. Foi de lá que tirei estes apontamentos.
Sabendo que nesta Diocese de Portalegre-Castelo Branco já existe, pelo menos uma Aldeia de Caná a reunir no Seminário do Preciosíssimo Sangue, em Proença-a-Nova, faço votos para que o Movimento cresça e se fortaleça cada vez mais.
A Família tudo merece!
D.Antonino Dias . Bispo de Portalegre Castelo Branco
Portalegre, 17-08-2018.
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
FESTA DA PAROQUIA DE ARRONCHES- Espetaculo
Festa da Paróquia de Arronches.
Espectáculo na escadaria da Igreja Matriz.
Vídeo - Notícias de Arronches TV
Foto Emilio Moitas
Vídeo - Notícias de Arronches TV
Foto Emilio Moitas
Celebração em Honra de Nª Srª de Assunção
Ontem Arronches comemorou a festa em Honra da Padroeira da Freguesia que leva o seu nome.
Teve início na Igreja Matriz com a Eucaristia pelas 10 horas, animada pelo Grupo Coral Alma Mater.O Padre Fernando agradeceu a presença de todos,cumprimentou as autoridades presentes e enalteceu o sentido de vida de Maria na figura de filha, mãe e mulher. Como padroeira desta freguesia, era dia de louvar, agradecer toda a proteção, rezar e solicitar as graças.
No final da Eucaristia foram apresentados os novos acólitos.
Seguiu-se a Procissão pelas ruas da vila ao som da Banda Euterpe.
Frente ao edifico da Junta de Freguesia de Assunção, a Procissão com a imagem da Padroeira, deteve-se por alguns momentos que o Padre Fernando aproveitou para agradeceu publicamente o apoio da Junta à Paróquia e pedir a proteção para a freguesia, habitantes e autoridades. O Presidente da Junta, José Louro agradeceu as palavras do pároco e desejou a todos a protecção divina.
Nesse percurso a Procissão com a imagem da Padroeira, reteve-se por alguns momentos frente ao edifico da Junta de Freguesia de Assunção, em que o Padre Fernando aproveitou para agradeceu publicamente o apoio da Junta à Paróquia. O Presidente da Junta, José Louro agradeceu as palavras do pároco e desejou a todos a protecção divina.
Felizes os que amam o Senhor
Felizes os que andam em seus caminhos.
Felizes sãos os pés daqueles
que vivem e anunciam a verdade...
Fotos: Noticias de Arronches, vários
Fotos e Video : Emilio Moitas,
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria
Bendita és tu, Maria! Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas…
Primeira leitura: Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.
Salmo: Bendita és tu, Virgem Maria! A esposa do rei é Maria. Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à glória do seu Filho.
Segunda leitura: Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens.
Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!
Rezar por Maria.
Frequentemente, ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”… Esta maneira de falar não é absolutamente exacta, porque a oração cristã dirige-se a Deus, ao Pai, ao Filho e ao Espírito: só Deus atende a oração. Os nossos irmãos protestantes que, contrariamente ao que se pretende, por vezes têm a mesma fé que os católicos e os ortodoxos na Virgem Maria Mãe de Deus, recordam-nos que Maria é e se diz ela própria a Serva do Senhor.
Rezar por Maria é pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte!” A sua intervenção maternal em Caná resume bem a sua intercessão em nosso favor. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei tudo o que Ele vos disser!”
Rezar com Maria.
Ela está ao nosso lado para nos levar na oração, como uma mãe sustenta a palavra balbuciante do seu filho. Na glória de Deus, na qual nós a honramos hoje, ela prossegue a missão que Jesus lhe confiou sobre a Cruz: “Eis o teu Filho!” Rezar com Maria, mais que nos ajoelharmos diante dela, é ajoelhar-se ao seu lado para nos juntarmos à sua oração. Ela acompanha-nos e guia-nos na nossa caminhada junto de Deus.
Rezar como Maria.
Aprendemos junto de Maria os caminhos da oração. Na escola daquela que “guardava e meditava no seu coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus, nós meditamos o Evangelho e, à luz do Espírito Santo, avançamos nos caminhos da verdade. A nossa oração torna-se acção de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!”
extratos de http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=852
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Triduo a Nossa Senhora da Assunção 2º Dia
Oh! Santíssima Virgem que, para vos preparardes para uma santa morte, suspirastes na vida por vos unirdes para sempre com vosso Filho; alcançai-nos que vivamos sempre fiéis ao mesmo Senhor até à morte. Em virtude de sua Assunção aos céus peço… (fazer o pedido)
Pai Nosso, Três Ave Marias
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