domingo, 31 de março de 2019

Deus é rico em misericórdia



https://www.youtube.com/watch?v=TRuBfudJq38

A liturgia de hoje convida-nos à descoberta do Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele.
O Evangelho apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.
A segunda leitura convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo.
A primeira leitura, a propósito da circuncisão dos israelitas, convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.

Ser cristão é, antes de mais, aceitar essa proposta de reconciliação que Deus nos faz em Jesus. Significa que Deus, apesar das nossas infidelidades, continua a propor-nos um projecto de comunhão e de amor. Como é que eu respondo a essa oferta de Deus: com uma vida de obediência aos seus projectos e de entrega confiada nas suas mãos, ou com egoísmo, auto-suficiência e fechamento ao Deus da comunhão?

A segunda parte da parábola deste domingo é uma crítica à conduta do filho mais velho… uma crítica da nossa própria conduta, nós que estamos ao serviço de Deus nem nunca ter desobedecido gravemente às suas leis. Somos observantes, fazemos o que devemos fazer, mas depressa podemos mostrar-nos duros e com desprezo: quando fechamos a porta ao nosso filho que…, quando cortamos as pontes com um parente…, quando olhamos de lado a divorciada… E, entretanto, Deus não nos julga! Ele é paciente, suplica-nos para compreender: “Tu, meu filho, estás sempre comigo…”

http://www.dehonianos.org

sábado, 30 de março de 2019

PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS



DOMINGO 31 DE MARÇO

16:00 H- Eucaristia
17:00 H- Procissão do Senhor dos Passos

Percorrerá o itinerário habitual com o Encontro no Largo Serpa Pinto.




sexta-feira, 29 de março de 2019

CAMPANHA ELEITORAL PARA QUÊ?...


Resultado de imagem para antonino dias

Aproxima-se a campanha eleitoral, esse tempo tão necessário quão importante para apresentar programas, esclarecer dúvidas, debater ideias e projetos em prol do bem comum nacional e para espevitar as velas dormentes do castiçal europeu e mundial, o qual, para alumiar a todos, também exige esmero e qualidade, ideias e jeito. É possível que alguém venha por aí, e se estique, a prometer a Lua e os seus arredores, tentando fazer acreditar que a construção do maciço do Everest e de toda a cordilheira dos Himalaias a eles se deve!... A política, porém, no seu pluralismo e variedade legítima de opções, tem arte e nobreza, tem valores e leis próprias que se devem reconhecer, abraçar e respeitar. Participando nesse alegre e rezingado jogo com sentido de responsabilidade, que ganhem os melhores, é o que todos desejamos!
Tiramos o nosso chapéu a quem se dedica à causa pública, a quem aceita e serve dedicadamente a comunidade humana. Sabemos que não é pera doce, causa insónias e dissabores. Não é coisa que se possa abraçar apenas porque dá importância e enche o ego. Cristo, o maior e o mais importante líder de toda a humanidade e de todos os tempos, serviu sem peneiras e contestou quem as tinha. Sempre de pé diante dos homens, serviu com amor e honestidade, atento e sensível lavou os pés aos sofrimentos do mundo que são tantos e tão diversos. Assim como Eu vos fiz, fazei vós também, disse-nos Ele. A missão de bem servir implica humildade, competência e determinação. Exige cadastro limpo e capacidade de ouvir, de perceber o melhor e agir em prol do bem comum. Não se compadece com subserviências perante uns nem com pretensões de proprietários ricos a distribuir esmolas perante outros. As atitudes menos corretas, que sempre as há e saltam de onde menos se espera, provocam a sensação, injustamente generalizada, de que todos são iguais. Sabemos que não é assim, sabemos que essa é uma pequena minoria mesmo que os seus estragos e escândalos sejam de efeitos devastadores e ecoem de forma dolorosa no coração de todos. Embora o cuidado pela construção do bem comum seja da responsabilidade de todos e de cada um, ele fundamenta, de forma muito particular, a existência da comunidade política. É do bem comum que deriva o seu direito natural e próprio, é ele que a justifica e lhe dá significado e sentido (cf. GS75; ChFL42). É o bem comum que a leva a colocar-se ao serviço de todos os homens e do homem todo, da família e da sociedade, em verdadeiro espírito de missão. Só o espírito de serviço humilde é capaz de aliado à necessária competência, tornar transparente e eficaz a atividade de quem se dedica à política. É um poder delegado, um poder exercido à luz dos critérios da justiça e da ética e não na base da força eleitoral ou de interesses pessoais ou de grupos ou de ideologias redutoras da condição humana.
Quando, porventura, surge o recurso à deslealdade e à mentira, o desperdício dos dinheiros públicos, a corrupção, os jeitinhos e as clientelas, o nepotismo familiar, o uso de meios ambíguos ou ilícitos para, a todo o custo, conquistar, conservar ou aumentar o poder de forma “populista” e pouco ou nada popular, temos o caldo entornado e os bichanos nas filhoses! São tentações que debilitam a consciência e arrastam aos desvios próprios da natureza humana sempre tão frágil, tão ferida e contumaz! Além disso, gera-se a desconfiança, diminui o espírito cívico e participativo da população, não se educa para a cidadania, o povo sente-se prejudicado e desiludido, constata que o bem comum vale menos que os interesses particulares, mesquinhos e egoístas, facilmente percebe a ausência de uma equilibrada hierarquia de valores que tenha em atenção a correta compreensão da dignidade e dos direitos da pessoa, em sociedade (cf. CA47).
A responsabilidade por uma sociedade justa e solidária fundamenta-se na sociabilidade natural e na interdependência das relações sociais a que chamamos solidariedade. Mas a solidariedade não é um sentimento de vaga compaixão pelas pessoas que sofrem. É a determinação firme e perseverante que, de forma digna e justa, leva cada cidadão, cada grupo, cada instituição, cada sindicato ou partido a empenhar-se pelo bem de todos e de cada um, porque todos somos verdadeiramente responsáveis por todos (cf. SRS38). Por isso, ninguém deve abdicar da sua responsabilidade, seja qual for a razão que o possa levar à tentação de o querer fazer. Somos destinatários, sim, mas somos também protagonistas desse serviço à pessoa e à sociedade. E são inumeráveis os graus de participação em formas, níveis, funções, competências, responsabilidades, a começar pelo dever de votar. A tarefa da construção da sociedade tem sempre como principais critérios e objetivos a busca do bem comum, a defesa e a promoção da justiça, como tão bem e largamente nos fala a Doutrina Social da Igreja (cf. ChFL42).
Bento XVI afirmava que “Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político”. Na verdade, o serviço à causa pública entendido como “alta forma de caridade”, desdobra-se em serviço abnegado à comunidade humana, tem como ponto de honra a opção preferencial pelos mais pobres, procura agir com a maior participação dos cidadãos, busca um verdadeiro crescimento com equidade e inclusão, procura sempre reconstruir o tecido familiar e social com energias de fraternidade. A fraternidade que nos une em Cristo é muito mais do que o reconhecimento da igualdade e duma convivência cívica e solidária entre todos. Se assim não for, esta sociedade “cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (cf. CV19.78).


D.Antonino Dias  -Bispo
Portalegre-Castelo Branco, 29-03-2019.

VIA SACRA PAROQUIAL

Todas as sextas-feiras da Quaresma às 17:00h na Igreja Matriz
VIA SACRA TODAS AS SEXTAS-FEIRAS DA QUARESMA ÀS 17:00H NA IGREJA MATRIZ

quinta-feira, 28 de março de 2019

Audiência: alimento não é propriedade privada. O apelo do Papa pelas crianças famintas

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Na catequese desta quarta-feira, o Pontífice começou a analisar a segunda parte da oração do Pai-Nosso, em que apresentamos a Deus as nossas necessidades. E a súplica analisada foi: o pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Alimento não é propriedade privada, mas providência a compartilhar, com a graça de Deus: palavras do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, na Praça São Pedro.

Na catequese, o Pontífice começou a analisar a segunda parte da oração do Pai-Nosso, aquela em que apresentamos a Deus as nossas necessidades. E a súplica analisada foi: o pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Jesus não está indiferente

Esta oração provém de uma evidência que frequentemente esquecemos, isto é, de que não somos criaturas autossuficientes e que precisamos nos nutrir todos os dias. Jesus não exige súplicas refinadas. Nos Evangelhos, há uma multidão de mendigos que suplicam libertação e salvação: há quem pede pão, cura, purificação, a visão... Jesus jamais passa indiferente ao lado desses pedidos e dores.

Jesus, portanto, nos ensina a pedir o pão cotidiano:

“ Quantas mães e pais, ainda hoje, vão dormir com o tormento de não ter no dia seguinte pão suficiente para os próprios filhos! Imaginemos esta oração rezada não na segurança de um cômodo apartamento, mas na precariedade de um quarto onde as pessoas se adaptam, onde falta o necessário para viver. As palavras de Jesus assumem uma força nova. ”

A oração cristã começa deste nível. Não é um exercício para ascetas, mas parte da realidade, do coração, da carne de pessoas que estão na necessidade.

Nem mesmo os mais altos místicos cristãos podem prescindir da simplicidade deste pedido: e o pão significa também água, remédio, casa, trabalho... O pão que o cristão pede na oração não é o “meu”, mas o “nosso”. Jesus quer assim. Ele nos ensina a pedi-lo não só para si mesmo, mas para toda a fraternidade do mundo. Se não for rezado assim, o “Pai-Nosso deixa de ser uma oração cristã. Se Deus é nosso Pai, como podemos nos apresentar a Ele senão de mãos dadas?”

Empatia e solidariedade

E se o pão que Ele nos dá o roubamos entre nós, como podemos declarar-nos seus filhos? Esta invocação contém uma atitude de empatia e de solidariedade. Na minha fome sinto a fome das multidões, e então rezarei a Deus até que o pedido não seja realizado.

Francisco convidou os fiéis a pensarem nas crianças famintas nos países que estão em guerra:

“ Crianças famintas no Iêmen, na Síria, em muitos países onde não há pão, no Sudão do Sul. Pensemos nessas crianças e vamos rezar juntos: Pai, nos dai hoje o pão nosso de cada dia. ”

Alimento não é propriedade privada

Jesus nos educa a pedir a Deus as necessidades de todos e nos repreende o fato de não estarmos acostumados a dividir o pão com quem está próximo de nós.

“Era um pão entregue a toda a humanidade e, ao invés, foi consumido somente por alguns: o amor não pode tolerar isto. O amor de Deus também não pode tolerar este egoísmo”, disse o Papa, acrescentando:

“ Alimento não é propriedade privada, vamos colocar isso na cabeça, mas providência a compartilhar, com a graça de Deus. ”
Ao multiplicar os pães e peixes, Jesus realiza o milagre da compartilha. Ele próprio, multiplicando aquele pão oferecido, antecipou a oferta de Si no Pão eucarístico. De fato, somente a Eucaristia é capaz de saciar a fome de infinito e o desejo de Deus que anima o homem, inclusive na busca do pão cotidiano.
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quarta-feira, 27 de março de 2019

Papa Francisco irá para a África em setembro

Logótipo da Viagem Apostólica a Moçambique
O Papa fará uma Viagem Apostólica a Moçambique, Madagascar e Maurício de 4 a 10 de setembro deste ano. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27/03) pela Sala de Imprensa da Santa Sé



Cidade do Vaticano


Foi publicada na manhã desta quarta-feira (27/03) a Declaração do diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, comunicando que o Santo Padre fará uma Viagem Apostólica a três países da África em setembro deste ano.

“Acolhendo o convite dos respectivos presidentes e dos Bispos, Sua Santidade Papa Francisco realizará uma Viagem Apostólica a Moçambique, Madagascar e Maurício de 4 a 10 de setembro de 2019, visitando as cidades de Maputo em Moçambique, Antananarivo em Madagascar e Port Louis em Maurício. O programa da viagem será publicado oportunamente”.


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Papa convoca "24 horas de oração para o Senhor"

Papa Francisco em oração

Na próxima sexta-feira, 29 de março, às 17h  na Basílica de São Pedro, o Papa presidirá a Celebração Penitencial de abertura da tradicional iniciativa “24 HORAS PARA O SENHOR”, promovida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.


Cidade do Vaticano

O Papa Francisco dará início à 6ª edição da tradicional iniciativa “24 horas de Oração para o Senhor”, com a celebração penitencial na Basílica de São Pedro na próxima sexta-feira, dia 29 de março. A iniciativa nasceu em Roma há seis anos, mas logo se tornou mundial, unindo espiritualmente ao Santo Padre as Igrejas espalhadas nos cinco continentes, e oferecendo a todos a possibilidade de fazer experiência pessoal da infinita misericórdia de Deus.

Nem eu te condeno

O tema deste ano será a frase do Evangelho de João: “Nem eu te condeno (Jo 8, 11). A jornada, que será marcada pela Adoração Eucarística, pela reflexão e pelo convite à conversão pessoal, propõe a contemplação da imagem de Jesus, que ao invés da multidão reunida para julgar e condenar, oferece a sua infinita Misericórdia como ocasião de graça e de vida nova.

Reconciliação

Como recorda o Santo Padre na Carta Apostólica Misericordia et Misera “O sacramento da Reconciliação precisa voltar a ter o seu lugar central na vida cristã (…), uma ocasião propícia pode ser a celebração da iniciativa 24 horas para o Senhor nas proximidades do IV Domingo da Quaresma, que goza já de amplo consenso nas dioceses e continua a ser um forte apelo pastoral para viver intensamente o sacramento da Confissão”.

O mundo inteiro está convidado para abrir-se à Misericórdia de Deus com as “24 horas para o Senhor” que o Papa Francisco dará início com a Celebração Penitencial desta sexta-feira (29).

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terça-feira, 26 de março de 2019

Papa assinou novo documento dedicado aos jovens, propondo espaços de escuta e acompanhamento

Exortação apostólica pós-sinodal «Christus Vivit» vai ser publicada a 2 de abril



Loreto, Itália, 25 mar 2019 (Ecclesia) – O Papa assinou uma carta aos jovens, no santuário mariano do Loreto, na sequência do Sínodo dos Bispos dedicado às novas gerações, que decorreu em outubro de 2018, desejando que a Igreja ouça os jovens e os ajude a encontrar o seu caminho de vida.

“Que a Santíssima Virgem ajude todos, especialmente os jovens, a percorrer o caminho da paz e da fraternidade, baseado no acolhimento e no perdão, no respeito pelos outros e no amor que é dom de si”, disse, no discurso que pronunciou nesta localidade italiana.

Francisco desafiou os católicos a “levar o Evangelho da paz e da vida” aos seus contemporâneos, “muitas vezes distraídos, tomados pelos interesses terrenos ou imersos num clima de aridez espiritual”.

O Papa sublinhou que a preocupação do seu novo texto é ajudar as novas gerações no processo de “escuta da palavra-projeto de Deus”, discernimento e decisão, envolvendo os diversos campos da pastoral da Igreja – juvenil, vocacional e familiar.

“A família e os jovens não podem ser dois setores paralelos da pastoral das nossas comunidades, mas devem caminhar juntos, porque muitas vezes os jovens são aquilo que uma família lhes deu, no período de crescimento”, observou.

Francisco quer que os jovens estejam “prontos e disponíveis” para responder a Deus, reconhecendo-o “num nível mais profundo, onde atuam as forças morais e espirituais”.

“Aqui, a Virgem Maria, a jovem plena de graça, continua a falar às novas gerações, acompanhando cada um na busca da sua própria vocação. Por isso, quis assinar aqui a exortação apostólica, fruto do Sínodo dedicado aos jovens, que se intitula ‘Christus vivit – Cristo vive’”, explicou Francisco.

A intervenção sublinhou a necessidade de “descobrir as surpresas de Deus” no projeto de vida de cada um, com “plena confiança e disponibilidade total”.


Maria é o modelo de todas as vocações e inspiradora de qualquer pastoral vocacional: os jovens que estão à procura e se interrogam sobre o seu futuro, podem encontrar em Maria aquela que ajuda a discernir o projeto de Deus para si próprios e a força para aderir ao mesmo”.

O Papa apelou ao relançamento do Centro João Paulo II, ao serviço da Itália e a nível internacional, como lugar “onde os jovens e os seus educadores possam sentir-se ouvidos, acompanhados e ajudados a discernir”.

Francisco desafiou os religiosos capuchinhos, responsáveis pela pastoral no Santuário do Loreto, a manter as portas abertas “no final da tarde e no início da noite”, quando houver jovens a “rezar e a discernir a sua vocação”.

A intenção do pontífice é fazer do Santuário do Loreto, no centro da Itália, um lugar de “continuação dos encontros mundiais dos jovens e da família”.

“Na delicada situação do mundo de hoje, a família fundada no casamento entre um homem e uma mulher assume uma importância e uma missão essenciais. É necessário redescobrir o plano traçado por Deus para a família, reafirmar a sua grandeza e papel insubstituível ao serviço da vida e da sociedade”, assinalou.

O Papa esteve durante largos minutos com os que participam do ministério diocesano para os deficientes auditivos, abençoando os presentes e posando para selfies, além de ter distribuído vários abraços e até deixado uma mensagem em língua gestual.

“Os doentes devem ser acolhidos na família. Por favor, não nos deixemos cair na cultura do descarte, que é proposto pelas várias colonizações ideológicas que hoje nos atacam”, advertiu.

Francisco presidiu à Missa na Santa Casa do Loreto, perante pessoas doentes, religiosos capuchinhos e monjas de clausura, antes de saudar os peregrinos reunidos e recitar a oração do ângelus, na solenidade litúrgica da Anunciação do Senhor.

A visita conclui-se após o almoço com os bispos da região.

Entre os principais documentos do atual pontificado estão as encíclicas ‘Laudato si’, dedicada a questões ecológicas; a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI; e as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), ‘Amoris Laetitia’ (A alegria do amor) e “Gaudate et Exsultate”, sobre o chamamento à santidade no mundo atual.

A exortação ‘Cristo Vive’ vai ser publicada e apresentada pelo Vaticano em data ainda a definir.

OC

Papa recorda missionários assassinados em todo o mundo e fala em «calvário»


Francisco reza por vítimas de atentados «desumanos» na Nigéria e Mali



Foto: Lusa

Cidade do Vaticano, 24 mar 2019 (Ecclesia) – O Papa assinalou domingo no Vaticano a jornada em memória dos “missionários mártires” e falou num “calvário” de perseguição aos cristãos, que em 2018 provocou a morte de 40 agentes pastorais, quase o dobro em relação ao ano anterior.

“Em todo o mundo, numerosos bispos, sacerdotes, religiosos e leigos foram alvo de violência”, disse, desde a janela do apartamento pontifício.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus, Francisco convidou a “recordar este calvário contemporâneo de irmãos e irmãs perseguidos ou mortos por causa da sua fé em Jesus”.

Segundo o Papa, este é um “dever de gratidão”, por parte de toda a Igreja, e um “estímulo para testemunhar com coragem a fé e a esperança naquela que, sobre a Cruz, venceu para sempre o ódio e a violência com o seu amor”.

A intervenção evocou as vítimas dos “atentados desumanos” que aconteceram na Nigéria e no Mali.

“Que o Senhor acolha estas vítimas, cure os feridos, console os familiares e converta os corações cruéis. Rezemos”, pediu, antes de recitar uma Ave-Maria com os peregrinos, no Vaticano.

A violência de grupos terroristas islamitas na Nigéria, como o Boko Haram, provocou a morte de mais de 100 pessoas e a destruição de dezenas de casas de cristãos, nos últimos dois meses.

No Mali, 21 soldados foram mortos a 17 de março, num ataque a uma base militar em Dioura, levado a cabo por um grupo terrorista de ‘jihadistas’.

Francisco evocou, depois, a beatificação do médico e mártir espanhol Mariano Mullerat i Soldevila, que apresentou como “um exemplo” de perdão.

O leigo católico foi fuzilado em 1936, por causa da sua fé, e o seu corpo queimado, durante a Guerra Civil espanhola.

“Que ele interceda por nós e nos ajude a percorrer os caminhos do amor e da fraternidade, apesar das dificuldades e das tribulações”, declarou o Papa.

O pontífice deixou ainda votos de que as conversações de paz iniciadas a 27 de fevereiro, na Nicarágua, para “resolver a grave crise sociopolítica” no país da América Central possam chegar, “quanto antes, a uma solução pacífica para o bem de todos”.

A catequese inicial falou da importância da Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa, como percurso de “conversão”, na vida pessoal e social.

“Que a Virgem Maria nos ajude a viver estes dias como um tempo de renovação espiritual e de abertura confiante à graça de Deus e à sua misericórdia”, disse.

Antes de despedir-se dos peregrinos e visitantes, o Papa recordou que vai assinar na segunda-feira a nova Exortação Apostólica pós-sinodal, em forma de “Carta aos Jovens”, com o título ‘Vive Cristo, esperanza nuestra’ (Vive Cristo, a nossa esperança).

O documento dá continuidade à assembleia do Sínodo dos Bispos dedicada às novas gerações, que decorreu no Vaticano, em outubro de 2018.

A assinatura vai decorrer, por decisão de Francisco, na solenidade da Anunciação do Senhor, durante uma visita ao Santuário Mariano de Loreto, na Itália.

“Peço a vossa oração, para que o ‘Sim’ de Maria se torne o ‘Sim’ de tantos de nós”, concluiu.

OC

segunda-feira, 25 de março de 2019

Embalagens Solidárias CTT - Feito de Esperança


Move-nos ajudar Moçambique

Com a passagem do ciclone Idai milhares de moçambicanos foram afetados pelas cheias. Contribua enviando roupas. o Envio é gratuito. 

Embalagens Solidárias CTT - Feito de Esperança

Os CTT – Correios de Portugal, em parceria com os Correios de Moçambique, arrancam esta segunda-feira, dia 25, com uma ação de recolha de roupas nas Lojas CTT dos donativos dos portugueses para enviar para Moçambique.

Com a passagem do ciclone Idai milhares de moçambicanos foram afetados pelas cheias. A ajuda de todos é fundamental e, assim, os CTT estão a fornecer Embalagens Solidárias para que os portugueses possam enviar roupas para Moçambique.
Como Ajudar?
Deslocar-se a uma das 538 Lojas CTT espalhadas por todo o país;
Pedir uma Embalagem Solidária;
Colocar o donativo (roupas) e o envio será realizado, de forma gratuita;
A recolha de donativos nas Lojas CTT decorre entre 25 de março até 8 de abril.

Os CTT aproveitam a forte capilaridade e proximidade às populações disponibilizando a sua vasta rede de lojas para fazer chegar os donativos dos portugueses a quem mais precisa.

Feito de Esperança - Uma iniciativa CTT e Correios de Moçambique

Olhar para o Crucifixo para superar dificuldades




Na homilia da missa celebrada, dia 20, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco convidou os fiéis a olharem para o crucifixo todas as vezes que sentirem cansados diante das dificuldades da vida.

domingo, 24 de março de 2019

Converte- te


https://www.youtube.com/watch?v=jYa7J5uUp5Y


Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa somos chamados, mais uma vez, a repensar a nossa existência. O tema fundamental da liturgia de hoje é a “conversão”. Com este tema enlaça-se o da “libertação”: o Deus libertador propõe-nos a transformação em homens novos, livres da escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em plenitude, a vida de Deus.
O Evangelho contém um convite a uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade, a um recentrar a vida de forma que Deus e os seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte.
A segunda leitura avisa-nos que o cumprimento de ritos externos e vazios não é importante; o que é importante é a adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e de viver com Ele numa comunhão íntima.
A primeira leitura fala-nos do Deus que não suporta as injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam pela libertação. É esse Deus libertador que exige de nós uma luta permanente contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena.
Deus age na nossa vida e na nossa história através de homens de boa vontade, que se deixam desafiar por Deus e que aceitam ser seus instrumentos na libertação do mundo. Diante dos sofrimentos dos irmãos e dos desafios de Deus, como respondo: com o comodismo de quem não está para se chatear com os problemas dos outros? Com o egoísmo de quem acha que não é nada consigo? Com a passividade de quem acha que já fez alguma coisa e que agora é a vez dos outros? Ou com uma atitude de profeta, que se deixa interpelar por Deus e aceita colaborar com Ele na construção de um mundo mais justo e mais fraterno?
O que é essencial na nossa vivência cristã? O cumprimento de ritos externos que nos marcam como cristãos aos olhos do mundo (ou dos nossos superiores)? Ou é uma vida de comunhão com Deus, vivida com coerência e verdade, que depois se transforma em gestos de amor e de partilha com os nossos irmãos? O que é que condiciona as minhas atitudes: o “parecer bem” ou o “ser” de verdade?
A proposta principal que Jesus apresenta neste episódio chama-se “conversão” (“metanoia”). Não se trata de penitência externa, ou de um simples arrependimento dos pecados; trata-se de um convite à mudança radical, à reformulação total da vida, da mentalidade, das atitudes, de forma que Deus e os seus valores passem a estar em primeiro lugar. É este caminho a que somos chamados a percorrer neste tempo, a fim de renascermos, com Jesus, para a vida nova do Homem Novo. Concretamente, em que é que a minha mentalidade deve mudar? Quais são os valores a que eu dou prioridade e que me afastam de Deus e das suas propostas?
http://www.dehonianos.org

sábado, 23 de março de 2019

A poderosa devoção das 3 Ave-Marias que Nossa Senhora ensinou a Santa Matilde





Uma promessa e um pedido de Maria: "Eu te assistirei na hora da tua morte, mas quero que, por tua parte, me rezes diariamente três Ave-Marias"



Santa Matilde de Hackeborn (1241-1298) teve a graça de presenciar várias aparições de Jesus e de Maria. Apesar da sua vida de penitência como freira beneditina, ela temia o momento da morte. Por isso, rezava a Nossa Senhora pedindo a sua assistência na hora derradeira. E a Virgem, em 1285, lhe apareceu e consolou com esta resposta:


“Sim, o farei; mas quero que, por tua parte, me rezes diariamente três Ave-Marias”.

E Nossa Senhora acrescentou:

“A primeira Ave-Maria, pedindo que, assim como Deus Pai me elevou a um trono de glória sem igual, fazendo de mim a mais poderosa no céu e na terra, assim também eu te assista na terra para fortificar-te e afastar de ti toda potestade inimiga”.

“A segunda Ave-Maria, pedindo que, assim como o Filho de Deus me concedeu a sabedoria em tal extremo que tenho mais conhecimento da Santíssima Trindade que todos os santos, assim eu te assista na passagem da morte para encher a tua alma das luzes da fé e da verdadeira sabedoria, para que não a obscureçam as trevas do erro e da ignorância”.

“A terceira Ave-Maria, pedindo que, assim como o Espírito Santo me concedeu as doçuras do Seu amor e me fez tão amável que depois de Deus sou a mais doce e misericordiosa, assim eu te assista na morte, enchendo a tua alma de tal suavidade de amor divino que toda pena e amargura da morte seja transformada para ti em delícias”.


A prática desta devoção consiste em rezar todos os dias três Ave-Marias agradecendo à Santíssima Trindade os dons de Poder, Sabedoria e Amor que outorgou à Virgem Imaculada e pedindo a Maria que use deles em nosso auxílio.


Como praticar esta devoção

Todos os dias, rezar o seguinte:


Maria, Mãe minha; livrai-me de cair em pecado mortal!

Pelo Poder que o Pai Eterno te concedeu (rezar uma Ave-Maria).

Pela Sabedoria que o Filho te concedeu (rezar uma Ave-Maria).

Pelo Amor que o Espírito Santo te concedeu (rezar uma Ave-Maria).

(https://pt.aleteia.org)

sexta-feira, 22 de março de 2019

EM COMUNHÃO COM O PAPA FRANCISCO


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Escrevo?... Não escrevo?... Vou escrever, mesmo que me doa. Embora nos cause mossa ouvir e ler as notícias sobre o abuso de menores, penso que os meios de comunicação social prestaram um grande e valioso serviço à Igreja. Tendo feito soar os alarmes, levaram a que a Igreja se acertasse, e, mais rápida e firmemente, procurasse converter “os erros cometidos em oportunidades para erradicar este flagelo não só do corpo da Igreja, mas também do seio da sociedade”. Embora um só caso fosse já condenável e motivo de alerta para ser denunciado e levar o autor à justiça, de facto, ninguém imaginava a grandeza desta calamidade e muito menos que envolvesse figuras de visibilidade mundial. Também fiquei surpreendido, e, com todos os cristãos, também sinto constrangimento por isso e sofro com as vítimas que sofreram e sofrem, mas continuo a amar esta Igreja que saiu do lado de Cristo na Cruz e foi constituída como sinal e instrumento universal de salvação. A Igreja sangra e chora, é verdade, é Mãe. Deseja que todos os seus filhos se sintam irmãos e se respeitem, prestando a maior atenção aos mais pequeninos e frágeis. A infidelidade escandalosa de alguns aliada à tendência que outros têm de generalizar, leva à tentação de perder a sua reputação, também é verdade, como verdade será, possivelmente, que haja quem, mesmo sendo membro da Igreja, se regozije por a ver humilhada e a sofrer. Aqueles que a amam verdadeiramente e, apesar das fraquezas, lhe procuram ser fiéis, sofrem e sentem-se injustiçados como injustiçados e sofredores se sentem as vítimas. No entanto, permanecem unidos na luta pela sua constante purificação, sem excluir, como é evidente, a reparação e expiação por parte daqueles que geraram vítimas e escândalos, pensando eu que eles, estando com toda a certeza a sentir uma humilhação sem igual, também sofrem e chorarão amargamente como Pedro, saberão avaliar a grandeza do mal feito e o sofrimento causado que, mesmo que seja perdoado, jamais será totalmente reparado. Rezemos pelas vítimas que sofrem e lutam por respeito e justiça. Não deixemos de rezar por quem as provocou, feriu e humilhou para que, expiando, se convertam sem deixar de confiar na misericórdia infinita de Deus. Rezemos uns pelos outros para que não sejamos motivo de escândalo para ninguém e muito menos profissionais da religião e a viver de aparências. Se a Igreja é humana, constituída por homens frágeis e pecadores a quem Cristo, apesar de tudo, confiou a Sua própria missão, não podemos esquecer que ela também é divina e santa em virtude da sua origem e missão, residindo aí o seu mistério que só a fé alimentada pela Palavra, pela graça e pela oração pode acolher, sentir e viver. Prefigurada desde as origens, gradual e maravilhosamente preparada ao longo da história, instituída por Cristo, publicamente manifestada no Pentecostes, ela foi por Cristo, e em Seu nome, enviada a todas as nações para de todas fazer discípulos, expondo e atualizando o mistério do amor de Deus pelos homens. Até que seja consumada no fim dos tempos (cf. LG2), ela avança no cumprimento da tarefa que lhe foi confiada, com humildade e confiança. Com êxitos e fracassos, com mais ou menos fidelidade, santa e pecadora, ela sente-se a caminho, sempre em renovação e a refontalizar a sua missão com a garantia da presença de Cristo que a enriquece com os dons do Seu Espírito que a dinamiza e purifica quando ela se desvia da rota e se esquece do para quê da sua existência. Se assim não fosse, se fosse só humana, há muito teria acabado. Dois mil anos de história duma instituição, com gente de todas as raças e cores, culturas e saberes, ideologias e ambições, línguas e feitios, e das mais variadas regiões do planeta, da maneira que todos somos tão frágeis e mesquinhos, há muito que ela teria acabado. Se ela atravessa hoje momentos de dor, revigorar-se-á no seu verdadeiro caminho, nessa fidelidade à aliança selada com o Sangue de Cristo. A sua lei é o mandamento novo, o mandamento do Amor. É seu dever amar e ensinar a amar como o próprio Cristo nos amou e ser sal da terra e luz do mundo constituindo para todos “o mais forte gérmen de unidade, esperança e salvação”.
Infelizmente, o abuso de menores é uma chaga social transversal a todas as sociedades, em todas as culturas, por todo o mundo. Os estudos feitos revelam que estes abusos são sobretudo cometidos pelos pais, os parentes, os maridos de esposas-meninas, os treinadores e os educadores. O presumível responsável pelo agravo sofrido por um menor é, em 73,7% dos casos, um progenitor: a mãe em 44,2%, o pai em 29,5%, um parente em 3,3%, um amigo em 3,2%, um conhecido em 3%, um professor em 2,5%, um estranho adulto em 2,2%. Mas é evidente que a universalidade de tal desgraça não diminui “a sua monstruosidade dentro da Igreja”, como afirmou o Papa Francisco, em 24 de fevereiro passado, no seu discurso de encerramento do Encontro sobre a proteção de menores na Igreja. Antes pelo contrário: “A desumanidade do fenómeno, a nível mundial, torna-se ainda mais grave e escandalosa na Igreja, porque está em contraste com a sua autoridade moral e a sua credibilidade ética”. E diz o Papa, “Quero repetir aqui claramente: ainda que na Igreja se constatasse um único caso de abuso – o que em si já constitui uma monstruosidade –, tratar-se-á dele com a máxima seriedade”, pois, “na ira justificada das pessoas, a Igreja vê o reflexo da ira de Deus, traído e esbofeteado por estes consagrados desonestos. O eco do grito silencioso dos menores, que, em vez de encontrar neles paternidade e guias espirituais, acharam algozes, fará abalar os corações anestesiados pela hipocrisia e o poder. Temos o dever de ouvir atentamente este sufocado grito silencioso”. E acrescenta: “Com humildade e coragem, devemos reconhecer que estamos perante o mistério do mal, que se encarniça contra os mais frágeis, porque são imagem de Jesus. É por isso que atualmente cresceu na Igreja a consciência do dever que tem de procurar não só conter os gravíssimos abusos com medidas disciplinares e processos civis e canónicos, mas também enfrentar decididamente o fenómeno dentro e fora da Igreja”. Esta calamidade atinge o centro da missão da Igreja que é “anunciar o Evangelho aos pequeninos e protegê-los dos lobos vorazes”. Tais ofensas “são sempre a consequência do abuso de poder, a exploração duma posição de inferioridade do indefeso abusado que permite a manipulação da sua consciência e da sua fragilidade psicológica e física. O abuso de poder está presente também nas outras formas de abusos de que são vítimas quase oitenta e cinco milhões de crianças, no esquecimento geral: as crianças-soldado, os menores prostituídos, as crianças desnutridas, as crianças raptadas e frequentemente vítimas do monstruoso comércio de órgãos humanos, ou então transformadas em escravos, as crianças vítimas das guerras, as crianças refugiadas, as crianças abortadas, etc.” E mais acentua o Papa: “assim como devemos tomar todas as medidas práticas que o bom senso, as ciências e a sociedade nos oferecem, assim também não devemos perder de vista esta realidade e tomar as medidas espirituais que o próprio Senhor nos ensina: humilhação, acusação de nós mesmos, oração, penitência. É o único modo de vencer o espírito do mal. Foi assim que Jesus o venceu”. E faz um apelo: “Faço um sentido apelo à luta total contra os abusos de menores, tanto no campo sexual como noutros campos, por parte de todas as autoridades e dos indivíduos, porque se trata de crimes abomináveis que devem ser cancelados da face da terra: pedem isto mesmo as muitas vítimas escondidas nas famílias e em vários setores das nossas sociedades”.
As estatísticas oferecidas pela Oms, Unicef, Interpol, Europol e outras instâncias nacionais e internacionais, pecam por defeito, muitos casos não são denunciados, sobretudo os cometidos no seio das famílias. Calcula-se que sejam de 15 a 20% as vítimas de pedofilia na nossa sociedade. A nível global, em 2017, a Oms estimou num milhar de milhão os menores com idade entre 2 e 17 anos que sofreram violências ou negligências físicas, emotivas ou sexuais. Segundo algumas estimativas Unicef de 2014, estes abusos envolveriam mais de 120 milhões de meninas. Em 2017, a mesma organização Onu referiu que, em 38 países do mundo de baixo e médio rédito per capita, quase 17 milhões de mulheres adultas admitiram ter tido uma relação sexual forçada durante a infância. Na Europa, em 2013, a Oms estimou mais de 18 milhões de abusos. Segundo a Unicef, em 2017, em 28 países europeus, cerca de 2,5 milhões de mulheres jovens referiram ter sofrido abusos sexuais, antes dos 15 anos. O Relatório da Interpol sobre a exploração sexual de menores, em 2017, identifica 14.289 vítimas em 54 países europeus. Na Índia, na década 2001-2011, o Centro Asiático de Direitos Humanos registou um total de 48.338 casos de estupros de menores, com um aumento de 336%. Segundo um estudo à escala nacional na África do Sul, 784.967 jovens entre 15 e 17 anos já sofreram abusos sexuais, sendo as vítimas predominantemente do sexo masculino. Na Austrália, segundo os dados divulgados em fevereiro de 2018 e relativos aos anos 2015-2017, um milhão e meio de mulheres referiu ter sofrido abusos físicos e/ou sexuais antes dos 15 anos, e 992.000 homens referiram ter sofrido este abuso quando eram menores. Sabe-se que a difusão da pornografia através da internet contribui para aumentar estes abusos, pois, segundo os dados de 2017, de 7 em 7 minutos uma página da web envia imagens de crianças abusadas sexualmente. Os dados de 2017 da Organização Mundial de Turismo, dizem-nos que três milhões de pessoas no mundo viagem para ter relações sexuais com um menor. As mulheres que viajam para países em vias de desenvolvimento à procura de sexo pago com menores, representam, no total, 10% dos turistas sexuais no mundo. (Aconselho a ler o discurso do Papa Francisco, em 24 de fevereiro, no final do Encontro com os Presidentes das Conferências Episcopais, de onde tirei alguns destes dados).

D. Antonino Dias- Bispo
Portalegre-Castelo Branco, 22-03-2019.

Concerto no Dia Diocesano da Juventude


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Concerto de Pedro Vicente e Marta Fernandes, no Dia Diocesano da Juventude. Depois de actuarem em vários palcos no país, este é primeiro concerto na nossa diocese. Não vamos querer perder!

quinta-feira, 21 de março de 2019

Deus não é uma brincadeira


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Deus não é uma brincadeira, mas não é por isso que O devemos temer.

Deus não é uma brincadeira, mas isso não significa que não possamos brincar com Ele.

Deus não é uma brincadeira, mas isso não deve ser um impedimento de O olharmos como verdadeiro Pai com entranhas de Mãe.

Deus não é uma brincadeira, mas não é por isso que temos de O levar tão à séria ao ponto de nem O imaginarmos como o Deus que está em tudo e em todos.

Deus não é uma brincadeira, mas isso apenas nos deve levar para a certeza da Sua presença e não para reprimirmos ou condenarmos ainda mais as nossas vidas.

Deus não é uma brincadeira, mas fez-nos para a liberdade e para a felicidade que acontece através dessa mesma liberdade concebida por Si.

Deus não é uma brincadeira, mas não é por isso que Ele se transforma "estratosférico". Não é por isso que Se deixa de colocar no meio do Reino que já vai acontecendo em cada dia das nossas vidas.

Ao falar de Deus e de toda a Sua revelAção são imensas as vezes em que me respondem: "Não acredito nessas brincadeiras". E a verdade é que Ele não é, efetivamente, uma brincadeira e é olhando-O desse jeito que Lhe conseguimos dar crédito: a nós e aos outros!

Deus não é uma brincadeira, mas é, a partir do momento em que O reconhecemos, presença de felicidade que não nos vem sustentar apenas as nossas dúvidas e os nossos medos, mas que faz questão de ser: "Eu sou Aquele que está!" (originalmente a nossa tradução apresenta como: "Eu sou Aquele que sou", Ex 3,14, mas olhando para toda a Sua história e para a partilha que vou tendo com diversos cristãos do mundo inteiro vou reparando que existem imensas traduções em que o verbo "ser" passa a "estar", como acontece com a língua inglesa no verbo 'to be') demonstrando, assim, que coloca toda a Sua fé em nós e coloca tudo de Si neste mundo.

Deus não é uma brincadeira, mas devemos revelá-Lo através das nossas brincadeiras e da nossa alegria, porque o nosso Deus será para sempre o Deus da Vida!

Emanuel António Dias


quarta-feira, 20 de março de 2019

DUAS LÁGRIMAS FURTIVAS




Uma a escorregar timidamente pelo rosto abaixo dum colega meu, no seu leito de sofrimento, como resposta envergonhada ao meu não saber que lhe dizer, enquanto lhe punha a mão na testa: “Coragem. Deus está consigo!”. Foi certamente a última lágrima antes de entrar no sono misterioso da morte que ocorreria dois dias depois. O colega partiu para a Casa do PAI, mas a lágrima continua recolhida em mim. Como recolhida continua em mim aquela outra, também ela furtiva, daquela senhora no sacramento da reconciliação. Neste caso, era lágrima de alegria libertadora de quem sentia perdoada a sua história pessoal.

De vez em quando dialogo com estas duas lágrimas furtivas sobre se a melhor definição do homem é a de “animal racional” ou a de “animal que chora”. Os cães (por exemplo) também conseguem mostrar tristeza no seu olhar triste, como conseguem brincar de alegria saltando à nossa volta. Lágrimas, porém, nunca lhes vi. Por isso percebo o que de “graça” tem o “Dom das Lágrimas” concedido a alguns santos. É que a lágrima traz sempre consigo o coração onde nasce e de onde vem.

A caminho do Calvário umas santas mulheres de Jerusalém “choram” ao verem o estado lastimável em que vai Jesus de Nazaré com uma pesada cruz às costas; no Alto do Calvário, está Maria, sua Mãe, “junto à Cruz”. Está desfeita em lágrimas, mas está “de pé”, com o coração também ele bem “de pé”. Mulher Forte, gostamos de dizer. No horto onde José de Arimateia sepultara o Senhor deambula desvairada Maria de Magdala, também ela desfeita em lágrimas (“sem parar de chorar”, informa o evangelista João), em busca do “amado”. Chora porque não encontra o “tesouro” onde tem “o coração”. Sobre Jerusalém já, aliás, chorara o próprio Senhor Jesus ao ver os seus habitantes distraídos no mundo das futilidades e materialidades, não se apercebendo de Quem os estava a visitar.

Tinha razão o profeta Ezequiel quando séculos antes se deu conta que o problema do seu povo estava no coração, e que não chegava “imprimir” nele a Lei dada por meio de Moisés, como julgava o profeta Jeremias. Que adiantava imprimir a Lei num coração “de pedra”? Por isso, pede ao Senhor que lhe arranque aquele coração e em seu lugar coloque um “de carne” que sinta, que “chore”, que tenha compaixão (“Tenho compaixão da multidão”, dirá Cristo), que “se aproxime” (Parábola do Samaritano), que “acolha” publicanos e mulheres de má vida e que “abrace” (Parábola do Filho Pródigo) com o calor do Pai e de Pai.

Este é o “Coração” de Jesus que anda por aí nos caminhos dos homens com os pobres, os aleijados, os nus, os cegos e os desvalidos de toda a ordem com quem se identifica, com quem chora, e de quem tem pena “por andarem como ovelhas sem pastor”.

Quaresma é muito mais que Tempo litúrgico e cumprimento dumas certas práticas de jejum e penitência. É até muito mais (ouso pensar) que um mudar de caminhos e de vida (conversão). É sobretudo um assunto de “coração” onde, por vezes, as “lágrimas” do arrependimento e as lágrimas da reconciliação acontecem como Graça e Dom. Graça a pedir e Dom a agradecer, enquanto andarmos caminhando neste “Vale de Lágrimas”, como diz o nosso povo. E o povo sabe muito bem do que fala.

“Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me”, diz o Senhor. Mas leve o coração, acrescentaria eu. Porque vai precisar de chorar e derramar lágrimas. Umas dolorosas, outras profundamente libertadoras. Porque a vida não acaba na cruz. Vai muito, muito para além dela. Felizmente!

A. da Costa Silva, s.j.

Apostolado da Oração

terça-feira, 19 de março de 2019

Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família para o dia do Pai – 19 de março de 2019

Quem ama como um bom Pai, é parecido com Deus



O dia do Pai é uma oportunidade para valorizarmos a vida, a missão, a responsabilidade e a maturidade do amor de um pai. Todo o homem que teve a graça de ser pai com consciência e responsabilidade, atingiu um patamar de maturidade do Amor.

A primeira experiência da vivência do amor que um homem faz, é a experiência de ser filho. Portanto, é amado e ama como filho e estabelece espontaneamente um relacionamento filial.

A segunda experiência da vivência do amor acontece nas amizades dos relacionamentos que se estabelecem com irmãos, primos e outros amigos. É o amor fraternal.

A terceira experiência da vivência do amor que um homem pode fazer, é a experiência de ser esposo (homem casado). Portanto, é amado e ama num novo relacionamento, com novas responsabilidades e numa experiência que se abre à fecundidade da vida em amor. É a experiência do amor esponsal.

Uma quarta experiência possível da vivência do amor que um homem pode fazer, é a de ser pai de uma criança. É a experiência do amor paternal. Esta é a experiência mais madura do amor humano, e um homem que ama o seu filho como um bom Pai, é um homem parecido com Deus.

É nesta maturidade da vida em amor, em que nenhuma das experiências abafa a anterior, antes as valoriza, que um homem alarga o seu coração e se aperfeiçoa. Já não pensa somente em si mesmo, pensa no plural, pensa nos filhos e na esposa e tudo o que faz de trabalho tem em vista o bem comum daqueles que ocupam lugar especial no seu coração.

A contrariar a beleza da figura do bom pai, estão aqueles que, agindo com crueldade, são fonte de notícias, de mulheres vítimas de violência doméstica, de mulheres exploradas e outras escravizadas, de raparigas grávidas abandonadas, de filhos abandonados e outras situações preocupantes. Tudo isto revela quanto é necessário continuar a promover a formação humana, o respeito pelos nossos semelhantes e o bem comum de todas as pessoas.

Tenhamos a boa referência do Patrono dos pais. O dia do Pai, é o dia de São José. Todos os pais, a sociedade e também a Igreja, podem receber de São José o estímulo e o exemplo de uma vida dedicada aos outros. São José não foi egoísta, não se fixou nos seus direitos pessoais; acordou, acreditou e olhou em frente com amor generoso na edificação de uma Família.

São José é para todos o exemplo da dedicação a um trabalho, assumindo a sua responsabilidade familiar e realizando-se como profissional e homem digno reconhecido no seu meio social. O trabalho é um dom de Deus para que o homem seja mais perfeito e mais santo, cooperando no desenvolvimento da sociedade.

São José foi um amigo de Deus. Aceitou o desafio da vida numa resposta generosa à vontade de Deus, expressando com simplicidade a grandeza da Fé dos grandes patriarcas, traduzida em luz interior, discernimento, confiança e coragem para enfrentar situações injustas e difíceis.

Com esta mensagem queremos valorizar os pais. Incentivá-los à maior generosidade que um bom pai pode ter, a fazer da missão de esposo e de pai a feliz experiência do amor que realiza e dá sentido à vida.

Deus abençoe todos os pais, e pensamos nos pais que são pobres e nos que vivem especiais preocupações com os seus filhos doentes ou com deficiência. Acompanhar com amor é a atitude que revela o tesouro do coração de um pai.

Para todos os pais, rogamos a intercessão de São José.
https://agencia.ecclesia.pt/

Diocese assume desafio de criar proximidade, perante isolamento e envelhecimento da população

D. Antonino Dias diz que comunidades não se medem pelas pessoas que têm, mas pela “capacidade de amar” e “estar abertas a cuidar do outro”


Foto: Agência ECCLESIA/PR

Mação, 18 mar 2019 (Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco quer que a pastoral social chegue, com os seus respetivos núcleos, a todas as paróquias da diocese, promovendo uma cultura de proximidade, perante o isolamento e o envelhecimento da população.

“Há muita espécie de pobreza e há muitas maneiras de manifestar a proximidade que nós queremos nas comunidades”, disse à Agência ECCLESIA D. Antonino Dias.

O auditório Elvino Pereira (Mação) recebeu este sábado a assembleia sobre ‘Comunidades cristãs e ação social: o desafio da proximidade’, promovida pelo Secretariado da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, com a participação de cerca de 250 pessoas.

Para o bispo diocesano, as comunidades não se medem pelas pessoas que têm, mas pela “capacidade de amar” e “estar abertas a cuidar do outro”.

“Se uma paróquia não existir para dar respostas às pessoas, para que é que queremos a paróquia?”, questiona.

Num debate sobre possíveis novos modelos paroquiais, D. Antonino Dias recorda que a sua diocese tem uma realidade territorial muito distinta, que vai do Alentejo à Beira, passando pelo Ribatejo.

O principal objetivo, precisa, é que “cada paróquia procure dar a resposta possível, que funcione”, num “serviço à comunidade humana”.

“A cultura mudou, há o intercâmbio que a mobilidade facilita, há muitas maneiras de estar na vida”, assinala, exigindo respostas diferentes, inclusive para os que “não têm consciência da pertença” ou “passam esporadicamente” pelas comunidades católicas.

O bispo de Portalegre-Castelo Branco assume os desafios que o isolamento e uma população idosa representam, num território que em 2017 foi particularmente fustigado pelos incêndios florestais.

“A diocese ficou tremendamente marcada. Este concelho de Mação, que os meios de comunicação quase não falam dele, foi dos mais devastados”, realça D. Antonino Dias.

O responsável refere que, além da reconstrução do que foi destruído pelo fogo, “há necessidade de responder a outras carências que existem, à solidão”.


Foto: Agência ECCLESIA/PR

Elicídio Bilé, presidente da Cáritas Diocesana e do Secretariado da Pastoral Social e Mobilidade Humana de Portalegre-Castelo Branco, considerou, por sua vez, que “é cada vez mais premente que o setor social se organize”, como um “testemunho da fé”.

“A Pastoral Social, testemunho dessa vivência cristã, deve ser organizada de tal forma que os outros também olhem para nós de uma forma que os interpele, que os possa motivar e não afastar”, assinala.

O responsável realça que a Igreja Católica tem sido pioneira, neste setor social, “muito dinâmica nas respostas, com uma ação preponderante, não só no caso dos incêndios”.

Num território desertificado, Elicídio Bilé defende maior abertura das paróquias à “participação ativa dos leigos”, na organização e na dinamização da “ação concreta que é preciso desenvolver”, em particular na “animação comunitária”.

A assembleia diocesana teve como convidados o padre Tiago Freitas (Arquidiocese de Braga), que falou sobre ‘Novos horizontes da realidade paroquial’; e Juan Ambrósio, professor de Teologia na Universidade Católica Portuguesa, que apresentou o tema ‘A ação social como proximidade: polo identitário das comunidades cristãs’.

Em declarações à Agência ECCLESIA, Juan Ambrósio afirmou ser necessária uma maior atenção à “questão da concretude da vida das pessoas”, proposta pelo Papa Francisco para o itinerário da Igreja Católica, para que seja capaz de “ir ao encontro” dos outros, sendo “proativa”.

“Hoje, a Pastoral Social tem de ser, cada vez mais, aquela que vai ao encontro de e não aquela que está à espera que as pessoas com necessidades venham ao seu encontro”, apontou.

PR/OC

A Diocese de Portalegre-Castelo Branco vai destinar 75 por cento da sua renúncia quaresmal de 2019 para o apoio às Missões ‘ad gentes’, no âmbito do ano missionário que a Igreja Católica em Portugal está a promover até outubro.

A outra parte da renúncia quaresmal na Diocese de Portalegre-Castelo Branco será destinada para apoiar o Fundo Social Diocesano, gerido pela Cáritas da região, e que se destina a suprir as necessidades das populações mais carenciadas do território.

Em 2018, os donativos recolhidos destinaram-se à criação de uma estrutura de acolhimento para órfãos da guerra e antigas crianças-soldado, na República Democrática do Congo.





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segunda-feira, 18 de março de 2019

O Deus das alianças

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O nosso Deus é um Deus das alianças. A Sua mão está cheia de alianças feitas connosco. Não deixa de ser interessante que os resgates do nosso Deus não se fiquem pelo mero ato de resgatar. Não estica apenas a Sua mão por obrigação. Não dá o Seu (a)braço para realizar uma mera tarefa de um Deus salvador. Este Deus vai muito mais longe e, escutando cada pedido nosso, coloca sempre todo o Seu o amor em nós. Para isso, em cada resgate executado, circunda-nos, através das Suas alianças, com o Seu amor e enche-nos com o Divino Espírito que anima e nos resSuscita para a vida.

As alianças não são de agora, mas desde sempre. Tem sido assim desde o início da história. Tem sido assim desde que se comprometeu em nunca mais nos abandonar. Em cada criação e em cada criatura Ele deixa a Sua marca. A marca da aliança de um amor tão grande e tão genuíno. Em cada aliança deixa bem gravado nas linhas da nossa vida a mensagem de que está com cada um de nós. E, desenhando o círculo do Seu amor, une-Se, uma vez mais, aos Seus tolos humanos, porque em nenhum momento deixa de Se "compaixonar" pelos Seus filhos.

Este Deus não nos circunda para nos aprisionar, nem para nos tirar a liberdade. O Senhor da Vida foi muito mais além e criou o único círculo capaz de dar vida e de nos libertar por completo para a vida, para o outro e para Si. A Sua aliança é de compromisso, mas não é uma obrigação. A Sua aliança é de uma entrega total, mas que se realiza na autenticidade e na liberdade da vida de cada um.

O Senhor da Vida tem, para todo o sempre, as alianças preparadas à medida de cada filho seu. O Senhor da Vida estará eternamente pronto para nos resgatar sempre nos aproximando cada vez mais de Si com a aliança do Seu amor de Pai com entranhas de Mãe!

Emanuel António Dias


domingo, 17 de março de 2019

ESCUTAI-O!


https://www.youtube.com/watch?v=M5TalTGS-B4


As leituras deste domingo convidam-nos a reflectir sobre a nossa “transfiguração”, a nossa conversão à vida nova de Deus; nesse sentido, são-nos apresentadas algumas pistas.
A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o modelo do crente. Com Abraão, somos convidados a “acreditar”, isto é, a uma atitude de confiança total, de aceitação radical, de entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel às promessas.
A segunda leitura convida-nos a renunciar a essa atitude de orgulho, de auto-suficiência e de triunfalismo, resultantes do cumprimento de ritos externos; a nossa transfiguração resulta de uma verdadeira conversão do coração, construída dia a dia sob o signo da cruz, isto é, do amor e da entrega da vida.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Filho amado do Pai, cujo êxodo (a morte na cruz) concretiza a nossa libertação. O projecto libertador de Deus em Jesus não se realiza através de esquemas de poder e de triunfo, mas através da entrega da vida e do amor que se dá até à morte. É esse o caminho que nos conduz, a nós também, à transfiguração em Homens Novos.
Neste tempo de transformação e renovação, somos convidados pela Palavra de Deus a ter consciência de que a nossa caminhada em direcção ao Homem Novo não está concluída; trata-se de um processo construído dia a dia sob o signo da cruz, isto é, numa entrega total por amor que subverte os nossos esquemas egoístas e comodistas.
«Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O»… O catecismo de muitos de entre nós está bem distante, a nossa bagagem religiosa talvez esteja leve: eis a Quaresma, a ocasião para recuperar energias. Como? Trata-se de ir às fontes, às raízes, aos fundamentos! Esta fonte é Jesus Cristo. “Escutai-O”, diz a voz que se faz ouvir das nuvens: vinde beber a sua Palavra! Abrimos o Livro onde corre esta fonte de água viva? Será que ao lermos os Evangelhos – este ano o Evangelho de Lucas – abrimos os ouvidos e deixamo-nos pôr em questão pelo Mestre?


http://www.dehonianos.org

sábado, 16 de março de 2019

EDUCAR PARA O AMOR




Portugal acordou nas últimas semanas com sucessivas notícias sobre casos graves de violência doméstica, que, desde o início deste ano, já resultaram na morte de doze pessoas, onze mulheres e uma criança de dois anos.

Números dramáticos que têm vindo a crescer, de tal forma que, este ano, foi decretado, pela primeira vez, a 7 de março, o “Dia de Luta pelas Vítimas da Violência Doméstica”. Um dia meramente simbólico a juntar a algumas alterações legais a que temos assistido desde 2000, altura em que o crime de maus-tratos passou de semi-público a público, ou seja, passível de ser denunciado por uma outra pessoa, com conhecimento de causa, para além da vítima.

Reprimir e punir este tipo de crime é muito importante mas muito mais importante é evitar que ele aconteça. Como? Atuando sobre as causas do problema. Tal como numa doença, a cura só é possível se debelarmos a origem do mal.

Santa Catarina de Sena dizia que “todo o mal é ausência de amor”. Esta é, para mim, a questão principal. A violência é um sinal de fraqueza e de desespero que resulta quase sempre de uma enorme falta de amor próprio e consequentemente pelos outros. Falta de amor desde o “berço” e falta de referências de amor ao longo da vida.

Há uma expressão popular que diz: “O que o berço dá, a tumba leva”, muito utilizada para expressar que o que se aprende em casa, desde que nascemos e ao longo da infância e adolescência, determina a nossa vida até à morte.

Por isso, a importância da educação desde bem cedo. Só acredito numa verdadeira mudança de mentalidades e comportamentos através de uma educação com amor e para o amor, que pressupõe respeito, valores, tolerância e dignidade.

Os valores-base de uma boa educação aplicam-se a meninos e meninas, que no futuro saberão respeitar o espaço, as características, as opções e as diferenças uns dos outros. Uma boa educação há muito que deixou de considerar que as meninas têm de ser “belas, recatadas e para o lar” e os que os meninos “não podem chorar” ou ocupar-se de tarefas domésticas e familiares porque isso os torna “menos meninos”. Os tempos evoluíram e as mentalidades têm de acompanhar os tempos e as circunstâncias.

Nelson Mandela defendia que “a educação é a melhor arma que podemos usar para mudar o mundo”. Mas é importante que esta arma seja usada por pessoas de bem e bem educadas.

Cabe a cada um de nós - pais, avós, educadores, professores – ensinar as crianças a lidar com os seus sentimentos, com as dificuldades e frustrações do dia a dia; transmitir-lhes, sobretudo através do exemplo, princípios e qualidades que as ajudem a ser adultos confiantes, corretos, com uma boa autoestima e capazes de trazer mais amor ao mundo.

Elisabete Carvalho

( Apostolado da Oração)

sexta-feira, 15 de março de 2019

QUE A PARÓQUIA SE REVEJA E CUIDE


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Tiago Freitas, jovem Padre da Arquidiocese de Braga, defendeu tese de doutoramento na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, com um trabalho já publicado pela Paulinas Editora, e a que deu o título de “Colégio de Paróquias – A paróquia em tempos de mobilidade”. Servindo-me apenas do V Capítulo, pretendo aguçar o apetite para que, sendo lido pelos agentes da pastoral, possa provocar o debate e, se possível, abrir algumas pistas de ação. A pastoral nunca foi fácil. Nos nossos tempos também o não é, mesmo nas paróquias rurais. Não sabendo bem o que fazer e como fazer, todos reconhecemos que a pastoral tem de ser diferente. O Santo Padre, sugerindo-nos algumas pistas, não se cansa de nos apelar à conversão pastoral, dizendo-nos que não podemos deixar as coisas como estão (EG25). Tudo o que vai aparecendo, pois, como fruto de estudo e de reflexão aturada, e com rosto de novidade, é bom que seja apreciado para, se possível, ajudar a encontrar novos caminhos e melhores práticas.
É verdade que o fenómeno da mobilidade atinge o ser humano e as culturas na sua globalidade. E já não há só mobilidade, há mobilidades. Uma moldura de crenças, valores, premissas e técnicas partilhadas pela comunidade oferecem valiosas chaves de leitura. Os fenómenos sociais, culturais e religiosos são transversais à sociedade. Neste mundo assim em mudança e com a mudança sempre a mudar, uma paróquia, mesmo que crave os pés no chão em jeito de solene teimosia do daqui não saio daqui ninguém me tira, não se safa, não se pode renovar pensando e fazendo bem ou melhor aquilo que sempre fez. Os contextos mudaram, a mobilidade social aumenta, as figuras institucionais de referência enfraqueceram, a mobilidade cultural não deixa de acontecer, a mobilidade territorial está cada vez mais facilitada, o êxodo das aldeias para as cidades é constante, as fronteiras geográficas quase se desvaneceram, toda a gente anda por aí a correr para chegar quase sempre tarde ... Em face disso, a paróquia territorial também não pode amuar face aos discursos que há muito se ouvem sobre a importância dos lugares antropológicos. Nesta aldeia global, os crentes cruzam-se e confrontam-se com o agnosticismo, o ateísmo, a diversidade de espiritualidades e com formas individualizadas de viver a fé. E surge uma nova imagem de crente, um crente que se contrapõe ao praticante regular, um crente que crê sem pertencer. Um crente com frequência esporádica, com um itinerário de fé que tem como base elementos de outras religiões ou de filosofias de vida, um crente capaz de não se sentir igreja, mas que vem à Igreja reclamar isto ou aquilo. Por estudos feitos, e a título de exemplo, aqueles americanos que se identificam a si como “não-crentes” declaram, por isto ou aquilo, que acreditam na existência de Deus e acabam por ser mais religiosos do que alguns cidadãos da União Europeia que se identificam com grupos religiosos. E vamos lá nós entender isto...
Por isto e muito mais, a paróquia tem de ser rever e cuidar, tem de ser “a presença qualificada, próxima e ministerial da igreja em lugares de particular relevo antropológico e espiritual para, de modo ágil e estável, atingir as periferias humanas e anunciar Cristo”. Segundo o autor: “um hospital, uma escola, uma igreja ou um local de culto são, todos eles, paróquias”. Paróquias onde a comunidade cristã se constitua como um espaço de densidade humana e espiritual, onde se promova uma experiência de afeto e de renovação, onde se produza um efeito de abertura ao transcendente e de encontro com Deus, onde se faça a experiência da fraternidade, onde se ativem itinerários pedagógicos e espirituais que favoreçam a autenticidade da paróquia, onde se respeite o itinerário de fé e maturidade humana de cada cristão, onde haja abertura aos diferentes graus de compromisso e de interesse das pessoas, onde se possa implementar uma pastoral de gestação, isto é, uma pastoral de transmissão, de enquadramento, de acolhimento e proximidade, de proposta e de iniciação, de rosto materno, de boa comunicação da verdade, da mensagem com sentido e presença, em que se faz memória do que se recebeu de Deus e dos outros.
Tiago Freitas apresenta a figura de Colégio de Paróquias como um modelo misto, um modelo que salvaguarda três condições: a existência e integração de pequenos grupos de vida cristã na realidade paroquial; a atenção ao grande número de cristãos anónimos que procuram a paróquia para os sacramentos e acompanhamento espiritual; a criação de espaços e tempos para os cristãos flutuantes, aqueles que, pontual e periodicamente, sentem necessidade de itinerários espirituais. Segundo ele, este modelo fomenta a estabilidade em tempo de mudança, gera vínculos de afeto, de proximidade, de relações humanas de qualidade, de comunhão, favorece a conversão pastoral, reconhece, respeita e abraça a existência de itinerários poliédricos de fé, foge aos percursos pré-formatados e anónimos, olha para o território como um lugar de sentido, não necessariamente geográfico, um lugar de presença significativa nos momentos e espaços onde o amor de Deus precisa de chegar. Tempo e espaço são lugares teológicos, lugares de presença eclesial e divina. Neste modelo, Sacerdotes e leigos partilham de forma mais atenta das prerrogativas cristológicas de serem sacerdotes, profetas e reis pelo batismo. O específico do sacerdote ministerial, do Padre, não é o governo da paróquia, é o ministério da presidência, é oferecer a sua vida pelas ovelhas, acompanhá-las, defendê-las, conduzi-las a boas pastagens, abrindo cada vez mais e melhor as portas à corresponsabilidade e à participação, à colegialidade, para que se atinjam os vários ambientes de vida e serviços eclesiais com a necessária profundidade. O discernimento para ser pastor e guia é um ato comunitário de memória pascal, realizado corresponsavelmente, para edificação da comunidade.
Tiago Fretas e Juan Ambrósio, ambos Professores na Universidade Católica, estarão connosco na Assembleia Diocesana da Pastoral Social e Mobilidade Humana, desta vez na vila de Mação, e sob o tema: “Comunidades Cristãs e Ação Social – O Desafio da Proximidade”.

D. Antonino Dias - Bispo
Portalegre-Castelo Branco, 15-03-2019.