quinta-feira, 16 de julho de 2020

Não percas tempo!


EBC | Como foi inventado o palito de fósforo?


Uma das coisas que o período de confinamento nos ensinou foi que o tempo está em vias de extinção.

O tempo que temos como nosso, na realidade, não nos pertence realmente. No entanto, mantemos esta ilusão quase infantil de que teremos, sempre, muitos dias para viver. Muitos momentos para somar à nossa história. Muitas oportunidades para dizer o que pensamos e o que sentimos.

Contudo, a vida deu-nos a volta nos últimos meses. Envolveu-nos numa espécie de tornado invisível e não vemos a hora de ser cuspidos novamente. Envolveu-nos num remoinho tenebroso e obrigou-nos a ser reféns de nós próprios, dos nossos pensamentos, das decisões que queríamos evitar, do que não tínhamos tempo para ver.

Os dias vão passando e somos levados a compreender que não temos tempo algum. Não nos são dadas certezas. Tudo rima com a incerteza e com o inesperado.

Antes da tempestade da pandemia ter assolado as nossas vidas, vivíamos como se não fôssemos morrer. Vivíamos como se tudo nos pertencesse. Íamos na crista de todas as ondas e ai de quem ousasse dizer-nos que era preciso abrandar, acalmar, sossegar, meditar, apaziguar o coração.

A vida está a ensinar-nos tudo o que precisamos de saber:

Não podemos perder tempo.

E, assumindo que não teremos a vida toda para fazer tudo o que nos ferve dentro do peito, é altura de pensar:

Quero ter tempo para quê?

Quero ter tempo para quem? Para quantos?

Como vou tornar os meus dias inesquecíveis?

De que forma quero viver a partir daqui?

Vê se não corres atrás do vento.

Vê se não te agarras às coisas que hão de voar deste mundo.

Vê se fazes cada segundo valer a pena.

Não percas tempo. O dia é hoje.


Marta Arrais

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