quarta-feira, 22 de julho de 2020

Há sempre uma casa





Há sempre uma casa. Há sempre um lugar onde podemos regressar sem que nada nos seja pedido. É um lugar de encontro e de comunhão que nos permite elevar a nossa vida.

Há sempre uma casa. Há sempre um abrigo que nos acolhe depois de tudo o que fomos e fizemos. É um espaço de acolhimento sincero e renovador capaz de nos revelar o amor depois de tanta dor.

Há sempre uma casa. Há sempre um telhado que nos deixa repousar dando-nos a certeza de que somos protegidos. É um local onde a segurança nos chega bem devagar fazendo-nos, de novo, acreditar na confiança.

Há sempre uma casa. Há sempre um albergue que nos deixa entrar por nós adentro. Permitindo que nos visitemos mais profundamente sem o medo dos julgamentos de primeira vista. Ajudando-nos a caminhar até aquilo que realmente somos e queremos vir a ser.

Há sempre uma casa. Há sempre uma casa onde a porta permanece aberta. Respeitando os horários da nossa existência. Compreendendo que a sua função é dar-nos esperança. Acolhendo-nos como se se tratasse de um abraço demorado e aconchegante.

Há sempre uma casa. Há sempre um recanto capaz de nos recordar o nosso valor. É ali que nos encontramos depois de andarmos tanto tempo perdidos. É ali que nos guardamos para que nunca se apague aquilo que tanto nos pertence. É ali, por entre as memórias, que nos apercebemos que não estamos sós.

Há sempre uma casa. Saberemos, depois de tantos desvios e trilhos caminhados, o caminho para chegar até ela?


Emanuel António Dias

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