Continuamos, nesta terceira etapa do “caminho do advento”, a preparar a vinda do Senhor. Chamado “domingo Gaudete”, este terceiro domingo do advento convida-nos à alegria: a vinda do Senhor aproxima-se; a nossa libertação está cada vez mais perto.
Na primeira leitura um profeta anónimo anuncia aos habitantes de Judá, exilados na Babilónia, que estão a acabar os anos de tristeza e que vão finalmente chegar os tempos novos da alegria e da esperança. Porquê? Porque Deus “aí está para fazer justiça”. Ele vai intervir na história, vai salvar Judá do cativeiro, vai abrir uma estrada no deserto para que o seu Povo, em procissão triunfal, possa regressar a Sião. Deus nunca desiste dos seus queridos filhos.O Advento é o tempo da espera do Senhor que vem. É um tempo de “gravidez”, durante o qual esperamos ansiosamente o nascimento do Deus-Menino que vem trazer uma esperança nova ao nosso mundo e às nossas vidas. Sabemos, no entanto, que o Deus-Menino só vem ter connosco se tivermos lugar para Ele, se estivermos dispostos a acolhê-l’O. Temos aproveitado esta “caminhada de advento” para limpar a nossa vida de toda a “tralha” inútil que se acumula no nosso coração e que não deixa espaço para o Amor, para o Perdão, para a Bondade, para a Justiça, para a Paz, para todos esses dons que o Deus-Menino traz para nos oferecer?
No Evangelho, o próprio Jesus define a missão que o Pai lhe confiou quando o enviou ao encontro dos homens: dar vista aos cegos e tirá-los da escuridão onde se afundam, libertar os coxos de tudo aquilo que os impede de caminhar, curar os leprosos e reintegrá-los na família de Deus, abrir os ouvidos dos surdos que vivem fechados no seu mundo autossuficiente, devolver a vida àqueles que se sentem às portas da morte, anunciar aos pobres a “Boa Notícia” do amor de Deus. Com Jesus, o Reino de Deus chegou à vida e à história dos homens.
Na segunda leitura um tal Tiago, que se apresenta como “servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”, avisa os pobres, vítimas das prepotências dos poderosos, que o Senhor, o “juiz” dos homens, está a chegar para fazer justiça. A sua vinda irá libertá-los da opressão a que têm estado sujeitos. Enquanto esperam, os pobres devem colocar a sua confiança em Deus e continuar a percorrer, com fidelidade e sem desânimo, o seu caminho que têm à frente.Tiago recomenda aos cristãos que não respondam com a violência, a agressividade, o ódio, o rancor, a vingança, as queixas, às injustiças e arbitrariedades que os atingem. Esses sentimentos violentos são destrutivos para quem os cultiva: envenenam o coração, roubam a paz, impedem de ter um olhar positivo e construtivo sobre a vida. Quando esses sentimentos tomam posse de alguém, destroem-no. Não deixam qualquer espaço na pessoa para o encontro com a ação libertadora e salvadora de Deus. Temos algum desse “lixo” a ocupar espaço no nosso coração? Estamos dispostos a livrar-nos dele a fim de arranjar espaço para o Senhor que vem ao nosso encontro?
PALAVRA PARA O CAMINHO.
Paciência! Uma palavra em sentido contrário aos nossos comportamentos: exigimos tudo, imediatamente! Dois milénios em que esperamos a vinda do Senhor! Ainda não veio! Mas já está! Renovemos, reajustemos o nosso olhar de fé e redescubramo-l’O bem presente, e em ação, em lugares e situações em que tantas vezes não esperávamos encontrá-l’O! Sempre em atitude de alegria e de esperança.
https://www.dehonianos.org/
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