quarta-feira, 3 de julho de 2013

Uma reflexão a propósito do Sínodo

Uma reflexão a propósito do Sínodo

 
Sínodo Diocesano : Activar a nossa esperança

Foi com notória esperança que, primeiramente os padres, com o Senhor Bispo na dianteira, e depois os leigos, aceitaram a proposta da realização de um Sínodo diocesano. Esta esperança alargou-se progressivamente aos leigos constituídos em grupos sinodais paroquiais. Onde estamos? Que importa fazer?
1. Rever a nossa caminhada
No dia 06 de Junho de 2009, em reunião conjunta do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral Diocesano, os conselheiros votaram favorávelmente, quase por unanimidade, a proposta da realização de um Sínodo. Foi então que a caminhada se iniciou, com os necessários trabalhos preparatórios de divulgação, informação e mobilização das pessoas, a partir da Comissão pré-sinodal: inquérito geral aos diocesanos, em ordem à selecção dos temas a debater, constituição dos grupos sinodais paroquiais, elaboração do caderno 1 dos temas seleccionados, a reflectir nos referidos grupos, constituição das várias Comissões Sinodais.
Em 05 de Outubro de 2011, em assembleia diocesana, em Portalegre, D. Antonino Dias convocou-nos a todos para o Sínodo. A celebração que fizemos na Sé, que coroou esta assembleia, foi empolgante, do que foram sinais expressivos a alegria e a activa participação dos presentes. Dávamos assim início ao Ano pastoral de 2011/12, durante o qual os grupos sinodais paroquiais reflectiram os temas do Caderno 1, relativos ao tema geral Evangelização e Igreja no mundo.
Na Solenidade da Assunção da Virgem Maria, 15 de Agosto de 2012, o Senhor Bispo convocou os Membros Sinodais, previamente escolhidos, a maior parte por indicação dos grupos sinodais, para a I Assembleia Sinodal, em Portalegre, a qual decorreu em três sessões, realizadas em 17 de Novembro, e em 01 e 29 de Dezembro de 2012. A 3ª sessão encerrou com a votação livre, serena e responsável das propostas pastorais apresentadas, a partir do Instrumento de Trabalho 1.
No presente Ano Pastoral de 2012/13, os grupos sinodais paroquiais reflectiram os temas do Caderno 2, sob o tema geral Fé, evangelização e Cultura Vocacional. À semelhança do ano anterior, seguir-se-á a II Assembleia Sinodal e a elaboração do Instrumento de Trabalho 2. Entretanto, em ordem ao Ano Pastoral de 2013/14, será elaboradoo Caderno 3 de temas.
2. Aceitar os desafios
Feito este percurso, a partir da base que são as paróquias, crescemos na consciência dos desafios mais concretos que temos pela frente e, ao mesmo tempo, a Igreja que somos, e a corresponsabilidade de todos na sua missão. Enumero aqui três desafios:
1- Estabelecer prioridades de acção pastoral. É necessário reconhecer que não poderemos abarcar todos os sectores ao mesmo tempo. Por isso, importa estabelecer prioridades, atendendo às necessidades, mas também aos recursos, sobretudo aos recursos humanos. Quais os sectores mais decisivos? Com quem contamos? Quais os melhores caminhos? É preciso ousar, não ter medo, propor, avaliar com critérios de fé e à luz do que requer a missão da Igreja, hoje, e empenhar-se eclesialmente. Impõe-se o trabalho em Igreja, em comunhão, em corresponsabilidade.
2- O contributo dos leigos. Os leigos querem intervir mais na vida da Igreja, a começar nas comunidades paroquiais, não como invasores estranhos, mas como colaboradores desejados. Colaboradores com os seus padres e com os demais membros da Comunidade cristã. Os leigos dizem que precisam dos padres, para viverem a sua fé e responderem aos apelos do Sínodo. Receberam dons de Deus para bem da Igreja. É preciso despertar e reconhecer este dons. Sobretudo, é dever abrir portas aos leigos.
3- A formação cristã de adultos. Os nossos leigos reconhecem que não estão devidamente habilitados para assumir maiores responsabilidades na vida da Igreja. Como habilitá-los? Pelo estudo, certamente, sobretudo ao nível do arciprestado e da paróquia, isto é, através de acções formativas próximas das pessoas. Mas simultaneamente pela acção comprometida e prática, nos diferentes serviços e estruturas paroquiais ou arciprestais. A entrega a Cristo e a alegre ousadia do testemunho estarão na base de tudo.
3. Activar a nossa esperança
A nossa esperança não é simplesmente humana; ela tem raízes na fé. Jesus ressuscitado deu-nos uma garantia: “Eu estou sempre convoco até ao fim dos tempos” (Mt 28,20). O Pai, dando continuidade à obra do Filho, enviou à Igreja o Espírito Santo: É Ele que a conduz, a ilumina e a fortalece na missão que Cristo confiou aos primeiros discípulos e aos discípulos de cada tempo. A nós também. Nesta base devemos activar a nossa esperança.
 
(in Boletim Pastoral, nº 388, Julho 2013)

Pe. Bonifácio Bernardo

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