terça-feira, 16 de setembro de 2014

"A Cruz de Cristo é a nossa verdadeira esperança"

                                           Foto: 14 de Setembro - Exaltação da Santa Cruz

A Festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos hoje, 14 de setembro, é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.

A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)

No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9)

Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!” 

A Cruz não é uma divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o Senhor continua a derramar sobre nós. 

Por: Pe. Candido Ap. Mariano
Fonte: Catequizar

Depois da Missa, ao meio dia, o Papa apareceu à janela do Palácio Apostólico para a recitação do Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Na alocução que precedeu a oração, Francisco retomou o tema da Exaltação da Santa Cruz, dizendo que um não cristão pode perguntar porque é que exaltamos a Cruz. “Podemos responder – disse – que não exaltamos uma cruz qualquer nem todas as cruzes: exaltamos a Cruz de Jesus, porque nela se revelou ao mais alto nível o amor de Deus pela humanidade.”
Com efeito, continuou o Papa, o Evangelho deste domingo nos recorda que “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito”. Fê-lo para nos salvar, e isto comportou a morte de Jesus na Cruz, Cruz que se revelou necessária devido à “gravidade do mal que nos escravizava”

O Papa explicou depois que a Cruz exprime tanto a força negativa do mal como a suave omnipotência da misericórdia de Deus, e que a Cruz não decreta, portanto, a falência de Jesus, como podemos ser levados a pensar, mas sim a sua vitória. Porque era Filho de Deus, Jesus permaneceu na Cruz, fiel até ao fim ao projecto de amor do Pai. Foi precisamente por isso que Deus exaltou Jesus conferindo-lhe uma regalia universal.
Jorge Mário Bergoglio prosseguiu elucidando ainda mais o que contemplamos na Cruz de Cristo:
“Contemplamos o sinal do amor infinito de Deus para com cada um de nós e a raiz da nossa salvação. Daquela Cruz deriva a misericórdia do Pai que abraça o mundo inteiro. Por meio da Cruz de Cristo foi vencido o maligno, a morte foi derrotada, foi-nos dada a vida, restituída a esperança. A Cruz de Jesus é a nossa única verdadeira esperança, eh! Isto é importante! Por meio da Cruz de Cristo foi-nos restituída a esperança. A cruz de Jesus é a nossa única esperança!”.

É esta a razão pela qual a Igreja exalta a santa Cruz – insistiu o Papa - e é esta também a razão porque os cristãos fazem o sinal da cruz, “sinal do amor imenso de Deus, sinal da nossa salvação e caminho em direcção à ressurreição. É esta a nossa verdadeira esperança!.”
E o Papa prosseguiu recordando os irmão e irmãs perseguidos devido à sua fidelidade a Cristo:
“Enquanto contemplamos e celebramos a Santa Cruz, pensemos com comoção em tantos dos nossos irmãos e irmãs que são perseguidos e mortos por causa da sua fidelidade a Cristo. Isto acontece especialmente lá onde a liberdade religiosa não é ainda garantida ou plenamente realizada. Acontece também em países e ambientes que em linha de principio tutelam a liberdade e os direitos humanos, mas onde os crentes e especialmente os cristãos, encontram limitações e discriminações. Por isso hoje os recordamos e rezamos de modo particular por eles”.
Recordando depois que aos pés da Cruz estava a Virgem Maria, o Papa confiou-lhe o presente e o futuro da Igreja, e de modo particular os esposos que teve a alegria de unir em matrimónio este domingo de manhã, na Basílica de São Pedro.

2014-09-14 Rádio Vaticana

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