"Gosto de pensar, Senhor,
que não são apenas os anos letivos que começam,
mas somos nós.
É dentro da nossa vida que conjugamos
começos e recomeços,
reencontros e descobertas...
É dentro da nossa vida
que as folhas são mais brancas,
essas folhas onde anualmente escrevemos "lição n.º1".
A aventura do saber faz sentido se ajuda,
se interroga, se aprofunda a nossa maior aventura
que é aquela do ser.
O que Te peço, Senhor, é a graça de ser.
Não Te peço mapas, peço-Te caminhos.
O gosto dos caminhos recomeçados,
com as suas surpresas, as suas mudanças, a sua beleza.
Não Te peço coisas para segurar,
mas que as minhas mãos vazias
se entusiasmem na construção da vida.
Não Te peço que pares o tempo na minha imagem predileta,
mas que ensines os meus olhos a encarar cada tempo
como uma nova oportunidade.
Afasta de mim palavras,
que servem apenas para evocar cansaços, desânimos, distâncias.
Que eu não pense saber já tudo acerca de mim e dos outros.
Mesmo quando eu não posso ou quando não tenho,
sei que posso ser, ser simplesmente.
É isso que Te peço, Senhor:
A GRAÇA DE SER DE NOVO.
(Padre José Tolentino de Mendonça, in Um Deus que dança - itinerários para a oração )
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