sábado, 8 de outubro de 2016

AOS CATEQUISTAS DA DIOCESE

                                             


Caro Catequista, ao iniciar-se o novo ano de Catequese, venho saudar-te, com todo o respeito e amizade, com alegria e esperança. E também com gratidão, pela tua colaboração, pelo teu testemunho, pela tua dedicação na Vinha do Senhor. E, sem dispersar, vou apenas realçar alguns dos pensamentos do Papa Francisco no jubileu dos Catequistas, neste Ano da Misericórdia, e que, de facto, não devemos deixar cair em saco roto, como sói dizer-se. O ano pastoral da nossa Diocese, como sabes, procura implementar as propostas do Sínodo e tem como mote: “A fé dá sentido (s) à vida”. No Jubileu dos Catequistas, em 25 de setembro passado, em Roma, o Santo Padre pediu “para não nos cansarmos de colocar em primeiro lugar o anúncio principal da fé: o Senhor ressuscitou”. Acentuou que somos continuamente chamados a viver e anunciar a boa-nova do amor do Senhor. Não se esqueceu de recordar que «Jesus te ama verdadeiramente, tal como és” e pediu-te que “apesar das deceções e feridas da vida” Lhe deixes “a possibilidade de te amar”. Ele “não te dececionará».
Anunciar este Deus que é amor, só será possível fazê-lo, amando: “não à força de convencer, nunca impondo a verdade nem mesmo obstinando-se em torno de alguma obrigação religiosa ou moral. Anuncia-se Deus, encontrando as pessoas, com atenção à sua história e ao seu caminho. Porque o Senhor não é uma ideia, mas uma Pessoa viva: a sua mensagem comunica-se através do testemunho simples e verdadeiro, da escuta e acolhimento, da alegria que se irradia. Não se fala bem de Jesus, quando nos mostramos tristes; nem se transmite a beleza de Deus limitando-nos a fazer bonitos sermões. O Deus da esperança anuncia-Se vivendo no dia-a-dia o Evangelho da caridade, sem medo de o testemunhar inclusive com novas formas de anúncio”.
Francisco, continuando a apoiar-se no Evangelho desse Domingo (Lc 16, 19-31), alertou para os perigos da “mundanidade que anestesia a alma”, pois, a “mundanidade é como um «buraco negro» que engole o bem, que apaga o amor, que absorve tudo no próprio eu”, levando-nos a cair “nesta doença da indiferença, do egoísmo, da mundanidade”. Como Catequistas, continua o Papa, “como servidores da palavra de Jesus, somos chamados a não ostentar aparência, nem procurar glória; não podemos sequer ser tristes ou lastimosos”. E insiste: “não sejamos profetas da desgraça, que se comprazem em lobrigar perigos ou desvios; não sejamos pessoas que vivem entrincheiradas nos seus ambientes, proferindo juízos amargos sobre a sociedade, sobre a Igreja, sobre tudo e todos, poluindo o mundo de negatividade. O ceticismo lamentoso não se coaduna a quem vive familiarizado com a Palavra de Deus. Quem anuncia a esperança de Jesus é portador de alegria e vê longe, tem pela frente horizontes, e não um muro que o impede de ver; vê longe porque sabe olhar para além do mal e dos problemas”.
Caro Catequista, para que sejas catecismo vivo, procura reagir contra aquela mundanidade que sempre nos espreita e anestesia a alma. Vive da Palavra de Deus, não abandones a oração, frequenta os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia e procura viver verdadeiramente integrado na comunidade cristã. Ajuda a que a temática do Ano Pastoral chegue à tua Comunidade Paroquial, seja refletida e aprofundada, envolvendo os pais das crianças, o maior número de pessoas nos grupos de reflexão e nos movimentos que aí existem. Que, neste trabalho de falar de Jesus, a tua alegria seja o teu maior testemunho e não esqueças o que também recordou o Papa Francisco: “O tempo gasto a socorrer os outros é tempo dado a Jesus, é amor que permanece: é o nosso tesouro no céu, que nós asseguramos aqui na terra”.
Bom trabalho, e sempre unidos, n’ELE.

+Antonino Dias
Bispo Diocesano
Portalegre, 08-10-2016

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