segunda-feira, 17 de abril de 2017

Quem semeia aventuras, colhe esperanças!



Nem sempre somos capazes de encontrar o lugar que nos pertence. Nem sempre sabemos se o lugar que nos está destinado ao coração pode, na verdade, existir. Gostamos de acreditar que estará para chegar o dia em que nos sentiremos encaixados, pertencentes e enraizados. Para alguns, o lugar que lhes pertence pode estar guardado dentro da alma de outra pessoa qualquer. Para outros, o lugar que lhes enche as medidas tem uma geografia específica e pertence a uma qualquer terra com nome de país. Para alguns, o lugar que procuram está na forma como vão decidir viver cada dia. Ou tem a pele por viver de uma aventura por estrear. Para outros, o lugar que nos fará ser moradas andantes…não existe. Talvez o importante seja que cada um se dedique a encontrar o seu lugar. Aquele que tudo muda e que tudo sossega. Aquele lugar que nasceu para ser habitado e querido por nós. Haverá lugares que cheguem para cada um?! Haverá tempo suficiente para os encontrar?! A resposta é bonita e é pequena: sim. O problema é que o nosso coração é feito de pressas e batidas velozes. Não bate como quem espera. Bate como quem quer tudo de uma vez. O mais rapidamente possível. E é assim que, apressados pelo nosso lado esquerdo, nos deixamos apaixonar pelos lugares errados. É assim que nos enganamos no lugar de chegada. Preferimos um lugar qualquer à espera demorada do lugar que será nosso e para nós. Contentamo-nos com o que aparecer. Esquecemo-nos do que disseram os poetas e outros sábios: o melhor está sempre para vir. Somos tempestades ambulantes que teimam em rasgar os céus de calmaria que a vida tem para oferecer. Somos feras de dentes aguçados que teimam em não permitir que a vida aconteça. Valerá a pena continuar à procura de um lugar que esteja à nossa espera?! Vale. Mas vale mais a pena entender que a aventura de não saber o que virá depois, compensa. O mistério compensa e faz-nos crescer. O que seria de nós se já soubéssemos o que vem a seguir?! Que esperanças nos fariam avançar se os nossos olhos já tivessem visto tudo?!

O nosso lugar na vida e no mundo está disponível apenas para ser descoberto. Não para ser adivinhado. Se ousarmos embarcar na aventura de deixar tudo para o alcançar, havemos de encontrar mais do que alguma vez tivemos. Quem semeia aventuras, colhe esperanças. Quem semeia passos, colhe caminhos. Quem semeia cores, colhe paisagens. Quem semeia a paz, colhe céus azuis para o teto do coração.

O teu lugar é teu. Vai buscá-lo. Quando lá chegares, terá valido TUDO a pena.

Marta Arrais (12-04-2017) iMissio

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