sábado, 17 de junho de 2017

A MISSÃO



Neste domingo, a Palavra que vamos reflectir recorda-nos a presença constante de Deus no mundo e a vontade que Ele tem de oferecer aos homens, a cada passo, a sua vida e a sua salvação. No entanto, a intervenção de Deus na história humana concretiza-se através daqueles que Ele chama e envia, para serem sinais vivos do seu amor e testemunhas da sua bondade.
A primeira leitura apresenta-nos o Deus da “aliança”, que elege um Povo para com ele estabelecer laços de comunhão e de familiaridade; a esse Povo, Jahwéh confia uma missão sacerdotal: Israel deve ser o Povo reservado para o serviço de Jahwéh, isto é, para ser um sinal de Deus no meio das outras nações.
O Evangelho traz-nos o “discurso da missão”. Nele, Mateus apresenta uma catequese sobre a escolha, o chamamento e o envio de “doze” discípulos (que representam a totalidade do Povo de Deus) a anunciar o “Reino”. Esses “doze” serão os continuadores da missão de Jesus e deverão levar a proposta de salvação e de libertação que Deus fez aos homens em Jesus, a toda a terra.
A segunda leitura sugere que a comunidade dos discípulos é fundamentalmente uma comunidade de pessoas a quem Deus ama. A sua missão no mundo é dar testemunho do amor de Deus pelos homens – um amor eterno, inquebrável, gratuito e absolutamente único.

O Povo que aceita o compromisso com Deus e que “embarca” na aventura da “aliança” é um Povo que é propriedade de Deus, que aceita ficar ao serviço de Deus. A sua missão é testemunhar o projecto salvador de Deus diante de todos os povos da terra. Tenho consciência de que, no dia do meu baptismo, eu entrei na comunidade do Povo de Deus e assumi o compromisso de testemunhar Deus e o seu projecto de salvação diante do mundo? A minha vida tem sido coerente com esta opção? Tenho sido um sinal vivo do amor e da bondade de Deus diante dos homens e mulheres com quem me cruzo todos os dias?

O amor de Deus é universal. Não marginaliza nem discrimina ninguém, não distingue entre amigos e inimigos, não condena irremediavelmente os que falharam nem os afasta do convívio de Deus. Nós, discípulos de Jesus, somos testemunhas deste amor? Como é que tratamos e acolhemos aqueles que não concordam connosco, que assumem atitudes problemáticas, que fracassaram no seu casamento, que têm comportamentos considerados social ou religiosamente incorrectos?
As obras que eu realizo são verdadeiramente um anúncio do mundo novo que está para chegar? Eu procuro transmitir alegria, coragem e esperança àqueles que vivem imersos no abatimento, na frustração, no desespero? Eu procuro ser um sinal do amor e da ternura de Deus para aqueles que vivem sozinhos, abandonados, marginalizados?

• O nosso serviço ao “Reino” é um serviço totalmente gratuito, ou é um serviço que serve para promover os nossos interesses, a nossa pessoa, os nossos esquemas de realização pessoal?

Uma abundante seara e tão poucos trabalhadores! O desemprego não existe no campo missionário, são os trabalhadores que faltam! Porém, Jesus não se cansa de chamar!

Então? Estás à espera de quê? Não falta talvez consistência e audácia à nossa fé para ousarmos arriscar este género de trabalho cujos produtos não virão aumentar as nossas contas no banco? E se este convite te disser pessoalmente respeito? Que respondes?

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