quarta-feira, 10 de outubro de 2018

"A pergunta que não quer calar"



"A pergunta que não quer calar"... com Cónego António Assunção, responsável diocesano pela animação dos Acólitos (I)

Perguntamos a quem acompanha jovens acerca de algumas questões em redor do Sínodo sobre a Juventude. Questões "que não querem calar" a realidade que vivemos e que nos podem ajudar a dar passadas mais fortes nesta realidade tão importante na vida da nossa diocese e da Igreja Universal.

SDPJV:
Apesar dos grupos de acólitos na nossa diocese serem na sua maioria compostos por crianças e adolescentes, há ainda alguns jovens que dedicam o seu tempo ao serviço do Altar. O Sínodo dos Bispos trás certamente a muitos destes jovens acólitos grandes espectativas para um maior crescimento na Fé e uma atenção maior à questão vocacional. Concorda? Que perspectivas acha que carregam estes jovens nas suas vidas, e para o seu futuro, tendo em conta os temas da Fé e do Discernimento Vocacional a tratar pelo Papa Francisco e pelos Bispos neste Sínodo?

Cónego António Assunção:
Na nossa diocese, também temos acólitos mais crescidos, mas o maior número de acólitos é constituído por gente mais nova; isto é fonte de alegra pois o serviço do altar atrai desde cedo quem se deixa envolver pelo serviço a Deus e aos irmãos, na dupla dimensão da vivência da vida litúrgica: louvor a Deus e santificação das criaturas. Realmente o desafio é continuar e perseverar, como com graça costumo dizer quando falo de caminhada cristã e vocacional, «é preciso sermos todos de ‘constância’». Foi esse o desafio feito pelo Papa Francisco no último Encontro Internacional de Acólitos em Roma, no passado dia 31 de Julho, ao responder ao grupo de acólitos de língua inglesa: “como jovens, podem ser apóstolos que sabem atrair os outros a Jesus. Isso vai acontecer se vocês estiverem cheios de entusiasmo por Ele, se vocês já O encontraram e conheceram pessoalmente e se vocês por primeiros, foram “conquistados” por Ele.

Por isso, a reflexão que certamente o Sínodo também nos ajudará a fazer, será, porventura, a tentativa de procurar compreender o costumado arrefecimento na vivência da fé e no compromisso cristão, pelo menos entre nós, também na experiência dos acólitos, e de ajudar a inverter a regra geral de que o crescimento em idade não corresponda ao crescimento na fé e leve, por isso, ao afastamento do altar daqueles que vão crescendo em idade, mas com ritmo diferente do que acontecia com Jesus que, para além da idade, também crescia em “sabedoria e graça”.

Quem, consegue contrariar esta regra porque responde ao apelo feito no mesmo encontro pelo Papa Francisco na resposta dada aos acólitos de língua húngara, vai contra a corrente: «Sim, é preciso esforço para fazer sempre o bem e nos tornarmos santos… Vejo que vocês estão comprometidos neste caminho. O Senhor Jesus nos deu um programa simples para caminharmos rumo à santidade: o mandamento do amor de Deus e do próximo. Procuremos estar bem enraizados na amizade com Deus, agradecidos pelo Seu amor e desejosos de servi-Lo em tudo, e assim não podemos fazer outra coisa senão compartilhar o dom do Seu amor com os outros. E para concretizarmos o mandamento do amor, Jesus nos indicou as obras de misericórdia.»

Mas com certeza o Sínodo vai trazer-nos muitas outras novidades como concluiu o Papa Francisco no Discurso de Abertura: «Esforcemo-nos, pois, por procurar «frequentar o futuro» e por fazer sair deste Sínodo não só um documento – que geralmente é lido por poucos e criticado por muitos – mas sobretudo propósitos pastorais concretos, capazes de realizar a tarefa do próprio Sínodo, que é fazer germinar sonhos, suscitar profecias e visões, fazer florescer a esperança, estimular confiança, faixar feridas, entrançar relações, ressuscitar uma aurora de esperança, aprender um do outro, e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações, restitua força às mãos e inspire aos jovens – a todos os jovens, sem excluir nenhum – a visão dum futuro repleto da alegria do Evangelho. Obrigado!»

Com o desafio e a esperança destas palavras, ficamos a rezar e a esperar!

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