terça-feira, 23 de outubro de 2018

Eu não sei, mas confio


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Eu não sei, mas confio

Por vezes não temos de ter grandes palavras para justificar a nossa fé. Nem precisamos, inclusive, de grandes obras para nos mostrarmos crentes. A verdade é que, muitas das vezes, respondendo àqueles que nos abordam com um "não sei" demonstra que a nossa fé, muito mais do que estar alicerçada em teologias muito elaboradas, está, isso sim, sustentada na confiança de que não caminhamos sós.

E esta confiança não advém do medo da finitude ou do desespero de obter respostas para tudo, até porque, quem vai questionando e caminhando na sua fé, vai percebendo que as respostas são quase nenhumas. Esta confiança que alimenta a fé provém de uma entrega a Deus, onde esta apenas surge depois de analisarmos as nossas vidas, as nossas vivências e o que vai acontecendo ao nosso redor.

Acredito que não nos adianta sabermos de muita coisa, nem sermos tremendamente ativos na nossa comunidade paroquial, se não soubermos colocar a confiança n'Aquele que um dia nos chamou a caminhar com Ele. Só com a confiança poderemos alimentar a fé nos momentos em que não O sentimos. Só com a confiança poderemos alimentar a fé nos momentos em que não teremos respostas para os nossos porquês. Só com a confiança poderemos alimentar a fé nos momentos em que pecamos mais do que nunca. Só com a confiança poderemos alimentar a fé num Deus omni-amor e tremendamente misericordioso.

Nos momentos em que a vida apertar connosco, não será o imenso palavreado e conhecimento que nos levará até ao Senhor, mas sim a relação de coração que teremos ou não com Ele.

E nós bem sabemos que sem confiança é impossível construir alguma relação, por isso o mesmo acontece com a nossa fé.

Confiar que Ele está mesmo quando o mundo nos diz o contrário. Confiar que Ele está mesmo quando não sabemos do Seu paradeiro. Confiar que Ele está mesmo quando não merecemos a Sua presença.

E nada disto é fazer um Deus à nossa semelhança. É, isso sim, deixar que Ele carregue nas Suas mãos a nossa vida e os nossos corações...

Não, eu não sei tudo. Não, eu não sei porque é assim. Não, eu não sei porque acontece isso. Não, eu não sei, mas eu confio...

E tu, estás disposto a confiar-te ao Deus da Vida?


Emanuel António Dias

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