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Consistório marcado para 5 de outubro
Cidade do Vaticano, 01 set 2019 (Ecclesia) – O Papa anunciou hoje no Vaticano a criação, como cardeal, do arcebispo português D. José Tolentino Mendonça, bibliotecário e arquivista da Santa Sé, de 53 anos.
O consistório para a criação de 13 novos cardeais (10 eleitores) está marcado para 5 de outubro, no Vaticano.
“No próximo dia 5 de outubro vou presidira a um Consistório para a nomeação de 10 novos cardeais, cuja proveniência exprime a vocação missionária da Igreja que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra”, disse Francisco, após a recitação dominical da oração do ângelus.
O nome de D. José Tolentino Mendonça foi o segundo a ser anunciado, numa lista que inclui colaboradores diretos do Papa e responsáveis de várias dioceses do mundo.
O arcebispo madeirense torna-se o sexto cardeal português do século XXI e o terceiro a ser designado no atual pontificado; passa a ser o segundo membro mais jovem do Colégio Cardinalício, logo após D. Dieudonné Nzapalainga, cardeal da República Centro-Africana, de 52 anos.
O novo cardeal português junta-se assim a D. José Saraiva Martins, D. Manuel Monteiro de Castro, D. Manuel Clemente e D. António Marto no Colégio Cardinalício.
“Rezemos pelos novos cardeais, para que, confirmando a sua adesão a Cristo, me ajudem no meu ministério de bispo de Roma, para o bem de todo o santo povo fiel de Deus”, apelou o Papa.
A recitação do ângelus começou com um inédito atraso do Papa Francisco, o qual explicou que ficou preso no elevador, durante 25 minutos, devido a uma falha na rede elétrica.
“Graças a Deus, chegaram os bombeiros, agradeço-lhes muito”, disse aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, pedindo um aplauso para os mesmos.
Os novos cardeais
Eleitores
Miguel Angel Ayuso Guixot, mccj – presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso (Santa Sé)
José Tolentino Medonça – arquivista e bibliotecário da Santa Sé
Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo – Arcebispo de Jacarta, Indonésia
Juan de la Caridad García Rodríguez – Arcebispo de Havana, Cuba
Fridolin Ambongo Besungu, o.f.m. cap – Arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo
Jean-Claude Höllerich, sj – Arcebispo do Luxemburgo
Alvaro L. Ramazzini Imeri – Bispo de Huehuetenamgo, Guatemala
Matteo Zuppi – Arcebispo de Bolonha, Itália
Cristóbal López Romero, sdb – Arcebispo de Rabat, Marrocos
Padre Michael Czerny, sj – Subsecretário da secção ‘Migrantes’ do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé)
Não-eleitores
Michael Louis Fitzgerald – presidente emérito do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso
Sigitas Tamkevicius, sj – arcebispo emérito de Kaunas, Lituânia
Eugenio Dal Corso, psdp – Bispo emérito de Benguela, Angola
José Tolentino Calaça de Mendonça nasceu em Machico (Arquipélago da Madeira) a 15 de dezembro de 1965; foi ordenado padre em 1990 e bispo em 2018.
Biblista, investigador, poeta e ensaísta, o futuro cardeal Tolentino Mendonça foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’lago da Espada por Aníbal Cavaco Silva, presidente da República, em 2015.

Dos cardeais eleitores, 50 são da Europa, 33 da América, 31 da África e Ásia, quatro da Oceânia.
Portugal teve até hoje com 45 cardeais, a começar pelo chamado Mestre Gil, escolhido pelo Papa Urbano IV (1195- 1264).
A história dos cardeais começa por estar ligar ao clero de Roma e já vem de longe: o título de cardeal foi reconhecido pela primeira vez durante o pontificado de Silvestre I (314-335).
Inicialmente o título de cardeal (do latim ‘cardo/cardinis’, que significa “eixo”) era atribuído genericamente a pessoas ao serviço de uma igreja ou diaconia, reservando-se mais tarde aos responsáveis das igrejas titulares de Roma e das igrejas mais importantes da Itália e do mundo.
OC
Os cardeais nascem do grupo de 25 presbíteros das comunidades eclesiais primitivas (títulos) em Roma, nomeados pelo Papa Cleto (séc. I), e dos 7 (posteriormente 14) diáconos que cuidavam dos pobres nas várias regiões da cidade; dos 6 diáconos palatinos (responsáveis pela administração dos seis departamentos do palácio de Latrão, em Roma) e dos 7 bispos suburbicários (as sete dioceses mais próximas de Roma), todos eles conselheiros e colaboradores do Papa.
Segundo as notas históricas do “Anuário Pontifício”, a partir do ano 1150 formaram o Colégio Cardinalício com um decano e um Camerlengo, na qualidade de administrador dos bens.
Hoje, os cardeais “constituem um colégio peculiar, ao qual compete providenciar à eleição do Romano Pontífice”, como refere o Código de Direito Canónico.
As funções dos membros do Colégio Cardinalício vão, no entanto, para além da eleição do Papa: qualquer cardeal é, acima de tudo, um conselheiro específico que pode ser consultado em determinados assuntos quando o Papa o desejar, pessoal ou colegialmente.
Como conselheiros do Papa, os cardeais atuam colegialmente com ele através dos consistórios ordinários ou extraordinários, com a finalidade de fazer uma consulta importante ou tratar de outros assuntos de relevo.
Os cardeais são considerados “príncipes de sangue” e são tratados com o título de “eminência”; segundo os Tratados de Latrão, todos os cardeais que residem em Roma são cidadãos do Estado da Cidade do Vaticano (art. 21).
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