Já reparaste? Já percebeste que a vida não gosta de atalhos? Gosta de nos levar por caminhos tortuosos, difíceis, com pedras, com lama, com todo e qualquer tipo de obstáculo. Não podia, de vez em quando, alternar as dificuldades com uma ou outra leveza? Acolchoar o chão que pisamos com uma ou outra pétala de flor?
Lá vem a vida a dizer que não. Que assim tem mais piada. Que assim vale mais a pena saborear a chegada ao destino.
No entanto, não gostamos nada que a vida nos contrarie. Que nos dê sol quando estávamos a contar com a chuva. Que nos dê chuva quando estávamos a contar fazer qualquer coisa ao ar livre. Que nos dê saudades quando não podemos aliviá-las. Que nos dê vontade de não estar ali, quando estamos.
Enquanto tentamos não nos despistar, vamos perguntando porque é que a nossa vida tem que ser sempre tão complicada? Porque é que tudo nos acontece, precisamente, quando não estamos preparados para lidar com absolutamente nada? Porque é que acontece tudo ao contrário do que imaginámos primeiro?
Julgo que a vida gosta de nos irritar. De nos desafiar. De nos colocar à prova. Mas, sobretudo, quer fazer-nos ver e aprender. Quer ensinar-nos a colocar a empatia no lugar da inveja e da crítica. Quer ensinar-nos a substituir as palavras vazias pelo silêncio e pela calma. Quer ensinar-nos a deixar ir o que não nos deixa ser de verdade. Quer dizer-nos que não há humildade para quem só percorre caminhos curtos e fáceis.
Por isso, e de cada vez que o caminho estiver a ser difícil, lembra-te que há muito por aprender. Por fazer. E que, no final, vais perceber o sentido de cada passo que deste.
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