sábado, 21 de novembro de 2020

O futuro é já ali!




Apoderou-se de nós um desalento pegajoso. Uma espécie de desânimo conformado que pesa nas costas, nos ombros e no coração.

Queremos descobrir sentido e significado neste vazio em que a nossa vida parece ter caído. A paciência parece gastar-se demasiado rápido. A tolerância, também.

As pessoas de sempre parecem mais cansativas, menos interessantes, mais amargas, menos atraentes. É como se o brilho natural de todas as coisas e de todos os momentos se tivesse apagado.

No entanto, julgo que o nosso desencantamento tem origem dentro do que somos e não, propriamente, fora de nós.

Somos nós que agora (e compreensivelmente) não conseguimos ver bem o lado bom que todas as coisas têm.

Ainda assim, e lá no fundo do que temos mais bem guardado, há sempre uma luz que se deixa acender. A luz da fé. Da luz de uma vacina que nos acena ao longe como um lenço branco. A luz de uma nova vida que encontra pela primeira vez os braços da mãe ou do pai. A luz do sol que aquece os dias e o coração. A luz dos nossos. Dos amores das nossas vidas.

E, de repente, até na noite descobrimos um ponto de luz que nos diz baixinho:

O futuro vem a caminho. E é teu.


Marta Arrais


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