domingo, 19 de maio de 2024

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

 

Pentecostes Ciclo B ( Portugês ) (youtube.com)


Na Solenidade de Pentecostes a liturgia convida-nos a olhar para o Espírito Santo e a tomar consciência da sua ação na Igreja e no mundo. Fonte inesgotável de Vida, o Espírito, transforma, renova, orienta, anima, fortalece, constrói comunidade, fomenta a unidade, transmite aos discípulos a força de se assumirem como arautos do Evangelho de Jesus.

O Evangelho apresenta-nos a comunidade da Nova Aliança reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, renovada, a partir do dom do Espírito. Fortalecidos pelo Espírito que Jesus ressuscitado lhes transmite, os discípulos podem partir ao encontro do mundo para o transformar e renovar.
A ação do Espírito Santo não se circunscreve às fronteiras institucionais da Igreja. Ele está presente nos corações de todos os homens e mulheres de boa vontade, crentes ou não crentes, que se dispõem a lutar por um mundo mais belo, mais justo e mais humano. Podemos perceber a presença e a ação do Espírito em tantos e tantos gestos de bondade, de amor, de partilha, de serviço, de perdão, de cuidado, de acolhimento que vão acontecendo por todo o lado e são sementes de um mundo novo. A contemplação desses gestos, sinais vivos do Espírito, deve ser, para nós, fonte de alegria e de esperança. Temos reparado nos sinais de vida nova que vão brotando por todo o lado e que sinalizam a presença e a ação do Espírito no mundo? Sentimo-nos gratos a Deus por tudo o que Ele vai fazendo no mundo, mesmo quando a sua ação se concretiza através de homens e mulheres que têm uma posição diferente da nossa quanto à fé ou quanto à forma de encarar a vida?

Na primeira leitura
, o autor dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos o Espírito Santo como a Lei Nova que orienta e anima o Povo da Nova Aliança. O Espírito faz com que homens e mulheres de todas as raças e culturas acolham a Boa Nova de Jesus e formem uma comunidade unida e fraterna, que fala a mesma língua, a do amor.
Igreja reúne na sua “casa” gente muito diversa, vinda de realidades culturais, políticas e sociológicas muito diversas. Essa diversidade nunca deve ser vista como um problema, mas sim como uma imensa riqueza. Para se tornar cristão, ninguém deve ser espoliado da própria cultura ou da sua identidade: nem os africanos, nem os europeus, nem os sul-americanos, nem os negros, nem os brancos; mas todos são convidados, com as suas diferenças, a acolher esse projeto libertador de Deus, que faz os homens deixarem de viver de costas voltadas, para viverem no amor. A Igreja de que fazemos parte é esse espaço de liberdade e de fraternidade? Nela todos encontram lugar e são acolhidos com amor e com respeito – mesmo os de outras raças, mesmo aqueles de quem não gostamos, mesmo aqueles que não fazem parte do nosso círculo, mesmo aqueles que a sociedade marginaliza e afasta?



Na segunda leitura, Paulo apresenta o Espírito como fonte de Vida para a comunidade cristã. É o Espírito que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros. Por isso, os dons do Espírito não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.
Os dons que o Espírito concede, por mais pessoais que sejam, são para servir o bem comum e para reforçar a vivência comunitária. Quem os recebe deve pô-los ao serviço de todos, com humildade e simplicidade. Não faz sentido escondermos os “dons” que recebemos, guardando-os só para nós e deixando que eles fiquem estéreis; também não faz sentido usar os “dons” que recebemos de tal forma que eles se tornem fator de conflitos ou de divisões. Os “dons” que nos foram concedidos são postos ao serviço da comunidade? São fonte de encontro, de comunhão, de partilha, de Vida, para a comunidade de que fazemos parte?
O Espírito Santo é uma presença imprescindível no caminho que a Igreja vai percorrendo todos os dias: é Ele que alimenta, que anima, que fortalece, que dá Vida ao Povo de Deus peregrino; é Ele que distribui os dons conforme as necessidades e que, com esses dons, continuamente recria a Igreja; é Ele que conduz a marcha, que indica os caminhos a percorrer, que ajuda a tomar as decisões que se impõem para que a “barca de Pedro” chegue a bom porto. Temos consciência da presença do Espírito, procuramos ouvir a sua voz e perceber as suas indicações?


https://www.dehonianos.org/

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