terça-feira, 3 de dezembro de 2024

26 Passos do Advento ao Natal - Dia 3

 



Dia 3: Cada cuidado seja entregue a Deus.


«Filho, deixa-me fazer de ti aquilo que quero, pois Eu sei o que te convém. Tu pensas como homem e sentes muitas coisas segundo o afeto humano.»

«Senhor, é verdade o que dizes. É maior o teu cuidado do que toda a preocupação que eu possa ter por mim próprio. Bem pouco firme está, pois, aquele que a ti não entrega todo o seu cuidado. Senhor, contanto que a minha vontade se mantenha reta e firme em ti, faz de mim o que mais te agradar. Porque não pode existir qualquer bem, além do que me fizeres. Se queres que eu esteja nas trevas, sê bendito; e se me queres na luz, bendito sejas, Senhor. Se te dignares consolar-me, sê bendito; mas se me queres a sofrer, bendito sejas para sempre.»

Resolução: Recolocar cada cuidado em Deus, e aceita de boa vontade o que quer que Ele disponha de ti; ou seja, tudo aquilo que te acontece, porque tudo o que te acontece, fora do pecado, tem a mão de Deus.



Textos extraídos de "A imitação de Cristo", ed. Paulinas

Conceito original: In Terris

Adapt.: Rui Jorge Martin

Mas já é Natal?





Estamos a ser empurrados para o Natal há semanas. Luzes por todo o lado. Inaugurações a meio de novembro. O frenesim interminável dos centros comerciais com falsas promoções, falsos apelos e a simpatia a rimar muito pouco com o tão desejado espírito natalício.

É por isso que ninguém consegue viver os seus dias sossegado. Estamos sempre a ser chamados a viver num tempo que não existe: ora no passado, ora no futuro. Mas no presente (e no momento) parece que ninguém vive. Ninguém quer, sequer, saber.

Desde quando é que nos tornámos reféns deste consumismo absurdo que “inventa” festividades? Vivemos para as festividades e celebrações em si ou para o tempo que as antecede?

É que corremos o risco de chegar à véspera de Natal já sem paciência seja para o que for. Ou seja para quem for.

O problema aqui é precisamente não nos ser possível “sair” desta roda invisível em que somos colocados diariamente, apressadamente, prematuramente. Impelidos a comprar, a celebrar quando nem sempre há razões para isso, a fazer votos amorosos quando a nossa vontade não corresponde a nada do que nos é pedido.

Mesmo que sintamos que não está ao nosso alcance fugir desta imposição celebrativa, que possamos (pelo menos!) ter consciência de que é real, de que estamos a ser obrigados a viver segundo valores e princípios que nada têm que ver com os que inauguraram o Natal em si.

Numa tentativa mais ousada de não compactuar com este esquema e com este sistema assente no consumismo rápido, descartável e triste, resta-nos ter a certeza de que ainda somos os donos da nossa vida. Que ainda podemos viver segundo aquilo que faz sentido para nós e que ainda podemos decidir se queremos (ou não!) ser estes joguetes nas mãos de sabe-se lá quem.

Enquanto se acendem luzes, se inauguram instantes e se relativizam as verdadeiras prioridades, que saibamos dizer a quem nos vier com estas histórias mal contadas:

O Natal é quando eu quiser.


Marta Arrais


segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

26 Passos do Avento ao Natal







Dia 2: Não procurar o conforto das pessoas, mas de Jesus.

«Mesmo, se possuísses todos os bens criados, não poderias ser feliz e bem-aventurada; mas toda a tua bem-aventurança e felicidade consiste em Deus, que tudo criou, não como a veem e louvam os loucos que amam o mundo, mas como a esperam os bons fiéis de Cristo e a antegozam por vezes as almas espirituais e puras, cuja vida está nos Céus. Toda a consolação humana é vã e breve. Feliz e certa é a que a Verdade faz sentir interiormente. O homem piedoso, para onde quer que vá, leva consigo o seu consolador, Jesus, e diz-lhe: «Sê comigo, Senhor Jesus, em todos os lugares e tempos. Isto me seja consolação: livremente, não querer qualquer consolação humana. E, se até a tua consolação me faltar, que a tua vontade e essa justa prova sejam a minha suprema consolação. Porque não estarás irado para sempre, nem ameaçarás eternamente.»

Resolução: Procurar antes o conforto de Jesus.

Textos extraídos de "A imitação de Cristo", ed. Paulinas

Conceito original: In Terris

 Adapt.: Rui Jorge Martin

Advento, tempo de espera



Advento, tempo de espera
. Não apenas de um dia, mas daquilo que os dias, todos os dias, de forma silenciosa, transportam: a Vida, o mistério apaixonante da Vida que em Jesus de Nazareth principiou.

Advento, tempo de redescobrir a novidade escondida em palavras tão frágeis como “nascimento”, “criança”, “rebento”.
Advento, tempo de escutar a esperança dos profetas de todos os tempos. Isaías e Francisco. Miqueias e Teresa de Calcutá.
Advento, tempo de preparar, mais do que consumir. Tempo de repartir a vida, mais do que distribuir embrulhos.
Advento, tempo de procura, de inconformismo, até de imaginação para que o amor, o bem, a beleza possam ser realidades e não apenas desejos para escrever num cartão.
Advento, tempo de dar tempo a coisas, talvez, esquecidas: acender uma vela; sorrir a um anjo; dizer o quanto precisamos dos outros, sem vergonha de parecermos piegas.
Advento, tempo de se perguntar: “há quantos anos, há quantos longos meses desisti de renascer?”
Advento, tempo de rezarmos à maneira de um regato que, em vez de correr, escorre limpidamente.
Advento, tempo de abrir janelas na noite do sofrimento, da solidão, das dificuldades e sentir-se prometido às estrelas, não ao escuro.
Advento, tempo para contemplar o infinito na história, o inesperado no rotineiro, o divino no humano, porque o rosto de um Homem nos devolveu o rosto de Deus


. — Cardeal D. José Tolentino Mendonça
Pode ser uma imagem de texto

«Um rebento de Justiça»

 











Senhor…

a Tua Justiça não é a minha.

A Caridade que devia habitar no meu coração está longe dos meus olhos.

O Caminho de Misericórdia infinita,

traçado com amor profundo pelas Tuas Mãos,

tem sabor agridoce.

Sinto-me perdida perante os sinais assustadores dos tempos.



Quero sentir a força da terra de onde germina o Descendente do Rei David.

Quero cheirar a Santidade que me predestinaste.

Quero conhecer melhor os Teus desígnios e alcançar a Salvação.

Senhor Jesus,

que eu seja capaz de me erguer e levantar a cabeça para os céus.

Só assim serei capaz de contemplar a nuvem mais leve

repleta do Teu poder e da Tua glória.


Ensina-me, Santo Espírito, os caminhos retos,

para que eu leve Jesus a Todos e Todos a Jesus.

Afasta de mim as preocupações mundanas,

que estupidamente ocupam espaço na minha Alma e no meu Pensamento…


Neste Advento

que eu tenha passos de Esperança…

Oração sentida e vigilante…

para que o tempo que Te ofereço,

em silêncio e diálogo conTigo,

mude o meu foco

e o meu coração alcance a Tua Paz e a Tua Justiça,

o Teu modo de viver o Amor e a feliz Vida que tanto anseias para mim.


Vem Filho Homem… Vem!

E inunda o meu Ser com a Tua Esperança.



Liliana Dinis,

domingo, 1 de dezembro de 2024

Vinte e seis passos do Advento ao Natal.

 



Vinte e seis passos do Advento ao Natal.


Dia 1: Aprender a cumprir a vontade de Deus
«Concede-me, ó bom Jesus, a tua graça, que ela esteja comigo e me trabalhe, e que comigo se mantenha até ao fim. Faz com que sempre deseje e queira o que for da tua vontade e mais te agrade. Que a tua vontade seja a minha, e que a minha sempre siga e se conforme à tua. Que o meu querer e não querer sejam os teus, e que não possa querer ou não querer alguma coisa, senão o que Tu queres ou não queres. Concede-me que morra para tudo o que é do mundo e que, por teu amor, seja desprezado e desconhecido na Terra. Faz com que o meu maior desejo seja descansar em ti e em ti pacificar o meu coração. Só Tu és a paz do coração; só Tu és o descanso: fora de ti tudo é duro e inquieto. Nesta paz– ou seja, em ti, único Bem, supremo, eterno – dormirei e terei o meu descanso. Ámen.»
Resolução: Pedir muitas vezes a Deus a graça de só nele repousar, mediante o perfeito cumprimento da sua santíssima vontade.


Textos extraídos de "A imitação de Cristo", ed. Paulinas
Conceito original: In Terris
Adapt.: Rui Jorge Martins
Imagem: D.R.
Publicado em 24.11.2020

Caminho do Advento

 





No início do “caminho de advento”, a Palavra de Deus fala-nos da “vinda do Senhor” e dá-nos indicações para a prepararmos. Convida-nos a viver este tempo com alegria e esperança, porque a nossa libertação “está próxima”; e desafia-nos a caminharmos atentos e vigilantes, escutando Deus e dando atenção aos irmãos com quem nos cruzamos a cada passo.

Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da Aliança garante a Judá que não esqueceu as suas promessas; e que vai enviar um “rebento” da família de David para, através dele, concretizar esse mundo de justiça e de paz com que o Povo sonha. O Messias, o “rebento” de David, trará ao Povo de Deus justiça, harmonia, vida em abundância.

Estamos a iniciar o tempo do “advento”. No nosso horizonte próximo está a vinda de Jesus. Ele, o “rebento de justiça” da família de David, vem ao nosso encontro para nos ajudar a vencer as nossas contradições e para nos ajudar a corrigir os passos mal andados que trazem sofrimento ao mundo e aos homens. A sua vinda será, portanto, um acontecimento feliz, que deve ser aguardado com alegria e com esperança. Como nos dispomos a viver este tempo de espera de Jesus? Será mais uma oportunidade que passa por nós sem nos tocar e transformar, ou será um tempo de verdadeira renovação, de verdadeiro compromisso, de verdadeiro encontro com Jesus?

No Evangelho, Jesus fala aos discípulos do “dia do Senhor”, o dia em que o mundo velho, prisioneiro do egoísmo, da maldade e do pecado, vai cair, a fim de dar lugar a um mundo novo. Esse dia será, para os discípulos, o dia da libertação, o dia da alegria suprema. Enquanto esperam que esse dia chegue, devem manter-se fiéis e vigilantes, escutando Deus e os seus apelos, atentos às necessidades e sofrimentos dos outros homens e mulheres com quem caminham.

Jesus também pede aos seus discípulos que, enquanto O esperam, orem “em todo o tempo”. A oração torna-nos íntimos de Deus e aprofunda a nossa comunhão com Deus. No diálogo com Deus apercebemo-nos dos projetos que Ele tem para o mundo e para os homens, interessamo-nos por esses projetos e assumimo-los como nossos; no diálogo com Deus percebemos como atuar, como fazer as coisas, como sermos testemunhas e sinais de Deus no nosso mundo; no diálogo com Deus, colhemos as forças para vivermos de acordo com os valores de Deus e para sermos colaboradores d’Ele na construção do mundo. Dispomo-nos, neste advento, a encontrar momentos para falarmos com Deus, para o escutarmos, para lhe dizermos o que nos vai no coração?

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Tessalónica – e os cristãos de todos os lugares e épocas – a esperarem a vinda do Senhor sem se deixarem tentar pela mediocridade e pela acomodação. O amor fraterno, “uns para com os outros e para com todos”, será a marca distintiva dos discípulos que esperam com fidelidade a vinda de Jesus.

Todas as vezes que nos reunimos para celebrar a eucaristia, somos convidados a rezar o “Pai nosso”, assumindo que Deus é o Pai de todos e que estamos ligados uns aos outros por laços fraternos. No entanto, nem sempre as nossas comunidades cristãs são a “casa da fraternidade” onde os irmãos se acolhem, se aceitam, se respeitam e se amam. Por vezes, deixamos que as quezílias, os ciúmes, as invejas, as maledicências, as vaidades pessoais se intrometam na comunidade e quebrem a comunhão e o entendimento fraterno. Talvez este tempo de advento possa ser um tempo para purificarmos a nossa fraternidade e construirmos comunidades onde se viva o amor “uns para com os outros e para com todos”. Estamos dispostos, neste tempo de advento, a fazer o que estiver ao nosso alcance para que as nossas comunidades cristãs deem ao mundo e aos homens um testemunho verdadeiro de fraternidade, de partilha, de comunhão?


www.dehonianos.org

Que não haja surpresas! Jesus refere-se ao juízo universal, mas também ao juízo particular que terá lugar na hora de nossa morte. E lembra-nos que nossa morte ou o juízo virá quando menos esperamos. Por isso é necessário estar alerta e ter sempre em ordem nossas “contas”, para que recebamos a sentença da salvação. Jesus indica como devemos preparar-nos: rezando continuamente!