Nas leituras que a liturgia deste domingo nos propõe sobressai a temática do “caminho”: a nossa vida é um caminho, nem sempre linear, nem sempre fácil, que nos leva até à meta final da nossa existência, a vida verdadeira e eterna. O que devemos fazer e que precauções devemos tomar para não nos desviarmos e falharmos o alvo? Quem nos conduzirá e nos apontará a direção certa?
Na primeira leitura, um “sábio” de Israel reflete sobre as limitações que são inerentes à nossa condição de seres humanos. Ele acredita que a única forma de chegarmos à vida verdadeira é acolhermos a “sabedoria” de Deus e deixarmo-nos guiar por ela. É esse o caminho que ele sugere a todos aqueles que se preocupam em construir uma vida plena de sentido.As modernas tecnologias de comunicação revolucionaram a nossa forma de nos relacionarmos uns com os outros. Fizeram com que todos os habitantes da “aldeia global” ficassem em rede e pudessem partilhar ideias, opiniões, perspetivas, teorias, apreciações, observações, críticas positivas e negativas… Tudo isto pode ser profundamente enriquecedor: pode aproximar-nos de pessoas com outras experiências e vivências, ajudar-nos a entender a verdade do outro, tornar-nos mais tolerantes, mostrar-nos o sem sentido dos nossos preconceitos, abrir-nos à partilha e à comunhão, oferecer-nos conhecimentos a que de outro modo não teríamos acesso. Mas, em contrapartida, todo esse ruído de fundo de ideias e opiniões que a cada instante invade a nossa vida, pode confundir-nos e interferir com a nossa capacidade de fazermos escolhas convenientes. Levados pela “onda”, vamos assumindo acriticamente, sem nos darmos conta, a ideologia dominante, os “valores” que os líderes de opinião procuram impor, as visões da maioria… Será que tudo isso que a “vaga” tecnológica traz até à nossa “praia” nos conduz no sentido da vida plena, da realização total, da verdadeira felicidade?
No Evangelho, Jesus traça as coordenadas do “caminho do discípulo”. Quem se dispõe a percorrer esse caminho, deve caminhar de olhos postos em Jesus e no Reino de Deus. Não pode deixar-se distrair, nem pelas pessoas, nem pela preocupação dos bens materiais, nem pelos seus projetos e interesses pessoais. Quem embarca na aventura do Reino de Deus tem de fazê-lo sem reticências, sem condições, com total empenho e compromisso.Paulo põe o amor no centro de toda a experiência cristã. Ele acredita, na linha de Jesus, que o amor é o valor fundamental na construção de um mundo renovado. A injustiça, a exploração dos seres humanos, a escravatura, a guerra, não desaparecerão através do recurso a métodos violentos. Os métodos violentos só servirão para substituir uns senhores por outros senhores, uns escravos por outros escravos, uns sofredores por outros sofredores. A construção de um mundo mais feliz e fraterno só acontecerá com a conversão dos corações ao amor. Quando essa conversão se der e nascer a civilização do amor, teremos finalmente um mundo mais humano, mais justo, mais pacífico. É esta também a nossa convicção? Estamos disponíveis para nos convertermos ao amor e sermos arautos – com palavras e gestos – de um mundo mais fraterno?
Na segunda leitura, a partir da história de Onésimo, o escravo fugitivo, São Paulo lembra-nos que o amor é o foco fundamental que ilumina o caminho que os discípulos de Jesus percorrem na história. É o amor que nos permite descobrir a igualdade de todos os homens, filhos do mesmo Pai e irmãos em Cristo; é o amor que nos permite acolher e abraçar todos os “Onésimos” que encontramos no caminho.Paulo põe o amor no centro de toda a experiência cristã. Ele acredita, na linha de Jesus, que o amor é o valor fundamental na construção de um mundo renovado. A injustiça, a exploração dos seres humanos, a escravatura, a guerra, não desaparecerão através do recurso a métodos violentos. Os métodos violentos só servirão para substituir uns senhores por outros senhores, uns escravos por outros escravos, uns sofredores por outros sofredores. A construção de um mundo mais feliz e fraterno só acontecerá com a conversão dos corações ao amor. Quando essa conversão se der e nascer a civilização do amor, teremos finalmente um mundo mais humano, mais justo, mais pacífico. É esta também a nossa convicção? Estamos disponíveis para nos convertermos ao amor e sermos arautos – com palavras e gestos – de um mundo mais fraterno?
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