sábado, 13 de setembro de 2025

A solidão que revela a luz

 


P

arece clichê dizer que a solidão nos ensina. Mas, na verdade, ela é uma das grandes mestras da vida.



Éno silêncio da ausência, no desconforto do vazio e na travessia da escuridão que muitas vezes reconhecemos a verdadeira felicidade.


Assim como não perceberíamos a luz sem antes termos conhecido a escuridão, também não reconheceríamos a graça da vida sem atravessar momentos de silêncio interior. A solidão, quando acolhida, não é apenas ausência: ela pode ser espaço de revelação.

Do ponto de vista psicológico, é nesse encontro com nós mesmos que surgem as perguntas mais profundas: Quem sou eu, além do que mostro ao mundo? Do que realmente preciso? O que a minha alma deseja? Perguntas que não nascem no barulho, mas no recolhimento.

E, do ponto de vista espiritual, é nesse mesmo recolhimento que Deus se aproxima. Não porque Ele precise de silêncio para falar, mas porque nós precisamos de silêncio para ouvir. É no coração que se esvazia do excesso que a presença d’Ele se torna mais nítida.

Quando estamos abertos a esse processo, deixamos de ser pessoas que “morrem em vida” e passamos a viver em plenitude. É como se a solidão, antes temida, se transformasse em solo fértil onde floresce a confiança, a fé e a verdadeira esperança.

A fé nos recorda que, ainda que experimentemos noites escuras, o sol sempre chega. Assim como a ressurreição de Cristo veio depois da cruz, também em nossas vidas a alegria vem após o sofrimento, e a luz após a escuridão.

Viver em vida é justamente isso: aceitar as dores sem perder a esperança, atravessar a solidão sem esquecer da presença de Deus, e reconhecer que, mesmo quando parece que estamos sozinhos, somos acompanhados por um maior.

Talita Rodrigues


https://pt.aleteia.org/

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