quarta-feira, 9 de abril de 2014

Carta aberta aos jovens que não têm fé



O problema não está em não crer, mas em fechar a própria mente à verdade

Hoje, quero falar com você. Você não me conhece, certamente não sabes quem sou eu. Só posso começar dizendo que sou um padre. Mas espere... Não me julgue pela minha condição, porque não vou lhe dar um sermão nem ameaçá-lo com o inferno, e muito menos dizer-lhe que você está conduzindo sua vida para o mau caminho. Só quero lhe falar como alguém que um dia encontrou um tesouro enorme, que me ajudou a mudar completamente a perspectiva do que era.

Nunca usei drogas, nem álcool; não posso dizer que usei, porque não é verdade. Eu só jogava (mal, devo confessar, pois não era hábil para as competições), tentava me divertir como você e ser feliz.

Mas tudo parecia esfumar-se da mesma forma como aparecia. Quando comecei a “filosofar”, a me perguntar pela primeira vez “Quem sou eu?”, não me contentava com responder meu nome; isso não satisfazia minha sede de algo que não sabia o que era.

Se eu rezava? Sim, tinham me ensinado e eu só sabia fazer o que muitos sabem quando rezam: pedir. Mas não era suficiente. Meu coração queria algo mais profundo que isso, me entende? Isso já aconteceu com você?

Havia algo que me dizia que eu não poderia me contentar com ser mais uma daqueles seres vivos definidos como os que “nascem, crescem, se reproduzem e morrem”. Foi então que decidi levar a sério a minha vida interior. Eu não fazia ideia do que era isso, mas algo me dizia que existia o que muitos chamam de “alma”, que não sabemos onde está, mas, como um dia uma maravilhosa mulher me ensinou, “você sabe que ela existe justamente quando ela dói”.

Você não me conhece, só sabe que sou um padre; isso pode me tornar desprezível para você, pois você pode achar que eu sou tudo o que afirmam por aí: um frustrado, um especialista em lavagem cerebral, um comerciante da.

Mas só posso lhe dizer que sou um ser humano, que chora como você chorou, que sentiu uma solidão especialmente acompanhada; alguém que tem filhos (muitos filhos), esposas (muitas esposas) e pais (um montão)... É que Ele cumpriu uma promessa que me fez quando o conheci.

Sabe, há uma pessoa a quem eu admiro muito; um homem que, cada vez que me aproximo dele, me levanta como um vencedor, como um homem novo. Ele nunca me condenou por nada; apenas me fala do seu imenso amor, esse que descobri na cruz. E seus braços abertos nunca me escravizaram, pelo contrário: deram-me uma liberdade que eu nunca havia vivido.

Com certeza você já se apaixonou, e talvez possa ter chegado a ser pessimista quanto ao amor, considerando-o como uma bobagem de pessoas ingénuas. É que o amor humano é imperfeito e, justamente por isso, precisa ser construído, aperfeiçoado e exige paciência. 
Jesus não é uma “sobra”, é o prato principal.

Juan Ávila Estrada / aleteia

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