sábado, 25 de fevereiro de 2017

C(oração)




«Pedir (rezar), uns pelos os outros,é missão dos cristãos.»Pe. Rui Miguel





Existem momentos em que não sabemos o que dizer ou fazer.
Somos, constantemente, colocados em diversas situações em que não temos uma palavra, um gesto ou um olhar, para aliviar o sofrimento e a dor daqueles que se sentem perdidos.
Surge, somente, o silêncio e a sensação de incompetência, quando o que mais gostaríamos seria "colocar um penso" para que tudo curasse num instante.
Nada disto é possível nesta realidade a que todos temos acesso… mas é aqui que surge a oração.
É aqui que aparece a necessidade de usarmos o silêncio perturbador para torná-lo num silêncio de entrega.
A oração torna-se o verdadeiro ato de confiança, quando já nada pode ser dito ou feito.
É a entrega total a um Pai, que não serve de S.O.S, mas que espera e anseia que lhe peçamos sem cessar.
Pedir, uns pelos os outros, é ter a certeza de que este amor é tão certo que não deve ficar apenas em mim.
Pedir, uns pelos os outros, não é esperar que os milagres aconteçam, mas que ninguém se sinta desamparado ou experimente a solidão.
Pedir, uns pelos os outros, é desejar que este Deus seja presença viva na vida de todos aqueles que se cruzam na nossa caminhada.
A oração tem consigo a beleza de uma ação que foi originada pelo coração.
A oração será, sempre, muito mais do que duas mãos juntas.
A oração é a prova de que esta vida é muito mais do que aquilo que conseguimos ver ou compreender.
A oração será a única solução para que a ação deste Deus seja visível em nós e nos outros.
Se a oração é uma missão então precisamos de verdadeiros missionários...
Precisamos de missionários, que no meio de tanta tribulação, nos mostrem a beleza de confiar num Deus, quando já não temos mais nada para oferecer àquele que se encontra ao nosso lado.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos a dar a maior prova de amor, porque entregamos as nossas vidas nas mãos do Seu criador.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos a segurar as lágrimas que escorrem na cara do nosso irmão.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos a suportar o coração angustiado e ferido de cada um de nós.
Ao rezarmos, uns pelos os outros, estamos, uma vez mais, a demonstrar que este Deus revelar-se-á, sempre, naquele que se cruza connosco.


Emanuel António Dias (17-02-2017) iMissio

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