Uma planta precisa de terra fértil e de água, de sol e de ar, de tempo e de espaço. Não consegue realizar-se por si só. Também com cada um de nós é assim. A simples essência de alguém não é suficiente para que concretize todas as suas potencialidades.
Preciso de ti para ser eu. Para me dar e para te acolher. Sem um outro, diferente de mim, não há amor e, sem amor, não há vida pessoal.
Somos corpo, razão, coração e espírito. Estas dimensões dependem umas das outras e cada uma delas resulta também da influência do mundo que nos rodeia.
Preciso de água e alimento para o meu corpo. Vivo num corpo e preciso do seu bem-estar e saúde.
Preciso de mundo, fé e amor para o meu interior. Sustentos da minha razão, do meu espírito e do meu coração.
Preciso de espaço, de muitos espaços, onde possa aprender, admirar as belezas do mundo e até daqueles onde as desgraças me assombram. Preciso de ter um espaço meu e de reconhecer o dos outros. Preciso de respeitar, de ser respeitado e de me respeitar.
Preciso de paz, tempo e de silêncio para que a vida em mim possa realizar-se e expandir-se.
A tentativa de uma independência total é, neste contexto, um egoísmo sem sentido, pois que não é sequer possível uma autonomia a não ser nas palavras dos que acreditam ser quem não são.
Não podemos todos ser tudo. Somos diferentes e temos contextos diferentes. Eis a raiz da nossa individualidade.
O que sou depende do equilíbrio entre o meu interior e tudo o que está à minha volta.
Preciso de crescer, querer ser mais, corrigir-me e, tal como uma planta, abrir os braços e chegar mais perto do céu... chegar a ser um, diferente e autêntico.
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