domingo, 29 de julho de 2018
PÃO PARTILHADO
https://www.youtube.com/watch?v=BMPdzoEL_fI
A liturgia do 17º domingo Comum dá-nos conta da preocupação de Deus em saciar a “fome” de vida dos homens. De forma especial, as leituras deste domingo dizem-nos que Deus conta connosco para repartir o seu “pão” com todos aqueles que têm “fome” de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança.
Na primeira leitura, o profeta Eliseu, ao partilhar o pão que lhe foi oferecido com as pessoas que o rodeiam, testemunha a vontade de Deus em saciar a “fome” do mundo; e sugere que Deus vem ao encontro dos necessitados através dos gestos de partilha e de generosidade para com os irmãos que os “profetas” são convidados a realizar.
O Evangelho repete o mesmo tema. Jesus, o Deus que veio ao encontro dos homens, dá conta da “fome” da multidão que O segue e propõe-Se libertá-la da sua situação de miséria e necessidade. Aos discípulos (aqueles que vão continuar até ao fim dos tempos a mesma missão que o Pai lhe confiou), Jesus convida a despirem a lógica do egoísmo e a assumirem uma lógica de partilha, concretizada no serviço simples e humilde em benefício dos irmãos. É esta lógica que permite passar da escravidão à liberdade; é esta lógica que fará nascer um mundo novo.
Na segunda leitura, Paulo lembra aos crentes algumas exigências da vida cristã. Recomenda-lhes, especialmente, a humildade, a mansidão e a paciência: são atitudes que não se coadunam com esquemas de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de preconceito em relação aos irmãos.
Ao mostrar que é através das acções dos homens que Deus sacia a fome do mundo, o nosso texto convida-nos ao compromisso. Deus precisa de nós, da nossa generosidade e bondade, para ir ao encontro dos nossos irmãos necessitados e para lhes oferecer vida em abundância. Nós, os crentes, somos chamados a ser – como o profeta Eliseu – testemunhas desse Deus que quer partilhar com os homens o seu “pão”; e esse “pão” de Deus deve derramar-se sobre os nossos irmãos nos nossos gestos de partilha, de generosidade, de solidariedade, de amor sem limites.
Jesus não fecha os olhos diante dos homens: não somente vê a multidão, como se apercebe da sua fome. Antes de fazer o milagre, solicita a confiança dos seus apóstolos, esta confiança que Ele põe à prova. Então faz dois gestos: vira-se para Deus seu Pai, dando graças, e distribui o alimento. Que contraste gritante entre esta multidão que tem fome e o alimento que lhe vai ser oferecido, cinco pães e dois peixes. E ao mesmo quanta abundância! Não somente a multidão está saciada, mas sobram doze cestos. É a prodigalidade do Amor: Deus ama infinitamente, e este sinal operado por Jesus anuncia não o poder de um rei, mas o dom de Deus a todos os homens. Não somente Jesus veio para o maior número, mas veio dar a vida em abundância. Este sinal anuncia um outro sinal. Depois de ter comido, a multidão, no dia seguinte, terá ainda fome. Mas o alimento que Cristo ressuscitado oferecerá aos homens será a sua vida, e aqueles que comerem este Pão de Vida jamais terão fome.
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