domingo, 29 de setembro de 2019

Arcanjos de Deus


https://www.youtube.com/watch?v=9ViL7uMfiN8

Em busca da felicidade


https://www.youtube.com/watch?v=9KD90LVxuVQ&t=25s

A liturgia deste domingo propõe-nos, de novo, a reflexão sobre a nossa relação com os bens deste mundo... Convida-nos a vê-los, não como algo que nos pertence de forma exclusiva, mas como dons que Deus colocou nas nossas mãos, para que os administremos e partilhemos, com gratuidade e amor.
Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia violentamente uma classe dirigente ociosa, que vive no luxo à custa da exploração dos pobres e que não se preocupa minimamente com o sofrimento e a miséria dos humildes. O profeta anuncia que Deus não vai pactuar com esta situação, pois este sistema de egoísmo e injustiça não tem nada a ver com o projecto que Deus sonhou para os homens e para o mundo.
O Evangelho apresenta-nos, através da parábola do rico e do pobre Lázaro, uma catequese sobre a posse dos bens... Na perspectiva de Lucas, a riqueza é sempre um pecado, pois supõe a apropriação, em benefício próprio, de dons de Deus que se destinam a todos os homens... Por isso, o rico é condenado e Lázaro recompensado.
A segunda leitura não apresenta uma relação directa com o tema deste domingo... Traça o perfil do "homem de Deus": deve ser alguém que ama os irmãos, que é paciente, que é brando, que é justo e que transmite fielmente a proposta de Jesus. Poderíamos, também, acrescentar que é alguém que não vive para si, mas que vive para partilhar tudo o que é e que tem com os irmãos?


E nós hoje? As palavras de Amós atingem sem compaixão aqueles que não se preocupam com o desastre de Israel. Lucas põe em cena um homem rico fechado no luxo, que não tem mesmo qualquer olhar para o pobre Lázaro que está à sua porta. E nós hoje? Ricos ou não, diante de todos os desastres do mundo, temos um olhar diferente para com todos os "Lázaros" da nossa sociedade ou ficamo-nos por um simples relance no ecrã da televisão? Ouvimos os golpes discretos à nossa porta? Ou serão somente cães a dar-lhes assistência?

https://www.dehonianos.org


sábado, 28 de setembro de 2019

29/Set- Domingo da Palavra



Acontece este fim de semana o Domingo da Palavra, uma jornada que pretende restituir a centralidade da Bíblia, realçando o seu valor humano e social, cristão e espiritual. Foi o próprio Papa Francisco que, ao terminar o Jubileu da Misericórdia, propôs que em todas as paróquias, uma vez por ano, se celebrasse um domingo dedicado «à difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura».

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

DE FÁTIMA A CERNACHE - DE CERNACHE A LISIEUX

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Vamos começar o mês de outubro, o mês missionário. Acolhendo a proposta da Congregação para a Evangelização dos Povos, e a pretexto dos cem anos da Carta Apostólica “Maximum illud” de 30 de novembro de 1919, o Papa Francisco proclamou o mês de outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário. Fazer despertar uma maior consciência da missão e dar maior impulso à paixão missionária na vida pastoral são objetivos a fomentar. A Conferência Episcopal Portuguesa, acolhendo com alegria a proposta do Papa Francisco, decidiu viver este mês missionário extraordinário como etapa final de um ano missionário, de outubro de 2018 a outubro de 2019. Reuniram-se documentos, deram-se pistas de ação e cada diocese, cada arciprestado, cada paróquia, cada família, cada movimento e serviço de apostolado foi assumindo o desafio como entendeu e pôde, com mais ou menos sucesso, com certeza. Dentro da programação nacional, no dia 20 deste mês de outubro, Dia Mundial das Missões, terá lugar a Peregrinação Nacional a Fátima, à qual se associará também a Peregrinação Nacional do Movimento do Apostolado da Oração, em comemoração dos seus 175 anos de existência. Nesse mesmo dia, de tarde, os Bispos Portugueses que puderem estar, bem como autoridades civis e o Povo de Deus, irão a Cernache do Bonjardim, na Sertã, terra desta Diocese de Portalegre-Castelo Branco, prestar homenagem à missionação portuguesa. O monumento evocativo nascerá em frente ao Seminário das Missões em Cernache do Bonjardim. Será uma estátua, prestando homenagem a D. António Barroso que foi bispo na África, na Índia e no Porto e está a caminho dos altares, onde também constará o nome dos outros 319 padres que, como ele, se formaram neste Seminário e se espalharam pelo mundo, tendo também presente todos os missionários portugueses que, partindo deste país, se lançaram nesta aventura de ir anunciar o Evangelho. Este Seminário, desde que foi ordenada a sua construção por Decreto de 10 de março de 1791, para prover os padres das igrejas do Priorado do Crato a que Cernache do Bonjardim pertencia, teve uma história atribulada na qual muitos se acharam no direito de lá meter o bedelho sem terem sido chamados! Ai se aquelas paredes falassem!...
Mas voltando ao mês de outubro, sabemos que ele começa com a memória litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus, Santa Terezinha de Lisieux, que sem nunca ter saído do convento, em 1927 foi declarada Patrona Universal das Missões Católicas. E São João Paulo II, em 1997, declarou-a Doutora da Igreja. Para ela, ser missionário não era uma questão geográfica, mas uma questão de amor, e este amor tem um rosto e um nome, é Jesus: "Jesus, a minha alegria é amar-te", é contemplar o outro na pessoa de Jesus. Por isso, dizia: “No coração da Igreja, serei o amor”. Escreveu três manuscritos que, publicados em 1898 com o título de História de uma Alma, se tornaram um dos maiores best sellers da história, são a sua autobiografia, um manual de santidade. Aí, ela ensina que o segredo da santidade não está em fazer coisas grandes e espetaculares. Está em fazer com amor as mais pequeninas coisas de cada dia: “Pegar um alfinete caído no chão, com amor, produz fruto de santidade”. Não querendo ser santa apenas pela metade e considerando que a vida é apenas um sonho do qual brevemente acordaremos, Terezinha viveu apenas 24 anos, escolhendo tudo, o amor. Seus pais, Louis Martin e Zélia Guerin, foram canonizados em 18 de outubro de 2015, tornando-se o primeiro casal a serem ambos declarados santos na mesma data e celebração. A sua festa litúrgica celebra-se em 12 de julho, dia de aniversário do seu matrimónio.
Para melhor percebermos a vocação de Santa Terezinha, transcrevo um pouco da sua autobiografia onde nos relata o seu sonho e como conseguiu concretizá-lo:
“Não obstante a minha pequenez, quereria iluminar as almas como os Profetas, os Doutores, sentia a vocação de ser Apóstolo...Queria ser missionário, não apenas durante alguns anos mas queria tê-lo sido desde o princípio do mundo e continuar até à consumação dos séculos. Mas acima de tudo, ó meu amado Salvador, quereria derramar o sangue por Vós até à última gota.
Porque durante a oração estes desejos me faziam sofrer um autêntico martírio, abri as epístolas de São Paulo a fim de encontrar uma resposta. Casualmente fixei-me nos capítulos XII e XIII da primeira epístola aos Coríntios; e li no primeiro que nem todos podem ser ao mesmo tempo de Apóstolos, Profetas, Doutores, etc... que a Igreja é formada por membros diferentes e que os olhos não podem ao mesmo tempo ser as mãos. A resposta era clara, mas não satisfazia completamente os meus desejos e não me trazia a paz.
Continuei a ler e encontrei esta frase que me confortou profundamente: “Procurai com ardor os dons mais perfeitos; eu vou mostrar-vos um caminho mais excelente”. E o Apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não são nada sem o amor e que a caridade é o caminho mais excelente que nos leva com segurança até Deus. Finalmente tinha encontrado a tranquilidade.
Ao considerar o Corpo Místico da Igreja, não conseguiria reconhecer-me em nenhum dos membros descritos por São Paulo; melhor, queria identificar-me com todos eles. A caridade ofereceu-me a chave da minha vocação. Compreendi que, se a Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos; compreendi que a Igreja tem coração, um coração ardente de amor; compreendi que se o amor viesse a extinguir-se, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo e que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno.
Então, com a maior alegria da minha alma arrebatada, exclamei: Ó Jesus, meu amor! Encontrei finalmente a minha vocação. A minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, e este lugar, ó meu Deus, fostes Vós que mo destes: no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor; com o amor serei tudo; e assim será realizado o meu sonho”.
Ser discípulo é, de facto, levar aos outros o amor de Jesus, com fervor, com alegria e naturalidade. Como afirmou Bento XVI, “os tempos em que vivemos exigem um novo vigor missionário dos cristãos, chamados a formar um laicado maduro, identificado com a Igreja e solidário com a complexa transformação do mundo”.

D.Antonino Dias . Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 27-09-2019.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

ENCONTRO DIOCESANO DE TAIZÉ

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Olá, queridos jovens

Sou a Ir. Mª Fernanda Luz, Filha de Maria Auxiliadora, da comunidade Santa Maria Mazzarello – Chainça, Abrantes.
Estou desejosa de conhecer cada jovem desta nossa Diocese de Portalegre – Castelo Branco, para partilharmos a alegria e a esperança que nos une. Como salesiana, recebi de Deus o grande dom de procurar viver, em cada dia, o amor radical por Jesus no serviço aos jovens e com os jovens.

É, por isso, com alegria e gratidão que acolho esta oportunidade de viver a linda missão de caminhar com cada jovem da nossa Diocese. Ah… caminhar não basta! O Papa Francisco, no final da Exortação Cristo Vive, escreve: “Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na Sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre” (CV 299).

Eis-me aqui ao vosso lado nesta maravilhosa corrida. Então, vamos?

O nosso primeiro encontro será no próximo dia 19 de outubro em Constância: um Encontro Diocesano de Taizé. Espero por cada um! Até lá, em cada dia na oração, já me encontro contigo. Não te conheço mas Jesus conhece-te muito bem e a Ele te entrego, pelas mãos da Sua e nossa Mãe.

Ir.Mª Fernanda Luz Rosa, FMA

Ps - Sei que já esperavas por esta noticia!
Chegou! Marca na tua agenda este dia (10h às 22h) e convida os teus amigos. Entretanto pede já ao teu pároco que te inscreva!Já conheces o nosso email: pastoraljuvenilpcb@gmail.com
Inscreve-te até ao dia 13 de Outubro!
Não vais querer faltar!
SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

SAY YES: APRENDER A DIZER SIM | RUMO ÀS JMJ 2022





Projeto de Catequese com Adolescentes - Lisboa

Say yes: Aprender a dizer sim |Rumo à JMJ Lisboa 2022




O que é?

Uma proposta formativa que visa:

- dar a conhecer a história das Jornadas Mundiais da Juventude;

- motivar os adolescentes para a participação na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2022;

- acompanhar os adolescentes no seu percurso de vida;

- favorecer a descoberta da própria vocação;

- envolver e responsabilizar os adolescentes em projetos de missão;

Quais são os objetivos?

- Crescer como pessoa, enraizado na terra, na família, na comunidade, na fé e no chamamento de

Deus;

- Descobrir um Deus que é amor, que em Cristo ressuscitado nos salva e, no Espírito, nos dá a vida;

- Comprometer-se, em Igreja, no anúncio do amor de Deus aos outros pelo serviço e pela missão;

A quem se destina?

A todos os adolescentes da catequese, normalmente do 7o ao 10o catecismos, cujos catequistas

tenham interesse em participar.

Podem ser constituídos grupos de adolescentes das mesmas idades ou de várias, a critério e segundo

a realidade paroquial.

Com quem conta?

Com o pároco, catequistas e famílias, com o apoio do Sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa.

Como funciona?

Ao longo de três anos trabalhar cada uma das 15 JMJ (tema, mensagem, hino, logotipo, testemunhos

de participantes):

A. Em cada ano pastoral trabalhar-se-ão cinco JMJ:

1o ano: 2019-2020 - 1986/1987/1989/1991/1993

Roma, Buenos Aires, Santiago de Compostela, Czestochowa, Denver

2o ano: 2020-2021 - 1995/1997/2000/2002/2005

Manila, Paris, Roma, Toronto, Colónia

3o ano: 2021-2022 - 2008/2011/2013/2016/2019

Sidney, Madrid, Rio de Janeiro, Cracóvia, Panamá

B. Esquema anual

a. 1o trimestre: duas mensagens + projeto (Natal)
b. 2o trimestre: duas mensagens + projeto (Páscoa)
c. 3o trimestre: uma mensagem + projeto (Dar mais)


Cada uma das mensagens da JMJ é trabalhada ao longo de quatro semanas

1a Reconhecer (problemáticas humanas relacionadas com a mensagem)
2a Interpretar (Palavra)
3a Interpretar (Oração)
4a Escolher (Missão)


E relativamente aos materiais?

O Sector da Catequese elabora os materiais para trabalhar cada uma das etapas e coloca à
disposição dos catequistas inscritos no projeto.

http://www.catequese.net

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Dez recomendações para pais sobre catequese




1. Assim como precisamos da família e da sociedade para fazer nascer os filhos e ajudá-los a crescer, formar-se e ter um projeto de vida, também precisamos da Igreja, para que eles, renascidos pelo Batismo, cresçam na fé e a pratiquem.

2. Não nos bastamos a nós próprios na educação dos filhos, seja nos assuntos civis, seja na fé. Mesmo se a família é a primeira educadora, há muitos docentes na sociedade e, na paróquia, há os catequistas. Não são substitutos, mas colaboradores na educação.

3. A Catequese não é um «ensino» de segunda categoria, nem avulso ou desorganizado. É uma educação da fé, com um programa definido por idades e catecismos adequados. As faltas à Catequese quebram a sequência normal da descoberta e do caminho da fé.

4. Na catequese não se pretende ter bons alunos. Não é como tirar um curso. A catequese ajuda a formar discípulos de Jesus Cristo, que O seguem e imitam, em comunidade.

5. A Catequese não é o primeiro compromisso dos cristãos. Amar a Deus sobre todas as coisas – participando na Eucaristia, por exemplo – e ao próximo, como a si mesmo, é que resumem toda a vida cristã.

6. A Catequese não substitui as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), nem o contrário. Porque a Catequese não é uma aula, é um encontro com Jesus Cristo.

7. A preocupação de pais, catequistas, párocos, não há de ser que os catequizandos saibam muitas coisas. Mas que saboreiam a alegria de conhecerem Deus e de serem cristãos. Isso acontece quando experimentam a maravilha de terem Deus Pai como criador e sustentador da vida, Jesus Cristo como Salvador, o Espírito Santo como o que ajuda a entrar em relação com Deus e com o próximo pela oração e pela ação.

8. Não exigir nem proibir aos filhos o que não se é capaz de lhes dar. E aceitar de bom grado ser ensinados por eles, porque a vida e o saber progridem.

9. Não impor nem proibir aos filhos o que não se é capaz de fazer. E aceitar que eles tomem a iniciativa de aderir a programas e atividades em que são felizes.

10. Jamais cederemos à tentação de “mandar” os filhos à Catequese. O testemunho é a primeira forma de evangelização. Desse modo, eles aceitarão melhor a proposta dos ideais e valores cristãos.


Adaptado de Unidade Pastoral de Tábua

domingo, 22 de setembro de 2019

Dois Senhores


https://www.youtube.com/watch?v=W1TQh_LV8wQ


A liturgia sugere-nos, hoje, uma reflexão sobre o lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, os discípulos de Jesus devem evitar que a ganância ou o desejo imoderado do lucro manipulem as suas vidas e condicionem as suas opções; em contrapartida, são convidados a procurar os valores do "Reino".
Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia os comerciantes sem escrúpulos, preocupados em ampliar sempre mais as suas riquezas, que apenas pensam em explorar a miséria e o sofrimento dos pobres. Amós avisa: Deus não está do lado de quem, por causa da obsessão do lucro, escraviza os irmãos. A exploração e a injustiça não passam em claro aos olhos de Deus.
O Evangelho apresenta a parábola do administrador astuto. Nela, Jesus oferece aos discípulos o exemplo de um homem que percebeu como os bens deste mundo eram caducos e precários e que os usou para assegurar valores mais duradouros e consistentes... Jesus avisa os seus discípulos para fazerem o mesmo.
Na segunda leitura, o autor da Primeira Carta a Timóteo convida os crentes a fazerem do seu diálogo com Deus uma oração universal, onde caibam as preocupações e as angústias de todos os nossos irmãos, sem excepção. O tema não se liga, directamente, com a questão da riqueza (que é o tema fundamental da liturgia deste domingo); mas o convite a não ficar fechado em si próprio e a preocupar-se com as dores e esperanças de todos os irmãos, situa-nos no mesmo campo: o discípulo é convidado a sair do seu egoísmo para assumir os valores duradouros do amor, da partilha, da fraternidade.
A oração só faz sentido se for a expressão de uma vida de comunhão - comunhão com Deus e comunhão com os irmãos. Portanto, não é impossível rezar e, ao mesmo tempo, cultivar sentimentos de ódio, de intolerância, de racismo, de divisão. Como me situo face a isto?
Deus ou o dinheiro? Amós e Lucas convidam-nos a um sério exame de consciência sobre a nossa maneira de praticar a justiça social e de utilizar o dinheiro. Quantos pobres, hoje no mundo, são explorados com meia dúzia de euros por alguns que enriquecem sobre a sua miséria? Não acusemos ninguém! Nesta semana, retomemos estes textos para fazer o ponto da situação em toda a verdade. A que mestre estamos amarrados: a Deus ou ao dinheiro?

https://www.dehonianos.org/

sábado, 21 de setembro de 2019

O que é a vontade de Deus?



«Vontade de Deus é a que Cristo praticou e ensinou:
humildade na vida,
estabilidade na fé,
veracidade nas palavras,
justiça no agir,
misericórdia nas obras,
disciplina nos costumes,
não saber injuriar, tolerar a injúria recebida,
manter a paz com o irmãos,
querer a Deus com todo o coração, amando-O como Pai e temendo-O como Deus,
absolutamente nada antepor a Cristo, porque Ele também nada antepôs a nós;
aderir inseparavelmente à Sua caridade, unir-se à Sua cruz com firmeza e fé,
e, quando houver combate pelo Seu nome e honra, manifestar pela palavra e constância com que o confessamos diante dos juízes, a firmeza da nossa posição.
Manifestemos, enfim, na morte, a paciência pela qual somos coroados:
isso é ser cordeiro de Cristo, isso é cumprir a vontade do Pai»


São Cipriano de Cartago, bispo mártir, 200-258,
em tratado-sobre-a-oracao-do-senhor

Publicado 1 week ago por Fraternitas Movimento

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

CAMINHOS DE SANTIAGO E PEREGRINAÇÕES


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Foi em Santiago do Cacém, Diocese de Beja, que teve lugar a cerimónia de lançamento dos “Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo”. O ato teve lugar na igreja matriz, junto ao castelo. Uma bela igreja, sofrida no tempo com o terramoto de 1755 e por mais dois incêndios, ela continua a desafiar os séculos. Tem três naves, elementos de gótico e barroco, painéis de azulejo, talha dourada e com o detrás para a frente. O que antigamente era a capela-mor com abóbada e cruzaria de ogivas, virou a coro alto e entrada principal da igreja, ao cimo de uma bela escadaria. O fundo da igreja permitiu rasgar uma nova capela-mor nos fins do século XVIII e no dealbar do XIX, junto da qual permaneceu a torre sineira. Se a orientação do templo foi invertida, não prejudicou a sua harmonia interna nem o seu espaço envolvente. Enriqueceu a beleza paisagística do local donde se avista a cidade aos pés, a longa planície, o porto de Sines e o mar. Santiago ainda por lá combate os mouros num interessante alto-relevo gótico do século XIV.
A sessão foi muito concorrida, solene e promissora. Teve a presença de responsáveis pela iniciativa e gente envolvida na área do turismo e do religioso, quer da Galiza quer de Portugal.
Desde que colocou os pés neste vale de lágrimas, o homem, embora sentindo o nascimento como entrada e a morte como saída, sempre se teve como peregrino a percorrer os caminhos do tempo e do espaço, sobretudo até dentro de si próprio. Este peregrinar em direção ao seu interior é quase sempre o caminho mais difícil de percorrer, o mais longo e mais longínquo, há quem desista ou erre os azimutes!... Foi assim desde Adão e Eva que até entraram por atalhos solavancados, virando as costas ao verdadeiro trajeto. E assim foi acontecendo no peregrinar do povo e de cada indivíduo através da história. Ora se enganava e desviava, ora sentia a necessidade de se reencontrar no certo e essencial, removendo os equívocos do coração e ingressando na rota que o conduziria à meta pela justiça e fidelidade. Tal como outrora, também hoje isso acontece. E neste peregrinar, a eficácia foi e é tanto maior quanto mais se percebia e percebe que o próprio Senhor Se fez peregrino com cada um e a todos chama à comunhão na gratuidade e na misericórdia.
Hoje existem muitos outros caminheiros à procura de “metas diferentes, através do turismo, da exploração científica e do comércio”, do desporto, etc. São fenómenos complexos que embora, aqui ou ali, possam ser “causa de injustiça, de exploração das pessoas, de erosão das culturas ou de devastação da natureza”, conservam “em si valores de pesquisa, de progresso e de promoção da mútua compreensão entre os povos, que merecem ser fomentados”. A informática e o virtual vão rasgando outras estradas para o peregrinar humano, com muitos riscos e deformações, é verdade, mas também com enormes e latentes virtualidades. Sim, todos os caminhos podem ser sublimes para quem, de coração sincero, procura o sentido da vida e das coisas: Deus serve-Se de tudo para Se fazer encontrado. Faz-nos tropeçar n’Ele, mas disfarçamos, sentimo-nos demasiadamente importantes e seguros nas nossas peneiras, não queremos dar sinais de tais fraquezas!...
Quando Jesus entrou na história, a sua vida foi-se desenrolando pelos caminhos da Sua terra, constituindo uma verdadeira peregrinação em direção a Jerusalém, à meta da cruz e da glória pascal. A etapa definitiva, porém, teve lugar no dia da Ascensão, no dia da subida à plenitude da comunhão com Deus.
À semelhança de Cristo, também a Igreja está em constante peregrinação. Ultrapassando o tempo e as fronteiras, ela anuncia a Palavra de Cristo para conduzir a todos em direção à cidade futura, em direção ao Reino, já presente e operante em todo o mundo. No desafio que Jesus nos fez e faz à perfeição, configura-se o perfil da verdadeira peregrinação. Ao longo dos tempos, este desejo de perfeição e busca da intimidade divina, fez e faz surgir diversas experiências de peregrinação, desde a fuga para o deserto até à peregrinação a lugares significativos e excecionais, cada um com o seu encanto e a sua rica história. Jerusalém, Roma, Santiago de Compostela e tantos outros santuários e “fortalezas do espírito e da cultura” que enriquecem a história local, nacional e internacional, são “lugares que encarnam a memória de grandes santos” e de Nossa Senhora. Foram e são lugares privilegiados para a cultura do encontro. Do encontro com Deus, com a Sua Palavra, com a Igreja, com a reconciliação, com Jesus Eucaristia, com a caridade, com a humanidade, consigo mesmo, com a natureza, com Maria, a Senhora do Encontro. Este “grande fenómeno que envolve massas populares, animadas por convicções simples e profundas, alimenta a espiritualidade, faz aumentar a fé, estimula a caridade, anima a missão da Igreja”. No entanto, não faltou quem alertasse que “o verdadeiro caminho a empreender é o que conduz o fiel, da realidade física à espiritual, da vida no corpo à vida no Senhor”, e não tanto a caminhada de um lugar para o outro. Martinho Lutero até denunciava que pode acontecer “que alguém faça a peregrinação a Roma e gaste cinquenta e cem florins e até mais, e deixe a esposa e os filhos e talvez um seu próximo em casa, à mercê da miséria”.
Nos últimos tempos, Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco foram peregrinos dos grandes santuários internacionais, tornando-se peregrinos do próprio mundo, como que a dar um sinal de um caminhar mais vasto e universal da humanidade ao encontro de si própria. O homem sempre foi e continua a ser “um viandante que tem sede de novos horizontes e fome de paz e de justiça, investigador da verdade, desejoso de amor, aberto ao absoluto e ao infinito”. Ao encaminhar-se para metas positivas de vária ordem e natureza, a humanidade enfrenta novos obstáculos e também muitos dos antigos. Por isso, é normal que ela “experimente também o cansaço e nutra o desejo de um lugar, que possa ser um santuário onde repousar, um espaço de liberdade que torne possível o diálogo consigo mesmo, com os outros e com Deus. A peregrinação do cristão acompanha esta busca da humanidade e oferece-lhe a segurança da meta, a presença do Senhor”.
Para nós, os crentes, a peregrinação é “uma manifestação cultural a ser realizada com fidelidade à tradição, com sentimento religioso intenso e como atuação da sua existência pascal. A dinâmica própria da peregrinação revela algumas etapas que se tornam um paradigma de toda a vida de fé: “a partida” torna manifesta a sua decisão de avançar até à meta e de conseguir os objetivos espirituais da sua vocação batismal; “o caminho” condu-lo à solidariedade com os irmãos e à preparação necessária para o encontro com o seu Senhor; “a visita ao santuário” convida-o à escuta da palavra de Deus e à celebração sacramental; “o retorno”, por fim, recorda-lhe a sua missão no mundo, como testemunha da salvação e construtor da paz”.
Estando a experimentar um novo impulso, a peregrinação reclama uma pastoral com “uma clara fundamentação teológica que a justifique”, tornando-a “uma profunda e amadurecida experiência de fé”. Sobre a Peregrinação e o Santuário, aconselho a ler os documentos publicados em 1999 pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Emigrantes e Itinerantes, intitulado “A Peregrinação no Grande Jubileu do Ano 2000 - O Santuário, memória, presença e profecia do Deus vivo”. Foram publicados num pequeno volume pela Ed. Paulinas, em junho de 1999, e foi deles que me servi na elaboração deste texto.

D.Antonino Dias Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 20-09-2019.

Papa Francisco explica por que a Igreja não desabou apesar dos escândalos

Papa Francisco na Audiência Geral. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 18 Set. 19 / 08:52 am (ACI).- O Papa Francisco explicou por que a Igreja não desabou, apesar de terem ocorrido “tantos pecados e tantos escândalos” ao longo de sua história de dois milênios. Assim indicou o Santo Padre ao improvisar em sua catequese semanal nesta quarta-feira, 18 de setembro, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

“Pensemos na história dos cristãos, incluindo a história da Igreja, com tantos pecados, tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois milênios. E por que não desabou? Porque Deus está ali. Nós somos pecadores e muitas vezes escandalizamos. Mas Deus está conosco. Deus sempre salva. A força é Deus conosco”, disse o Pontífice em uma intervenção espontânea .

Durante sua catequese pronunciada em italiano, o Santo Padre continuou refletindo sobre o livro de Atos dos Apóstolos e enfatizou que, "diante da proibição dos judeus de ensinar no nome de Cristo, Pedro e os Apóstolos respondem com coragem".

"Os Doze mostram que possuem a ‘obediência da fé’ que eles desejam despertar em todas as pessoas", destacou o Papa, explicando que, "a partir de Pentecostes, eles deixam de ser pessoas sozinhas. Vivem uma sinergia especial que os descentraliza de si mesmos e os leva a dizer: ‘nós e o Espírito Santo’ – e acrescentou – sentem que não podem dizer ‘eu’ sozinho, mas ‘nós’, o ‘Espírito Santo e nós’, são homens descentralizados de si mesmos”.

No entanto, o Pontífice reconheceu a coragem "impressionante" que os apóstolos tinham que "não se deixam assustar por ninguém", mas também lembrou que nem sempre foram assim. “Pensamos que eram covardes: todos fugiram, fugiram quando Jesus foi detido... Todos. Mas, passaram de covardes a corajosos. Por quê? Porque o Espírito Santo estava com eles”, afirmou.

“O mesmo acontece conosco: se tivermos o Espírito Santo dentro nós, teremos a coragem de seguir em frente, a coragem de vencer muitas lutas, não por nós mesmos, mas pelo Espírito que está conosco”, encorajou o Papa.

Nesse sentido, o Santo Padre recordou as testemunhas intrépidas de Jesus ressuscitado, os mártires de todos os tempos, os mártires que "dão a vida, não escondem que são cristãos" e citou, como exemplo, o assassinato de cristãos coptas ortodoxos na praia na Líbia que foram degolados por extremistas islâmicos.

Além disso, Francisco assinalou que os apóstolos são “os megafones do Espírito Santo, enviados por Jesus ressuscitado a difundir com prontidão e sem hesitação a Palavra que salva” e reconheceu que “esta determinação deles faz tremer o sistema religioso judaico, que se sente ameaçado e responde com violência e condenações à morte”.

“A perseguição dos cristãos é sempre a mesma: as pessoas que não querem o cristianismo se sentem ameaçadas e levam os cristãos à morte”, alertou o Papa, que destacou o papel de Gamaliel, “homem prudente, doutor da lei”, que foi mestre de São Paulo.

Desse modo, o Papa Francisco explicou que Gamaliel "toma a palavra e convida os seus correligionários a exercer a arte do discernimento" em situações que excedem os padrões usuais.

Especificamente, o Pontífice frisou que “Gamaliel mostra, citando alguns personagens que se fingiram Messias, que todo projeto humano pode primeiro receber elogios e depois naufragar, enquanto tudo o que vem do alto e tem a ‘assinatura’ de Deus está destinado a durar".

“Os projetos humanos sempre falham; eles têm um tempo, como nós. Pensem em tantos projetos políticos, e como eles mudam de um lado para o outro, em todos os países. Pensem nos grandes impérios, pensemos nas ditaduras do século passado. Sentiam-se poderosos, que podiam dominar o mundo. Depois todos desabaram”, assinalou o Papa mais uma vez ao improvisar em sua catequese. Por isso, encorajou a refletir também “nos impérios de hoje” que “desabarão, se Deus não estiver com eles, porque a força que os homens têm em si não é duradoura. Somente a força de Deus permanece”.

“Pensemos na história dos cristãos, incluindo a história da Igreja, com tantos pecados, tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois milênios. E por que não desabou? Porque Deus está ali. Nós somos pecadores e muitas vezes escandalizamos. Mas Deus está conosco. Deus sempre salva. A força é ‘Deus conosco’”, disse o Santo Padre.

Por isso, o Papa Francisco ressaltou que discernir permite “ver o evento cristão com uma nova luz e oferece critérios que ‘sabem de Evangelho’, porque convidam você a reconhecer a árvore por seus frutos".

“Peçamos ao Espírito Santo que atue em nós para que, pessoalmente ou comunitariamente, possamos adquirir o hábito do discernimento. Peçamos que nos ajude a ver sempre a unidade da história da salvação através dos sinais da passagem de Deus em nosso tempo e nos rostos daqueles que nos rodeiam, e a aprender que o tempo e os rostos humanos são mensageiros do Deus vivo” concluiu

ACI Digital@acidigital

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Onde é que Tu estás?

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Onde é que Tu estás quando não encontro no outro o brilho do seu olhar?
Onde é que Tu estás quando a cor da vida está sem intensidade na sua pele?
Onde é que Tu estás quando a ação já nem sequer atua por mera reação?
Onde é que Tu estás quando a vida começa a desvanecer por entre dores inexplicáveis?

Tu que dizes que sempre estás e que afirmas ser Caminho, Verdade e Vida explica-me: por onde se caminha nesta verdade que a vida me dá?
Tu que dizes que sempre estás e que em Ti tudo se define em amor e por amor mostra-me como se revela a Tua compaixão e o Teu amor nestes momentos e horas. É que a minha presença parece preencher muito pouco, o meu silêncio parece castigar mais do que qualquer dor e as minhas palavras parecem um mero protocolo de socialização que não acrescenta absolutamente nada.

Onde é que Tu estás quando as lágrimas querem escrever tudo o que não consigo expressar?
Onde é que Tu estás quando o sentido de tudo isto lhes parece ter sido roubado não sabendo muito bem qual a direção de um novo trilho?
Onde é que Tu estás quando quero ser para o outro apenas mais uma certeza de que que continua a valer a pena confiar?

Não acredito que não estejas por perto um único segundo. Não acredito que não sofras tanto ou mais do que nós. E não duvido que nos tentes explicar tudo isto com o Teu silêncio ensurdecedor que tantas vezes nos acalma, mas que tantas outras nos revolta.

Não desconfio que o Teu amor seja soprado no coração de cada um, nem que faças ouvidos de mercador a tanto sofrimento sem fim.

Não te peço que me reveles a Tua presença, mas que ao menos sejas presença viva naqueles a quem eu não Te consigo falar, mostrar e explicar.

Que em cada questionamento meu sobre a Tua presença, Tu te mostres com a graça da Tua tão grande Graça.

Que em cada questionamento meu sobre a Tua presença, Tu te reveles verdadeiramente naqueles que sofrem.

Que eu nunca saiba como é que Tu estás, nem onde estás, mas que aqueles que sofrem sintam no meu olhar que Tu nunca os abandonaste!


Emanuel António Dias

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Às vezes..


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Às vezes não é para chegar, mas para se ir chegando. Não temos de percorrer sempre com a finalidade de se ir alcançando algo ou alguém. É bom que caminhemos apenas para que deixemos que o caminho aconteça em nós. É necessário consentirmos que os outros e os lugares cheguem até nós e, em jeito de agradecimento, permitirmos que se demorem em nós.

Às vezes não é para se fazer tudo, é para se ir fazendo. É para se ir fazendo, mas não num gesto preguiçoso e sem vontade, mas numa aceitação de que a vida tem mais sabor quando nos deixamos levar pela beleza da descoberta. Sentir que somos descobertos e que nos deixamos à descoberta, é ter consciência de que estamos a sair de nós mesmos para que nos alonguemos numa verdadeira comunhão. Ir-se fazendo é uma outra forma de nos moldarmos. Construirmo-nos em silêncio e com o silêncio para que nada mais fale de nós a não ser a humildade de nos aceitarmos que sejamos efetivamente.

Às vezes não é para se colher, mas para se ir plantando. Querermos sempre ter, sem nunca semearmos, levar-nos-á a uma colheita vazia e sem sentido. É urgente plantar. Com cuidado. Com estima. E com amor. Ir-se plantando para que, talvez um dia, sejamos merecedores dessa colheita, mas acima de tudo, irmos plantando com a certeza de que deixaremos a prova, mais do que provada, de que a vida se faz de plantações cheias de esperança. Só se ganha vida, quando doamos em vida. Só se ganha vida, quando colocamos a vida numa oferenda permanente.

Às vezes não é para se fazer tudo de uma só vez, mas para se ir vivendo. Sim, às vezes só nos é pedido efetivamente isso: viver cada momento, cada respirar, cada acontecimento e deixar que a vida esteja em nós.

Às vezes é preciso dizer ao mundo que nem tudo se faz e acontece no mesmo tempo!

Emanuel António Dias

terça-feira, 17 de setembro de 2019

«Compaixão é a linguagem de Deus» – Papa Francisco

Homilia na Casa de Santa Marta alertou para perigos da «indiferença»


Cidade do Vaticano, 17 set 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco defendeu hoje no Vaticano que os católicos devem “abrir o coração à compaixão” e rejeitar qualquer atitude de “indiferença” perante o outro.

“Se a compaixão é a linguagem de Deus, muitas vezes a indiferença é a linguagem humana. Cuidar até certo ponto e não pensar além: a indiferença”, advertiu, na homilia da Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta.

Francisco precisou que a compaixão “não é um sentimento de pena”, mas significa “envolver-se no problema dos outros, arriscar a vida ali”.

Quantas vezes olhamos para o outro lado… E assim fechamos a porta à compaixão. Podemos fazer um exame de consciência: eu, habitualmente, olho para o outro lado? Ou deixo que o Espírito Santo me leve para o caminho da compaixão, que é uma virtude de Deus?”.

O Papa observou que, segundo os relatos dos Evangelhos, a prioridade de Jesus era sempre “cuidar das pessoas”, com uma preocupação de justiça

“Continuemos a Eucaristia de hoje com esta palavra: ‘O Senhor sentiu compaixão’. Que Ele tenha também compaixão de cada um de nós: nós precisamos disso”, concluiu.

OC

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Santos Cornélio e Cipriano, testemunhas de Cristo


Santos Cornélio e Cipriano, testemunhas de Cristo



Santos Cornélio e Cipriano são exemplo de amizade e santidade, testemunhas de Cristo

Unidos pela fé e sangue, encontramos como exemplo de amizade e santidade estas testemunhas de Cristo, que foram martirizados no mesmo dia, porém, com diferença de cinco anos.

São Cornélio

Cornélio tinha sido eleito Papa em 251, após um grande período de ausência do pastor por causa da terrível perseguição de Décio. Sua eleição foi contestada por Novaciano, que acusava o Papa de ser muito indulgente para com os que haviam renegado a fé (lapsos) e separaram-se da Igreja.

Por causa dos êxitos obtidos com sua pregação, foi processado e exilado para o lugar hoje chamado Civitavecchici, onde Cornélio morreu. Foi sepultado nas catacumbas de Calisto.

São Cipriano
Uma das grandes figuras do século III, Cipriano, de família rica de Cartago, capital romana na África do Norte. Quando pagão era um ótimo advogado e mestre de retórica, até que provocado pela constância e serenidade dos mártires cristãos, converteu-se entre 35 e 40 anos de idade.

Por causa de sua radical conversão muitos ficaram espantados já que era bem popular. Com pouco tempo foi ordenado sacerdote e depois sagrado Bispo num período difícil da Igreja africana.

Duas perseguições contra os cristãos ocorreram: a de Décio e Valeriano. Estas perseguições marcaram o começo e o fim de seu episcopado, além de uma terrível peste que assolou o norte da África, semeando mortes. Problemas doutrinários, por outro lado, agitavam a Igreja daquela região.

Diante da perseguição do imperador Décio em 249, Cipriano escolheu esconder-se para continuar prestando serviços à Igreja. No ano 258, o santo Bispo foi denunciado, preso e processado. Existem as atas do seu processo de martírio que relatam suas últimas palavras do saber da sua sentença à morte: “Graças a Deus!”

Santos Cornélio e Cipriano, rogai por nós!

domingo, 15 de setembro de 2019

Nossa Senhora das Dores


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A devoção a Nossa Senhora das Dores remonta aos inícios do segundo milénio, quando se desenvolveu a com-paixão para com Maria junto à cruz de Jesus, onde a Virgem vive e sente os sofrimentos do seu Filho. O primeiro formulário litúrgico desta festa surgiu em Colónia, na Alemanha, no ano de 1423. Sisto IV inseriu no Missal Romano a memória da Senhora da Piedade. A atenção à “Mãe dolorosa” desenvolve-se gradualmente sob a forma das Sete Dores, representadas nas sete espadas que Lhe trespassam o peito. Os Servos de Maria, que celebravam a memória desde 1668, favoreceram a sua extensão à igreja latina, em 1727. Pio X colocou a memória no dia 15 de Setembro.

Presente junto da Cruz, Maria vive e sente os sofrimentos de Seu filho. Por isso a liturgia lhe dedica hoje especial atenção, depois de ter celebrado ontem a Exaltação da Santa Cruz. As dores da Virgem, unidas aos sofrimentos de Cristo foram redentoras, indicando-nos o caminho da nossa dor.
Oração


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Ave, Maria Dolorosa! Deus vos salve, Maria, cheia sois de dores! Jesus crucificado está contigo, digna sois de ser chorada e compadecida entre todas as mulheres, e digno é de ser chorado e compadecido Jesus, fruto bendito de teu ventre. Santa Maria, Mãe do Crucificado, dai lágrimas a nós crucificadores de teu Filho, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Oferecimento para todos os dias

Oh, Deus meu! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão pelos que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Oh, Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo! Eu vos adoro profundamente e Vos ofereço o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os tabernáculos do mundo, em reparação dos ultrajes com que Ele é ofendido. Pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração e a intercessão do Imaculado Coração de Maria, peço-Vos a conversão dos pecadores.

Oração

Oh, Virgem! A mais dolorosa do mundo depois de teu Filho, cujas dores estiveste perpetuamente associada, rogo-vos que me alcances fortaleza para sofrer por meus pecados, como vós sofrestes pelos nossos, a fim de que, crucificando minhas paixões e concupiscências na cruz de Cristo, levando-a pelo caminho de minha vida, caminhando em direção ao Senhor e perseverando constantemente ao vosso lado, Mãe minha, ao pé da cruz de vosso Filho, viva sempre e morra contigo, redimido e santificado pelo Sangue preciosíssimo de nosso Redentor.

Lembrai-vos, Virgem Mãe de Deus, quando estiverdes na presença do Senhor, de falar em favor nosso e apartar Sua indignação de nós. Oh, Santíssima Mãe! Faz-me esta graça: fixai, em meu coração, com eficácia, as chagas de Jesus crucificado. Fazei que de Cristo em mim leve a morte, que participe de Sua Paixão e sorte e medite em Suas chagas. Para que não arda nos eternos fogos, defendei-me Vós, Oh! Virgem, com teus rogos, no dia do juízo. E Vós, Oh! Cristo, ao sair eu desta vida, por vossa Mãe querida, fazei que chegue à palma de vitória. Quando meu corpo mora, tens que minha alma adquira do paraíso a glória.

Rezar três Ave-Marias.

Rogai por nós, Virgem dolorosíssima, que estivestes constantemente junto à cruz de Jesus Cristo. Nossa Senhora da Boa Morte, rogai por nós!

https://formacao.cancaonova.com

Quanto vale para Deus?

Jesus Cristo
Jesus quis morrer na Cruz para nos salvar.
Por aquilo que o Senhor fez por ti, reconheças o quanto vales para Ele. Nesta festa da Exaltação da Santa Cruz, manifeste sua gratidão conversando um pouco com Deus. Pare um instante para fazer uma meditação católica.

O AMOR DE DEUS



https://www.youtube.com/watch?v=ZOe9oK6PmrE

A liturgia deste domingo centra a nossa reflexão na lógica do amor de Deus. Sugere que Deus ama o homem, infinita e incondicionalmente; e que nem o pecado nos afasta desse amor...
A primeira leitura apresenta-nos a atitude misericordiosa de Jahwéh face à infidelidade do Povo. Neste episódio - situado no Sinai, no espaço geográfico da aliança - Deus assume uma atitude que se vai repetir vezes sem conta ao longo da história da salvação: deixa que o amor se sobreponha à vontade de punir o pecador.
Na segunda leitura, Paulo recorda algo que nunca deixou de o espantar: o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Esse amor derrama-se incondicionalmente sobre os pecadores, transforma-os e torna-os pessoas novas. Paulo é um exemplo concreto dessa lógica de Deus; por isso, não deixará de testemunhar o amor de Deus e de Lhe agradecer.
O Evangelho apresenta-nos o Deus que ama todos os homens e que, de forma especial, Se preocupa com os pecadores, com os excluídos, com os marginalizados. A parábola do "filho pródigo", em especial, apresenta Deus como um pai que espera ansiosamente o regresso do filho rebelde, que o abraça quando o avista, que o faz reentrar em sua casa e que faz uma grande festa para celebrar o reencontro.

https://www.dehonianos.org


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A FORÇA DAQUELA FRAQUEZA!...

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Persas, cartaginenses, romanos e afins, usavam a cruz, em diversas formas e feitios, para torturar e matar, cruel e sadicamente. Embora com muitas outras configurações e motivos, não falta hoje quem continue a levantar cruzes para crucificar os outros, lavando as mãos calejadas em iniquidades. Por causa de todas essas cruzes e injustiças humanas ao longo da história, aconteceu a Cruz, a Cruz com letra maiúscula, sempre atualizada, e que recordamos de uma forma muito especial no dia da sua Exaltação, na festa da Exaltação da Santa Cruz. Falamos daquela Cruz que foi usada para torturar e matar Jesus segundo a brutalidade do tempo, mas na qual Ele venceu a morte e fez brotar a Vida. Daquela Cruz que nos ajuda a contemplar o mistério de Deus uno e trino, o mistério de Deus que se fez homem, o mistério do homem Deus que Se esvaziou a Si próprio, Se tornou semelhante aos homens, assumiu a condição de servo, fez-Se obediente até à morte e morte de Cruz, como lemos nas Escrituras. Apresentando-nos o sofrimento de Deus e de toda a humanidade, dela brota a vida, a vida divina que nos foi oferecida por Cristo. Não é fim em si mesma nem exaltação da dor. É o preço da nossa liberdade, é a síntese de quanto Jesus sofreu por nós, tem força de vitória e é sinal de que a vida de Cristo foi abraçada por quem a usa e vive na esperança da ressurreição. Beija-la é beijar Cristo e a Sua vida, é adorar o Filho de Deus que se entregou por nós, para nossa salvação, numa atitude de infinita solidariedade para com todos, sem nos atribuir culpas. Ela manifesta a loucura do amor de Deus por nós, resume a proposta de vida que Jesus nos faz, ajuda-nos a descobrir a cruz da nossa vida e a saber morrer nela, por amor.
Por isso, não deve ser tratada com gestos e palavras vazias, nem ser usada, rotineira e supersticiosamente, a pensar que só pelo facto de andar no bolso ou estar pendurada lá na parede ou ao peito, já santifica pessoas, lugares e ambientes. Tampouco deve ser olhada como um sinal de masoquismo ou tida como objeto de adorno ou amuleto para trazer ao pescoço ou no pulso, misturada com outros objetos conotados com feitiçarias ou maus olhados, como figas, chifres, ferraduras, pentagramas... como se tudo fosse igual a tudo!
Ela é o símbolo por excelência de todo o cristão, não só porque nela se reconhece a dimensão humana e divina do Deus crucificado, mas também porque nela se constata uma enorme e sempre inacabada dimensão social. Sim, a Cruz não é um símbolo fechado em si, um símbolo para agasalhar e fechar os corações em egoísmos pietistas, zelosos no individualismo. Ela tem uma dimensão social, tem função e força solidária e fraterna. Se nela recordamos a história de Jesus, no centro dessa história estão todas as vítimas da crueldade humana que reclamam justiça, o que só acontecerá pela transformação pessoal e social que estamos desafiados a fomentar, ao jeito de Jesus e com Ele. Ao contemplar essa Cruz, o cristão é levado a ver o que sem ela não seria capaz de enxergar e assumir, é constantemente desafiado a viver na verdade, sente-se enviado às periferias existenciais a fazer com que todos participem na alegria do amor de Deus que em Cristo morreu por todos. Quando verdadeiramente se contempla a Cruz, não se pode deixar de revolucionar a própria vida e de influenciar a consciência social da comunidade envolvente.
Como sabemos, Paulo foi grande perseguidor dos cristãos. Quando Jesus se fez encontrado por ele a caminho de Damasco, Paulo, na graça da conversão, entendeu de tal forma o significado da Cruz e da sua teologia que fez dela o fundamento da sua incansável pregação. Jesus morrera na Cruz por todos, sim, mas também morrera por ele: Ele “me amou e se entregou por mim”!... Isto transformou-o completamente e fez dele o Apóstolo por excelência: “Ai de mim se não evangelizar”. Na força do Espírito, anunciava com tanta paixão e garra a fé em Cristo morto e ressuscitado, que o cristianismo se foi impondo ao arrepio dos grandes poderes instalados, das culturas adversas e dos costumes reinantes. De facto, para o poder instalado e arrogante, Jesus foi tido como um subversivo a quem era preciso dar a morte, era incómodo demais, os seus discípulos também. Para os judeus, a Cruz contradizia o seu entendimento da majestade e da omnipotência divinas. Olhando apenas para o seu umbigo, eles esperavam um Messias rodeado de glórias e de triunfos arrasadores e espetaculares. Por isso, o Calvário constituía um escândalo, não passava de um enorme e triste fracasso. Por sua vez, os gregos, os sábios do tempo, olhavam para o sofrimento da Cruz e para a dor que ela simbolizava como uma autêntica loucura, um insulto ao bom senso e à razão. No entanto, esta loucura e esta debilidade de Deus manifestaram-se mais sábias e mais fortes que a sabedoria e a fortaleza humana. E ao longo da história, mesmo em momentos de aparente fracasso, foi sempre a Cruz que levou a melhor. Mesmo que porventura alguém a invocasse para agir desumanamente, nunca ela justificou nem justificará as razões sem razão do mais forte ou perverso, nem tampouco significará o sofrimento sem sentido. Sempre manifestará a urgência da solidariedade fraterna e do amor que dá sentido à vida e ao sofrimento, mesmo quando alguém se ache no direito de fazer da vida dos outros uma verdadeira “Colina das Cruzes”.
“Eis a minha vida entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim”. A Eucaristia atualiza o compromisso de Jesus para connosco em toda a sua radicalidade. Contemplar a Cruz e participar na Eucaristia é fazer memória, é atualizar, é tornar presente o amor gratuito com que Jesus Cristo nos amou, até ao fim, dando a vida. Ele não é um Deus que ama em abstrato. Ele ama e compromete-se connosco no meio das nossas fraquezas, conflitos e tensões ao ponto de sofrer imenso e dar a vida por isso. E disse-nos: “fazei isto em memória de Mim”, como quem diz, “não vos esqueçais do que Eu fiz por vós”. Ou ainda, por outras palavras: “quando vos virdes em situações semelhantes àquelas em que Eu me vi, fazei como Eu fiz: não pactueis com a injustiça, com a hipocrisia, com a mentira, com o fingimento, com a exploração, com ambições e covardias, com o tráfico de interesses e as invejas, com a violência e a indiferença, as traições e o descarte... Sede sensíveis às necessidades dos irmãos, ajudai-os a levar a sua cruz, sede libertadores dando voz a quem a não tem...Numa palavra: fazei como Eu fiz... dai a vida... e vivereis... e tereis a alegria plena... e reconhecerão que sois Meus discípulos... só a verdade vos libertará”.
Animados pela alegria da ressurreição e fortalecidos pela força do Espírito, os cristãos jamais se cansaram de anunciar que Deus tornou Senhor e Cristo o Jesus crucificado: “Deus O ressuscitou dos mortos”, disto nós somos testemunhas. E “o que nós vimos e ouvimos, isso agora vos anunciamos...”.
Cruz e Ressurreição fazem parte da fé pascal. Uma coisa sem a outra é reduzir ou falsificar a pessoa e o gesto de Jesus. Talvez seja levantar muitíssimas mais cruzes, mas sem Cruz nem Ressurreição!

D. Antonino Dias- Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 13-09-2019.

«Quem sou EU para ti», pergunta Jesus Cristo



Quem sou EU para ti
quando abres mais uma página da tua vida
corres apressado
porque te esperam os donos do tempo?

Quem sou EU para ti
quando no trabalho palpitas
o calor da necessária actividade
escrita no caderno do teu haver?

Quem sou EU para ti
quando passas na rua e olhas um sem-abrigo
um ser que perdeu a dignidade que trazia consigo
agora um objecto atirado para o poço?

Quem sou EU para ti
quando cansado chegas a casa
onde te esperam mulher e filhos
a quem ainda vais doar o teu sangue?

Quem sou EU para ti
quando esqueces os teus deveres
mergulhado no jardim dos falsos prazeres
fechado no labirinto do teu egoísmo?

Quem sou EU para ti
quando apressado entras na Igreja
para cumprir o ritual dominical
e olhas mais o relógio que a Palavra de Deus?

Quem sou EU para ti
um estranho, um desconhecido
alguém que a história criou para seu recreio
ou o teu Salvador, o teu Senhor?

O Senhor continua a bater à porta,
nunca desiste, a todo o momento insiste a bradar:
Eu sou Aquele que te abençoa com carinho
como uma mãe abraça seu filho querido
e te oferece o maná que procuras sem encontrar.
Dá-me a tua mão
e iremos juntos no caminho da salvação.


Ámen!


                                              J.Guerra


quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Não te rendas


"Não te rendas", poema de Mario Benedetti, traduzido por Inês Pedrosa

Não te rendas, ainda estás a tempo
De alcançar e começar de novo,
Aceitar as tuas sombras,
Enterrar os teus medos,
Libertar o lastro,
Retomar o voo.

Não te rendas que a vida é isso,
Continuar a viagem
Perseguir os teus sonhos,
Destravar o tempo,
Remover os escombros,
e destapar o céu.

Não te rendas, por favor não cedas,
Mesmo que o frio queime,
Mesmo que o medo morda,
Mesmo que o sol se esconda,
E se cale o vento,
Ainda há fogo na tua alma,
Ainda há vida nos teus sonhos.

Porque a vida é tua e teu também o desejo
Porque o quiseste e porque eu te quero
Porque existe o vinho e o amor, é certo.
Porque não há feridas que não cure o tempo.

Abrir as portas,
Tirar os ferrolhos,
Abandonar as muralhas que te protegeram,
Viver a vida e aceitar o repto,
Recuperar o riso,
Ensaiar um canto,
Baixar a guarda e estender as mãos
Abrir as asas
E tentar de novo,
Celebrar a vida e retomar os céus.

Não te rendas, por favor não cedas,
Mesmo que o frio queime,
Mesmo que o medo morda,
Mesmo que o sol se ponha e se cale o vento,
Ainda há fogo na tua alma,
Ainda há vida nos teus sonhos.

Porque cada dia é um começo novo,
Porque esta é a hora e o melhor momento.
Porque não estás só, porque eu te amo.


(Mario Benedetti, escritor, nascido no Uruguai, 1920-2009)
Publicado 5 weeks ago por fernando félix ferreira

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

«Porquê mandar os meus filhos à catequese? É importante?»



As inscrições para a catequese 2019/2020 já estão disponíveis nas nossas paróquias!
 Inscrevam e renovem as inscrições dos vossos filhos
A catequese é muito importante!
Estamos à vossa espera

Muitas pessoas interrogam: «Porquê mandar os meus filhos à catequese? É importante? Eles já se cansam da escola! E, depois, é sempre a mesma coisa: moral e mais moral!»
Encontra-se, igualmente, muita gente que já nem faz estas perguntas, ou que nem espera as respostas. Porque já tomaram a decisão de não levar os filhos à catequese – ou deixam a eles a iniciativa de pedir para ir – e também já não dão muita importância à prática da fé, pela participação na missa, por exemplo.
Para muitas pessoas, a preocupação em relação à Igreja é meramente social: batismo (por tradição), primeira comunhão (para acompanhar os amigos), crisma (para ser padrinho ou madrinha).
Mas, afinal, para que serve a catequese? Para muita gente significa «aprender a doutrina». E o que é isso? Leis, mandamentos, proibições… para a maioria, sem conhecer e entender a fundo, coisas desatualizadas!
Para a Igreja, a catequese serve para revelar a Pessoa que, de maneira extraordinária e inovadora, viveu e nos ensinou orientações para crescermos de forma equilibrada e feliz, com saúde física, mental e espiritual: JESUS CRISTO!
E isso faz-se em diversos anos, para acompanhar a evolução intelectual e afectiva das crianças. Porque à descoberta intelectual de Jesus Cristo, pela leitura da Bíblia, há que associar-se a adesão de amizade e apaixonada ao estilo de vida que Ele propõe.
Aos catequistas, pede-se que nunca se esqueçam de mostrar às crianças a personalidade sedutora de Deus: Pai, Jesus e Espírito Santo. Mais do que falar de Deus, de transmitir doutrinas, que a catequese sejam encontros para falar com Deus, para sentir a sua presença.
Aos pais e à sociedade pede-se que abordem a Bíblia e toda a mensagem cristã como pedagogia para a vida. A tendência natural da educação das famílias e da sociedade é querer preparar as crianças como se tudo corresse bem e não fossem encontrar nunca dificuldades na vida. Mas quem as prepara para as dificuldades? Quem as habilita para não se deixarem traumatizar pelos obstáculos e sofrimentos? Quem as ensina a pensar com liberdade e consciência crítica, a gerir com maturidade os pensamentos e emoções, a expandir a arte da contemplação do belo na natureza e em cada ser vivo, a dar sem contrapartidas, a colocar-se no lugar do outro e a considerar as suas dores e necessidades? O maior e melhor educador é Jesus Cristo.

https://fraternitasmovimento.blogspot.com