sábado, 29 de fevereiro de 2020

Quaresma: missão de compaixão



Quaresma: missão de compaixão
Convidamos-vos a viver a Quaresma como missão de compaixão pelo mundo, em união com o Coração de Jesus, através da oração e de atitudes concretas que brotam das intenções de oração do Papa Francisco. A missão de compaixão pelo mundo é o modo específico como vivemos a devoção ao Coração de Jesus na Rede Mundial de Oração do Papa.






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MCC - 91.º Cursilho de Homens

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Mcc - Diocese de Portalegre-Castelo Branco



Caros cursilhistas!


De dia 27 de fevereiro, e até domingo, dia 1 de março, decorre na casa diocesana de Mem Soares (Castelo de Vide - diocese de Portalegre - Castelo Branco) o 91.º Cursilho de Homens.

Vamos unir-nos em oração, de um modo muito especial, por todos estes irmãos para que a vivência deste encontro com Cristo seja eficiente e eficaz.

Não nos esqueçamos de incluir nas nossas orações todos os cursilhos que se realizam a nível mundial. Como bem o sabemos: um cursilhista está sempre em intendência/oração.

De Colores🌈

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

SEMPRE INCANSÁVEIS A SONHAR E A CONSTRUIR

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Há pessoas assim, com interesse e com nível, não envelhecem. Sempre humildes, sempre jovens apesar da idade, sempre sonhadoras e sempre de mangas arregaçadas a desafiar a construção dum mundo mais justo, mais humano e mais fraterno, independentemente da crença, raça ou cultura.
Ainda a contas com o Encontro “A Economia de Francisco” a acontecer no próximo mês, o Papa, num encontro com os membros do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, anunciou a sua intenção de fomentar, em maio próximo, um outro acontecimento mundial que terá como objetivo ajudar a “unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”. E voltou a falar de tal assunto aos académicos de algumas das mais conceituadas universidades do mundo, reunidos em Roma, neste mês de fevereiro, num encontro cujo tema foi “Educação: o Pacto Global”. É necessário, diz ele, “construir uma «aldeia da educação», onde, na diversidade, se partilhe o compromisso de gerar uma rede de relações humanas e abertas”. A caminhada conjunta desta «aldeia da educação» deve ter a coragem de colocar no centro a pessoa, de investir as melhores energias com criatividade e responsabilidade, de formar pessoas disponíveis para se colocarem ao serviço da comunidade.
Mas deixemos, por ora, este novo encontro e voltemos a referir-nos àquele que foi há mais tempo anunciado. Como sabemos, o Papa Francisco, em maio do ano passado, escreveu aos jovens economistas, estudantes e académicos em Economia, estudantes de Mestrado, Doutorado, jovens pesquisadores, empresários e empresárias, empreendedores e protagonistas de mudanças, do mundo inteiro, a convidá-los para um encontro a decorrer de 26 a 28 de março próximo para tentar descobrir uma economia que faça viver e não mate, que inclua e não exclua, que humanize e não desumanize, que cuide da criação e não a devaste. Pretende estabelecer um pacto comum, “um processo de mudança global que veja em comunhão de intenções não apenas quantos têm o dom da fé, mas todos os homens de boa vontade, para além das diferenças de credo e de nacionalidade, unidos por um ideal de fraternidade atento sobretudo aos pobres e aos excluídos”. Alguém já definiu esta iniciativa como o Davos de Francisco. Os convidados não são os grandes financeiros e empresários do mundo das finanças já afirmados, mas economistas e empreendedores com menos de 35 anos. Já são mais de 3.300 os pedidos de participação, com 2.000 jovens credenciados, provenientes de 115 países, entre os quais de Portugal.
É evidente que a complexidade dos sistemas económicos não se resolve com um toque de varinha mágica. Mas tudo ajuda a pensar e a repensar que algo tem de mudar para construir “uma nova economia à medida do homem e para o homem”. Com os jovens e através deles, o Papa, apelará “a alguns dos melhores estudiosos e estudiosas da ciência da economia, assim como a empresários e empresárias que hoje já se encontram comprometidos a nível mundial, por uma economia coerente com este cenário ideal”. Mas não serão os especialistas a criar a agenda aos jovens. Será o Papa que os convoca. Francisco confia nos jovens e sabe que as suas universidades, empresas e organizações “são canteiros de esperança para construir outras modalidades de entender a economia e o progresso, para combater a cultura do descarte, para dar voz a quantos não a têm, para propor novos estilos de vida”. Ele sabe que enquanto “o nosso sistema económico-social ainda produzir uma só vítima, e enquanto houver uma só pessoa descartada, não poderá haver a festa da fraternidade universal”.
O Encontro terá lugar na inspiradora cidade de Assis, o lugar onde São Francisco se despojou “de toda a mundanidade para escolher Deus como Estrela polar da sua vida, fazendo-se pobre com os pobres, irmão universal. Da sua escolha de pobreza brotou também uma visão da economia que permanece extremamente atual. Ela pode dar esperança ao nosso amanhã, não apenas em benefício dos mais pobres, mas da humanidade inteira”. A cidade será dividia em 12 "aldeias", doze áreas da vida económica onde se refletirá sobre grandes temas e questões apresentadas pela economia de hoje e de amanhã. A iniciativa tem, pois, o nome de “Economia de Francisco”, em referência a São Francisco de Assis e ao Evangelho que “ele viveu em total coerência, inclusive nos planos económico e social”.
Na sua Carta Encíclica Laudato Si, o Papa sublinhou que “é preciso corrigir os modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente, o acolhimento da vida, o cuidado da família, e equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das gerações vindouras”. Ele vê nos jovens “a profecia de uma economia atenta à pessoa e ao meio ambiente”. Eles são portadores de “uma cultura corajosa e não têm medo de arriscar, são “capazes de ouvir com o coração os brados cada vez mais angustiantes da terra e dos seus pobres em busca de ajuda e de responsabilidade, ou seja, de alguém que “responda” e não olhe para o outro lado”.

D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 28-02-2020.

Tempo de Conversão


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Oração

Senhor, que, mais uma vez, 
me ofereces a graça da Quaresma, 
tempo favorável, dia de salvação, 
ajuda-me a vivê-lo no segredo onde me vês, 
me amas e me esperas. 
Sei que as coisas exteriores têm a sua importância.
 Mas quero vivê-las na Tua presença.
 Gostaria de fazer muitas obras de penitência durante este tempo. 
Mas, se fizer poucas, que sejam no teu amor,
 o que é mais importante do que fazer muitas 
para atrair a admiração e a estima dos outros.
 Quero fazer o que puder na oração,
 na mortificação, na caridade fraterna; 
mas quero fazê-lo na humildade 
e na sinceridade diante de Ti. 
Infunde em mim o teu Espírito Santo
 que me conduza e guie pelo deserto da penitência,
 durante esta Quaresma. 
Amen.

(portal dos dehonianos)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Quaresma é graça, não deixar passar este tempo em vão

Papa propõe diálogo "coração a coração" com o Senhor


Na sua mensagem, o Papa Francisco recordou a convocação para esta Quaresma de jovens economistas em Assis, de 26 a 28 de março, como um passo no processo de "conversão" da economia.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Um diálogo coração a coração, de amigo a amigo com Jesus: é o que propõe o Papa Francisco na sua mensagem para a Quaresma 2020.

O título escolhido foi inspirado na 2ª carta de São Paulo aos Coríntios: “Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus” (2 Cor 5, 20).

Neste tempo quaresmal, o Pontífice estende a todos os cristãos o que escreveu aos jovens na Exortação apostólica Christus vivit: fixar os braços abertos de Cristo crucificado e deixar-se salvar sempre de novo. “A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas pessoas que sofrem.”
Face a face com o Senhor

Francisco insiste numa contemplação mais profunda do Mistério pascal, recordando que a experiência da misericórdia só é possível “face a face” com o Senhor crucificado e ressuscitado.

“Um diálogo coração a coração, de amigo a amigo. Por isso mesmo, é tão importante a oração no tempo quaresmal. Antes de ser um dever, esta expressa a necessidade de corresponder ao amor de Deus, que sempre nos precede e sustenta.”

De fato, prossegue o Papa, o cristão reza ciente da sua indignidade de ser amado. A oração poderá assumir formas diferentes, mas o que conta verdadeiramente aos olhos de Deus é que ela escave dentro de cada um de nós, chegando a romper a dureza do nosso coração, para o converter cada vez mais a Ele e à sua vontade.



Quanto mais nos deixarmos envolver pela sua Palavra, tanto mais conseguiremos experimentar a sua misericórdia gratuita por nós. O convite do Pontífice, portanto, é não deixar passar em vão este tempo de graça, na presunçosa ilusão de sermos nós o dono dos tempos e modos da nossa conversão a Ele.
Não interromper o diálogo com o Senhor

Esta nova oportunidade, prossegue Francisco, deve suscitar em nós um sentido de gratidão e sacudir-nos do torpor em que nos encontramos, às vezes estimulados por um “uso pervertido” dos meios de comunicação

“Não obstante a presença do mal, por vezes até dramática, tanto na nossa existência como na vida da Igreja e do mundo, este período que nos é oferecido para uma mudança de rumo manifesta a vontade tenaz de Deus de não interromper o diálogo de salvação conosco.”

Colocar o Mistério pascal no centro da vida, acrescenta o Papa, significa sentir compaixão pelas chagas de Cristo crucificado presentes nas inúmeras “vítimas inocentes das guerras, das prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria”.

Encontro de Assis

Para reverter este cenário, Francisco chama em causa a partilha na caridade e uma nova maneira de gerir a economia, mais justa e inclusiva, recordando a convocação para esta Quaresma de jovens economistas em Assis, de 26 a 28 de março. O magistério da Igreja nos lembra que a política é uma forma eminente de caridade.

O Papa então conclui:

“Invoco a intercessão de Maria Santíssima sobre a próxima Quaresma, para que acolhamos o apelo a deixar-nos reconciliar com Deus, fixemos o olhar do coração no Mistério pascal e nos convertamos a um diálogo aberto e sincero com Deus. Assim, poderemos tornar-nos aquilo que Cristo diz dos seus discípulos: sal da terra e luz do mundo.”

vaticano news

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

II CONGRESSO NACIONAL DO M.C.C.



Cursilhistas: aproxima-se o prazo limite, final do mês, para as inscrições para a nossa participação no II CONGRESSO NACIONAL DO M.C.C. Na nossa Diocese, devido ao aparecimento inesperado de uma entidade patrocinadora, a quem muito agrademos, o valor da inscrição alterou para metade. Vamos mobilizar-nos, vamos todos decidir estar presente! Será oportunidade de encontro, reencontro, partilhar e ouvir testemunhos certamente motivadores...Será tempo de Alegria e de dar Graças. O Senhor conta connosco.
 As inscrições devem ser feitas com urgência junto dos responsáveis dos Centros de Ultreia e Escolas de Dirigentes. 

DE COLOR

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INFORMAÇÃO PAROQUIAL

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IMPOSIÇÃO DAS CINZAS

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Arronches, Igreja Matriz, dia 26, celebração da Eucaristia pelas 17:30h e imposição das cinzas

Alegrete, dia 26, celebração da Eucaristia pelas 19:30h e imposição das cinzas

Nas restantes paróquias a imposição das cinzas será nas Eucaristias do próximo dia 1/03.

VIA SACRA

Durante a Quaresma, a VIA SACRA será às Sextas-Feiras, na Igreja Mariz de Arronches pelas 17:00H.

Quaresma


https://www.youtube.com/watch?v=bqyj-22Ff-M


A Liturgia da Palavra dá-nos, hoje, a orientação correcta para vivermos frutuosa mente a Quaresma, tempo favorável de graça, dia de salvação. Penitência e arrependimento não são caminho de tristeza, de depressão, mas caminho de luz e de alegria, porque, se nos levam a reconhecer a nossa verdade de pecadores, também nos abrem ao amor e à misericórdia de Deus.

O profeta, em nome de Deus, convida o povo a percorrer o caminho da esperança, fazendo penitência; os apóstolos recebem de Deus o ministério da reconciliação; a Igreja repete a boa nova: «É este o tempo favorável~ é este o dia da salvação» (2 Cor 6, 2). Com todo o povo de Deus, somos convidados a arrepiar caminho, a voltar-nos para o Senhor, a deixar-nos reconciliar, a d
ar a Cristo ocasião de tomar sobre Si o nosso pecado, porque só Ele o conhece e pode expiar.

Renovados pelo amor, podemos viver alegre e confiadamente na presença de Deus, nosso Pai, cumprindo humildemente tudo quanto Lhe agrada e é útil para os irmãos. E a presença do Pai, no mais íntimo de nós mesmos, garante-nos a verdadeira alegria.

Façamos nesta Quaresma as obras de penitência que pudermos. Mas façamo-Ias na intimidade e na presença do Senhor, que havemos de procurar na oração, na Eucaristia, na comunidade… Não esqueçamos a ascese, especialmente a que nos é exigida pelo fiel cumprimento dos nossos compromissos com Deus e com os irmãos.

https://www.dehonianos.org/

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

O que deve saber sobre a Quarta-feira de Cinzas





No dia 26 de fevereiro, a Igreja celebra a Quarta-feira de Cinzas, dando início à Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa. Recordamos algumas coisas essenciais que todo católico precisa saber para poder viver intensamente este tempo.

1. O que é a Quarta-feira de Cinzas?

É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a se converterem e a se prepararem verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.

A Quarta-feira de Cinzas é uma celebração que está no Missal Romano, o qual explica que no final da Missa, abençoa-se e impõe-se as cinzas obtidas da queima dos ramos usados no Domingo de Ramos do ano anterior.

2. Como nasceu a tradição de impor as cinzas?

A tradição de impor a cinza é da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e se apresentavam ante a comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.

A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos por volta do ano 400 d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma passou a impor as cinzas no início deste tempo.

3. Por que se impõe as cinzas?

A cinza é um símbolo. Sua função está descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125 do Diretório sobre a piedade popular e a liturgia:

“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Deve-se ajudar os fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação pascal”.

4. O que as cinzas simbolizam e o que recordam?


A palavra cinza, que provém do latim “cinis”, representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Esta adotou desde muito cedo um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e penitência.

A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra” (Gn 2,7); “até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3,19).

5. Onde podemos conseguir as cinzas?

Para a cerimônia devem ser queimados os restos dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Estes recebem água benta e logo são aromatizados com incenso.

6. Como se impõe as cinzas?

Este ato acontece durante a Missa, depois da homilia, e está permitido que os leigos ajudem o sacerdote. As cinzas são impostas na fronte, em forma de cruz, enquanto o ministro pronuncia as palavras Bíblicas: “Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás” ou “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

7. O que devem fazer quando não há sacerdote?


Quando não há sacerdote, a imposição das cinzas pode ser realizada sem Missa, de forma extraordinária. Entretanto, é recomendável que antes do ato participem da liturgia da palavra.

É importante recordar que a bênção das cinzas, como todo sacramental, somente pode ser feita por um sacerdote ou um diácono.

8. Quem pode receber as cinzas?

Qualquer pessoa pode receber este sacramental, inclusive os não católicos. Como explica o Catecismo (1670 ss.), “sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela”.

9. A imposição das cinzas é obrigatória?

A Quarta-feira de Cinzas não é dia de preceito e, portanto, não é obrigatória. Não obstante, nesse dia muitas pessoas costumam participar da Santa Missa, algo que sempre é recomendável.

10. Quanto tempo é necessário permanecer com a cinza na fronte?

Quanto tempo a pessoa quiser. Não existe um tempo determinado.

11. O jejum e a abstinência são necessários?
O jejum e a abstinência são obrigatórios durante a Quarta-feira de Cinzas, como também na Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 e menores de 60 anos. Fora desses limites, é opcional. Nesse dia, os fiéis podem ter uma refeição “principal” uma vez durante o dia.

A abstinência de comer carne é obrigatória a partir dos 14 anos. Todas as sextas-feiras da Quaresma também são de abstinência obrigatória. As sextas-feiras do ano também são dias de abstinência. O gesto, dependendo da determinação da Conferência Episcopal de cada país, pode ser substituído por outro tipo de mortificação ou oferecimento como a oração do terço.



ACI Digital@acidigital

Quem ama Deus não tem inimigos no coração


Papa presidiu Missa neste domingo ao final de encontro sobre migração; na homilia, enfatizou o ensinamento de Jesus: o amor sem medidas

Papa durante a homilia na Missa em Bari neste domingo, 23 /
 Foto: REUTERS/Remo Casilli


O único extremismo lícito para o cristão é aquele do amor: amar sem medidas, amar os inimigos, a exemplo de Jesus. Essas foram palavras do Papa Francisco na Missa deste domingo, 23, celebrada em Bari, sul da Itália. O Papa visita o local por ocasião do encontro de reflexão e espiritualidade “Mediterrâneo, fronteira de paz”, promovido pela Conferência Episcopal italiana (CEI) e que termina hoje.

A reflexão de Francisco partiu do Evangelho do dia, em que Jesus cita a lei antiga do “olho por olho, dente por dente”, mas vem ensinar a lei do amor: não retribuir o mal com o mal, mas com o bem, amar até mesmo os inimigos. E Jesus ensina isso porque Deus ama sempre a todos, mesmo quando não é correspondido, explicou o Papa.

Jesus não apontou o dedo contra o que os condenaram, mas abriu os braços na cruz e perdoou, lembrou Francisco. “Se quisermos ser discípulos de Cristo este é o caminho, não há outro. Amados por Deus somos chamados a amar”.

O Santo Padre destacou ainda que Jesus fala dessa maneira justamente para atrair a atenção, Ele é direto e claro e enfatiza “amai os vossos inimigos”. “São palavras precisas. É a novidade cristã, é a especificidade cristã, rezar e amar, é o que devemos fazer e não só com quem nos ama, com os amigos, com o nosso povo, porque o amor de Jesus não conhece fronteiras nem barreiras. O Senhor pede um amor sem cálculo, porque o amor de Jesus é o amor sem medida”.

O Papa ressaltou, porém, que muitas vezes esse pedido de Jesus é negligenciado. Mas evidenciou que o mandamento do amor não é uma provocação, está no coração do Evangelho. “Hoje, nos fará bem repetir para nós mesmos essas palavras e aplicá-las às pessoas que nos tratam mal ou nos aborrecem, que temos dificuldade de acolher e nos roubam a serenidade”.

Quem ama Deus não tem inimigos no coração, ressaltou o Papa. Em um mundo em que prevalece a lógica da força, pode até parecer que quem ama não vencerá. Porém, Francisco lembrou que a lógica de Jesus é perdedora aos olhos do mundo, mas vitoriosa aos olhos de Deus. “Deus vê mais além, sabe que o mal só se vence com o bem. Ele nos salvou assim, não com a espada, mas com a cruz”.

Por fim, o Papa falou da necessidade de rezar e pedir a Deus a graça de amar, de perdoar, pois é algo que não se alcança sozinho. “Devemos pedir a graça de ver os outros não como obstáculos e estorvos, mas como irmãos e irmãs a amar (…) Optemos hoje pelo amor, mesmo que custe, que vá contra a corrente, não nos contentemos com meias medidas. Acolhamos o desafio de Jesus, o desafio da caridade. Seremos verdadeiros cristãos e o mundo será mais humano”.
https://noticias.cancaonova.com/


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Quantas coisas perdemos com a ira?


«Quantas coisas perdemos com a ira?» Papa fala da mansidão e diz que a terra mais bela é o «coração dos outros»


Na catequese, detemo-nos na terceira das oito bem-aventuranças do Evangelho de Mateus: «Felizes os mansos, porque terão em herança a Terra» (Mateus 5,5).

O termo “manso” aqui utilizado quer dizer literalmente doce, brando, gentil, privado de violência. A mansidão manifesta-se nos momentos de conflito, vê-se na reação a uma situação hostil. Cada um poderá parecer manso quando tudo está tranquilo, mas como reage “sob pressão” se é atacado, ofendido, agredido?

Numa passagem, S. Paulo menciona a «doçura e a brandura de Cristo». E S. Pedro, por seu lado, recorda a atitude de Jesus na paixão: não respondia e não ameaçava, porque «se confiava àquele que julga com justiça». A mansidão de Jesus vê-se fortemente na sua paixão.

Na Escritura, a palavra “manso” indica também aquele que não tem propriedades terrenas; e por isso sensibiliza-nos o facto de a terceira bem-aventurança dizer precisamente que os mansos «terão em herança a Terra».

Na realidade, esta bem-aventurança cita o Salmo 37 (…). Também aí se colocam em relação a mansidão e a posse da terra. Estas duas coisas, se virmos bem, parecem incompatíveis. Com efeito, a posse da terra o ambiente típico do conflito: combate-se muitas vezes por um território, para obter a hegemonia sobre determinada região. Nas guerras, o mais forte prevalece e conquista outras terras. Mas observemos bem o verbo usado para indicar a posse dos mansos: eles não conquistam a terra (…), mas «herdam-na». (…) Nas Escrituras, o verbo “herdar” tem um sentido ainda maior.

Um momento de cólera pode destruir muitas coisas; perde-se o controlo e não se valoriza aquilo que verdadeiramente é importante, e pode-se arruinar a relação comum irmão, por vezes irremediavelmente

Essa terra é uma promessa e um dom para o povo de Deus, e torna-se sinal de algo muito maior e mais profundo do que um simples território. Há uma “terra” – permiti-me o jogo de palavras – que é o Céu, isto é, a terra para a qual nós caminhamos: os novos Céus e a nova Terra para a qual nós rumamos.

Então, o manso é aquele que “herda” o mais sublime dos territórios. Não é um cobarde, um “fraco” que se refugia numa moral de remedeio para ficar fora dos problemas. É precisamente o contrário! É uma pessoa que recebeu uma herança e não a quer desperdiçar. O manso não está acomodado, mas é o discípulo de Cristo que aprendeu a defender bem outra terra. Ele defende a sua paz, defende a sua relação com Deus e os seus dons, protegendo a misericórdia, a fraternidade, a confiança, a esperança. (…)

Aqui devemos mencionar o pecado da ira, uma moção violenta de que todos conhecemos o impulso. (…) Devemos revirar as bem-aventuranças e fazer-nos uma pergunta: quantas coisas destruímos com a ira? Quantas coisas perdemos? Um momento de cólera pode destruir muitas coisas; perde-se o controlo e não se valoriza aquilo que verdadeiramente é importante, e pode-se arruinar a relação comum irmão, por vezes irremediavelmente. (…)

A mansidão, pelo contrário, conquista muitas coisas. A mansidão é capaz de vencer o coração, salvar as amizades e muito mais, porque as pessoas enraivecem-se, mas depois acalmam-se, repensam e regressam ao seu caminho, e assim pode reconstruir-se com a mansidão.

A “terra” a conquistar é a salvação do irmão de que fala o próprio Evangelho de Mateus: «Se te escutar, terás ganho o teu irmão». Não há terra mais bela do que o coração dos outros (…), não há território mais belo a ganhar do que a paz reencontrada com um irmão. Essa é a terra a herdar com a mansidão.



Papa Francisco
✔@Pontifex_pt




"Bem-aventurados os mansos, porque receberão a terra em herança". A "terra" a conquistar é a salvação do irmãos. Não há terra mais bela do que o coração dos outros, não há território mais belo a conquistar do que a paz restabelecida com um irmão. Esta é a terra a ser herdada.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Amai-vos uns aos outros!



https://www.youtube.com/watch?v=N8V9JHGsKsI


A liturgia do sétimo Domingo do Tempo Comum convida-nos à santidade, à perfeição. Sugere que o "caminho cristão" é um caminho nunca acabado, que exige de cada homem ou mulher, em cada dia, um compromisso sério e radical (feito de gestos concretos de amor e de partilha) com a dinâmica do "Reino". Somos, assim, convidados a percorrer o nosso caminho de olhos postos nesse Deus santo que nos espera no final da viagem.
A primeira leitura que nos é proposta apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige o ser santo. Na perspectiva do autor do nosso texto, a santidade passa também pelo amor ao próximo.

Tenho consciência de que não posso ser santo se o amor não se derramar dos meus gestos e das minhas palavras? Tenho consciência de que não posso ser santo se vivo fechado em mim mesmo, na indiferença para com os meus irmãos (ainda que reze muito)?

 Para que a santidade não seja uma miragem, temos de ter o cuidado de viver num contínuo processo de conversão,
que elimine do nosso coração as raízes do mal, responsáveis pelo egoísmo, pelo ódio, pela injustiça, pela exploração.

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto - e os cristãos de todos os tempos e lugares - a serem o lugar onde Deus reside e Se revela aos homens. Para que isso aconteça, eles devem renunciar definitivamente à "sabedoria do mundo" e devem optar pela "sabedoria de Deus" (que é dom da vida, amor gratuito e total).

O que é que preside à minha vida: a "sabedoria de Deus" que é amor e dom da vida, ou a "sabedoria do mundo", que é luta sem regras pelo poder, pela influência, pelo reconhecimento social, pelo bem estar económico, pelos bens perecíveis e secundários?

No Evangelho, Jesus continua a propor aos discípulos, de forma muito concreta, a sua Lei da santidade (no contexto do "sermão da montanha"). Hoje, Ele pede aos seus que aceitem inverter a lógica da violência e do ódio, pois esse "caminho" só gera egoísmo, sofrimento e morte; e pede-lhes, também, o amor que não marginaliza nem discrimina ninguém (nem mesmo os inimigos). É nesse caminho de santidade que se constrói o "Reino".
Jesus pede aos participantes do "Reino" o amor a todos, inclusive aos inimigos, subvertendo completamente a lógica do mundo. 

Como é que eu me situo face a isto? A minha atitude é a de quem não exclui nem discrimina ninguém, mesmo aqueles de quem não gosto, mesmo aqueles contra quem tenho razões de queixa, mesmo aqueles que não compreendo, mesmo aqueles que assumem atitudes opostas a tudo em que eu acredito?


https://www.dehonianos.org/

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Não é justo!


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Não gostamos de lidar com as consequências do que nos acontece. Gostamos mais quando a nossa vida passa despercebida ou, melhor, quando as nossas asneiras e erros não dão nas vistas nem ao mais atento observador.

Não é justo. Dizemos em modo mais ou menos queixoso. Não é justo que, logo eu, tenha que pagar quando há tantos ladrões, criminosos e corruptos sem receber, sequer, um aviso mais ou menos simbólico do universo.

Vivemos em tempos estranhos. Tudo parece ser perdoado a quem faz asneiras enormes e nada parece ser perdoado aos pequenos, que fazem asneiras do seu tamanho.

Não é justo. A sorte nunca parece estar do nosso lado. Parece que há conspirações invisíveis contra nós e contra o nosso bem-estar.

Eu sei que isto pode ser revelador para alguns, mas… não há nenhuma conspiração contra ti. Não há mais injustiças para ti que para os outros. Não há mais consequências para ti que para os outros. O que há, sim, são circunstâncias diferentes. Tempos diferentes para que a justiça aconteça. Timings diferentes para que a sorte ou a bonança se manifestem.

Quando nos enterramos na lama do “não é justo” estamos a desculpar-nos de tudo. Estamos a sair da cena que quisemos protagonizar. Não nos parece justo quando é connosco, mas já não nos interessa tanto se a justiça falhar a um desconhecido, verdade?

A verdade das verdades é que nada é justo para ninguém. Não se trata de justiça, de redenção ou de merecimento relativamente ao que nos acontece. Ninguém sabe por que estamos aqui. Só o Céu. Ninguém sabe que lições nos estão destinadas. Ninguém sabe de quantas injustiças precisamos para vergar mais o nosso coração. Para amansar os ódiozinhos que destilamos nas pequenas coisas.

Não é justo e não faz mal. Que eu possa aprender (sempre) com o que me acontece de justo e de injusto. De bom e de mau. De genial e de péssimo.

Enquanto houver o que aprender, a vida não se há de cansar de te ensinar. É justo, não é?


Marta Arrais

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

QUARESMA PROVISÓRIA PARA PÁSCOA PERMANENTE


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Ao pensar a Quaresma importa que olhemos para a Páscoa. É o horizonte da caminhada que agora iniciamos. As metas e os objetivos definem, muitas vezes, a atitude, os itinerários, os meios e instrumentos, enfim a bagagem, que preparamos como necessária no momento de iniciar uma caminhada.
A Páscoa é o mistério central do Cristianismo e da vida da Igreja. Significa que, no âmago da fé cristã e da comunhão eclesial, está o mistério pascal, o mistério da morte e ressurreição de Cristo. E há razões muito fortes para isso. Esse é o momento que testemunha como Cristo levou à plenitude a revelação de Deus e a revelação do homem. O processo de Jesus, a sua autoentrega na Cruz e a sua morte por amor revelam o sentido de cada palavra e de cada gesto da sua vida pública e revelam o rosto da misericórdia de Deus para a humanidade. Presença divina e condição humana encontram-se, entrelaçam-se e a história ganha um sentido e um sabor diferentes.
Assumindo-se como uma ânsia de harmonia e partindo da provisoriedade da sua condição, o homem encontra em Cristo a fonte eterna da bênção da sua vida. Por Cristo aprende a estar com Deus e a rezar; com Cristo aprende discernimento, comportamento e vocação; em Cristo descobre e purifica permanentemente a sua identidade. Sendo a plenitude da vida de Cristo e da revelação de Deus, a Páscoa é também a abertura e a oportunidade oferecidas ao homem para que encontre e realize em Deus e com os irmãos a plenitude da sua própria vida.
É por causa da Páscoa, portanto, que a Quaresma se assume como caminho. E caminho batismal. Os ainda não batizados preparam-se mais profundamente para o batismo e os batizados purificam e renovam as promessas do seu batismo. A verdade de Deus revelada em Jesus Cristo morto e ressuscitado não é algo que se apreenda e comece a viver sem o exercício de uma caminhada que pede conversão continuada e progressiva.
A autenticidade e a verdade, a caridade, o exercício da comunhão vivificante com Cristo, que traduzimos tradicionalmente nas atitudes de jejum, partilha e oração, são os grandes sinais da Quaresma. Não são mínimos legais, são ocasião de motivação pela experiência de quão perto de Deus e dos irmãos a lógica do dom, que é a linguagem da Cruz, nos coloca.
Esta Quaresma pode ser o tempo de, à imagem do Lázaro do Evangelho (Jo 11, 1 ss), ouvirmos a voz de Cristo que nos chama à vida e aos comportamentos próprios dos vivos.
Existem tantos exercícios possíveis na caminhada quaresmal e que, alcançados, nos farão saborear a Páscoa como ressuscitados com Cristo. Aponto alguns:
1. O nosso dia, mais ou menos cedo, começa com o momento em que nos levantamos. E se, rezando, fizéssemos um propósito concreto, dando-lhe nome, para o vivermos ao longo do dia?
2. E se colocássemos no nosso local de trabalho um sinal: um símbolo, um Crucifixo, uma imagem, uma frase, etc., que, de forma imediata, nos lembrasse o caminho da Quaresma até à Páscoa?
3. E se conseguíssemos descobrir algo a que, de verdade, pudéssemos renunciar, fazendo desse ato um ato de verdadeiro amor a Deus, como, por exemplo, renunciar à maledicência tão comum e a fazer sofrer, renunciar a gastos supérfluos, renunciar a atitudes e gestos sobranceiros ou primários, renunciar a sentimentos de inveja, comparação, etc.?
4. E se procurássemos aprofundar, rezando e estudando, os conceitos e a realidade da vocação e da vida cristã comprometida?
5. E se procurássemos fazer a experiência de tentar encontrar em cada pessoa os aspetos mais positivos e de motivo de ação de graças?
6. E se fossemos capazes de identificar em nós e ultrapassar, de facto, as “menoridades” e “miudezas” dos ciúmes, das comparações, invejas, vanglórias e sarcasmos?
7. E se fomentássemos o respeito mútuo e recíproco nas relações e pelo trabalho uns dos outros e de todos?
8. E se nos empenhássemos na gratuidade das nossas ações, ao contrário de uma atitude permanente de cobrança ou de exigência de recompensa?
9. E se, serenamente, lêssemos os sinais que dizem respeito a cada um de nós e expressam o que estamos a viver e aquilo de que precisamos para nosso crescimento?
10. E se partilhássemos não só bens materiais, mas também tempo, qualidades e capacidades com quem precisa?
11. E se os nossos temas de conversa espontânea tivessem mais substância e fossem ocasião de participar coletivamente no bem comum?
12. E se tentássemos sempre melhorar a nossa participação na Eucaristia, seja na assiduidade, na vivência pessoal ou na participação comunitária?
13. E se redescobríssemos o valor e o benefício da leitura e reflexão da Palavra de Deus, da celebração do Sacramento da reconciliação ou da confissão como experiência de celebração do amor de Deus tão necessário em quem caminha para Deus?
14. E se conseguíssemos avaliar os nossos estilos pessoais de vida, isto é, os valores que pautam o nosso dia a dia e a sua unidade com a fé cristã e as práticas da Igreja, como o sentido de pobreza, de partilha, de respeito e cuidado pela criação, etc.?
Quaresma é um caminho de crescimento que nos permitirá viver a Páscoa mais intensamente. Para cada um de nós há uma terra prometida que é possível alcançar; há uma comunhão com Cristo ressuscitado que é possível realizar.
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Da Renúncia Quaresmal do ano passado resultaram 31.742,77 euros (trinta e um mil setecentos e quarenta e dois euros e setenta e sete cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se destinaram ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana (7.935,69€), e 75%
para as Missões “ad gentes” (23.807,08).
A Renúncia Quaresmal deste ano de 2020 será, de novo, para a Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo. Já em 2018 destinámos a Renúncia Quaresmal para a construção de um Centro de Acolhimento e Saúde nesta Diocese africana, vítima da guerra que deixou marcas irreparáveis e da qual temos dois Sacerdotes a trabalhar nesta nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco: um, em Nisa, outro, em Alcains. Foi-nos apresentado um relatório minucioso sobre como foi gasta a partilha que lhe enviámos, bem como fotografias da obra. Por falta de verba, porém, a obra não foi concluída e foi-nos pedida uma nova ajuda. Assim, será esta, de novo, a finalidade da nossa Renúncia Quaresmal.

D.Antonino Dias- Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 21-02-2020.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Deus espera!


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Deus espera. Muitas vezes escondido dos nossos sentidos e da nossa perceção, mas vai aguardando. Vai guardando o momento em que Ele seja o nosso mais que tudo. Vai ansiando que, na liberdade das nossas vidas, Ele seja o brilho dos nossos olhos.

Deus espera. Espera sem pressas, nem apressa numa pressão disfarçada de condenação. Vai simplesmente ficando. Vai-se demorando. Vai criando relação que cuida, mas que não resolve tudo. Vai cimentando as certezas da Sua presença nas incertezas do nosso ar(riscar) numa fé frágil e tantas vezes duvidosa.

Deus espera. E enquanto aguarda vai fazendo morada. Vai instalando a tenda da Sua misericórdia. Vai plantando no terreno da nossa existência a sede e a fome de nos dirigirmos para o alto. Vai-nos falando da Sua beleza e do Seu cuidado em amanheceres que nos exaltam e em entardeceres que não sabem a despedida, mas a um contínuo de que tudo e todos se movimentam na Sua direção.

Deus espera. E vai soletrando, por entre as encruzilhadas da nossa vida, o Seu nome. Vai dançando por entre as curvas e contracurvas da nossa humanidade. Vai aparecendo em rostos que nos falam com os olhos e que nos amparam com sorrisos. Vai firmando a Sua certeza num Verbo que incendeia c(orações). Muito antes de chegarmos já Ele se abeira de braços bem abertos. Muitos antes de nos dirigirmos já Ele nos torna filhos bem-amados.

O nosso Deus é um Deus que espera e que nunca desespera!

Coloca o olhar nos olhares da tua vida e pergunta-te: quantas vezes esperaste por Aquele que sempre te espera?


Emanuel António Dias


terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Ainda há quem voe!

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Ainda há quem voe. Existe, por entre terras pouco habitadas e esquecidas pelo tempo, quem não desista de voar por entre a sua vida. Voam para que o chão não lhes impeça de dar passos. Voam para que possam tocar o céu que lhes foi retirado sem que pudessem vir a tocá-lo.
Ainda há quem voe. Há, na vida de todos os dias, quem se agarre à possibilidade do impossível para que tudo volte a ter um mínimo de encanto. São gente de altos voos que confrontados com a infelicidade da vida não se deixam prender por um mundo que não lhes escuta. São libertados por si mesmos e alongam-se em olhares que tocam!
Ainda há quem voe. Bem devagarinho e bem baixinho para que tenhamos a certeza de que é possível caminhar por entre o céu apenas com a cabeça bem levantada. É possível voar quando a nossa confiança está depositada numa força e num crer maior do que tudo aquilo que podemos ver e contemplar.
Ainda há quem voe. Resta-lhes o voo para encontrar as respostas e as alternativas que ateimam em não querer firmar-se nas suas vidas. Resta-lhes os voos aliados às asas dos seus presentes para que possam continuar a percorrer a dignidade que nunca lhes deveria ter sido recusada. Resta-lhes o voo para que possam chegar com os seus céus à mensagem que tem sido ignorada por aqueles que, podendo caminhar, vivem presos à terra sem nunca terem dirigido o olhar para quem simplesmente quer ser visto.
Ainda há quem voe. Sem asas. E sem poderes, apenas com a certeza de que há sempre muito mais para se alcançar!
Hoje, antes de voltares a pisar o teu chão, coloca o teu olhar para o alto e pergunta-te: quantas vezes permitiste que os outros pudessem voar?

A crónica desta semana é inspirada na reportagem realizada pela TVI, no programa da Ana Leal, onde fala da Cristina Lifôro e dos seus irmãos gémeos que sofrem de uma doença denominada Ataxia de Friedreich. Caso queiram conhecer mais as suas histórias e ajudar de alguma forma passem pela sua página de ajuda: https://www.facebook.com/Cristina.liforo/.


Obrigado à Cristina Lifôro e aos seus irmãos pelo testemunho e espero que todos juntos possamos ajudar-vos a voar!



Emanuel António Dias

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro



Dos inumeráveis títulos da Mãe de Deus, poucos são tão expressivos quanto o de Perpétuo Socorro. A milagrosa imagem venerada sob essa invocação é rica em simbolismo.

Haverá alguém que nunca tenha se sentido aflito em horas de dificuldades ou na perspectiva de alguma tragédia? Ou que jamais tenha tido necessidade de uma ajuda, seja ela espiritual, psicológica, afetiva ou material?

Com toda certeza, não, pois o ser humano, longe de ser auto-suficiente, é contingente por natureza: não tem condições de viver sem apoio de seus semelhantes, muito menos sem a contínua sustentação de Deus, Criador do universo.
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Uma carência inevitável, uma solução infalível

Para esse estado de carência inevitável, Deus nos oferece uma solução infalível: o recurso à sua e nossa Mãe. Daí ser muito apropriado o título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com o qual se patenteia a certeza do auxílio que Ela nos dá quando a Ela recorremos.

“Perpétuo Socorro” indica uma fonte de misericórdias que nunca se esgota, jamais se interrompe. “Nunca” significa em nenhum tempo, nenhum lugar, nenhuma circunstância. Por pior que seja a situação, por mais graves e numerosos que sejam nossos pecados, a Virgem Maria quer manter-nos continuamente sob sua insondável proteção e celestial amparo.

Não é de espantar, pois, que a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tenha se espalhado por todo o mundo. Como surgiu ela?
Furto sacrílego, incrível recalcitrância

Por volta de 1496, venerava-se numa igreja da Ilha de Creta um milagroso quadro da Virgem Maria. Segundo antiga tradição, fora pintado em fins do séc. XIII por um artista desconhecido, inspirado em uma pintura atribuída a São Lucas.

Para nós, a história do venerável quadro começa nesse ano, com um crime sacrílego: na esperança de vendê- lo por bom preço, um negociante o furtou e fez-se com ele ao mar, escondendo- o entre suas mercadorias.No ano seguinte, chegou a Roma, onde adoeceu gravemente e foi hospedado em casa de um amigo, também mercador. Na iminência da morte, contou a seu amigo o vergonhoso furto e pediu-lhe que conduzisse o quadro a uma igreja onde pudesse receber um culto condigno. O romano lhe prometeu assim fazer.

Morreu o mercador, e o romano se dispunha a cumprir o prometido, mas sua mulher o persuadiu a reter na casa o quadro. Apareceu-lhe então a Virgem Maria e lhe disse que o levasse para uma igreja. Ele não obedeceu. Voltou a Mãe de Deus mais duas vezes e o ameaçou de morte se continuasse desobedecendo. Sua esposa porém se opôs novamente, e ele mostrou-se mais submisso a ela do que à Rainha dos Anjos. Numa quarta aparição, esta lhe comunicou:

– Avisei-te, ameacei-te, não quiseste obedecer. Agora sairás primeiro desta casa, depois sairei Eu à procura de um lugar mais honroso.

E de fato logo saiu em primeiro lugar o recalcitrante homem, dentro do caixão, a caminho da sepultura. A Santíssima Virgem apareceu então à sua filha de seis anos, e lhe disse:

– Avisa à tua mãe e ao teu tio que Santa Maria do Perpétuo Socorro quer que a tireis desta casa, se não quereis morrer todos sem demora.

A viúva tomou a sério a advertência, pois ela tinha tido uma visão igual à da menina. Uma sua vizinha, porém, convenceu-a a continuar retendo o quadro em sua casa. Atacada logo em seguida por uma terrível enfermidade, essa vizinha arrependeu- se de sua má ação, recorreu à misericórdia de Nossa Senhora e foi curada após tocar o milagroso quadro. A Santíssima Virgem apareceu mais uma vez à menina e lhe comunicou que ele deveria ser levado para a Igreja de São Mateus, situada na Via Merulana, entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João de Latrão.

Uma das igrejas mais visitadas de Roma

A viúva, a filha e a vizinha apressaram- se em comunicar esses prodigiosos fatos aos Padres Agostinianos, encarregados da mencionada igreja. Como um rastilho de pólvora, espalhou-se a notícia por toda a cidade. Assim, na hora de para lá transportar o quadro, em 27 de março de 1499, formou-se uma grandiosa procissão acompanhada por inúmeros membros do clero e uma multidão de fiéis.

Durante três séculos a imagem sagrada foi venerada na Igreja de São Mateus. Ali acorriam de todas as partes os fiéis em tão grande número que, em pouco tempo, ela se tornou uma das igrejas mais visitadas de Roma, devido à fama dos milagres operados por intercessão da Virgem do Perpétuo Socorro.

Abandonada numa capela, esquecida de quase todos

Novas dificuldades, porém, se interporiam entre a Mãe de Misericórdia e seus filhos. Em 1798 as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram Roma, exilaram o Papa Pio VI e, sob pretexto de fortalecer as defesas da cidade, destruíram 30 igrejas, entre elas a de São Mateus. Nessa ocasião perderam-se incontáveis relíquias e grande número de imagens sagradas. Contudo, o milagroso quadro foi salvo à última hora por um sacerdote que o levou para a Igreja de Santo Eusébio e depois para a capela privada dos agostinianos no convento de Santa Maria in Posterula.

No turbilhão dos acontecimentos políticos e das guerras que marcaram as primeiras décadas do séc. XIX, apagou-se quase completamente a lembrança da inefável bondade com que a Mãe do Perpétuo Socorro acolhia todos quantos a Ela recorriam. Assim, sua imagem sagrada acabou relegada por mais de meio século a uma capela secundária de Roma, sem qualquer ato de devoção especial, sem ornamentação, sem uma lâmpada sequer que indicasse sua augusta presença, esquecida de quase todos.

“Fazei com que Ela seja conhecida no mundo inteiro”



Esquecida de quase todos… não, porém, de Frei Agostinho Orsetti, que havia sido frade na Igreja de São Mateus. Em seu coração não diminuíra o fervor, em sua mente não se apagara a lembrança dos incontáveis milagres obtidos por intercessão dessa incomparável Mãe de todos os necessitados. Por volta de 1850, estando já idoso e quase cego, travou amizade com um jovem coroinha chamado Miguel Marchi, que freqüentava a capela de Santa Maria in Posterula. Muitos anos depois, sendo já sacerdote redentorista, o antigo coroinha relatou que “aquele bom frade” costumava referir-se com ansiedade à triste situação em que se encontrava a tão querida imagem. “Não te olvides, meu filho, de que a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está em nossa capela. Era muito milagrosa. Nunca te olvides, entendeste?”

Frei Agostinho faleceu em 1853, sem ver efetivado seu desejo de que a Virgem do Perpétuo Socorro fosse de novo exposta à veneração pública. Na aparência, haviam sido infrutíferos os esforços e as confiantes orações desse zeloso agostiniano.

Só na aparência, porque o jovem coroinha, mais tarde Pe. Miguel Marchi CSsR, não se olvidou!

Em meados do séc. XIX, a Congregação dos Padres Redentoristas foi convidada pelo Bem-Aventurado Pio IX a instalar em Roma sua Casa Generalícia. Para essa finalidade, e sem terem conhecimento dos fatos acima relatados, adquiriram um terreno na Via Merulana… justamente no local onde existira a Igreja de São Mateus. Como se verá, quem, pela voz do Papa, atraía à Cidade Eterna essa Congregação era a própria Mãe do Perpétuo Socorro.

Ali construíram os Padres Redentoristas um convento e a Igreja de Santo Afonso. Um deles, estudando o setor da cidade no qual estavam estabelecidos, não tardou a descobrir que a Igreja de Santo Afonso tinha sido construída exatamente no local onde existira outrora a Igreja de São Mateus, na qual fora venerada durante séculos a milagrosa pintura de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E relatou a seus irmãos de hábito essa auspiciosa descoberta. Entre os sacerdotes que o ouviam encontrava-se o Pe. Miguel Marchi. Este então, por sua vez, narrou tudo quanto lhe havia dito a respeito dessa imagem o velho frade agostiniano do convento de Santa Maria in Posterula.

Aqui se vê bem a mão da Virgem Santíssima guiando os acontecimentos. Ela inspirou nos corações daqueles seus filhos missionários o ardente desejo de expor novamente à veneração pública o milagroso quadro. Estes instaram o Superior Geral da Congregação, Pe. Nicolas Mauron, a fazer diretamente ao Papa um pedido com esse objetivo. Recebido em audiência por Pio IX, o Superior Geral narrou-lhe a história do quadro e apresentou-lhe a solicitação de que ele fosse confiado à guarda de sua Congregação para voltar a receber as honras e súplicas dos fiéis no mesmo local escolhido por Nossa Senhora em 1499.

O Papa ouviu tudo com atenção e escreveu de próprio punho este bilhete, com data de 11 de dezembro de 1865: “O Cardeal Prefeito da Propaganda chamará o Superior da comunidade de Santa Maria in Posterula e lhe dirá que é Nosso desejo que a imagem da Santíssima Virgem, à qual se refere esta petição, seja de novo colocada entre [as basílicas de] São João [de Latrão] e Santa Maria Maior; os Redentoristas vão substituí-la por um outro quadro adequado”.

Em seguida o Santo Padre deu aos Redentoristas, na pessoa de seu Superior Geral, a missão de difundir a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: “Fazei com que ela seja conhecida no mundo inteiro!”

“Ó Maria, terminai o que começastes!”


Os Padres Agostinianos anuíram com respeito filial ao desejo do Sumo Pontífice e entregaram o milagroso quadro aos seus novos guardiões. Numa solene procissão, cerca de 20 mil fiéis o conduziram pelas ruas ornadas de flores até a Igreja de Santo Afonso.

A Mãe do Perpétuo Socorro manifestou seu contentamento já nesse dia, através de alguns milagres. “Querida Mãe, cure meu filho ou leve-o para o Céu!” – implorou da janela de sua casa uma angustiada mãe, erguendo nos braços seu filhinho moribundo quando passava o quadro. Logo o menino ficou curado.

Pouco adiante, outra mãe pediu para curar sua filha atingida por uma paralisia total. Imediatamente a menina ganhou força nas pernas, porém, apenas o suficiente para começar a andar. Mãe e filha foram no dia seguinte à Igreja de Santo Afonso e suplicaram: “Ó Maria, terminai o que começastes!” E a menina de lá saiu completamente restabelecida.

Iniciou-se, assim, uma nova fase na luminosa história da milagrosa pintura da Virgem Santíssima. Até hoje ela acolhe maternalmente seus filhos e filhas no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E, graças ao zelo dos Padres Redentoristas, milhares de igrejas se erigiram em sua honra em todas as partes do mundo.

Um quadro rico em símbolos
O milagroso ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro mede 53 por 41,5 centímetros. É uma pintura de estilo bizantino, executada em madeira sobre fundo dourado, cor muito usada pelos artistas no antigo Império Romano quando se tratava de retratar grandes personalidades. O ouro, no caso, é um expressivo símbolo da glória da Rainha dos Céus.

Mais do que um simples retrato de Maria, a pintura reproduz uma cena.



A Virgem Mãe segura com desvelo, afeto e adoração o Menino- Deus; seu olhar, porém, não está voltado para Ele, mas para nós, seus filhos adotivos. Jesus não olha nem para sua Mãe nem para nós, mas parece querer abarcar com seu olhar divino os dois anjos que seguram os instrumentos da Paixão: à esquerda, São Miguel, de manto verde, com a lança e a esponja de fel; à direita, São Gabriel, de manto lilás, com a cruz e os cravos que perfuraram pés e mãos do Redentor.

Pormenor altamente expressivo é a sandália pendente do pé direito do Menino Jesus, segura por um fio, quase caindo. Ela é bem o símbolo da situação da alma em estado de pecado mortal: presa a Jesus por um fio, a devoção a Nossa Senhora.

Sob o manto azul, Maria veste uma túnica vermelha. Nos primórdios do Cristianismo, as virgens se distinguiam pela cor azul, símbolo da pureza, e as mães pela cor vermelha, signo da caridade. Essa combinação cromática define, pois, excelentemente Nossa Senhora, Virgem e Mãe. Nota-se também o verde no forro de seu manto. Ora, a composição dessas três cores era de uso exclusivo da realeza. Assim, a dignidade régia da Rainha dos Anjos e dos Santos está bem representada em suas vestimentas.

Bem no alto do quadro, metade em cada lado, estão escritas, em letras gregas, as iniciais da expressão “Mãe de Deus”; ao lado da cabeça do Menino Jesus, as iniciais de “Jesus Cristo”; acima do anjo da esquerda, “Arcanjo Miguel”; e do anjo da direita, “Arcanjo Gabriel”. (Revista Arautos do Evangelho, Jun/2006, n. 54, p. 36 à 39)

Filipe Ramos