sábado, 22 de fevereiro de 2020

Não é justo!


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Não gostamos de lidar com as consequências do que nos acontece. Gostamos mais quando a nossa vida passa despercebida ou, melhor, quando as nossas asneiras e erros não dão nas vistas nem ao mais atento observador.

Não é justo. Dizemos em modo mais ou menos queixoso. Não é justo que, logo eu, tenha que pagar quando há tantos ladrões, criminosos e corruptos sem receber, sequer, um aviso mais ou menos simbólico do universo.

Vivemos em tempos estranhos. Tudo parece ser perdoado a quem faz asneiras enormes e nada parece ser perdoado aos pequenos, que fazem asneiras do seu tamanho.

Não é justo. A sorte nunca parece estar do nosso lado. Parece que há conspirações invisíveis contra nós e contra o nosso bem-estar.

Eu sei que isto pode ser revelador para alguns, mas… não há nenhuma conspiração contra ti. Não há mais injustiças para ti que para os outros. Não há mais consequências para ti que para os outros. O que há, sim, são circunstâncias diferentes. Tempos diferentes para que a justiça aconteça. Timings diferentes para que a sorte ou a bonança se manifestem.

Quando nos enterramos na lama do “não é justo” estamos a desculpar-nos de tudo. Estamos a sair da cena que quisemos protagonizar. Não nos parece justo quando é connosco, mas já não nos interessa tanto se a justiça falhar a um desconhecido, verdade?

A verdade das verdades é que nada é justo para ninguém. Não se trata de justiça, de redenção ou de merecimento relativamente ao que nos acontece. Ninguém sabe por que estamos aqui. Só o Céu. Ninguém sabe que lições nos estão destinadas. Ninguém sabe de quantas injustiças precisamos para vergar mais o nosso coração. Para amansar os ódiozinhos que destilamos nas pequenas coisas.

Não é justo e não faz mal. Que eu possa aprender (sempre) com o que me acontece de justo e de injusto. De bom e de mau. De genial e de péssimo.

Enquanto houver o que aprender, a vida não se há de cansar de te ensinar. É justo, não é?


Marta Arrais

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