segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Um dia, tudo isto fará sentido!



Às vezes, só precisamos de ouvir esta frase. Ou de a dizer como quem reza:

“Um dia, tudo isto fará sentido!”

Em certos momentos, parece que tudo o que vivemos é arbitrário, pouco compreensível e desprovido de razões ou motivos. Parece que vamos atrás de todos os outros, sem saber ao certo para onde nos dirigimos ou para onde queremos trilhar caminho.

É precisamente nessas alturas que o Céu se encarrega de nos acender uma luz, de nos soprar um ventinho de esperança e de paz. Deparamo-nos com alguém que nos diz as palavras certas. Que sorri, simplesmente. Que nos ajuda, percorrendo caminho connosco. Mesmo que não possa fazer muito. Mesmo que não possa resolver-nos os problemas ou inquietações.

É precisamente nessas ocasiões que chega alguém para nos lembrar que o que cá estamos a fazer não é arbitrário. Não é “ao calhas”. Não é uma estupidez sem nome e sem tamanho que se despe de sentidos. A verdade é que aquilo que nos acontece tem (sempre) uma razão de ser. Ou porque precisamos de aprender. Ou porque precisamos de, mais à frente, dar a mão a alguém que luta com a mesma tempestade que, agora, é nossa. Ou porque precisamos de valorizar alguma coisa que ainda não soubemos ver, amar, compreender.

Talvez hoje seja o dia em que precises de ouvir que “um dia tudo fará sentido”. Ou, quem sabe, talvez seja o momento necessário para o dizeres a alguém com quem andes a palmilhar caminho.

A verdade é que a vida tem poucos acasos. Poucas coincidências. Estamos cá com o propósito de deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrámos. Estamos cá para deixar os outros um pouco mais felizes do que os encontrámos.

No momento em que compreendermos isto, parece-me que é o dia em que tudo fará sentido.


Marta Arrais



domingo, 28 de novembro de 2021

Tempo de Esperança

 

https://www.youtube.com/watch?v=7ojya0Q4JmU

Neste 1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos uma primeira abordagem à “vinda” do Senhor.
Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da acção do Messias.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projecto desse mundo novo”. É preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.
A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude activa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
A caminhada cristã nunca é um processo acabado, mas uma construção permanente, que recomeça em cada novo instante da vida. O cristão não é aquele que é perfeito; mas é aquele que, em cada dia, sente que há um caminho novo a fazer e não se conforma com o que já fez, nem se instala na mediocridade. É nesta atitude que somos chamados a viver
 este tempo de espera do Messias.


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sábado, 27 de novembro de 2021

Estás preparado para te "Adventares"?



Está a chegar um novo Advento e quase nem damos por ele. Vem, infelizmente, mascarado com as Black friday desta vida. Imensa correria. Imenso consumismo. Há tudo e mais alguma coisa, menos tempo para se ter tempo.

É chegado um dos tempos mais curtos, mas talvez dos mais intensos da vida cristã. É um tempo feito de espera. É um tempo feito de esperança. Pedindo, de forma simbólica, que andemos de esperanças. Sim, que consigamos trazer vida em nós numa espera que se faz de encontros. De partilhas. De presenças prolongadas. É um tempo onde a relação e a entrega nos levam ao verdadeiro sabor da vida.

Está a chegar um novo Advento e lá fora nem se dá conta disso. Tudo ganha brilho muito antes de levarmos luz às nossas sombras. Tudo ganha cor muito antes de as sabermos reconhecer como nossas. Tudo se enche de melodia sem antes nos deliciarmos com a suave presença do silêncio.

Está a chegar um novo Advento e não é suposto isto passar ao lado.

Está a chegar um novo Advento, por isso, pergunta-te: não estará na altura de parares e esperares pela chegada da Luz? Como serás Natal na vida dos outros se antes não te deixaste "Adventar"?


Emanuel António Dias


sexta-feira, 26 de novembro de 2021

ADVENTO - ESPERAR É FAZER ACONTECER



Fazer esperar é uma prerrogativa do poder mal entendido ou da pessoa egocêntrica. Ninguém gosta de esperar. Ninguém tem o direito de fazer esperar. Fazer esperar só porque sim não é bonito, é falta de respeito e de caridade para com quem tem de esperar. Ninguém gosta de esperar no multibanco, na farmácia, no hospital, na fila dos serviços públicos ou privados, aqui ou acolá onde precisamos de ser atendidos. Impacienta-nos esperar o transporte que se atrasa, o trânsito interrompido que nos testa a paciência, a longínqua consulta médica que tínhamos como urgente e acaba por não chegar, a falta de alguém a um compromisso que, atrasando-se, também nos atrasa e faz desesperar. Enfim, mesmo quando não há que fazer, aborrece-nos ver o tempo correr e nada se resolver. Ficar à espera é vivido como uma prisão sofrida, uma espécie de martírio.
Ora, estamos habituados a falar do Advento como tempo de fazer esperar. Esperamos o Salvador, é verdade! No entanto, não podemos confundir este ‘fazer esperar’ com a passividade de ‘ficar à espera’ de alguém que chega atrasado, ou de outros que não se despacham e nos impacientam na fila. Na permanente aprendizagem do Mistério de Cristo, o Advento, este tempo de espera é um tempo útil. É uma experiência de vida, é uma proposta de discernimento, é um tempo para redescobrir a identidade de Cristo cada vez com mais profundidade e em crescente identificação com Ele. Não para aprofundar uma identidade de Cristo meramente teórica, abstrata, inconsequente, apenas para entreter. Mas para redescobrir a identidade relacional de Cristo que, fazendo-se próximo e irmão, nos cativa e compromete, partilha connosco o dom do seu Espírito filial e nos convida a ser discípulos ao seu jeito, de forma simples, pobre, humilde, próxima, fraterna e salvadora. E se nos cansamos de esperar, não é Ele que chega atrasado. São as opções e os dinamismos da nossa vida que podem retardar esse feliz encontro, já que Ele, mesmo que se faça encontrado, não se impõe, não força, não arromba portas, o amor é paciente. O verdadeiro Advento coloca-nos assim, de forma sincera e convicta, em atitude de espera, mas uma espera ativa, atenta, alegre e confiante. Não é uma espera vã e enervante. É uma espera que queremos preencher com dinâmicas de transformação, purificação e crescimento. Essa é a atitude própria do Advento. É juntar a essa espera a memória, a expectativa, a aprendizagem, a fé, a fidelidade, a criatividade, a capacidade de nos deixarmos surpreender e abrir às provocações do amor de Deus manifestadas em Jesus Menino. É nesta forma de saber esperar que surge sempre a verdadeira esperança. E surge com uma densidade muito diferente a influenciar a vida pessoal, familiar e coletiva. O Advento sempre foi, é e será o tempo favorável da caminhada histórica da Igreja até ao fim dos tempos.
Nesta esperança de que o encontro de Jesus com todos e cada um aconteça, continuamos a esperar, do fundo do coração, que a humanidade inteira possa convergir num caminho que, salvaguardando as legítimas diferenças, comungue valores e possa fazer caminho. Esperamos, a cada instante, poder estabelecer relações de confiança mútua, de maior verdade, com tudo aquilo que isso exige de transparência, de equilíbrio, de autenticidade. Esperamos que a sociedade sinta a necessidade duma justiça social mais abrangente possível, de ajuda aos mais expostos e fragilizados, aos menos acompanhados e mais esquecidos. Esperamos, para além de todas as imperfeições ou mesmo traições, esperamos que haja uma verdade superior como porto comum de chegada que a todos eleve e se revele. Esperamos que a diversidade de povos, saberes e tradições, seja uma riqueza e não origem constante de guerras fratricidas. Esperamos que a dignidade de cada ser humano seja reconhecida e salvaguardada, que a paz possa ser uma realidade e não apenas um discurso. Esperamos que as instituições nacionais e internacionais não sejam apenas uma cosmética açucarada, que as nações sejam capazes de perceber a necessidade de cuidar da casa comum, que a economia ultrapasse os frios números sem se tornar em défice desgovernado, que a vida política seja funcional em relação à cidadania com os seus direitos e deveres. Esperamos …
A nível eclesial, porém, esperamos uma Igreja cada vez mais comunhão, uma Igreja que escute mais a Palavra de Deus e as palavras dos homens, uma Igreja mais sinodal onde o batismo ilumine todas as vocações e promova fraternidade, uma Igreja onde o ministério seja colegial, a autoridade não seja apenas poder, a verdade impere e não se arrogue da sua propriedade. Esperamos uma Igreja com vida espiritual densa e dinâmica, uma Igreja santa e a santificar-se, uma Igreja que ultrapasse a cristandade mas não esqueça o entusiasmo da primeira hora. Esperamos! Esperamos uma Igreja que defenda sempre a proteção dos mais fracos e vulneráveis, que integre os pobres que passam a vida a esperar sem pressa de ninguém, que promova o diálogo interior até ao debate e à correção evangélica. Esperamos uma Igreja que respeite sempre o verdadeiro primado da consciência, que caminhe com os que procuram, que acompanhe os que duvidam, que ajude a reconstruir os que erram, que estenda a mão aos desanimados. Esperamos uma Igreja missionária que cuide da transmissão da fé, que celebre com alegria, que tenha rosto e essência jovem. Esperamos! …
Esperamos mas “não ficamos passivamente à espera”. Esperamos e fazemos acontecer. É a dinâmica própria da esperança cristã, uma esperança que compromete, conjuga a expectativa com o ideal cristão, purifica, fortalece o desejo, faz o discernimento, empenha a colaborar com a Salvação que nos é dada.
O Advento é sempre tempo de esperança. O nascimento histórico de Jesus já aconteceu, da sua vinda no final dos tempos não sabemos a data e ocasião. Mas cada dia, cada vida, cada história, cada processo é o momento favorável para deixar Cristo nascer e para nascermos para Cristo. Esperar é fazer acontecer.


D. Antonino Dias- Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 26-11-2021.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O que é o Advento e como podemos vivê-lo?

 



(ACI).- O Advento é o tempo de preparação para celebrar o Natal e começa quatro domingos antes desta festa. Além disso, marca o início do novo Ano Litúrgico católico e em 2021 começará no domingo, 28 de novembro.

Advento vem do latim “ad-venio”, que quer dizer “vir, chegar”. Começa com o domingo mais próximo da festa de Santo André (30 de novembro) e dura quatro semanas.

O Advento está dividido em duas partes: as primeiras duas semanas servem para meditar sobre a vinda do Senhor quando ocorrer o fim do mundo; enquanto as duas seguintes servem para refletir concretamente sobre o nascimento de Jesus e sua irrupção na história do homem no Natal.



Nos templos e casas são colocadas as coras do Advento e se acende uma vela a cada domingo. Do mesmo modo, os paramentos do sacerdote e as toalhas do altar são roxos, como símbolo de preparação e penitência. A exceção é o terceiro domingo, o Domingo Gaudete (da alegria), no qual pode se usar a cor rósea.

A fim de fazer sensível esta dupla preparação de espera, durante o Advento, a Liturgia suprime alguns elementos festivos. Na Missa, não é proclamado o hino do Glória.

O objetivo desses simbolismos é expressar de maneira tangível que, enquanto dura a peregrinação do homem, falta-lhe algo para seu gozo completo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, a Igreja terá chegado à sua festa completa, representada pela Solenidade do Natal.

Muitos católicos sabem do Advento, mas talvez as preocupações no trabalho, as provas na escola, os ensaios com o coral ou teatro de Natal, a arrumação do presépio e a compra dos presentes fazem com que se esqueçam do verdadeiro sentido deste tempo. Por isso, é preciso recordar que a principal preparação neste período deve ser interior, na espera da vinda de Jesus.

No tempo do Advento, faz-se um apelo aos cristãos, a fim de que vivam de maneira mais profunda algumas práticas específicas, como: a vigilância na fé, na oração, na busca de reconhecer o Cristo que vem nos acontecimentos e nos irmãos; a conversão, procurando consertar os próprios caminhos e andar nos caminhos do Senhor, para seguir Jesus em direção Reino do Pai; o testemunho da alegria que Jesus traz, através de uma caridade paciente e carinhosa para com os outros; a pobreza interior, de um coração disponível para Deus, como Maria, José, João Batista, Zacarias, Isabel; a alegria, na feliz expectativa do Cristo que vem e na invencível certeza de que Ele não falhará.


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Bispo incentiva jovens a marcar a diferença, com vida de serviço

D. Antonino Dias e jovens peregrinaram ao Santuário de Nossa Senhora de Mércoles



(Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco incentivou os jovens da diocese a colocar-se “ao serviço” para “marcar a diferença” nas suas realidades, falando durante a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ), este sábado.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o Comité Organizador Diocesano (COD) de Portalegre-Castelo Branco refere que D. Antonino Dias lembrou que a juventude é um dom para qualquer comunidade e também para a diocese.

O bispo de Portalegre-Castelo Branco, que presidiu à Missa de encerramento da Jornada da Juventude 2021, animou os jovens a “arregaçar as mangas”, entusiasmando cada um a ser “fermento” nas suas diversas realidades – em casa e com a família, na escola, no emprego e nos seus locais de lazer – bastando porem-se “ao serviço” e disponibilidade para “marcar a diferença”.

O COD de Portalegre-Castelo Branco destaca que foram “mais de 400 jovens” da diocese que se “puseram a caminho e viveram um dia repleto de emoções”, em peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Mércoles, junto a Castelo Branco.

Foto: COD Portalegre-Castelo Branco

O programa incluiu workshops que permitiram aos jovens aprofundar a “fé e das suas razões”, por exemplo, através da música, da arte, do testemunho, da missão, da ecologia integral e da sustentabilidade.

“Levando consigo a alegria própria da juventude que trouxe a Castelo Branco um colorido vibrante, com a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 no horizonte”, recorda o COD.

O comunicado destaca também a participação de párocos, diáconos, seminaristas, catequistas e outros agentes da pastoral, para além de autoridades civis, numa “expressão de um caminho que é já feito em comum” e “o sonho” que JMJ na capital portuguesa “possa chegar realmente a todos”.

A Igreja Católica promoveu este domingo, nas dioceses de todo o mundo, a sua festa anual com os jovens católicos, pela primeira vez na solenidade litúrgica de Cristo-Rei, por decisão do Papa Francisco.

CB/OC





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terça-feira, 23 de novembro de 2021

A ilusão da liberdade…








Ainda me iludi que a pandemia poderia provocar uma inversão na tendência egoísta da comunidade humana.

Os inúmeros exemplos de solidariedade, principalmente aquela de proximidade - que vimos nascer nos prédios, nos bairros, nas aldeias - iluminaram-me o olhar.

A privação do abraço, do beijo ou do simples cumprimentar, parecia-me revelar a importância das relações sociais, da proximidade comunitária.

Talvez não tenhamos acreditado seriamente no arco-íris das crianças que diziam “vai ficar tudo bem”, porém o voluntariado que apareceu e os gestos de generosidade alimentaram-me esperança.

Assisto diariamente a um individualismo exasperado, uma visão antropológica desequilibrada nas singularidades de cada um, num olhar egocêntrico que se esquece da visão global, comunitária e altruísta.

As redes sociais são disso um grande exemplo. Mensagens extremas que julgam o outro sem um mínimo de empatia. Palavras que se concentram e extremam para cilindrar a opinião daquele que pensa diferente e que não deixam espaço ao outro que não pense da mesma forma. Isto sem querer referir-me à falta de respeito, de escuta e até de bom senso, que muitos revelam. Muitos que se dizem democratas e bons cidadãos.

Quando passo para o campo da fé, a mesma realidade. Já tive que enviar mensagem ou dizer pessoalmente a alguns crentes que ainda bem que é Cristo que nos salva e não um membro da hierarquia ou o alguém da comunidade cristã, por mais santo que seja. A Igreja é o corpo espiritual de Jesus Cristo. A Igreja é Comunidade de Crentes.

Estamos a viver um Sínodo sobre a Sinodalidade da Igreja, e mesmo assim vemos o individualismo exasperado e exasperante a florescer…

Numa sociedade em que queremos a máxima liberdade entendida como a possibilidade de fazer o que queremos, deixamos de lado o sentido de comunidade e a responsabilidade na procura do bem comum.


Paulo J. A. Victória


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Quantas vidas tocamos com a nossa vida?



Talvez tudo o que um dia precisa seja de um lado bonito. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse lado bonito. Às vezes, um sorriso embeleza um dia.

Talvez tudo o que uma vida precisa seja de luz. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser essa luz. Às vezes, uma mão dada ilumina uma vida.

Talvez tudo o que um coração precisa seja de paz. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser essa paz. Às vezes, um abraço serena um coração.

Talvez tudo o que uma alma precisa seja de verdade. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser essa verdade. Às vezes, um olhar de dentro toca uma alma.

Talvez tudo o que alguém precisa seja de acreditar. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse acreditar. Às vezes, uma palavra do coração inspira alguém.

Talvez tudo o que o mundo precisa seja de um milagre. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse milagre. Às vezes, um gesto de amor salva o mundo.

Talvez o amor seja tudo o que é preciso. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse amor.

Mesmo com dias cinzentos, mesmo que a vida troque planos, mesmo que o mundo esteja do avesso.

Às vezes, o amor é tudo. Todas as vezes.


(Talvez seja por essas vezes que ainda cá estamos.)



Daniela Barreira

domingo, 21 de novembro de 2021

Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo

 

https://www.youtube.com/watch?v=jegq27LYebU

No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. A Palavra de Deus que nos é proposta neste último domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus; deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se concretiza de acordo com uma lógica própria, a lógica de Deus. O Evangelho, especialmente, explica qual é a lógica da realeza de Jesus.
A primeira leitura anuncia que Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a crueza, a ambição, a violência, a opressão que marcam a história dos reinos humanos. Através de um "filho de homem" que vai aparecer "sobre as nuvens", Deus vai devolver à história a sua dimensão de "humanidade", possibilitando que os homens sejam livres e vivam na paz e na tranquilidade. Os cristãos verão nesse "filho de homem" vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.
Na segunda leitura, o autor do Livro do Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor
do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, o "príncipe dos reis da terra", Aquele que há-de vir "por entre as nuvens" cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz. É, precisamente, a interpretação cristã dessa figura de "filho de homem" de que falava a primeira leitura.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, Jesus a assumir a sua condição de rei diante de Pontius Pilatus. A cena revela, contudo, que a realeza reivindicada por Jesus não assenta em esquemas de ambição, de poder, de autoridade, de violência, como acontece com os reis da terra. A missão "real" de Jesus é dar "testemunho da verdade"; e concretiza-se no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.

À ESCUTA DA PALAVRA.

«Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade». E que é a verdade? - pergunta Pilatos. E nós também… Tantas formas de ver a verdade, mesmo nas religiões… Cada um procura fabricar a sua pequena verdade pessoal… Porém, a verdade só se pode encontrar em Jesus. Ele veio para olhar os homens à luz do olhar de seu Pai, para testemunhar esse olhar. Jesus pôde dizer "Eu sou a Verdade", porque seu Pai encarregou-O de chegar a cada ser humano na última profundidade do ser. Só o olhar do Pai pode dizer a última verdade de cada ser. Este olhar só pode ser amor infinito. Eis porque Jesus não pode condenar ninguém, nem sequer Pilatos, nem os seus carrascos. Cristo Rei do universo? Sim, sob a condição de não se esquecer que o seu Reino não é somente o amor da verdade. É primeiramente a Verdade do Amor.

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sábado, 20 de novembro de 2021

Missal Romano com nova tradução para Portugal e cinco países lusófonos



Edição vai ter data de 21 de novembro




Bragança, 19 nov 2021 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade (CELE) disse que a nova edição portuguesa do Missal Romano, que vai ter data de 21 de novembro, traz alterações para as conclusões das orações, o ato penitencial (confissão), o nome de Maria, após um trabalho realizado com a Santa Sé.

“A nova tradução recebeu do Missal a tradução dos textos já aprovados pela Congregação na segunda edição de alguns livros litúrgicos: Os textos (sobretudo as rubricas) que constam na Instrução Geral do Missal Romano; os textos bíblicos das antífonas, as citações ou alusões à Sagrada Escritura constantes nas orações”, explicou D. José Cordeiro à Agência ECCLESIA.

A nova edição portuguesa do Missal Romano vai ter a data da solenidade de Cristo-Rei, entrando em vigor a partir do dia 14 de abril de 2022, Quinta-feira Santa.

O presidente da CELE adianta que, entre as novidades, está a nova fórmula do Ato Penitencial (confissão) – ‘por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa’.

“Voltar ao ritmo ternário do reconhecimento da culpa e do bater com a mão no peito não será problemático”, e o esforço de atenção pode ajudar “a quebrar a rotina”, assinala o bispo de Bragança-Miranda.

Segundo D. José Cordeiro, existem alterações na narração da instituição da Ceia, com opção de tradução por ‘abençoar’ a ser substituída pelo verbo ‘bendizer’, uma mudança que se poderá estranhar, “mas faz todo o sentido”.

Nos Ritos de Conclusão, o Missal introduz novas fórmulas para a despedida: o nome de Maria, “no seguimento do diálogo ecuménico”, passa a ser com o tratamento de ‘Virgem Santa Maria’.

O bispo de Bispo de Bragança-Miranda, especialista em Liturgia, adianta também que algumas novidades de conteúdo são, por exemplo, as conclusões das orações, e a adoção de duas formas – longa e breve – “traz maior riqueza e variedade à oração da Igreja”.

Já o diretor do Secretariado Nacional da Liturgia, da CELE, salienta que “as grandes diferenças não estão nas respostas dos fiéis”, mas sublinha que para os padres mudam algumas coisas.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Pedro Ferreira assegurou que “não é preciso fazer nenhum caderno para os fiéis participarem” nas celebrações, como na Itália, onde “mudaram muitas coisas”.

“Gostaríamos que o aparecimento do novo Missal fosse recebido com espírito novo”, acrescentou o responsável sobre os sacerdotes, observando que a questão “é rezar como lá está, que é bastante diferente”.


Foto: Diocese de Bragança-Miranda

D. José Cordeiro destaca também a terceira edição do Missal em língua portuguesa “adota o novo acordo ortográfico da língua portuguesa entre os Países lusófonos”, respeitando o acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), quanto “aos diálogos do Ordinário da Missa e às fórmulas sacramentais”,

Por exemplo, segue a “tríplice fidelidade da tradução dos livros litúrgicos” – ao texto original, à língua portuguesa e à compreensibilidade dos destinatários -, oferece, no Próprio dos santos, “uma breve notícia histórico-litúrgica para guia homilética e didascálica de cada celebração”, e inclui os santos novos dos últimos 30 anos.

O novo Missal mostra também que o canto “não é um mero elemento ornamental”, mas parte necessária e integrante da Liturgia solene, por isso, a música e o texto vão estar juntos.

“Vai ser uma novidade que o missal português explora muito bem, normalmente põem as músicas arrumadas numa secção e os textos correm pela outra”, realçou o padre Pedro Ferreira, observando que estar a presidir à celebração e a procurar a página com a música “é complicado”.

“É uma questão de oração, não é a solenidade só, não é o adorno externo, o ser bonito, é a oração. A música está ao serviço da oração, é uma forma mais perfeita de oração, é rezar duas vezes, como diziam os antigos”, acrescentou o diretor do Secretariado Nacional da Liturgia da CELE.

Esta é a terceira edição do Missal Romano em língua portuguesa para Portugal, após 29 anos da segunda edição de 1992, e vai ser também oficial para Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste, depois dos procedimentos junto de cada Conferência Episcopal e dos organismos competentes da Sé Apostólica.

O presidente da CELE recorda que o “longo itinerário” da Conferência Episcopal Portuguesa, entre 2008 e 2021, no processo da tradução do Missal Romano com os organismos da Sé Apostólica “foi dinâmico, consciente e frutuoso, especialmente”, e, desde 2019, com a “paternidade solícita do Papa Francisco”, e com a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos”.

D. José Cordeiro convida os Secretariados Diocesanos de Liturgia e Espiritualidade a colaborar com os outros lugares educativos da fé da Igreja – famílias, paróquias, santuários, institutos de vida consagrada, associações, movimentos, grupos eclesiais.

CB/OC

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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

UM JOVEM DETERMINADO QUE MUDA DE RUMO


Vamos celebrar a Jornada Mundial da Juventude 2021, em comunhão com jovens de todo o mundo. A personagem central da Mensagem para este dia é Paulo de Tarso, constituído testemunha do que viu e ouviu (cf. At 26,16). Foi um jovem de causas e corajoso. Manifestara ser um jovem culto, decidido, disponível, comprometido com o bem e as tradições do seu povo, um jovem de cara lavada e sonhador. No entanto, de costa voltadas às novidades da história e às surpresas de Deus, fechou-se na sua verdade, tornou-se sectário e perseguidor. Neste seu modo de ser e estar, respirando ameaças de morte contra os cristãos, ofereceu-se generosamente para ir, os perseguir e prender nas sinagogas de Damasco e os trazer para Jerusalém. Quando para lá se dirigia, sente-se envolvido por uma luz «mais brilhante do que o Sol» e ouve uma voz que o chama pelo nome: «Saulo, Saulo!” (cf. At 26,13).
Surpreendido pela estranha luz e voz, cai por terra e pergunta: «Quem és tu, Senhor?». «Eu sou Jesus a quem tu persegues». Jesus identifica-se com os cristãos a quem ele perseguia. Paulo “estava convencido da justeza da sua posição. Mas, quando o Senhor se lhe revela, é «lançado por terra» e fica cego. De repente, descobre que não é capaz, física e espiritualmente, de ver. As suas certezas vacilam. No íntimo, sente que aquilo que o animava com tanta paixão, ou seja, o zelo de eliminar os cristãos, estava completamente errado. Dá-se conta de não ser o detentor absoluto da verdade; antes pelo contrário, está bem longe dela. E, juntamente com as suas certezas, cai também a sua «grandeza». De repente, descobre-se perdido, frágil, «pequeno». Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental. Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo. Tendo ficado cego, Saulo perdeu os seus pontos de referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo! Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…”.
A sua vida transforma-se completamente. Reconhece quão longe estava da verdade e quão frágeis eram as suas certezas e ideais. De inimigo e perseguidor dos cristãos, transforma-se num apaixonado seguidor de Jesus Cristo. Não se cansa de contar a sua história pessoal do encontro com Jesus a caminho de Damasco. Lança-se nesta aventura de anunciar a pessoa e a mensagem de Jesus, sem medo e sem se retrair a sacrifícios e sem deixar de se enfrentar quem queria fazê-lo calar. E tudo vive com muito mais empenho que qualquer outro, “muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. Cinco vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite e um dia no alto mar. Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte dos falsos irmãos. Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas! (...). Em Damasco, o etnarca do rei Aretas mandou guardar a cidade dos damascenos para me prender. Mas fui descido num cesto, por uma janela, ao longo da muralha, e assim escapei das suas mãos” (2Cor 11,22-31).
Ao olhar para Paulo, o Papa Francisco, afirmando que a atitude de Paulo, antes do encontro com Jesus ressuscitado, não nos é muito estranha, escreve aos jovens a dizer-lhes que “se a escuridão ao vosso redor e dentro de vós mesmos vos impedir de ver corretamente, correis o risco de perder-vos em batalhas sem sentido, e até de vos tornardes violentos. E, infelizmente, as primeiras vítimas sereis vós mesmos e aqueles que estão mais próximo de vós. Há também o perigo de lutar por causas que, originalmente, defendem valores justos, mas, levadas ao extremo, tornam-se ideologias destrutivas. Quantos jovens hoje, talvez impelidos pelas suas próprias convicções políticas ou religiosas, acabam por se tornar instrumentos de violência e destruição na vida de muitos! Alguns, que já nasceram rodeados dos meios digitais, encontram o novo campo de batalha no ambiente virtual e nas redes sociais, recorrendo sem escrúpulos à arma de falsas notícias para espalhar venenos e demolir os seus adversários. Quando o Senhor irrompe na vida de Paulo, não anula a sua personalidade, não cancela o seu zelo e paixão, mas usa os seus dotes para fazer dele o grande evangelizador até aos confins da terra”. E acrescenta: “Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a «lamentar-te com pena de ti mesmo»; há uma missão que te espera! Também tu podes ser testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de Cristo, eu te digo (...), levanta-te e testemunha com alegria que Cristo vive! Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os teus coetâneos, na escola, na universidade, no trabalho, no mundo digital, por todo o lado”.
Força, jovem, coragem, o Senhor chama-te pelo nome, confia em ti. Se reivindicas uma Igreja jovem, a Igreja será jovem quando tu fores Igreja!

D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 19-11-2021.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A dor do desamor


É profunda a tristeza de quem se entrega e sente que não é aceite.

Quando julgamos que não há amor por nós, colocamos tudo em causa, chegando a perder a confiança de ser quem somos.

É certo que todos erramos e que quase nunca conseguimos remendar o mal que fazemos, mas quem de nós pode condenar outro ao desamor?

O que se passará no interior de quem ignora os outros, até mesmo aqueles que o amam? Como pode pensar em ser feliz se está apenas cheio de si mesmo?

Face a todas as espécies de egoísmo dos nossos dias, num mundo em que já não se acredita na verdade e se desconfia da felicidade, é essencial que haja quem seja capaz de fazer frente a estes males com o bem.

Importa que haja quem ame porque sim, não para ser amado. Quem respeite quem não o respeita. Quem aceite a decisão do outro, mas não deixe que os erros dos outros lhe retirem a força do coração para fazer o que está certo.

Mas onde se pode encontrar mais força quando nos sentimos no fundo do poço do abandono?

Como devemos lidar com a ideia de ser possível que quando chegar o tempo da saudade nada termos para recordar?

Nos momentos mais duros, talvez seja importante repensar-me com cuidado e atenção, cuidar de mim para não deixar que a amargura do desamor dos outros me torne em mais um desumano entre nós.

Que eu seja capaz de olhar com ternura para as minhas fraquezas. Tomando-as como tão boas e minhas, tão boas e minhas quanto as minhas forças.

Que eu nunca seja infiel ao amor de que sou capaz, nem mesmo quando isso seja causa de desgostos profundos em mim, afinal o amor é sempre mais fundo. A certeza da dor é a certeza da vida do amor que foi ferido.

Que eu nunca seja indiferente, nem mesmo à indiferença do outro.

Que eu seja diferente… e ame.


José Luís Nunes Martins


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Jornada Mundial da Juventude Diocesana

 


ALTERAÇÃO DE ÚLTIMA HORA - NOVO LOCAL

Devido à situação pandémica atual na região de Portalegre, a Jornada Mundial da Juventude Diocesana vai ocorrer na Cidade de Castelo Branco!

O local de acolhimento será no Largo da Sé

Dia 20 de novembro
Hora: 9.30h - 17h

Contamos contigo para este dia inesquecível.


Se a tua vida não for para servir, serve para quê?



Se a tua vida não for para servir, serve para quê? Talvez nunca tenhas pensado nisto. Por diversos motivos nunca te viste confrontado com a necessidade de analisares a tua vida para além daquilo que és, fazes e tens, mas a verdade é que a tua vida não se finaliza aí. E muito menos ganha sentido quando te focas somente em ti e nas tuas coisas.

Se a tua vida não for para servir, serve para quê? Sim, serve para quê? Podes conseguir conquistar e desfrutar de imensa coisa para ti. Podes até possuir tudo e mais alguma coisa, mas se depois não o repartires, que valor é que terá tudo isso? O que ganharás em possuir sem poder dar? O que ganharás por não partilhares o que tens, tornando a tua vida numa eterna oferenda?

É claro que tens direito às tuas coisas. E não te falo de seres escravo dos outros, ou de não poderes usufruir do bom que a vida te dá. Podes e deves aproveitar da forma que tu quiseres, no entanto, a maior certeza que podes ter é que foste feito para mais. Para seres mais com os outros. Para dares mais aos outros. Para estares mais com os outros. Para escutares mais os outros. Para abraçares mais os outros. Para ajudares mais os outros. É isto que te faz ser mais. É isto que te permite estar em serviço. É esta entrega desmedida ao outro. Sem querer nada em troca. Sem desejar que te vejam a estar para o outro. Estares para o outro, sem te anulares, mas encontrares no serviço ao outro o sentido maior da tua existência.

Hoje, sem medo, questiona-te: se a tua vida não for para servir, serve para quê?


Emanuel António Dias

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Rezar a vida: A caminho de todos os dias



Hoje, quando me pus a caminho de mais um dia, sorriste para mim nas cores do belo arco-íris que desenhaste no céu do meu horizonte! Lembraste-me da aliança de amor que fizeste comigo e com todas as pessoas que vieram antes e as que virão depois de mim, mostrando-me, no sinal colorido que escolheste, a tua fidelidade eterna, que contrasta com a multiplicidade dos cinzentos da minha infidelidade.

A caminho deste novo dia recordei que o caminho pode ser o mesmo, mas nele colocas sempre novos desafios e oportunidades para recomeçar em ti e contigo. Para nos ajudar por esse caminho da rotina, inscreveste nos nossos corações um desejo insaciável de ti, para que nunca desistamos de ir ao teu encontro.
Não acredito que escolhemos voluntariamente o que nos afasta de ti porque criaste-nos “à tua imagem e semelhança” (Gn 1, 27) e marcaste-nos com a tua bondade. Simplesmente, na nossa fragilidade, somos tentados pelo fruto de atraente aspeto (Cf. Gn 3, 6), procuramos atalhos para encurtar as dificuldades e o sofrimento e deixamo-nos ludibriar e seduzir pelas riquezas do mundo, esquecendo que esta não é a nossa morada permanente.

A caminho deste novo dia, percebi o quanto preciso de ti, da palavra que me desperta do torpor, do sopro que me reanima e recria e do amor que me envolve e devolve a razão de todo o meu viver. Quero segredar-te, no silêncio descompassado do meu coração, todos os recantos labirínticos da minha existência, multiplicando a alegria dos dias leves e dividindo o peso insustentável das noites escuras.

Não me deixes esquecer de ti a caminho do novo dia que virá e de todos os que vierem depois desse; de agradecer pelo sol que me aquece, pelo mar que me serena, pela chuva que prepara a terra e por todas as cores do teu lindo arco-íris. Na beleza da criação te saiba encontrar, na brisa suave te consiga sentir e na relação com os outros te saiba amar, a ti que me amaste primeiro.

Ajuda-me a caminho de todos os dias a ter humildade para aprender, um coração disponível para acolher e sabedoria para orientar todos os que me continuas a confiar.

Raquel Dias

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Que falta de … tudo!



Preocupa-me a forma como nos comportamos em sociedade. A forma como gritamos impropérios, no trânsito, a alguém que nos ultrapassou, não fez pisca, passou por onde não devia, não nos cedeu a passagem. Preocupam-me as demasiadas vezes em que fui insultada com nomes e palavreado que faria corar os mais malandros. Preocupam-me, também, as vezes em que também gritei coisas menos bonitas ou simpáticas, ainda que inofensivas. Que raiva é esta que trazemos dentro que nos faz ser malcriados, rudes, grosseiros e, até, profundamente estúpidos e irracionais? Que coisas são estas que temos por digerir que nos fazem disparar estupidezes ou ofensas para rostos que não conhecemos de parte alguma?

A verdade é que parece muito mais legítimo ofender alguém “desconhecido” e com quem nunca mais nos cruzaremos na vida. Mas, se pensarmos bem… isso vale-nos de quê? Somos assim tão mal resolvidos e mal-amados que precisamos de espancar verbalmente os que fazem asneiras na estrada?

Parece que somos mesmo. Parece-me que gostamos de ter sacos de pancada para descarregar as nossas frustrações, dificuldades, zangas interiores. Não podemos aceitar que, tal como nós, também os outros podem fazer coisas que não devem? E mais… não podemos dirigir a nossa raiva para outro lugar?

Podíamos fazer uma lista dos nomes, das atrocidades que se ouvem, veem e sentem enquanto conduzimos, passeamos, andamos na rua.

Duas ou três notinhas breves:

Não temos o direito de fazer o que nos apetece. De gritar o que nos apetece. Seja a pessoa a quem nos dirigimos um desconhecido ou um conhecido. Não temos o direito de, gratuitamente, fazer o outro sentir-se mal só porque estamos infelizes com as nossas vidas.

Estás infeliz com a tua vida? Muda o que tiveres que mudar ou contenta-te com a falta de coragem para o fazer e vive de acordo com isso. Agora não venhas lançar chamas para cima de quem não tem culpa.

Falta tudo. Não estamos pessoas melhores e precisamos de percorrer um longo caminho até chegarmos onde devíamos.

A ti que lês este texto: vê se fazes melhor amanhã.


Marta Arrais

domingo, 14 de novembro de 2021

UM NOVO DIA

 

https://www.youtube.com/watch?v=aXtoG8chEEA


A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos, fundamentalmente, um convite à esperança. Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um projecto de vida definitiva para os homens. Ele vai - dizem os nossos textos - mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.

A primeira leitura anuncia aos crentes perseguidos e desanimados a chegada iminente do tempo da intervenção libertadora de Deus para salvar o Povo fiel. É esta a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a Deus, apesar da perseguição e da prova. A sua constância e fidelidade serão recompensadas com a vida eterna.

No Evangelho, Jesus garante-nos que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo e do pecado vai cair e que, em seu lugar, Deus vai fazer aparecer um mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. Aos seus discípulos, Jesus pede que estejam atentos aos sinais que anunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projectos, os apelos e os desafios de Deus.

A segunda leitura lembra que Jesus veio ao mundo para concretizar o projecto de Deus no sentido de libertar o homem do pecado e de o inserir numa dinâmica de vida eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele ensinou-nos a vencer o egoísmo e o pecado e a fazer da vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. É esse o caminho do mundo novo e da vida definitiva.

https://www.dehonianos.org

sábado, 13 de novembro de 2021

II Congresso Nacional do M.C.C.

    

Decorreu nos dias 30 e 31 do passado mês de outubro, no Centro Pastoral Paulo VI em Fátima, o II Congresso Nacional do MCC subordinado ao tema: "Cursilhos de Cristandade Numa Igreja em saída".

O grande objetivo deste Congresso impulsionado pelo Secretário Nacional, foi recolocar o movimento de acordo com o seu carisma e finalidade, sempre ao serviço da Igreja e do Mundo de acordo com o desejo de Deus. Neste sentido, foram vários os painéis ao longo do dia de sábado em que pastores/sacerdotes e leigos cursilhistas fizeram a sua participação testemunhal.

Todas as Dioceses disseram o seu "sim" à presença e participação no Congresso entre as quais a nossa Diocese de Portalegre e Castelo Branco com uma representação significativa, 37, dos vários núcleos (Portalegre; Castelo Branco; Abrantes e Pinhel), quer como ouvintes quer como ativos participantes testemunhais, nomeadamente Adelaide Teixeira, que nos presenteou com o seu testemunho em Ambiente Político no âmbito do painel: “MCC Um Movimento Ambiental”. Também a geração mais nova, de todas as dioceses se fez representar. A nossa esteve representada pela sempre oportuna e acutilante intervenção de Ricardo Alves, da Sertã, no âmbito do painel: “MCC Novas Gerações”

Na noite de sábado e no domingo, as celebrações centraram-se no recinto do Santuário, onde, apesar do mau tempo que se fez sentir, os cursilhistas presentes, ali se mantiveram, de pé unidos numa só Fé e numa só Esperança, convictos de que “Cristo conta connosco” e nós, sempre “Com a Sua Graça”.

Cremos no impacto que este Congresso poderá ter nos novos tempos (pós) pandemia numa cada vez maior necessidade de entrega ao outro nosso irmão e, sobretudo pelo Amor a Cristo.


 Luísa Dias  


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

NOVAS ARMADILHAS DA MISÉRIA E DA EXCLUSÃO



A pobreza e a exclusão social em Portugal têm muitos e variados rostos, desde a falta de recursos e de rendimentos para uma subsistência digna e sustentável, até ao não acesso a serviços básicos e à não participação em tomada de decisões. Uma coisa, porém, os pobres têm, além de outras, e ninguém lha pode tirar: é a dignidade de filhos de Deus. A Agenda global 2030 promete acabar com a pobreza em todas as suas vertentes sem esquecer quem quer que seja. Tal tarefa reclama verdadeiro sentido do bem comum, com pressa, competência, coragem e políticas acertivas em todos os setores da atividade humana.
Neste V Dia Mundial dos Pobres, o Papa, como sempre, não fala só para dentro da Igreja, fala para todas as pessoas de boa vontade e para quem tem a responsabilidade de promover o bem comum dos povos. Abordar a pobreza de forma nova e diferente é, segundo Francisco, “um desafio que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário”. E até parece “ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são responsáveis pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias privilegiadas. Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias. Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da exclusão, produzidas por agentes económicos e financeiros sem escrúpulos, desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social”.
Francisco não deixa de acentuar a necessidade de processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, e a complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um recurso comum de participação. “Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na reciprocidade. Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser colocados em condição de poderem dar, porque sabem bem como corresponder. Quantos exemplos de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos frequentemente a solidariedade e a partilha”.
A afirmação que São Marcos coloca na boca de Jesus: “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), serviu de mote a Francisco para o desenvolvimento do tema deste ano. Judas, indignado, achou um desperdício escandaloso o derrame dum vaso de perfume caro que uma mulher derramara sobre a cabeça de Jesus. Ripostou que melhor seria vendê-lo e dar o dinheiro aos pobres. Não porque fosse amigo dos pobres, mas porque, encarregado de guardar o dinheiro que davam para os pobres, o tirava para uso próprio. E o Papa torna presente a afirmação de Orígenes: “Se, agora, ainda houver alguém que tem a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira o que metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas”.
Quem mais pobre do que aquele que é perseguido, preso, torturado e condenado à morte pela prepotência e injustiça do poder, sem qualquer razão para o fazer, a não ser a sua própria razão, isto é, a razão sem razão de se sentir incomodado pela palavra e presença dos pobres que reclamam atenção e justiça?
Próximo da morte, Jesus elogia o gesto daquela mulher. Ao fazê-lo, Jesus vem-nos recordar ”que Ele é o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina, demonstra ser a única que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta mulher anónima – talvez por isso destinada a representar todo o universo feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –, inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento culminante da vida de Cristo: a sua crucifixão, morte e sepultura e a sua aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora: «Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho, há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9).
Jesus pobre está do lado dos pobres, partilha a mesma sorte, identifica-se com eles, é o rosto deles. A presença dos pobres “não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa partilha de vida que não prevê delegações”.

D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 12-11-2021.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Nunca dependo apenas de mim



Sempre que tento pensar e agir como se fosse capaz de dominar tudo o que me rodeia, sem a ajuda de alguém, o resultado costuma ser mau. Quando não o é no imediato, assim é a médio e longo prazo.

Há quem não acredite em Deus e, no entanto, se considere a si mesmo como se fosse o senhor de todas as coisas. Julgando-se capaz de saber distinguir o bem e o mal em tudo o que há dentro e fora de si mesmo.

Agradeço muito não ter de julgar alguém. Ser justo até pode ser bom, mas não creio que seja algo agradável.

Acredito que, de cada vez que considero que sou mais do que sou, acabo por fazer uma figura ridícula, pelo menos diante da minha consciência.

A minha vida é um dom ao qual sou alheio, algo sobre o qual não tenho responsabilidade alguma. Inquieta-me a certeza da minha morte, mas também sobre esta questão pouca responsabilidade tenho.

Posso pouco. Há muito na minha vida em que a vontade própria vale quase nada. Mas isso é bom, porque sei que nunca seria capaz de ser feliz se assim não fosse.

Prefiro pensar que dependo, desde muito tempo antes de nascer, do amor de outros… e assim será sempre, mesmo depois de eu morrer.

Quem tem fé nunca está só, junta à sua força a força daquele em quem deposita a sua esperança.

A vida é sempre uma história de amor, mesmo para quem julga que não tem quem o ame.


José Luís Nunes Martins

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Quanto te dás?

 


Por vezes não temos noção do impacto que podemos ter no outro. A forma como estamos e como agimos perante alguém pode ser momento de elevação ao Céu ou pode tornar-se numa passagem torturosa. Temos o poder e a liberdade de o decidir. Somos nós que, através do nosso livre arbítrio, libertamos ou aprisionamos. Somos nós que decidimos se acolhemos ou apartamos. Somos nós, em última instância, que tomamos ou não a liberdade de salvar.

E temos tantas formas de o fazer. Temos tantas maneiras de salvar o outro. E salvar de quê? Tu tens a oportunidade de poder salvar os outros da solidão. Tens o poder de salvar os outros da indiferença. Tens o poder de salvar os outros das injúrias. Tens o poder de salvar os outros não julgando. Tens o poder de salvar os outros olhando-os e abraçando-os de verdade. Tens o poder de salvar os outros ficando ao lado de quem ninguém quer estar.

Por vezes não temos noção da importância que podemos ter para os outros. Não temos ideia do quão a nossa vida pode ser fonte de esperança para tantos homens e mulheres. Temos, na nossa existência, a oportunidade de fazer a diferença. Não em tudo, nem em todos, mas podemos fazer dessa forma de agir a nossa imagem de marca e proporcionar nos outros uma corrente de ação capaz de inundar muitos mais com a esperança da salvação.

Por vezes não temos noção do impacto que podemos ter nos outros...

Hoje, antes de te refugiares no teu mundo, pergunta-te: tens noção de quão valiosa é a tua vida? Consegues dizer quantas vezes te deste totalmente ao outro?



Emanuel António Dias

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Estás bem?



Ainda temos a capacidade de (querer) perguntar aos outros como se sentem? Ainda conseguimos colocar-nos no lugar do outro e (tentar) perceber se podemos, de alguma forma, aliviar-lhes as dores ou incertezas que possam sentir?

E rodar a pergunta acima e apontá-la para nós mesmos? Conseguimos? E será que queremos? Quereremos perceber se estamos bem, se estamos felizes com a vida que estamos a construir ou se precisamos de seguir um caminho diferente?

Cada vez parece haver menos tempo para perguntas. Para as respostas nem se fala.

Parece haver tempo para (quase) tudo: para acumular tarefas, para responder a dezenas de e-mails e outras tantas mensagens; para devolver as chamadas que ficaram pendentes durante o dia… para adiantar mais uma página daquele trabalho. Para avançar naquele relatório que deve ser terminado até ao final da semana.

No entanto, não parece haver tempo para perceber se estamos bem. Se temos saúde. Se ouvimos o que o nosso corpo nos diz e se ouvimos os sinais que nos vai dando.

Não estamos bem. Estamos assoberbados com um quotidiano de excessos, de máquinas, de trânsito, de impaciências, de tecnologia. Estamos de tal forma a transbordar que não conseguimos compreender o seguinte: quando se acabam todas as tarefas sobra, apenas, a raiz da nossa alma. A verdade da nossa essência. O esqueleto do nosso coração.

De quanto mais tempo, de quantas mais tarefas precisaremos para perceber que continuamos a correr sem chegar a lado algum; que continuamos a enterrar o essencial; que continuamos sem deslindar o que nos atormenta debaixo da pele dos dias.

Quando terminares esse tanto que tens para fazer, tenta sentar-te à mesa contigo e, depois de respirares fundo, ousa fazer a pergunta:

Estás bem?

Marta Arrais

domingo, 7 de novembro de 2021

A dignidade do ancião e a sua missão na Igreja e no mundo | MANHÃ VIVA PORTUGAL

Conversa no canal de TV Católica Canção Nova - Monsenhor Paulo Dias

    https://www.youtube.com/watch?v=uhWBW5zqj9c

Dar sem medida

 

https://www.youtube.com/watch?v=qGSCGE5S7bc&t=24s

A liturgia do 32º Domingo do Tempo Comum fala-nos do verdadeiro culto, do culto que devemos prestar a Deus. A Deus não interessam grandes manifestações religiosas ou ritos externos mais ou menos sumptuosos, mas uma atitude permanente de entrega nas suas mãos, de disponibilidade para os seus projectos, de acolhimento generoso dos seus desafios, de generosidade para doarmos a nossa vida em benefício dos nossos irmãos.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de uma mulher pobre de Sarepta, que, apesar da sua pobreza e necessidade, está disponível para acolher os apelos, os desafios e os dons de Deus. A história dessa viúva que reparte com o profeta os poucos alimentos que tem, garante-nos que a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, mas são geradoras de vida e de vida em abundância. Todos os dias somos confrontados com propostas de felicidade e de vida plena que, quase sempre, nos conduzem por caminhos de escravidão, de dependência, de desilusão. Não é à volta do dinheiro, do carro, da casa, do cargo que temos na empresa, dos títulos académicos que ostentamos, das honras que nos são atribuídas que devemos construir a nossa existência. Só Deus nos dá a vida plena e verdadeira; todos os outros "deuses" são elementos acessórios, que não devem afastar-nos do essencial.
O Evangelho diz, através do exemplo de outra mulher pobre, de outra viúva, qual é o verdadeiro culto que Deus quer dos seus filhos: que eles sejam capazes de Lhe oferecer tudo, numa completa doação, numa pobreza humilde e generosa (que é sempre fecunda), num despojamento de si que brota de um amor sem limites e sem condições. Só os pobres, isto é, aqueles que não têm o coração cheio de si próprios, são capazes de oferecer a Deus o culto verdadeiro que Ele espera.
A segunda leitura oferece-nos o exemplo de Cristo, o sumo-sacerdote que entregou a sua vida em favor dos homens. Ele mostrou-nos, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus quer e que espera de cada um dos seus filhos. Mais do que dinheiro ou outros bens materiais, Deus espera de nós o dom da nossa vida, ao serviço desse projecto de salvação que Ele tem para os homens e para o mundo.
As leituras deste domingo falam-nos de desapego, de partilha, de capacidade para "dar tudo". Cristo, com a entrega total da sua vida a Deus e aos homens, realizou plenamente esta dimensão. Ele mostrou-nos, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus quer e que espera de cada um dos seus filhos. Mais do que dinheiro ou outros bens materiais, Deus espera de nós o dom da nossa vida, ao serviço desse projeto de salvação que Ele tem para os homens e para o mundo.
A Palavra de Deus que hoje nos é oferecida garante-nos que as nossas fragilidades e debilidades não podem afastar-nos da comunhão com Deus, da vida eterna; e, no final do nosso caminho, Jesus, o nosso libertador, lá estará à nossa espera para nos oferecer a vida definitiva.


https://www.dehonianos.org/

sábado, 6 de novembro de 2021

Intenção do Papa para o mês de novembro 2021

Esta edição de O Vídeo do Papa contou com o apoio da Association Of Catholic Mental Health Ministers (Associação de Ministros Católicos de Saúde Mental), associação que dá apoio espiritual a pessoas com doenças mentais e incentiva ações de prevenção de qualquer tipo de discriminação que as impeçam de participar plenamente na vida da Igreja.

 


Este mês, o Papa Francisco expressa proximidade a todas as pessoas que se sentem sobrecarregadas no dia a dia, especialmente as que sofrem de stress e depressão, e pede que rezemos por elas, para que recebam o acompanhamento necessário. Este pedido surge no contexto da intenção de oração que Francisco confia, este mês, a toda a Igreja Católica, através da sua Rede Mundial de Oração.

Na edição de novembro de O Vídeo do Papa, o Santo Padre refere-se às pessoas que em todo o mundo vivem períodos de forte esgotamento mental, emocional e afetivo (em várias formas e graus) e sustenta que é importante que elas recebam o apoio adequado, a nossa oração e que não se esqueçam da proximidade de Jesus.

Depressão e ansiedade: os transtornos mentais mais comuns

A mensagem da intenção de oração do Papa Francisco aborda uma questão central na vida de milhões de pessoas: a saúde mental. Francisco explica, através de O Vídeo do Papa, que, em muitos casos, “a tristeza, a apatia, o cansaço espiritual acabam dominando a vida das pessoas, que estão sobrecarregadas com o ritmo de vida atual”.

Um estudo publicado este ano estima que uma em cada dez pessoas no mundo convive com algum tipo de transtorno de saúde mental, ou seja, cerca de 792 milhões de pessoas, que representam 11% da população. Dos diferentes transtornos existentes, o estudo destaca a depressão (264 milhões, 3%) e a ansiedade (284 milhões, 4%) como os transtornos mais comuns na vida das pessoas.

A ONU, por sua vez, alerta que a depressão, quando recorrente e de intensidade moderada ou grave, pode tornar-se um grave problema de saúde. No seu estado mais grave, pode levar ao suicídio, que atualmente tira a vida de mais de 700 mil pessoas por ano e ocupa o quarto lugar em causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Saúde mental em tempos de COVID-19

A pandemia de COVID-19, que matou milhões de pessoas, também testou a resiliência mental e emocional de inúmeras pessoas e afetou o seu equilíbrio psicológico. Em muitos casos, gerou situações reais de angústia e desespero. Consciente desta realidade, o Santo Padre pede que estejamos próximos daqueles que estão esgotados, desesperados e sem esperança, realçando que, muitas vezes, o apoio que podemos dar é "simplesmente escutar em silêncio" e rezar, porque para muitas situações de depressão "não existe receita".

O Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral preparou um documento dirigido a quem quer ajudar e acompanhar pessoas com sofrimento psicológico, especialmente devido à pandemia. Este organismo destaca alguns dos principais desencadeadores, como a incerteza com o trabalho futuro, que se desenvolveram em pessoas mentalmente saudáveis, que desenvolveram transtornos mentais graves como depressão, ataques de pânico e ansiedade, entre outras patologias relacionadas.

Uma presença curativa

A mensagem do Papa também é compartilhada pela Association Of Catholic Mental Health Ministers (Associação de Ministros Católicos de Saúde Mental), associação leiga de fiéis cristãos fundada nos Estados Unidos, cujos membros são chamados a ser uma presença curativa na vida das pessoas com doenças mentais. O presidente, o diácono Ed Shoener, explicou a necessidade de responder ao apelo do Papa Francisco: “A nossa missão é apoiar o crescimento do ministério de saúde mental na Igreja. O Papa Francisco disse que precisamos superar totalmente o estigma com o qual a doença tem sido frequentemente marcada, para garantir que uma cultura de comunidade prevaleça sobre a mentalidade de rejeição. Estamos empenhados em seguir o apelo do Papa para construir uma comunidade afetuosa onde as pessoas, que convivem com depressão e outros problemas de saúde mental, possam encontrar esperança e cura".


PASTORAL DA COMUNICAÇÃO


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

AS ALMINHAS – UM PATRIMÓNIO A NÃO ESQUECER



Estamos em novembro, um mês que a tradição cristã dedica, de forma muito especial, a uma mais viva comunhão com os que partiram. Hoje vou tornar presente um património interessante, fruto dessa devoção do povo. As pessoas dedicadas à investigação sempre querem saber qual a sua origem. Assim, aventam-se várias hipóteses acerca das origens mais remotas das Alminhas que salpicam grande parte do nosso território, não só, mas sobretudo a norte do país. Embora todas as hipóteses sejam plausíveis e sejam de trazer à baila, o seu adn não dá certezas, como é evidente. São hipóteses, embora, algumas dessas hipóteses, possam ter ou tenham como fundamento o sentimento religioso que o homem sempre teve e é incapaz de apagar dentro de si.
Deixando essas questões bem pertinentes para quem gosta de investigar, há quem afirme que as Alminhas são uma criação bem portuguesa. A sua multiplicação, bem como a multiplicação das Confrarias das Almas e dos altares das almas em igrejas, deu-se sobretudo a partir do Concílio de Trento. A Igreja crê e ensina que os eleitos são purificados das consequências pessoais de todas as suas culpas antes de serem acolhidos definitivamente na intimidade de Deus. A esse estado de purificação é que a Igreja chama Purgatório. E a nós, os vivos, é-nos pedido o sentimento de gratidão, de caridade e de justiça, de rezar pelos fiéis defuntos para que Deus tenha misericórdia deles, os purifique na sua caridade e os introduza no seu Reino de luz e vida.
A piedade popular, que, como sabemos, é “caraterizada por uma grande variedade e riqueza de expressões corporais, gestuais e simbólicas”, logo se manifestou também “muito atenta à memória dos defuntos e solícita em sufragá-los com orações”. Expressões dessa forma de fazer memória e de convidar à oração de sufrágio são, de facto, as Alminhas, que, embora aqui ou ali estejam esquecidas e a perderem-se - o que é pena! -, constituem um verdadeiro património de religiosidade popular, quer construídas por iniciativa das comunidades cristãs locais quer pela devoção e imaginação de particulares. Regra geral mostram-se em sítios de passagem para serem vistas e cumprirem a sua função: levar os vivos a encontrarem-se com Deus e a rezar pelas benditas almas do Purgatório, sem esquecerem que também são peregrinos a caminho dessa eternidade em Deus.
E quem, do norte, não guarda essa feliz memória das Alminhas, com flores ou sem flores, altaneiras ou encrustadas em paredes, no meio de lugares ou nas encruzilhadas de caminhos, com lampadário ou vela acesa, ou não, com figuras em painel de azulejos, em pequenos retábulos ou telas, mais rústicas ou mais sofisticadas, mas sempre a lembrar ao transeunte a necessidade delas se lembrar e por elas rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria ou o que a sua devoção lhe pudesse ditar? E quem não conserva na memória aquela pessoa que sempre parava para rezar, a outra que ao passar tirava a boina ou o chapéu, a outra que fazia uma pausa, uma vénia ou até uma genuflexão? E aquela outra que as cuidava como se de catedrais populares se tratasse e ficava triste como a noite quando os amigos do alheio as arrombavam, profanavam e roubavam? E quem, sendo criança e tudo isto presenciava e vivia, não assimilava a mensagem que estas pessoas faziam passar com testemunho tão simples quão significativo?!...
Em paróquias por onde passei a paroquiar, havia Alminhas e muita devoção às Almas do Purgatório promovida pelas respetivas Confrarias, sendo uma boa oportunidade para congregar e evangelizar. Não raro, porém, perante algumas incoerências no modo de estar e viver, embora seja um santo e salutar pensamento rezar pelos mortos para que sejam perdoados de seus pecados, havia necessidade de alertar para que não se reduzisse a vivência da fé e a pertença à Igreja apenas a rezar pelos mortos, andando aos encontrões aos vivos!...
Hoje digo o mesmo! Encontramos gente que só participa na Eucaristia, mesmo ao Domingo, quando a intenção é rezar pelos mortos. Sobretudo pelos seus mortos. E tantas vezes se esquece de rezar pelos vivos, pelos seus inclusive. Não se sentem motivados para ajudar os seus a viverem cristãmente, antes pelo contrário, desajudam-se mutuamente e faz-se da Igreja uma espécie de instância fúnebre de encomendação das almas. Dá a impressão que estão à espera que os seus familiares morram para depois rezar por eles. Enquanto podem e devem fazer alguma coisa para os ajudar à conversão, a viver e a morrer cristãmente, nada ou pouco fazem. Embora compreenda alguns argumentos, até me parece pouco pedagógico a marcação de muitas intenções nas missas ao Domingo só para ter mais gente nas igrejas...
A par das Alminhas, há outros pequenos nichos a quem, por vezes, até se dá também o nome de Alminhas, embora tenham como titular um Santo. São nichos, edículas, capelinhas em honra do Coração de Jesus, de Nossa Senhora ou de Santos, são cruzeiros, são estações da Via Sacra, são quadros dos Passos do Senhor, são padrões....
Muitas paróquias zelam muito bem este património, cuidam-no e promovem o seu verdadeiro sentido e valor cristão.

D. Antonino Dias - Bispo Diocesano
Portalegre-Castelo Branco, 5-11-2021.


quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Quão bem te conheces?





Não sei se nos conhecemos assim tão bem. Se sabemos o que nos faz andar, o que nos faz recuar, o que nos faz abrandar ou perder o passo certo. Não sei se temos consciência do que nos faz arder o coração. Do que nos faz perder a paciência. Do que nos faz derreter a alma do lado de dentro.

Não sei se podemos (chegar a) conhecer alguém verdadeiramente se não sabemos, ao certo, de que meandros (e de que florestas) somos feitos.

Parece simples este mergulhar no que somos interiormente. Eu… sou só eu! E isso parece bastar. Mas o que me habita… o que nos habita por dentro não é, na maioria das vezes, assim tão linear. Estamos presos às expectativas que os outros têm para nós e, por isso, temos a tentação de nos adequar ao que os outros querem. Sem percebermos, quando o fazemos, estamos a anular parte do que nos constitui como pessoas, como seres à procura de sentidos para a vida.

Estamos reféns dos padrões que a sociedade, a escola, a família, os círculos de amigos nos impuseram. Às vezes, deixamos de saber quem somos porque queremos, simplesmente, agradar aos que partilham mundo connosco. Não nos incendiemos: os outros também não têm “culpa” dos padrões que os controlam. Tudo está enleado há muitas gerações, muitos ciclos viciados e repetidos. Vivemos numa sociedade obcecada com a “normalidade” quando nada do que nos acontece parece sê-lo. Vivemos num mundo em que os que correm para o mesmo lado são os mais aplaudidos e em que se deixam sozinhos os que querem andar ou, até, ficar parados, num canto, a ouvir os pássaros. Vivemos em comunidade, mas escolhemos o nosso umbigo, as nossas necessidades, as nossas manias como regentes de tudo o que fazemos e queremos.

Que espécie de mundo é este em que só podemos ser o que está escrito nos livros antigos? Não poderemos, nós, escrever livros novos? Com páginas a estrear?

Que espécie de pessoas somos se continuamos a olhar de lado para os que pensam diferente, escolhem diferente, amam diferente?

Que espécie de futuro oferecemos aos mais novos se lhes enchemos as mochilas de tarefas, competições, expectativas, pressões e muito pouco amor?

As perguntas ficam contigo. Que também contas para as respostas que se escreverem.

O que te parece? Arriscamos a escrever diferente?



Marta Arrais


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

O Outono já vai dando sinais de si



O Outono já vai dando sinais de si. Já se começa a sentir no ar a certeza de um novo tempo. É chegada a altura de recomeçar deixando para trás o que não nos permite crescer de novo. Cai o passado, não o esquecendo, mas dando espaço ao presente e ao futuro que nos convida a continuar um caminho que não tem de ficar inacabado. É tempo de continuar, mas de um outro jeito. De forma mais arejada e com total liberdade.

O Outono já vai dando sinais de si. Vai mostrando a presença de um Deus que nos espera nos recomeços. De um Deus que nos abraça em cada momento novo da nossa história pedindo que a nossa autenticidade seja construída por entre cores mais vivas e que essa multiplicidade nos desperte para a Vida.

O Outono já vai dando sinais de si. Em cada entardecer contemplamos a beleza de um final que não nos finaliza. Percorrendo a luz de cada dia, intensa e misteriosa, vamos iluminando as nossas sombras. Dando espaço para que surja o Amor capaz de nos rejuvenescer.

O Outono já vai dando sinais de si. Levando-nos a desbravar caminho, arriscando neste mistério que continua a dar sentido à nossa existência.

Hoje, antes de voltares a fazer tudo igual, pergunta-te: já te permitiste recomeçar?


Emanuel António Dias

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Auditório Paulo VI | Fátima | II Congresso Nacional dos Cursilhos de Cristandade

 

Arcebispo de Évora desafia movimento a renovação e impulso evangelizador

Congresso nacional decorre em Fátima, assinalando 60 anos de presença em Portugal





(Ecclesia) – O arcebispo de Évora disse, em Fátima, que o Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) deve encontrar “formas de dialogar com as novas sensibilidades” da sociedade, promovendo um impulso evangelizador.

“É necessário passar de uma experiência de fé tradicional e cultural a uma experiência de fé de convicção esclarecida, assumida na liberdade” referiu à Agência ECCLESIA D. Francisco Senra Coelho, durante o II Congresso Nacional do MCC.

O responsável proferiu a conferência de abertura dos trabalhos, com o tema ‘Cursilhos de Cristandade numa Igreja em saída’, assinalando que o impacto da cultura digital exige renovação.

“Vivemos um tempo de grande velocidade, de um dinamismo enorme, onde é necessária uma perspetiva de adaptação, versatilidade”, indicou o arcebispo de Évora.

O entrevistado desafiou os membros do MCC a oferecer aos outros a experiência de uma “libertação interior”, através do encontro com Jesus Cristo, indo ao encontro das pessoas que se sentem “marginalizadas”.

D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, partilhou com os participantes a sua visão sobre a importância do MCC na vida de uma diocese

“Quis reconhecer o trabalho importante do Movimento dos Cursilhos de Cristandade em Portugal, nestes 60 anos, em que muita gente ali despertou para o valor da fé, para o ser Igreja, para a sua consciência laical, de empenhamento”, declarou.

Para o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, os movimentos têm “um papel muito importante no presente e no futuro da Igreja”, como espaços de acolhimento, crescimento na fé e formação laical,


O II Congresso Nacional do MCC decorreu dia 30, no Centro Pastoral Paulo VI, do Santuário de Fátima, contando com vários testemunhos e partilha de experiência de quem fez estes cursos.

Fernando Santos, selecionador nacional de futebol, disse à Agência ECCLESIA que o testemunho de fé tem de acontecer “naturalmente”, assumindo que a sua forma de viver a fé mudou, há 27 anos, depois de um Curso de Cristandade.

“Quem é cristão, tem de perceber qual é o sentido, o significado de o ser”, respondendo à missão de evangelizar, deixada por Jesus, acrescentou.

Vítor Amaral Dias encontrou o MCC por causa de questões que se lhe levantaram, na leitura da Bíblia.

“Foi um desafio extraordinário que me apaixonou, que me contagiou, e agora estou também a tentar contagiar outras pessoas”, relata.

Margarita Gomez, enfermeira, fez o Curso há 14 anos, por proposta do capelão do Hospital onde trabalha.

“Foi um reforço grande na minha vida, na minha experiência de fé, que me leva a comprometer-me, cada vez mais, em missões, voluntariado”, aponta.

Joaquim Mota, presidente do Secretariado Nacional do MCC, assume a vocação de continuar a ser um movimento de “ligação” da Igreja com o mundo, através do compromisso dos leigos católicos.

Mais de 150 mil pessoas fizeram esta experiência, ao longo de 60 anos; o congresso quer celebrar esse percurso e “reanimar” o movimento nalgumas dioceses em que as atividades pararam, por causa da pandemia.

Os participantes vão reunir-se, este domingo, para as celebrações no recinto de oração do Santuário de Fátima.

HM/OC