Jesus tinha uma grande sensibilidade no encontro com o outro. Não temos todos os detalhes sobre os encontros que nos chegam através das escrituras, mas aquilo que nos é dado a conhecer revela-nos um Jesus que se dava completamente. Conseguimos perceber que no encontro Jesus não se deixa ficar pela metade, entrega toda a sua inteireza e devolve essa mesma inteireza aos outros. Não quer que ninguém fique incompleto e, por isso, devolve, no encontro face a face, a dignidade e a possibilidade de recomeçar.
Jesus era feito de encontros. E a prova disso está na forma como se relacionava e como permitia que aqueles que se consideravam ser nada pudessem vir a ser tudo. Jesus era isto mesmo: um facilitador do nada. Era um verdadeiro mestre em criar e renovar a partir daqueles que não tinham nada. O seu encontro era tão inquietante, tão refrescante e acolhedor que não dava senão a possibilidade do outro poder-se reerguer.
Os encontros de Jesus, ou melhor os encontros à Jesus, eram uma forma desconcertante de provar que a Sua humanidade era verdadeira revelação da divindade. Jesus no encontro, no toque, nas palavras e no olhar era desafiador. E sabemo-lo apesar de não termos todas as informações. Sabemo-lo pelas reações finais destes encontros, pelo que os mesmos encontros provocavam na vida de tantos e tantas e até por algumas passagens em que este Jesus deixava o Seu convite (lembramo-nos certamente do seu convite a Mateus para O seguir ou até do convite à renúncia da vida e da aceitação da Sua cruz).
Jesus era desafiante e provocava o desafio e o convite. E nós? Conseguimos realizar encontros à Jesus? Desafiamos aqueles e aquelas que se cruzam connosco?
Jesus usava o encontro não somente para pregar, mas para que com a Sua presença pudesse provocar algo no outro. Os encontros eram a Sua Palavra feita carne. Os encontros eram a gramática do Seu amor e da Sua misericórdia. Os encontros eram a prova viva da Sua Ressurreição.
Jesus provocava o encontro, porque sabia que só na relação pode surgir a certeza de nos sabermos erguidos. Jesus era feito de encontros e nós somos convidados a fazer da nossa vida um verdadeiro encontro para que, tantos e tantas, possam saber que do nada haverá sempre alguém que lhe é tudo e lhe dá tudo. E esse alguém é Jesus Cristo, o Nazareno.
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