domingo, 7 de janeiro de 2024

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

 




A liturgia deste dia celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… O Menino do presépio é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Essa “luz” encarnou na nossa história e no nosso mundo, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação e da vida definitiva.

A primeira leitura anuncia a Jerusalém a chegada da luz salvadora de Deus. Essa luz transfigurará o rosto da cidade, iluminará o regresso a casa dos exilados na Babilónia e atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.

Podemos, naturalmente, ligar a chegada da “luz” salvadora de Deus a Jerusalém (anunciada pelo profeta) com o nascimento de Jesus. O projeto de libertação que Jesus veio apresentar aos homens será a luz que vence as trevas do pecado e da opressão e que dá ao mundo um rosto mais brilhante de vida e de esperança. Reconhecemos em Jesus a “luz” libertadora de Deus? Estamos dispostos a aceitar que essa “luz” nos fale, nos aponte caminhos de vida nova e nos liberte das trevas do egoísmo, do orgulho e do pecado? Estamos disponíveis para dar testemunho dessa luz junto dos irmãos que compartilham o caminho connosco?

No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm uns “magos” do oriente, que representam todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, esses “magos” procuram-n’O com esperança até O encontrar, reconhecem n’Ele a “salvação de Deus” e aceitam-n’O como “o Senhor”. A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos os homens, sem exceção.

Os “magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de Cristo, que acolhem a proposta libertadora que Ele traz e que se prostram diante d’Ele. É a imagem da Igreja – essa família de irmãos, constituída por gente de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e que O reconhecem como o seu Senhor. Estamos bem conscientes de que Jesus é o centro para o qual todos convergimos e do qual irradia a luz salvadora que ilumina a nossa vida e a vida do mundo? E, quando olhamos para os irmãos e irmãs que connosco se reúnem à volta de Jesus, sentimos a comunhão, a fraternidade, os laços de família que a todos nos ligam?

Os “magos”, depois de se encontrarem com Jesus e de o reconhecerem como “o Senhor”, “regressaram ao seu país por outro caminho”. O encontro com o Menino do presépio tem sido, nestes dias, um momento de confronto que nos leva a reequacionar a nossa vida, os nossos valores e opções, e a enveredar por um caminho novo, mais simples, mais humilde, mais fraterno, mais humano?

A segunda leitura apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus.

A fraternidade implica o amor sem limites, a partilha, a solidariedade… Sentimo-nos solidários com todos os irmãos que partilham connosco esta vasta casa que é o mundo? Sentimo-nos responsáveis pela sorte de todos os nossos irmãos, mesmo aqueles que estão separados de nós pela geografia, pela diversidade de culturas e de raças?

A Igreja, “corpo de Cristo”, é a comunidade daqueles que acolheram “o mistério”. Esta comunidade é um espaço privilegiado onde se revela o projeto salvador que Deus tem para oferecer a todos os homens. É isso que, de facto, acontece? Na vida das nossas comunidades transparece realmente o amor de Deus? As nossas comunidades são verdadeiras comunidades fraternas, onde todos se amam sem distinção de raça, de cor, de estatuto social, ou de história de vida?

https://www.dehonianos.org/

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