terça-feira, 29 de março de 2016

Quando não puderes, acredita!


A palavra mais bonita que inventaram é a palavra acreditar. A mais difícil, também. Se te perguntarem em que acreditas, és bem capaz de baixar a cabeça e pensar duas vezes. Ou três. As respostas que rimam com a palavra acreditar nunca são as mesmas. Cozinham-se dentro de cada um com ingredientes a que mais ninguém pode ter direito. Acreditar é uma palavra individual. Não serve para dividir.

A palavra mais bonita que inventaram é a palavra acreditar. A mais violenta, também. Aquilo ou Aquele em que se acredita é sempre sinónimo de ser livre. A palavra acreditar tem muito pouco de palavra. Acreditar é o primeiro nome da Liberdade. E o último, também. Na verdade, ninguém te pode convencer a acreditar. Acredita, se quiseres. Acreditamos, se quisermos. Às vezes, acreditamos porque podemos. Outras vezes, não podemos acreditar.

A palavra mais bonita que inventaram é a palavra acreditar. Faz-nos estremecer as verdades confortáveis que vamos enraizando e engolindo. Faz-nos atirar a vida ao ar e voltar a apanhá-la com a força de quem nunca duvidou. Faz-nos plantar certezas e promessas em lugares improváveis e impossíveis. Acreditar. Não é coisa que se faça de alma leve. Ninguém acredita no que quer. Acreditamos no que nos faz voar mais alto, no que nos faz pensar melhor e mais longe. Acreditamos no que nos desafia e, ao mesmo tempo, nos permite ser o que só nós vemos. Acreditamos no que nos faz olhar para a frente. No que nos faz perder a vontade feroz de olhar para trás. Acreditar é uma palavra que nunca se repete. E ainda bem.

Acredito que se pode sempre fazer melhor. Nunca melhor do que o outro. Melhor do que se fez ontem. Amanhã é sempre dia de fazer melhor. De pensar melhor. De viver melhor.

Acredito que não há uma explicação para tudo. Mas, para tudo, haverá um motivo para acreditar. Ou para ter deixado de o fazer.

Acredito que ainda não vi tudo o que há para ver. E que, apesar de querer, não vou acreditar sempre em tudo o que me for colocado diante dos olhos.

Acredito na surpresa do dia que ainda não veio. Na surpresa do dia que ainda não vi.

E tu, acreditas?

Marta Arrais (09-03-2016) em 
iMissio

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