domingo, 30 de abril de 2017

D. Manuel Clemente homenageia o padre Carreira das Neves no «último adeus»


Cardeal-patriarca presidiu à Missa exequial, no Seminário da Luz

Foto: Paulinas - Luiz Carvalho


(Ecclesia) - D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, presidiu hoje à Missa exequial do padre Carreira das Neves, falecido esta sexta-feira, que considerou uma figura com “grande aceitação, grande acolhimento”, em vários quadrantes da cultura e da sociedade.

“Era uma figura verdadeiramente nossa”, disse, na homilia da celebração que decorreu no Seminário da Luz, em Lisboa.

D. Manuel Clemente destacou, no percurso do religioso francisco, que morreu aos 82 anos de idade, a “enorme vontade de comunicar e enorme capacidade para o fazer, onde fosse preciso, dentro e fora da esfera eclesial”.

“Não havia nenhum debate que ele recusasse, não havia nenhuma ocasião que ele evitasse”, precisou.

A intervenção começou por sublinhar a importância de compreender “um Deus que se comunica”, no Cristianismo.

“O Verbo fez-se carne e habitou entre nós. Durante mais de 80 anos, esta passagem bíblica teve rosto, nome e figura: o padre Joaquim Carreira das Neves”, declarou.

D. Manuel Clemente recordou que o falecido religioso foi seu professor “de muita coisa”, na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

Antes, em declarações à Agência ECCLESIA, elogiara a pessoa do “amigo, padre e franciscano”, cuja vida foi marcada pela simplicidade, a proximidade e a vontade de “chegar a todos”.

“Não lhe escapava nada e ele também não escapava a ninguém”, realçou o cardeal-patriarca de Lisboa.

D. José Ornelas, bispo de Setúbal e especialista no estudo da Bíblia, falou por sua vez do padre Carreira das Neves como alguém que marcou a vida da Igreja e da Universidade Católica, desde o


Vaticano II e o 25 de Abril.

“Ele foi um dos timoneiros dessa mudança, do entendimento da fonte da constante mudança que é a Bíblia”, sustentou.

O prelado evocou um homem “rigoroso e investigador”, constantemente atualizado, que foi “um peregrino da Palavra, da vida, da alegria, da amizade”.

O padre Joaquim Carreira das Neves trabalhou quase até morrer e deixou um livro praticamente concluído sobre São João, evangelista, adiantou à Agência ECCLESIA o frei Armindo Carvalho, superior provincial da Ordem Franciscana em Portugal.

O responsável nacional dos francisco disse que o padre Carreira das Neves foi “um homem sábio”, cujo viver tinha como “fonte” a Bíblia, pelo que o considerava sempre como “o servo da Palavra”.

No Seminário da Luz, o professor Adriano Moreira foi prestar homenagem ao amigo de “muitos anos”, membro da Academia das Ciências, “respeitadíssimo” nos meios eclesiásticos e fora deles.

“Da geração dele, é o que deixa uma obra escrita mais importante na área da Teologia e, sobretudo, na renovação da doutrina em relação ao mundo diferente, e bem diferente, que ele conheceu durante a sua vida”, defendeu.

O padre João Lourenço, franciscano e diretor da Faculdade de Teologia da UCP, recordou a “grande simplicidade” do seu confrade, que fez parte de “uma notável geração de homens, conhecedores do mundo da Cultura, da Teologia”.

Nas Ciências Bíblicas, acrescenta, o padre Carreira das Neves desempenhou um papel “muito importante”, fazendo passar para o espaço público o seu saber, de forma acessível.

Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA, evoca por sua vez um “grande mestre da Palavra, da Bíblia, e também um grande mestre da sua comunicação”.

Durante mais de 20 anos de colaboração com a agência de notícias da Igreja Católica e o programa ECCLESIA (RTP2) existiu sempre da parte de frei Carreira das Neves uma “disponibilidade extrema”, com “enorme gosto” em comunicar a sua investigação, refere o jornalista.

Joaquim Carreira das Neves nasceu a 26 de junho de 1934 na Caranguejeira (Leiria) e foi ordenado sacerdote a 13 de julho de 1958; licenciou-se em Teologia em Roma, doutorando-se em Teologia Bíblica na Universidade Pontifícia de Salamanca (1967), sobre a Teologia na tradução grega dos setenta.

Após as exéquias do religioso franciscano, o cortejo fúnebre seguiu para a terra natal de frei Carreira das Neves, onde o seu corpo será sepultado no cemitério local.

CB/OC


Romaria do Rei Santo


O domingo 30 de Abril amanheceu como um dia de Inverno. A chuva, vento e frio, afastaram alguns do habituais caminheiros, para mais uma Caminhada ao Rei Santo.
A tradição cumpriu -se e  a pé, cavalo ou carro muitos foram os romeiros que se dirigiram à Capela do Rei Santo, partindo de todas as freguesias para homenagear O SENHOR e passar um dia em fraterno convívio.
 O porco assado esperava os caminhantes para retemperar forças.
Pelas 15:00H foi celebrada a Eucaristia pelo Padre Fernando Farinha, seguida de Procissão à volta da Capela.
As fogaças foram leiloadas e porque a tarde estava ventosa foi hora de regressar a casa.





Rei e Santo

Santo, Santo é o Senhor, Rei dos reis
A Ele eu canto e rendo glória
Oh glória, ao Senhor Rei dos reis Ele é Rei pra sempre
Eu quero adorar, eu quero exaltar
Eu quero render glória, a quem merece glória
Quero abrir meu coração, por completo me entregar
Me despir do meu orgulho, e a Ele eu louvar
E dizer que Ele é Santo, Santo, é o Senhor
Rei dos reis, a Ele eu canto e rendo glória
Glória, ao Senhor Reis dos reis
Ele é Rei pra sempre
Ele está sentado, sobre o trono
E Sua glória invade o lugar
Em Sua coxa está escrito
Reis dos reis, o universo está debaixo de Sua lei
Ele é Santo e não aceita o pecado
É a verdade e não aceita a mentira
Os Seus exércitos de anjos o adoram
Os Seus arcanjos cantam Santo, e gritam glória
Possui a força a majestade e o poder
Ele é único e ninguém pode O vencer
Ele é mais rápido do que a luz de um relâmpago
Diante d'Ele eu me prostro a dizer
Que Ele é Santo, Santo, é o Senhor Rei dos reis
A Ele eu canto e rendo glória, glória
Ao Senhor Rei dos reis
Ele é estrela mais brilhante que há no universo
O fogo que apareceu lá no deserto
Que falou com Moisés e o encorajou
Sou contigo ombro a ombro Eu Sou O Que Sou
Ele é o magistral o dono da história
O mundo inteiro para com a sua glória
E hoje esse Deus está presente aqui
Sinta Seu poder, sinta o Seu agir
Ele é o Rei dos reis, o guarda de Israel
É o começo de tudo Ele é fiel
Por toda a minha vida eu vou O exaltar
Eu vou O adorar e dizer que Ele é
Santo, Santo, é o Senhor Rei dos reis
A Ele eu canto e rendo glória, glória
Ao Senhor Rei dos reis
Seja entronizado nas alturas
Seja o Teu Nome adorado em todo o universo
Seja Tua voz com um estalar de um trovão
E que todos os povos tremam diante de Ti
Seja espalhada como poeira
Em todo mundo a Tua Palavra
E que eles saibam que tu és a própria verdade
Que todo joelho se dobre
E se prostre diante de Ti
Pois Tu És o começo, Tu És o meio, Tu És o fim
Ele é, a estrela mais brilhante que há no universo
O fogo que apareceu lá no deserto
Que falou com Moisés e o encorajou
Sou contigo ombro a ombro Eu Sou O Que Sou
Ele é o magistral o dono da história
O mundo inteiro para com a Sua glória
E hoje esse Deus está presente aqui
Sinta seu poder, sinta seu agir
Ele é o Rei dos reis, o guarda de Israel
É o começo de tudo, Ele é fiel, por toda a minha vida
Eu vou O exaltar, eu vou O adorar
E dizer que ele é Santo, Santo
É o Senhor Rei dos reis
A Ele eu canto e rendo glória, glória
Glória, glória, glória, glória ao Senhor Rei dos reis
Ele é Rei, pra sempre!




Fotos: Noticias de Arronches

Fica connosco, Senhor...



Friar Alessandro singing “Resta con noi, Signore, la sera” from the album “Voice of Peace”

Caminhos da Vida



Os discípulos de Emaús!
Jesus surge em nossa vida de diferentes formas: uma enfermidade...
um fracasso...
a esperança de algo que nunca chega...
um êxito...
uma alegria...
mil circunstâncias da vida!
O que nos falta, muitas vezes, é luz suficiente para notarmos a sua presença.

A Paz esteja convosco!



A Paz do Senhor Jesus!
Desejamos que no decorrer dessa semana a paz do amado ressuscitado seja derramada em profusão no seu coração e de toda a sua família ...

sábado, 29 de abril de 2017

Fica connosco



A liturgia deste domingo convida-nos a descobrir esse Cristo vivo que acompanha os homens pelos caminhos do mundo, que com a sua Palavra anima os corações magoados e desolados, que se revela sempre que a comunidade dos discípulos se reúne para “partir o pão”; apela, ainda, a que os discípulos sejam as testemunhas da ressurreição diante dos homens.
É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagem aparece de forma nítida. O texto que nos é proposto põe Cristo, vivo e ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos, a explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração de esperança e a sentar-Se com eles à mesa para “partir o pão”. É aí que os discípulos O reconhecem.
A primeira leitura mostra (através da história de Jesus) como do amor que se faz dom a Deus e aos irmãos, brota sempre ressurreição e vida nova; e convida a comunidade de Jesus a testemunhar essa realidade diante dos homens.
A segunda leitura convida a contemplar com olhos de ver o projecto salvador de Deus, o amor de Deus pelos homens (expresso na cruz de Jesus e na sua ressurreição). Constatando a grandeza do amor de Deus, aceitamos o seu apelo a uma vida nova.

A ressurreição de Cristo prova que uma vida gasta ao serviço do plano do Pai, na entrega aos homens, não conduz ao fracasso, mas à ressurreição, à exaltação, à vida plena. É conveniente lembrarmos isto, sempre que nos sentirmos desiludidos, decepcionados, fracassados, derrotados, criticados, por gastarmos a vida numa dinâmica de serviço, de entrega, de amor. Uma vida que se faz dom nunca é um fracasso; uma vida vivida de forma egoísta e auto-suficiente, à margem de Deus e dos outros, é que é fracassada, pois não conduz à vida em plenitude.
Da contemplação do amor de Deus tem de resultar uma resposta nossa. Segundo o autor da Primeira Carta de Pedro, essa resposta deve traduzir-se numa conduta nova de obediência a Deus, de entrega incondicional nas mãos de Deus, de adesão completa aos seus planos, valores e projectos. O amor de Deus inspira-me e motiva-me para viver – com coerência e fidelidade – os seus valores?
Quando é que os olhos do nosso coração se abrem para descobrir Jesus, vivo e actuante? Lucas responde: é na partilha do Pão eucarístico. Sempre que nos sentamos à mesa com a comunidade e partilhamos o pão que Jesus nos oferece, damo-nos conta de que o Ressuscitado continua vivo, caminhando ao nosso lado, alimentando-nos ao longo da caminhada, ensinando-nos que a felicidade está no dom, na partilha, no amor. Sempre que nos juntamos com os irmãos à volta da mesa de Deus, celebrando na alegria e na festa o amor, a partilha e o serviço, encontramos o Ressuscitado a encher a nossa vida de sentido, de plenitude, de vida autêntica.
extractos de http://www.dehonianos.org/portal/03o-domingo-da-pascoa-ano-a0/

Primeiro desafio da Igreja é «sair» e ter «no coração as necessidades dos povos»



Francisco participou no Fórum Internacional da Ação Católica

(Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu, dia 27, no Vaticano os participantes do Fórum Internacional da Ação Católica, e sublinhou o “apostolado missionário” como a principal prioridade da Igreja no mundo atual.

Na sua intervenção, transmitida pelo Centro Televisivo do Vaticano, Francisco referiu que o carisma da Ação Católica impele sobretudo a “formar leigos que assumam a responsabilidade no mundo”, com base em “quatro eixos: a oração, a formação, o sacrifício e o apostolado”.

“Dado o contexto atual, o apostolado deve ser a primeira base, o primeiro desafio é sair, é a missão”, para "chegar a todos", às "periferias", que "são os mais pobres, os doentes", mas também "os agnósticos, as periferias do pensamento", sustentou o Papa argentino, advertindo no entanto que os outros três eixos não devem ser esquecidos.

“O apostolado missionário necessita de oração, formação e sacrifício, necessita das outras três, caso contrário o vosso trabalho será superficial, não dará frutos”, acrescentou.

Durante o encontro na Sala do Sínodo, cheia com representantes da Ação Católica vindos de diversas regiões do mundo, o Papa exortou os participantes a darem prioridade, no seu trabalho, à formação cristã das pessoas, “homens e mulheres, rapazes e raparigas, na oferta de um processo de crescimento na fé”.

“Num itinerário catequético permanente" - "encarnado na paróquia e na diocese" - orientado para "a missão, adequado a cada realidade, apoiados na palavra de Deus para animar uma amizade feliz com Jesus e uma experiência de amor fraterno”, explicitou.

Francisco pediu também aos presentes que não tenham medo da mudança nem se apoiem em máximas como "foi sempre assim" para justificar a sua própria "imobilidade".

E que“rezem, que ponham no coração as necessidade dos povos, as suas angústias e alegrias”, privilegiando “uma oração em caminho, que chegue mais longe”, uma "fé concreta", como "o pecado que também é concreto".

“Assim evitarão o perigo de um olhar demasiado para dentro, uma oração encaracolada, que não vos desafia, que não é missão, que não incarna”, apontou.

O Papa recordou também a importância do “sacrifício vivido com generosidade, esse sacrifício que faz tão bem aos outros”.

“Ofereçam o vosso tempo, o que têm nos bolsos aos que menos têm, ofereçam o dom da vossa vocação pessoal para o bem da Casa Comum”, desafiou Francisco, que recorreu depois a uma expressão do seu antecessor, Bento XVI, para realçar aos membros da Ação Católica a necessidade de evitar o “proselitismo”.

“A Ação Católica não é um projeto de proselitismo porque iria contra o Evangelho. A Igreja cresce por atração, não por proselitismo. A mim dá-me muita pena quando vejo um agente pastoral - leigo, padre, bispo - a lançar a escada do proselitismo”, advertiu o Papa, que concluiu exortando a Ação Católica a ser cada vez mais aberta ao mundo, à sociedade.

"Agilizem os métodos de incorporação na Ação Católica. Não podem ser mais restritivos do que a mesma Igreja, nem mais papistas que o Papa. Por favor, abram as portas, não façam exames de perfeição cristã porque vão estar a promover um fariseismo hipócrita", completou.

O Fórum Internacional da Ação Católica nasceu em 1991 por iniciativa dos movimentos de Ação Católica da Argentina, Espanha, Áustria, Malta, México e Itália, e depois do Sínodo de 1987 sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo, e da publicação da exortação apostólica ‘Christifideles laici’, dedicada ao mesmo tema.

A 29 de junho de 1995, o Conselho Pontifício para os Leigos decretou o reconhecimento do FIAC como associação internacional de fiéis de direito pontifício.

JCP

A GRANDEZA DOS PEQUENINOS


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Francisco e Jacinta Marto vão ser canonizados no dia 13 de maio, pelo Papa Francisco, em Fátima, na celebração do centenário da primeira Aparição da Senhora. Francisco nasceu no dia 11 de junho de 1908, e Jacinta em 5 de março de 1910, em Aljustrel, freguesia de Fátima. Depois de terem dedicado os seus dias ao amor a Deus, ao Imaculado Coração de Maria, ao Santo Padre e à oração pela conversão dos pecadores, pela paz e pelas intenções de quem lhes suplicava que pedissem, Francisco faleceu no dia 4 de abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de fevereiro de 1920. Em toda a história da Igreja, são as primeiras crianças, não martirizadas, a serem declaradas modelo de santidade. Receberam a fé e o amor à verdade no seio da família.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou, a propósito, no passado dia 27, uma Nota Pastoral que aconselho a ler, onde manifesta a sua alegria e afirma que os Pastorinhos, envolvidos “pela carinhosa e materna luz de Maria” experimentaram “a ternura e a força do braço amoroso de Deus” fazendo “resplandecer no testemunho da sua curta existência a elevada e perene glória da santidade”. Todos nos damos conta, dizem os Bispos, “de como o Espírito Santo suscitou, salvaguardou e potenciou o coração infantil, encantado e simples com que cada um deles contemplou, assimilou e refletiu a imagem de Cristo. Fruto desta abertura ao Espírito, reconhecemos na experiência espiritual de Jacinta uma imitação generosa de Cristo, servo sofredor e abandonado na cruz e, na de Francisco, uma imitação contemplativa de Cristo «escondido» e silencioso”.
De facto, a partir dessa experiência, as duas crianças passaram “a estar completamente centradas em Deus: convidados a adorar o Mistério da Trindade, vivem focados no rosto de misericórdia do Pai; convidados a oferecer a vida pelo bem dos irmãos, não mais deixam de ter no seu horizonte o cuidado pelos que mais necessitam, os pecadores; convidados a orar continuamente, passarão a rezar todos os dias o Rosário pela paz no mundo; convidados a consagrar-se a Deus, ao jeito do Coração Imaculado de Maria, viverão as suas breves vidas com a intensidade do Magnificat.”
A vida de Francisco carateriza-se pela constante contemplação de Cristo «escondido»: “Sempre que podia, refugiava-se num lugar isolado para rezar sozinho, passando longas horas no silêncio da igreja paroquial, junto ao sacrário, para fazer companhia a «Jesus escondido». Na sua intimidade, Francisco entrevê um Deus entristecido face aos sofrimentos do mundo, sofre com Ele e deseja consolá-lo. Salienta assim que a vida de oração se alimenta pela escuta atenta do silêncio em que Deus fala”. Por sua vez, a vida de fé de Jacinta é caraterizada “pela singela generosidade da fé. Nas pequenas coisas da sua vida simples de menina, Jacinta tudo entrega em dom agradecido ao coração de Deus, em favor da humanidade. Expressava frequentemente o desejo de partilhar o amor ardente que sentia pelos corações de Jesus e de Maria e que a fazia crescer no cuidado pelos pecadores. Todos os pequenos detalhes do seu dia, inclusive as contrariedades da sua doença, eram motivo de oferta a Deus pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre. Nas suas memórias, a prima Lúcia diz dela que rezar e sofrer por amor «era o seu ideal, era no que falava».
Captaram de tal modo a mensagem da Senhora que ficaram com uma consciência “profunda da gravidade do pecado e das suas consequências” e assumiram o “compromisso simples e generoso em favor da reconciliação dos pecadores e da paz no mundo”.
Fascinados pela beleza do amor de Deus, manifestavam “um desejo profundo do Céu” e “um ardente desejo de estar com Jesus vivo e com a Mãe do Céu”. Tanto assim que “a vontade de estar para sempre com o Senhor levava o Francisco a procurar frequentemente a oração pessoal, feita de joelhos, muitas vezes por detrás de um muro ou de uma cerca. Também na Jacinta este desejo é evidente. O que ela imediatamente contou aos seus pais, depois da primeira aparição de Nossa Senhora, foi a promessa de que iria levá-la para o Céu, com o Francisco”. E quando sofriam e estavam doentes, ou mesmo na própria agonia, era o desejo deste encontro definitivo com Nosso Senhor e Nossa Senhora que os amparava e animava.
“Apesar da sua tenra idade, quando são instados a negar as aparições ou a revelar o que lhes fora confiado como segredo, permanecem fiéis à verdade, assumindo o sofrimento que a opção lhes causava. O seu exemplo evidencia que se pode testemunhar a fé em Cristo em qualquer condição de vida: de criança, de adulto ou de ancião; seja-se extrovertido ou tímido; no areópago da culta Atenas do primeiro século, no lugar de Aljustrel do início do século passado, ou hoje, no mundo global”.

D. Antonino Dias Bispo de Portalegre Castelo Branco
28-04-2017

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Informação Paroquial - Rei Santo




Como habitualmente no próximo dia 30 de Abril vai ter lugar a tradicional “Caminhada ao Rei Santo”, em Nave Fria, numa organização conjunta do Município de Arronches e das freguesias de Assunção, Mosteiros e Esperança.

A caminhada tem início pelas 9h30 na zona desportiva de Arronches e nas Juntas de Freguesia de Esperança e Mosteiros, e ainda na vizinha localidade de La Codosera.

Finalizada a caminhada segue-se um almoço confraternização. Pelas 15h00, tem início a celebração da Eucaristia em Honra do Rei Santo, seguindo-se a procissão em torno da capelinha.
A semelhança de anos anteriores a Câmara Municipal assegura o transporte de autocarro de no regresso após as cerimónias religiosas.


Semana de Oração pelas Vocações desafia a propor Cristo com um «ardor» renovado

DR de

Iniciativa decorre entre 30 de abril e 07 de maio


(Ecclesia) – A edição 2017 da Semana de Oração pelas Vocações começa este domingo, dia 30 de abril, com o tema “Queres dar-te a Deus?”.

Na sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que vai ser assinalado a 7 de maio, o Papa Francisco destaca a importância da Igreja Católica “voltar a encontrar o ardor do anúncio e propor” o seguimento de Cristo, sobretudo aos jovens.

O Papa argentino salienta que “o compromisso missionário não é algo que vem acrescentar-se à vida cristã como se fosse um ornamento, mas, pelo contrário, situa-se no âmago da própria fé”.

“A relação com o Senhor implica ser enviados ao mundo”, refere Francisco, que lembra ainda que “todos os cristãos” são chamados a estar envolvidos na dinamização das vocações no mundo, algo que “vale de forma particular” para as pessoas chamadas a uma “especial consagração e também para os sacerdotes”.

O Papa observa que o povo de Deus “precisa de ser guiado” por pastores que “gastam a sua vida ao serviço do Evangelho” e pede às comunidades paroquiais, associações e grupos de oração que peçam “ao Senhor que mande operários para a sua messe e nos dê sacerdotes enamorados do Evangelho”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Virgílio Antunes, que assumiu até este ano o setor pastoral das Vocações e Ministérios em Portugal, admitiu a dificuldade da Igreja Católica em chegar aos jovens e a necessidade de “novas linguagens”, de “novas formas” de comunicar com os mais novos.

“Retomar” o dinamismo da Igreja Católica em Portugal, “concretamente no que à juventude diz respeito”, é um dos grandes desafios que se colocam nesta altura.

“Temos muitos sinais positivos de que a juventude está numa fase de busca, de busca de Deus, de busca de valores” mas ao mesmo tempo ela “tem muita dificuldade em fazer essa busca dentro da estrutura eclesial”, frisa o bispo de Coimbra, que vai passar a pasta das Vocações e Ministérios a D. António Augusto Azevedo, bispo auxiliar do Porto.

D. Virgílio Antunes alerta ainda para a importância de um acompanhamento mais próximo dos jovens, já que muitas vezes a pastoral católica esquecia o nível “pessoal” e se concentrava nas “comunidades mais alargadas”.

Também na promoção de um trabalho mais intergeracional, com lugar à participação dos “mais velhos”, e na busca de “novas linguagens”, de “novas formas” de comunicar com os jovens.

“Precisamos de estar atentos à evolução da sociedade e da própria Igreja, à cultura dos jovens e dos adultos, para podermos enquanto Igreja que evangeliza e que está próxima, ter as formas e os meios, as linguagens, as metodologias adequadas para este acompanhamento”, conclui D. Virgílio Antunes.

Os materiais para a vivência da Semana de Oração pelas Vocações, que decorre entre 30 de abril e 07 de maio, estão disponíveis na
página online do Setor de Animação Vocacional do Patriarcado de Lisboa.

JCP

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Papa: Evangelho se anuncia com humildade




No dia que a Igreja recorda São Marcos evangelista, Francisco dedicou a Missa celebrada na manhã de terça-feira (25/04) na capela da Casa Santa Marta ao Patriarca dos coptas Tawadros II e aos fiéis coptas, os quais encontrará daqui poucos dias em sua viagem apostólica ao Egito.

“Hoje – disse o Papa no início da celebração – é São Marcos evangelista, fundador da Igreja de Alexandria. Ofereço esta missa pelo meu irmão Papa Tawadros II, Patriarca de Alexandria dos Coptas, pedindo a graça que o Senhor abençoe as nossas duas Igrejas com a abundância do Espírito Santo.”

Em sua homilia, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, em que Jesus convida os discípulos a saírem para anunciar. Um pregador, disse, deve estar sempre a caminho.

No dia que a Igreja recorda São Marcos evangelista, Francisco em sua homilia comentou o Evangelho em que Jesus convida os discípulos a saírem para anunciar. Um pregador, disse, deve estar sempre a caminho.

Sair para anunciar

Para Francisco, é preciso “ir onde Jesus não é conhecido e onde Jesus é perseguido ou desfigurado, para proclamar o verdadeiro Evangelho”:

“Sair para anunciar. E nesta saída está a vida, se joga a vida do pregador. Ele não está protegido, não há seguro de vida para o pregador. E se um pregador busca um seguro de vida, não é um verdadeiro pregador do Evangelho: não sai, permanece protegido. Primeiro: ir, sair. O Evangelho, o anúncio de Jesus Cristo, se faz em saída, sempre; em caminho, sempre. Seja em caminho físico, seja em caminho espiritual do sofrimento: pensemos no anúncio do Evangelho que tantos doentes fazem – tantos doentes! – que oferecem a dor pela Igreja, pelos cristãos. Mas sempre saem de si mesmos”.

Mas como é “o estilo deste anúncio?”, se questiona o Papa. “São Pedro, que foi propriamente o mestre de Marcos – responde – é muito claro na descrição deste estilo”: “O Evangelho deve ser anunciado em humildade, porque o Filho de Deus se humilhou, se aniquilou. O estilo de Deus é este” e “não existe outro”. “O anúncio do Evangelho não é um carnaval, uma festa”. Este “não é o anúncio do Evangelho”.

Vencer a tentação da mundanidade

“O Evangelho não pode ser anunciado com o poder humano, não pode ser anunciado com o espírito de escalada, de subir”, “este não é o Evangelho”. Portanto, todos somos chamados a revestir-se de “humildade uns pelos outros”, porque “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”:

“E por que esta humildade é necessária? Justamente porque nós levamos avante um anúncio de humilhação, de glória, mas através da humilhação. E o anúncio do Evangelho sofre a tentação: a tentação do poder, a tentação da soberba, a tentação da mundanidade, de tantas mundanidades que existem e nos levam a pregar ou a recitar; porque não é pregação um Evangelho aguado, sem força, um Evangelho sem Cristo crucificado e ressuscitado. E por isso Pedro diz: ‘Cuidado…o inimigo de vocês, o diabo, assim como um leão faminto circula buscando alguém para devorar. Resistam, firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos são impostos aos seus irmãos espalhados pelo mundo’. O verdadeiro o anúncio do Evangelho sofre a tentação”.

Francisco acrescentou que se um cristão afirma que anuncia o Evangelho, “mas nunca sofre tentação”, significa então que o “diabo não se preocupa” porque “estamos pregando algo que não serve”.

A graça de sair

“Por isso, na pregação verdadeira, há sempre algo de tentação e também de perseguição”. O Papa destacou que, quando estamos no sofrimento, será “o Senhor a nos resgatar, a dar força, porque é isto que Jesus prometeu quando enviou os Apóstolos”:

“Será o Senhor a nos confortar, a nos dar força para ir avante, porque Ele age connosco se formos fiéis ao anúncio do Evangelho, se sairmos de nós mesmos para pregar Cristo crucificado, escândalo e loucura, e se nós fizermos isso com um estilo de humildade, de verdadeira humildade. Que o Senhor nos dê esta graça, como batizados, todos, de empreender o caminho da evangelização com humildade, com confiança Nele, anunciando o verdadeiro Evangelho: ‘O Verbo se fez carne’. O Verbo de Deus se fez carne. E esta é uma loucura, é um escândalo; mas fazê-lo na consciência de que o Senhor está do nosso lado, age connosco e confirma o nosso trabalho”.

A missa foi concelebrada pelos cardeais conselheiros que compõem o C9 – o grupo de trabalho instituído pelo Papa Francisco para a reforma da Cúria Romana.

(
Rádio Vaticano)

terça-feira, 25 de abril de 2017

Falar da Vida










DOMINGO DE PÁSCOA Ano A

“Levaram o Senhor do sepulcro

e não sabemos onde O puseram.”

Jo 20, 2








A morte vem sempre tirar o que de mais importante julgávamos possuir:

a vida, as pessoas que amamos, as coisas que dizemos nossas, os sonhos projectados.

É um despojamento irmão da nudez que nos revela tão próximos

da terra que também recebe para dar, do ar que se respira gratuitamente,

da água das fontes oferecida, e do vento que espalha as sementes.

Da morte há pouco a dizer, principalmente porque estamos vivos,

e há sempre tanta vida a acontecer e a chamar-nos,

que, falar da morte, é perda de tempo.

Buscando Jesus entre os mortos, Maria e as mulheres não O encontraram.

Como podia caber num sepulcro Aquele que libertava de todas as prisões

e abria futuros para os que só tinham as marcas do passado?

Como aceitar o fim d’Aquele que trazia nas palavras o encanto de começar de novo?

Como confiar nos sonhos de felicidade que Ele despertara em tantos?

O sepulcro vazio aponta uma ausência, que não é o roubo de um corpo,

mas a transformação da morte em passagem, e o fim em surpresa de vida nova.

“Na Galileia O vereis”, disseram os anjos no evangelho de Mateus,

reenviando os discípulos às periferias onde tudo começou.

À frescura das primeiras palavras e ao encanto dos primeiros encontros,

em que o coração e a vida sentiam palpitar o coração de Deus que Jesus oferecia.

Para construir a comunidade que tem Jesus no centro,

e vive a acolher e a partilhar, a perdoar e a libertar,

a espalhar a confiança no amor criativo e inesgotável de Deus.

Que adianta falar da morte quando há tanta vida para dizer?

E tanta vida nos dá Jesus ressuscitado, para continuarmos a fazer como Ele,

a Páscoa de cada dia que também se diz nas nossas palavras e gestos,

cheios na novidade criadora do seu Amor!

P. Vitor Gonçalves 24-04-2017 em iMissio

segunda-feira, 24 de abril de 2017

A Páscoa não é para todos

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Não sei o que seja mais terrível: se estes atentados contra os cristãos do próximo Oriente, que se sucedem a um ritmo acelerado e com efeitos devastadores, se a aparente indiferença do Ocidente.

Este ano, por uma muito feliz coincidência, a celebração da Páscoa católica coincidiu com a ortodoxa mas, apesar de quase todos os cristãos, nomeadamente os destas duas principais Igrejas, terem festivamente comemorado a gloriosa ressurreição de Jesus Cristo no mesmo dia, nem todos os cristãos tiveram direito a celebrar a festa mais importante do calendário litúrgico. Com efeito, a comunidade copta foi, no passado Domingo de Ramos, mais uma vez, alvo de dois criminosos atentados terroristas, cuja autoria foi reivindicada pelo Daesh, o auto-proclamado Estado islâmico.

Não sei o que seja mais terrível: se estes atentados, que se sucedem a um ritmo cada vez mais acelerado e com efeitos sempre mais devastadores, se a aparente indiferença do Ocidente, como já aqui foi referido em muito oportuna crónica de Rui Ramos: O Cristianismo arrancado pelas raízes. É natural que os europeus sintam mais os crimes ocorridos no continente, embora o Cairo não esteja longe do sul da Europa. Mas é estranho que, quando se trata de um terrorismo que se propõe o genocídio dos cristãos egípcios – os coptas assassinados foram-no, única e exclusivamente, por serem cristãos – um tal crime não suscite maior indignação por parte dos governos e dos povos europeus que, historicamente, devem ao Cristianismo o melhor da sua cultura e dos seus valores civilizacionais.

Os coptas representam, aproximadamente, dez por cento dos 92 milhões de egípcios: ‘copta’ quer dizer, precisamente, ‘egípcio’, porque são os mais antigos habitantes do país, anteriores à chegada dos muçulmanos, no século VII depois de Cristo. O Egipto, que foi cenário de inúmeros episódios da história bíblica, desde o exílio dos judeus, no tempo de José e seus irmãos, até à sua libertação por Moisés, foi também o único país, para além da Palestina, em que Jesus Cristo viveu, logo após o seu nascimento e até à morte de Herodes quando, com Maria e José, regressou à Terra Santa e se estabeleceu em Nazaré. Segundo a tradição, o Egipto conheceu o Cristianismo graças à pregação de São Marcos, evangelista, que terá sido bispo de Alexandria, o segundo maior patriarcado da cristandade primitiva, logo após Roma.

A designação copta tanto se aplica a cristãos ortodoxos como católicos; os primeiros, que se separaram da Igreja Católica depois do Concílio de Calcedónia, são a quase totalidade dos coptas e estão sob a autoridade do patriarca de Alexandria que, desde 2012, é o papa Tawadros II. A Igreja Católica copta conta apenas com algumas centenas de milhares de fiéis, mas também há igrejas coptas protestantes, bem como inúmeras comunidades coptas na diáspora, sobretudo na Austrália, nos Estados Unidos da América e no Reino Unido.

Como minoria cristã num país maioritariamente islâmico, os coptas têm sido objecto de inúmeras perseguições. Quando a Irmandade Muçulmana ganhou as eleições realizadas depois da queda de Mubarak, agravou-se consideravelmente a situação dos cristãos no Egipto, o que explica o seu apoio ao General Abdul al-Sisi, agora no poder.

O papa copta, Tawadros II, presidiu às celebrações pascais na sua catedral de São Marcos, na cidade do Cairo, com a maior simplicidade possível, por respeito às vítimas e ao luto das suas famílias. Dadas as circunstâncias, a celebração pascal ficou limitada à celebração da Eucaristia.

Nos ataques do passado Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa, protagonizados por terroristas islâmicos do Daesh, contra igrejas coptas em Tanta e Alexandria, morreram 45 fiéis. Não são, contudo, uma novidade: em Dezembro passado, um combatente suicida do Estado Islâmico fez-se explodir em plena igreja copta do Cairo, matando 29 fiéis. Em Fevereiro de 2015, numa praia da Líbia, os jihadistas decapitaram 21 cristãos coptas. Já nesta semana há a lamentar, de um ataque do Daesh nas imediações do mosteiro de Santa Catarina, no sopé do Monte Sinai, uma vítima mortal e quatro feridos.

Os atentados do primeiro dia da Semana Santa ocorreram apenas três semanas antes da programada visita apostólica do Papa Francisco ao Egipto, prevista para os dias 28 e 29 de Abril e que se mantém. Mais uma vez, o Papa Francisco é uma voz solitária na defesa da liberdade religiosa e dos mais elementares direitos humanos, nomeadamente dos que, por serem uma minoria, como acontece com os cristãos no Médio Oriente, estão mais à mercê das forças políticas e religiosas dominantes.

Se os assassinados tivessem sido 45 jornalistas, teriam saído à rua edições especiais, com grandes tarjas negras na primeira página, e ter-se-ia aberto uma subscrição pública a favor das suas famílias. Se, para maior desgraça, houvesse menores entre as vítimas, atapetar-se-iam as ruas das capitais europeias com ursinhos de peluche e outros brinquedos, em sua memória, porque é justo e necessário denunciar todas as injustiças contra crianças. Se fossem activistas das minorias alternativas, não haveria artista, poeta, actor ou cançonetista que, em solidariedade com as vítimas, não usasse um lacinho preto ao peito. Se fosse uma equipa de futebol, todos os jogos dessa jornada se iniciariam com uns minutos de silêncio. Se fossem todos cidadãos do mesmo país, decretava-se o luto nacional, punha-se a bandeira a meia haste e enchiam-se as praças com pequenas velas e flores em sua honra. Mas, como são tão só crianças, mulheres e homens cristãos, encolhem-se os ombros e diz-se apenas: “Coitados!”

Ante a perseguição aos cristãos, talvez haja ateus e agnósticos, ou até outros crentes que respirem de alívio, por não serem, ainda, o alvo do ódio terrorista dos fundamentalistas islâmicos. A esses convém recordar as dramáticas palavras do pastor protestante Martin Niemölder que, como opositor do nazismo, foi prisioneiro no campo de concentração de Dachau: “Quando os nazis levaram os comunistas, eu calei-me, porque eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque eu não era social-democrata. Quando levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque eu não era judeu. Quando me levaram a mim, já não havia ninguém que pudesse protestar…”

P. Gonçalo Portocarrero de Almada 22-04-2017 em Observador

domingo, 23 de abril de 2017

A Comunidade


https://www.youtube.com/watch?v=koR0S2qr6ss

A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, na “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade fraterna, preocupada em conhecer Jesus e a sua proposta de salvação, que se reúne para louvar o seu Senhor na oração e na Eucaristia, que vive na partilha, na doação e no serviço e que testemunha – com gestos concretos – a salvação que Jesus veio propor aos homens e ao mundo.
No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã que a identificação de cada crente com Cristo – nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens – conduzirá à ressurreição. Por isso, os crentes são convidados a percorrer a vida com esperança (apesar das dificuldades, dos sofrimentos e da hostilidade do “mundo”), de olhos postos nesse horizonte onde se desenha a salvação definitiva.
De qualquer forma, somos convidados a percorrer a nossa vida com esperança, olhando para além dos problemas e dificuldades que dia a dia nos fazem tropeçar e vendo, no horizonte, a salvação definitiva. Isto não significa alhearmo-nos da vida presente; mas significa enfrentar as contrariedades e os dramas de cada dia com a serenidade e a paz de quem confia em Deus e no seu amor.

A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos verdadeiramente a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo, encontra-O em nós?

• Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas e egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia?

extractos de http://www.dehonianos.org/portal/02o-domingo-da-pascoa-ano-a/

sábado, 22 de abril de 2017

Somos Um


https://www.youtube.com/watch?v=JYstZQ7x4a4


Domingo da Divina Misericórdia


https://www.youtube.com/watch?v=Fg04YgJ04dA




Do mais incrédulo e obstinado dos discípulos de Jesus
saiu um dos primeiros, senão o primeiro, ato de fé
explícita na divindade de Cristo:
“Meu Senhor e meu Deus!”
e “Porque me viste, tu crês!”
“Felizes aqueles que não viram e creram!”

DO CONFLITO À COMUNHÃO



Em 31 de março passado, Francisco, recebeu os participantes no simpósio internacional promovido pelo Pontifício Comité das Ciências Históricas e sob o tema “Lutero 500 anos depois. Uma releitura da Reforma Luterana em seu contexto Histórico Eclesial”. O Santo Padre, depois de ouvir uma síntese sobre o enquadramento deste Congresso, manifestou o que sentia: “Confesso-vos que o meu primeiro sentimento perante esta louvável iniciativa do Pontifício Comité de Ciências Históricas é um sentimento de gratidão a Deus, acompanhado também por uma certa admiração, ao pensar que não há muito tempo um congresso deste tipo teria sido totalmente impensável. Falar de Lutero, católicos e protestantes juntos, por iniciativa de um organismo da Santa Sé: deveras verificamos concretamente os frutos da ação do Espírito Santo, que ultrapassa qualquer barreira e transforma os conflitos em oportunidades de crescimento na comunhão. Do conflito à comunhão é precisamente o título do documento da Comissão Luterana-Católica Romana em vista da comemoração comum do quinto centenário do início da Reforma de Lutero.
Alegrei-me quando tomei conhecimento que esta comemoração ofereceu a estudiosos provenientes de várias instituições a oportunidade de olhar juntos para aqueles eventos. Aprofundamentos sérios sobre a figura de Lutero e a sua crítica contra a Igreja do seu tempo e o papado contribuem sem dúvida para superar aquele clima de desconfiança recíproca e de rivalidades que por demasiado tempo no passado caraterizou as relações entre católicos e protestantes. O estudo atento e rigoroso, livre de preconceitos e polémicas ideológicas, permite que as Igrejas, hoje em diálogo, possam discernir e assumir o que de positivo e legítimo houve na Reforma, e de se distanciar dos erros, exageros e falências, reconhecendo os pecados que tinham levado à divisão. Estamos todos bem cientes de que o passado não pode ser mudado. Todavia, hoje, depois de cinquenta anos de diálogo ecuménico entre católicos e protestantes, é possível efetuar uma purificação da memória, que não consiste em realizar uma correção impraticável de quanto aconteceu há quinhentos anos, mas em «narrar esta história de forma diferente» (Comissão Luterana-Católica Romana para a unidade, Do conflito à comunhão, 17 de junho de 2013, 16), já sem vestígios daquele rancor pelas feridas sofridas que deforma a visão que temos uns dos outros. Hoje, como cristãos, somos todos chamados a libertar-nos dos preconceitos em relação à fé que os outros professam com uma ênfase e uma linguagem diferente, e a conceder-nos reciprocamente o perdão pelas culpas cometidas pelos nossos pais e a invocar juntos de Deus o dom da reconciliação e da unidade….”.
O amigo leitor sabe, com certeza, que quando falamos em diálogo ecuménico, estamos a falar do diálogo entre as Igrejas cristãs: as Igrejas Católica, Ortodoxa, Anglicana, Presbiteriana, Evangélica, Metodista... São João Paulo II, ao dobrar do milénio, afirmava que a unidade dos cristãos “é um problema crucial para o testemunho evangélico no mundo” (TMA 34). Aos Secretários de “Christian World Communions”, em 12/10/2016, Francisco dizia que “muitas vezes pensamos que o trabalho ecuménico é só dos teólogos. Por isso é importante que os teólogos estudem, se ponham de acordo e exprimam o desacordo; isto é importante. Mas, ao mesmo tempo, o ecumenismo é feito a caminho. A caminho com Jesus, não com o meu Jesus contra o teu Jesus. O caminho é simples: é feito com a oração e com a ajuda aos outros. Rezar juntos: o ecumenismo da oração, uns pelos outros e todos pela unidade”.
Por sua vez, quando falamos em diálogo inter-religioso, estamos a falar do diálogo entre as grandes tradições religiosas do mundo. O Concílio Vaticano II referia quatro grandes religiões: o Judaísmo, o Islão, o Hinduísmo e o Budismo. A reflexão e o diálogo posteriores, porém, foram incluindo religiões tradicionais da África e afro-índias da América.
A necessidade do diálogo inter-religioso aparece nos textos do Vaticano II e a Igreja Católica tem procurado aproximar a todos nesse sentido, como, por exemplo, com as Jornadas conjuntas em Assis, sempre realizadas sem simplismos niveladores nem entrincheiramentos descabidos. São João Paulo II, percebendo para este novo milénio um pluralismo cultural e religioso mais acentuado, afirmava que o diálogo inter-religioso “é importante até para criar uma segura premissa de paz e afastar o espectro funesto das guerras de religião que já cobriram de sangue muitos períodos na história da humanidade. O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz (NMI 55).
Hans Kung, por sua vez, escreveu que “Não haverá paz entre as nações sem a paz entre as religiões. Não haverá paz entre as religiões sem o diálogo entre as religiões. Não haverá diálogo entre as religiões se não se investigam os fundamentos das religiões”.

D.Antonino Dias - Bispo de Portalegre Castelo Branco
21-04-2017

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Quando puderes, recomeça!

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Quando puderes, recomeça. Faz outra vez. Esquece o que te fez andar para trás e anda para a frente.

Quando puderes, recomeça. Decide como se fosse a primeira vez. Prepara-te como se fosse a primeira aventura. Olha como se fosse o primeiro de todos os dias.

Quando puderes, recomeça. Sem atropelar o que te fez chegar até aqui e sem perder o que te há-de levar onde ainda não sabes que vais chegar.

Quando puderes, recomeça. Faz do medo uma pulseira e usa-o preso ao braço para te lembrares sempre que és tu que o prendes e nunca ele que te prende a ti.

Quando puderes, recomeça. Faz da dúvida um pássaro de origami e deixa-o voar num qualquer céu que não seja o teu. Que não sejas tu.

Quando puderes, recomeça. Respira fundo e levanta-te sempre como quem nunca chegou a cair.

Quando puderes, recomeça. Desiste do que te fez e faz andar em círculos e agarra o que te vai fazer quebrar a corrente.

Quando puderes, recomeça. Espera que a maré suba e mergulha como quem recebe o que a vida tiver para oferecer.

Quando puderes, recomeça. Leva aos outros o que achas que te deviam ter trazido a ti.

Quando puderes, recomeça. Solta as amarras do que te faz recuar.

Quando puderes, recomeça. Duvida do que pensas ser teu para sempre. Duvida das promessas e das garantias. Duvida da perfeição. Duvida de quem nunca tem dúvidas.

Quando puderes, recomeça. Põe sempre um pé atrás mas nunca ponhas os dois.

Quando puderes, recomeça. Surpreende-te com o que já tinhas visto e deslumbra-te com o que fez sempre parte de ti.

Quando puderes, recomeça. Aprende palavras novas. Aprende as pessoas. Aprende os países que visitares. Principalmente o teu.

Quando puderes, recomeça e prepara-te para descobrir que, afinal, ainda não sabes nada.

Quando puderes, recomeça. Como quem não tem medo de nascer outra vez.


Marta Arrais


19 de Abril 2017 em iMissio

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Francisco e Jacinta Marto vão ser canonizados em Fátima no dia 13 de maio


O Papa Francisco anunciou hoje no Vaticano que vai presidir à canonização de Francisco e Jacinta Marto em Fátima, no dia 13 de maio, anunciou o Santuário português, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Os dois pastorinhos de Fátima tornam-se assim nos mais jovens santos não-mártires da história da Igreja Católica.

A decisão sobre o local e data da canonização foi tomada hoje num Consistório Público, reunião formal de cardeais, realizada no Palácio Apostólico do Vaticano, e anunciada pelo Papa, em latim.

O Santuário de Fátima "volta assim a ser o palco de uma cerimónia no processo de canonização de Francisco e Jacinta, depois de, a 13 de maio de 2000, João Paulo II ter presidido ali à beatificação dos dois videntes", assinala a instituição.

A canonização acontece após a aprovação, a 23 de março, de um milagre atribuído a Francisco e Jacinta, última etapa do processo, iniciado há 65 anos.

No processo de Francisco e Jacinta Marto, foi aceite como milagre a cura de uma criança no Brasil, considerada inexplicável à luz da ciência atual.

A decisão da comissão de peritos ou científica sobre a aceitação do milagre foi posteriormente analisada por uma comissão de teólogos, que recomendou a aceitação à Congregação para a Causa dos Santos.

O decreto saído da Congregação, declarando santos os dois beatos, foi então submetido à aprovação do Papa Francisco, recorda o Santuário de Fátima.

A canonização é a confirmação, por parte da Igreja Católica, de que alguém é digno de culto público universal, podendo ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

A festa litúrgica de Francisco e Jacinta Marto ocorre a 20 de fevereiro, dia da morte de Jacinta.

As celebrações de canonização acontecem, por norma, na Praça de São Pedro, onde o Papa Francisco presidiu a oito cerimónias do género desde 2013, mas o atual pontífice já canonizou dois sacerdotes em viagens ao estrangeiro: São José Vaz (14 de janeiro de 2015, Sri Lanka) e São Junípero Serra (23 de setembro de 2015, Estados Unidos da América).
PR/OC


https://www.youtube.com/watch?v=PO9WzHSci50



O que significa «Jesus de Nazaré ressuscitou»?


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«Esta é a noite, que liberta das trevas do pecado e da corrupção do mundo aqueles que hoje por toda a terra creem em Cristo, noite que os restitui à graça e os reúne na comunhão dos Santos.

Esta é a noite, em que Cristo, quebrando as cadeias da morte, Se levanta vitorioso do túmulo.

De nada nos serviria ter nascido, se não tivéssemos sido resgatados.»


Este trecho do Precónio Pascal, que é cantado na Vigília de Sábado Santo, faz-me sempre "mergulhar" no coração da fé cristã. De facto, como diz Paulo na carta aos Coríntios: «Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é inútil e ainda estais nos vossos pecados. Todos os que morreram em Cristo estão perdidos. Se a nossa esperança em Cristo é apenas para esta vida, somos os mais dignos de compaixão entre todos os homens.» (1 Cor 15, 17-19).

O que significa "Jesus de Nazaré ressuscitou"? O que significa hoje? Nestes dias de tanta violência na Síria? Nestas semanas de tantas ameaças da Coreia do Norte? Nestes meses com tantos atentados na Europa?

Vivemos a Oitava da Páscoa. Nestes dias, que significa "a fé é tudo"; que quer dizer "a ressurreição é o centro de toda a mensagem cristã", quando continuamos a assistir a escândalos de membros da Igreja que pecam contra a castidade e contra a caridade; quando cristãos são pouco transparentes com o dinheiro, "manipulam" as instituições de solidariedade...

Perante isto mais do que dar uma resposta é preciso ser "proactivo", isto é, fazer alguma coisa, mexer-se. Mais do que tentar desculpar e explicar estas realidades, é preciso dar um testemunho contrário, um testemunho positivo de que Cristo Ressuscitou. Haverá sempre uma grande distância entre o que a Páscoa anuncia e a nossa realidade finita e imperfeita. A Páscoa fala de vida, o nosso mundo de morte. A Páscoa fala de lavar os pés aos outros, o nosso mundo de violência que mata o outro. A Páscoa fala de um mundo novo e o nosso mostra-se incapaz de se renovar... No entanto, temos que ser sinais de Esperança. Não de facilitismo, como que à espera de uma intervenção divina que não respeite a nossa liberdade. Mas enraizados na Páscoa de Cristo, nunca perdemos a coragem, nunca desistimos, nunca nos perdemos neste mundo.

A esperança cristã não é "insuflada de vaidade ou elitismo". Ela exige coragem, fortaleza e disponibilidade para nos abandonarmos nas mãos de Deus e dos irmãos, como Jesus que com esta atitude não recuou perante a ameaça da morte, mas ofereceu a sua vida em favor de muitos.

A Páscoa de Cristo é luz que arrasa as trevas e nos enche de esperança, mesmo perante esta realidade de violência e escândalo. A Páscoa de Cristo dá-nos a coragem e a persistência para não nos limitar-mos a "acusar" os defeitos da Igreja e dos outros, mas renovar-nos e assim transformarmos este mundo num mundo novo.

Continuação de uma Santa Páscoa.


Paulo Victória
18 de Abril 2017
em iMissio

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O eco da Páscoa



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Ao celebrarmos a Páscoa, ecoa em nós uma novidade transformadora.

Uma luz que trespassa todas as teias aranhas, todos os lugares ocultos e todas as zonas cinzentas do nosso coração.

Deixemos que assim seja, sem medos. Peçamos a Graça disso mesmo. A Graça que permite que passemos pelo encontro com Jesus Ressuscitado deixando-nos tocar.

Ele sussurra ao nosso ouvido que ainda que a vida tenha dor e sofrimentos, que os tem, não nos deixará sós. Nunca. Estará connosco até ao fim dos tempos. Pede-nos a mão e olhando-nos nos olhos com ternura, acrescenta: Ama. Amem-se uns aos outros como Eu vos amei, como eu vos amo.

E o Amor redefine-se neste Mistério e para sempre. Escolha, virtude, por vezes combate, outras vezes deserto, umas vezes até entrega total. Mas sempre caminho de Bem, de Vida, de Salvação.

E a Cruz não é fim mas recomeço. E a nossa Cruz não é vivida às escuras mas à luz da Ressureição. E isso faz e fará toda a diferença.

Fazendo votos de que a todos nós chegue esta luz transformadora, partilho um dos textos mais bonitos que me leram e me convidaram a ler. Que estas palavras façam ecoar em nós o apelo e o entusiasmo que é a Páscoa.



«[Este mandamento] é recapitulado, é resumido nesta palavra: ‘amarmo-nos (uns aos outros)’. Mas há mais uma coisa a dizer: que o tempo passa. E o problema fundamental da humanidade, desde há dois mil anos, permanece o mesmo: ‘amarmo-nos’. Só que agora torna-se mais urgente, muito mais urgente. E quando hoje ouvirmos repetir que nos devemos amar uns aos outros, saibamos que já não nos resta muito tempo. Temos que nos apressar. Apressemo-nos a amar. Nós amamos sempre muito pouco e muito tarde. Apressemo-nos a amar. Por que no entardecer da vida seremos julgados pelo amor. Porque não existe amor esbanjado. E porque não existe maior emoção que sentir, quando estamos apaixonados, que a nossa vida depende totalmente de uma outra pessoa. Que não nos bastamos a nós mesmos. E porque todas as coisas, mesmo as que são inanimadas, como as montanhas, o mar, as ruas... mais, mais! O céu, o vento... mais! As estrelas... mais! As cidades, os rios, as pedras, os palácios... Todas estas coisas que, em si, são vazias, indiferentes, subitamente, quando as olhamos, são carregadas de um significado humano e fascinam-nos, comovem-nos. Porquê? Porque contêm uma premonição de amor. Até as coisas inanimadas. Porque a cobertura de toda a criação é o amor. E porque o amor combina com o significado de todas as coisas: a felicidade. Sim, a felicidade! A propósito de felicidade: procurem-na. Todos os dias, continuamente. E ainda, que aquele que me ouve agora se ponha à procura da felicidade, agora, neste mesmo momento! Porque está aí, já a têm, já a temos. Porque nos foi dada a todos. Foi- nos dada, num dom, quando éramos pequenos. Foi-nos dada como presente, em dote. Era um presente de tal maneira belo que a escondemos, como fazem os cães quando escondem o osso. E muitos de nós escondemo-la tão bem que não nos lembramos onde a guardámos. Mas já a temos, já a têm! Vejam todos os lugares. Nas caixas, nos compartimentos da vossa alma. Tirem tudo cá para fora. Os caixotes e as cómodas que estão dentro. Verão que sai. Está aí a felicidade! Tentem encontrá-la. Talvez a encontrem por surpresa, mas está aí. Devemos pensar sempre na felicidade. E, ainda que ela, às vezes, se esqueça de nós, nós não nos devemos nunca esquecer dela, até ao último dia da nossa vida. E não devemos ter medo algum da morte. Reparem que é mais arriscado nascer que morrer. Não tenham medo de morrer, mas de nunca começar a viver de verdade. Saltem para dentro da existência agora, aqui. Porque, se não encontrarem nada agora, não encontrarão nada nunca mais. É aqui a eternidade! Temos que dizer ‘sim’ à vida. Temos que dizer um ‘sim’ de tal maneira pleno à vida que seja capaz de conter tudo em nós. Porque no final de tudo isto teremos percebido que não sabíamos nada e que não se compreende nada. E que só se compreende que é tudo um grande mistério e que é necessário deixá- lo estar. E que o que mais impressiona o mundo é a vida que persiste e não se percebe como. ‘Como faz?’ ‘Como faz para resistir?’ ‘Como faz para durar assim?’ É um outro mistério e nunca ninguém o percebeu, porque a vida é muito mais do que o que podemos nós compreender. Por isso resiste. Se a vida fosse só o que compreendemos nós, tinha já terminado há tanto, tanto tempo. E nós sentimos. Sentimos que de um momento para outro pode acontecer qualquer coisa de infinito. E, por agora, não nos resta senão fazer uma coisa: inclinarmo-nos».

I Dieci Comandamenti, Roberto Begnini.

 Rita Sacramento Monteiro 17-04-2017 em iMissio

INFORMAÇÃO PAROQUIAL

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A Eucaristia durante a semana na Igreja Matriz e ao sábado na igreja de Nª Srª da Luz  passa para as 18:30H, desde dia 18 do corrente.

Dia 29 de Abril realiza -se o DIA DIOCESANO DA CATEQUESE, em Castelo Branco.

Início pelas 9:30H
Almoço partilhado
Encerramento pelas 18:00H


segunda-feira, 17 de abril de 2017

Quem semeia aventuras, colhe esperanças!



Nem sempre somos capazes de encontrar o lugar que nos pertence. Nem sempre sabemos se o lugar que nos está destinado ao coração pode, na verdade, existir. Gostamos de acreditar que estará para chegar o dia em que nos sentiremos encaixados, pertencentes e enraizados. Para alguns, o lugar que lhes pertence pode estar guardado dentro da alma de outra pessoa qualquer. Para outros, o lugar que lhes enche as medidas tem uma geografia específica e pertence a uma qualquer terra com nome de país. Para alguns, o lugar que procuram está na forma como vão decidir viver cada dia. Ou tem a pele por viver de uma aventura por estrear. Para outros, o lugar que nos fará ser moradas andantes…não existe. Talvez o importante seja que cada um se dedique a encontrar o seu lugar. Aquele que tudo muda e que tudo sossega. Aquele lugar que nasceu para ser habitado e querido por nós. Haverá lugares que cheguem para cada um?! Haverá tempo suficiente para os encontrar?! A resposta é bonita e é pequena: sim. O problema é que o nosso coração é feito de pressas e batidas velozes. Não bate como quem espera. Bate como quem quer tudo de uma vez. O mais rapidamente possível. E é assim que, apressados pelo nosso lado esquerdo, nos deixamos apaixonar pelos lugares errados. É assim que nos enganamos no lugar de chegada. Preferimos um lugar qualquer à espera demorada do lugar que será nosso e para nós. Contentamo-nos com o que aparecer. Esquecemo-nos do que disseram os poetas e outros sábios: o melhor está sempre para vir. Somos tempestades ambulantes que teimam em rasgar os céus de calmaria que a vida tem para oferecer. Somos feras de dentes aguçados que teimam em não permitir que a vida aconteça. Valerá a pena continuar à procura de um lugar que esteja à nossa espera?! Vale. Mas vale mais a pena entender que a aventura de não saber o que virá depois, compensa. O mistério compensa e faz-nos crescer. O que seria de nós se já soubéssemos o que vem a seguir?! Que esperanças nos fariam avançar se os nossos olhos já tivessem visto tudo?!

O nosso lugar na vida e no mundo está disponível apenas para ser descoberto. Não para ser adivinhado. Se ousarmos embarcar na aventura de deixar tudo para o alcançar, havemos de encontrar mais do que alguma vez tivemos. Quem semeia aventuras, colhe esperanças. Quem semeia passos, colhe caminhos. Quem semeia cores, colhe paisagens. Quem semeia a paz, colhe céus azuis para o teto do coração.

O teu lugar é teu. Vai buscá-lo. Quando lá chegares, terá valido TUDO a pena.

Marta Arrais (12-04-2017) iMissio

domingo, 16 de abril de 2017

RESSURREIÇÃO


https://www.youtube.com/watch?v=ozwZDG04-yY

A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira).
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa finitude).


Aos discípulos pede-se que sejam as testemunhas da ressurreição. Nós não vimos o sepulcro vazio; mas fazemos, todos os dias, a experiência do Senhor ressuscitado, que está vivo e que caminha ao nosso lado nos caminhos da história. A nossa missão é testemunhar essa realidade; no entanto, o nosso testemunho será oco e vazio se o nosso testemunho não for comprovado pelo amor e pela doação (as marcas da vida nova de Jesus).


O baptismo introduz-nos numa dinâmica de comunhão com Cristo ressuscitado. Tenho consciência de que o meu baptismo significou um compromisso com Cristo? Quando, de alguma forma, tenho um papel activo na preparação ou na celebração do sacramento do baptismo, tenho consciência – e procuro passar essa mensagem – de que o sacramento não é um acto tradicional ou social (que, por acaso, até proporciona fotografias bonitas), mas um compromisso sério e exigente com Cristo? A minha vida tem sido uma caminhada coerente com esta dinâmica de vida nova que começou no dia em que fui baptizado?

A ressurreição de Jesus prova, precisamente, que a vida plena, a vida total, a transfiguração total da nossa realidade finita e das nossas capacidades limitadas passa pelo amor que se dá, com radicalidade, até às últimas consequências. Tenho consciência disso? É nessa direcção que conduzo a caminhada da minha vida?

• Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo e pelos sacramentos, a semente da ressurreição (o próprio Jesus) é depositada na realidade do homem/corpo. Revestidos de Cristo, somos nova criatura: estamos, portanto, a ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a maturação plena, a vida total (quando ultrapassarmos a barreira da morte física). Aqui começa, pois, a nova humanidade.
EXTRACTOS DE  http://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=1381

sábado, 15 de abril de 2017

PÁSCOA - A FESTA DAS FESTAS



Celebramos a Páscoa, a festa por excelência dos cristãos, a Festa das festas, a Ressurreição do Senhor.
Para nós, os crentes, a Ressurreição de Cristo é o fundamento da nossa fé e vence a cultura da morte, do ódio, da tristeza, do vazio, da indiferença, da vida sem sentido. É a proclamação dos valores mais altos da conduta humana, é a vitória do primeiro e principal valor humano: a Vida. A Páscoa proclama a Boa Nova da Salvação, faz-nos sentir amados e perdoados por Deus rico em misericórdia, desafia-nos a abrir as portas do coração a Cristo Redentor que se deu por amor e constantemente se faz encontrado, convida-nos a reavivar o dom que está em nós, o dom do nosso batismo pelo qual mergulhamos na morte com Cristo e com Ele ressuscitamos para uma vida nova. Como filhos adotivos do Pai, membros de Cristo, templos do Espírito Santo e membros da Igreja, temos a feliz missão de sermos fermento, sal e luz no meio da comunidade humana, vivendo com alegria e esperança, fomentando a cultura do Amor: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos se praticardes o que vos mando (…) Isto vos mando: amai-vos uns aos outros” (Jo 15, 12-14.17)


UM HINO DO OFÍCIO DAS HORAS

“Um novo coração me dá, Senhor,
O qual a Ti só tema, a Ti só ame,
A Ti, meu Deus, meu Pai, meu Redentor.

Por Ti suspire sempre, por Ti chame,
Por Ti me negue a mim e tudo negue,
Por Ti saudosas lágrimas derrame.

A Ti busque, a Ti ache, a Ti me entregue
Com tão intenso amor, com tal vontade
Que nunca mais de Ti me desapegue.

Ó bom Jesus, por Tua piedade,
Não Te escondas de mim, isto Te peço,
Que sem Ti tudo enfim é só vaidade.

Muito pedi, Senhor, pouco mereço,
Tão pouco que Te não mereço nada,
Se o Teu muito ao meu nada não dá preço.

Esta alma tantas vezes desviada
Do caminho do Céu, Tu encaminha,
Que, se por Ti não vai, vai muito errada,
Doce Jesus, doce esperança minha.”

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Feliz Páscoa para todos, com muita alegria e paz.

D. Antonino Dias- Bispo de Portalegre Castelo Branco
14-04-2017

VIGÍLIA PASCAL


https://www.youtube.com/watch?v=E3eqtBBqm3A


"Tu tens o meu nome marcado na palma da Tua mão"


            
  da Tua mão» (Is 49, 16)                                                                 

«Tu tens o meu nome marcado na palma





SENHOR,

O mais importante não é…

eu procurar-Te,

mas sim que Tu me procuras por todos os caminhos (Gen 3, 9);

eu chamar-Te pelo Teu nome,

mas sim que Tu tens o meu nome marcado na palma

da Tua mão (Is 49, 16);

eu gritar-Te quando nem palavras tenho,

mas sim que Tu entras suavemente

em mim com o Teu grito (Rom 8, 26);

eu ter projetos para Ti,

mas sim que Tu me convidas a caminhar contigo

em direção ao futuro (Mc 1, 17);

eu compreender-Te,

mas sim que Tu me compreendes até

ao meu último segredo (1 Cor 13, 12);

eu falar de Ti com sabedoria,

mas sim que Tu vives em mim e Te exprimes

à Tua maneira (2 Cor 4, 10);

eu guardar-Te na minha caixa de segurança,

mas sim que eu sou como uma esponja

no fundo do Teu oceano (EE 335);

eu amar-Te com todo o meu coração e com todas as minhas forças,

mas sim que Tu me amas com todo o Teu coração

e com todas as Tuas forças (Jo 13, 1);

eu consolar-me e planificar,

mas sim que o Teu fogo arde dentro dos meus ossos (Jer 20, 9);

Porque, como é que eu seria capaz de procurar-Te, chamar-Te, amar-Te...

se Tu não me procurasses, chamasses e me amasses primeiro?


(Benjamin Gonzalez Buelta, sj)

quinta-feira, 13 de abril de 2017

CEIA DO SENHOR


https://www.youtube.com/watch?v=OfioF_KZgls


Ninguém me telefona, ninguém vem me visitar



Não sofra com isso; tome a iniciativa



Certa manhã, fui caminhar pelo bairro enquanto rezava o terço. Eu gosto muito de caminhar pelas ruas e ir pedindo pelas famílias que vivem ali, onde vou passando. Imagino que cada Ave-Maria é uma flor para a Virgem e que vou semeando-as por todos os lados.

E aquela manhã foi muito especial porque encontrei a dona Lucía, que tinha acabado de comprar pão doce, assado no forno à lenha.

– Bom dia, padre! Para onde vai com tanto frio?

– Vim rezar o terço um pouco. Quer me acompanhar?

– Não, padre, deixei o leite no fogo. Quando o senhor acabar, venha tomar um café da manhã comigo!

E assim foi. Quando acabei o terço, voltei para tomar um copo de leite quente com chocolate e um pãozinho delicioso. E, como de praxe, perguntei para dona Lucía e para o esposo dela:

– E vocês, como estão? O que me contam?

– Ah, padre! Estamos chateados porque nossos filhos não se lembram mais de nós, nunca vêm nos visitar e falam pouco com a gente. Toda vez temos que telefonar para eles e pedir que eles venham aqui. Só assim conseguimos vê-los. Há dois meses eles não vêm aqui nem para saber se continuamos vivos.

E vocês já perguntaram a eles porque nunca telefonam?

– Eles dizem que se esquecem, mas que, mesmo que não nos telefonem, eles nos amam muito. Mas para que queremos amor se eles se esquecem de nos dar? Reze muito por nós, temos uns filhos meio ingratos.

Eu não me surpreendi pelo fato de eles se sentirem assim. Tenho ouvido muitas pessoas que se queixam e se entristecem com a mesma coisa. Sentem que não são importantes para seus pais, filhos, amigos…

Há pouco tempo, uma jovem senhora me disse que decidiu não cumprimentar seu esposo porque era sempre ela que tinha de tomar a iniciativa. Em resumo: ficaram dez dias sem conversar. O mais interessante é que o esposo veio me dizer que sentia que ela estava chateada porque já não falava com ele, mas ele não conseguia perguntar o que tinha feito.

Tudo isso me faz pensar em Nosso Senhor Jesus. Os Evangelhos contam que Ele nunca estava quieto, que andava por todos os lados, anunciando a Boa Nova. Imagine se ele tivesse ficado sentado na casa dele, esperando que os outros o procurassem! Não nos havia salvado. Mas não, Ele sabia muito bem que seu pai lhe deu um dom e tinha que compartilhá-lo.
Nós sofremos porque não colocamos em prática os dons que Deus nos deu. Dona Lúcia sofre porque seus filhos não a visitam por iniciativas próprias, mesmo que, quando está com eles, seja muito feliz. Mas não compreende que seus filhos não têm o dom da iniciativa e decide sofrer. A esposa de Carlos é a alegria em vida, mas não sabe que tem o marido mais fiel, porém o mais tímido do bairro.

Se sua esposa, filhos amigos ou conhecidos não telefonam ou vêm visitá-lo, faça isso você. Não sofra. Não tenho a menor dúvida de que o bom Deus lhe deu muitos dons. Então, use-os: telefone, aproxime-se, convide…


Padre Sergio
http://www.padresergio.org

quarta-feira, 12 de abril de 2017

ESPERANÇA

INFORMAÇÃO PAROQUIAL - Semana Santa

SEMANA SANTA

QUINTA - FEIRA SANTA :  Eucaristia/ Ceia do Senhor


ALEGRETE -    17:00H

ARRONCHES -   21:00 H

 Apresentação das crianças que irão fazer a 1ª Comunhão. 
Cerimónia do Lava-pés.

EXPOSIÇÃO E ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO até às 24:00H

SEXTA- FEIRA  SANTA:   Celebração da Paixão do Senhor

ALEGRETE - 17:00H

ARRONCHES-  15:00H             Com Adoração da Cruz

SÁBADO SANTO  : Vigília Pascal na Noite Santa

ARRONCHES: 22:00H
Participação de todas as comunidades

DOMINGO - PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

REGUENGO : Eucaristia  09:30H

ALEGRETE : Eucaristia  10:30H

ARRONCHES: Eucaristia  12:00H

ESPERANÇA: Eucaristia  15:00H

VALE DE CAVALOS: Celebração da Palavra 15:30H

DEGOLADOS: Eucaristia  16:00H

MOSTEIROS:  Celebração da Palavra 16:30H