sábado, 22 de julho de 2017

UM DIA DE CABEÇA NO AR....


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De Portalegre a Lisboa, de Lisboa a Frankfurt, de Frankfurt a Frankfurt. Sim, depois de termos partido de Frankfurt, para Atenas, e depois de mais de meia hora a calcorrear caminho, tivemos de virar a Frankfurt. A informação, como é evidente, foi escassa e incompleta. As hospedeiras mostravam cara de caso, a refeição que estava a ser servida, ficou apressada, alguns ficaram a meio e a outros nem sequer chegou, mas tudo foi reposto no terceiro avião. Naquele momento, acabar com aquela vitamínica tarefa, e rapidamente, era o que se impunha. Os fusíveis de muitos deveriam ter aquecido, outros manifestavam nervoso miudinho, e todos esticavam os olhos na expectativa de saber o que é que, na verdade, se estaria a passar. Mas a coisa deveria ter sido mesmo de assustar também os técnicos do voo!... Depois de termos aterrado, não faltavam carros de polícia, de bombeiros e ambulâncias a seguir o avião até que este parasse, não sei se para apagar incêndio, se para recolher os restos, se para desativar bomba. Tudo se podia imaginar, a menos que este seja o protocolo, solene e habitual, para a receção de um ente avariado lá pelos ares...
De facto, depois de terem sido cumpridos, logo de início, os necessários quiproquós de embarque e desembarque, e mesmo que esta tarefa não permita cabeças no ar a fazer o que se deve fazer, o que é verdade é que, por mor destes sobressaltos, embora não rolassem cabeças, todas voavam lá por cima.... As coisas acabaram por correr muito bem e tudo sempre com muita delicadeza e atenção por parte da Companhia Aérea... Mas continuo cá na minha: o não haver umas estaçãozitas de serviços lá pelos ares, e coisa a que a gente se possa agarrar, causa-me cá uma certa mossa sempre que ando por entre as nuvens!...
Um numeroso grupo de pessoas da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, de Leiria-Fátima e doutras paragens, rumam neste passeio, passeio peregrinação e também cultural. Um grupo já moldado pela simpatia e amizade geradas ao longo dos anos, confiando na Agência de Viagens e Turismo VIALUCIS e nos responsáveis pelo Pastoral do Turismo e da Mobilidade Humana. No fim do passeio de cada ano, por aí, sugere-se o próximo destino. Este ano seria para as bandas da Grécia e Turquia, onde os aviões da Lufthansa nos acabam de deixar. Ainda pelos ares, relato um pouco do que será este périplo, servindo-me dos prospetos da Agência.
Situada próximo da interseção entre a Europa e a Ásia, a Grécia é o Estado mais meridional da Península balcânica, no sudeste da Europa e conta mais de 2.000 ilhas nos mares Egeu e Jónico, das quais somente 170 são habitadas. O Monte Olímpico é o pico mais alto do país. A Grécia é um dos berços da civilização europeia, tendo os seus sábios da antiguidade contribuído fortemente para o progresso da filosofia, da medicina, da matemática e da astronomia. As cidades-estado gregas foram pioneiras no desenvolvimento das formas de governo democrático. A herança história e cultural da Grécia continua a repercutir-se no mundo moderno nos campos da literatura, arte, filosofia e política. A sua superfície é de 131.990 km2; a população, 11.216.708 habitantes. O regime político é de República Parlamentar, a moeda é o Euro.
A Turquia situa-se na encruzilhada entre a Europa e a Ásia, possui uma grande diversidade cultural e étnica. A sua história remonta a antigas civilizações, como a dos nítidas, passando pelas épocas grega e romana (quando São Paulo propagou o cristianismo na região) até chegar aos impérios bizantino e otomano. A República moderna da Turquia foi fundada em 1923 segundo o modelo de Estado secular ocidental, é também uma República Parlamentar. Tem uma superfície de 783.562 km2 e uma população de 72.561.312 habitantes. A capital é Ancara e a moeda é a lira turca: um euro vale 3.951.510 TAL. Amanhã, visitaremos a cidade de Atenas: O Arco de Adriano, estádio Panatenaico, Parlamento, Museu da Moeda, Academia, Universidade, Biblioteca Nacional, e outros centros de interesse. E chegaremos à rocha sagrada de Acrópoles, visitando os templos. A visita prolongar-se-á, depois, ao gosto de cada um. No Domingo, sairemos com destino ao canal de Corinto, na região do Peloponeso, chegando à antiga Corinto, aonde São Paulo pregou e escreveu as suas principais cartas. Na segunda-feira, sairemos de Atenas para ir ao porto de Pireus e tomar um cruzeiro Grécia e Turquia, com almoço a bordo, chegando, mais tarde, à pequena ilha de Mikonos. Visitaremos a ilha e regressaremos ao navio, com jantar e noite a bordo. No dia seguinte, chegada ao porto de Kusadasi, na costa turca. Visita às ruínas da cidade antiga de Éfeso, à casa da Virgem Maria, o local, segundo a tradição, a Virgem Maria teria vivido os últimos anos da sua vida. Após o almoço a bordo, iremos para o porto de Patmos, uma pequena ilha conhecida pelo local onde São João teve as revelações do Apocalipse. Visita ao Mosteiro de São João e à Gruta do Apocalipse. No dia seguinte estaremos em Rhodes, a ilha das rosas, começando pela aldeia de Lindos, e visitaremos a Acrópole, donde se vê o pequeno porto onde Paulo teria desembarcado. Rhodes foi sede da Ordem dos Cavaleiros de São João (Ordem de Malta), que foram obrigados a deixar esta cidade medieval depois da derrota com os turcos. Há 400 anos que habitavam a ilha. No dia seguinte, escalada livre em Heraklion, capital de Creta, a terceira maior cidade grega. Tem Museu arqueológico e partiremos para visitar o maior palácio minóico, o Knossos. Passagem por Santorini, desembarque e visita à cidade de Oia. Depois do jantar e noite a bordo, no porto de Pireus, no dia seguinte, manhã livre na cidade de Atenas. De tarde, regresso, por Frankfurt, a Lisboa, e cada um às suas terras. Que tudo corra pelo melhor. Quando, há anos, fomos à Polónia, perdemos um comparsa. Intuímos que teria ficado numa estação de serviço duma autoestrada, onde paráramos. Voltando, preocupados, para trás, à sua procura, lá estava o Sr. André, todo bem disposto, como bem disposto está aqui entre nós. Pareceu-nos até que, naquele curto espaço de tempo, ele tinha aprendido a falar polaco.... Esperamos agora que, ninguém, nos dias do Cruzeiro, se veja grego e, com as ondulações do barco, não passe o tempo a chamar pelo gregório, revoltado internamente consigo mesmo.

D. Antonino Dias . Bispo de Portalegre Castelo Branco
14-07-2017



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