domingo, 22 de abril de 2018

Vocações

Foto de SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco.

Sou o Diogo Neves, tenho 23 anos, sou natural da Paróquia de Gavião. Fiz todo o meu percurso de Catequese na Paróquia de Gavião. No meu percurso de Catequese, fui convidado para ser acólito logo após a Primeira Comunhão, o qual aceitei e sou até hoje.
Com o fim do Ensino Básico, tive de mudar de escola, e fiz o Ensino Secundário em Ciências e Tecnologias na Escola Secundária de Ponte de Sor. Nesse verão de mudança, 2010, o meu professor de Moral convidou-nos para fazer um Campo de Férias em Mem Soares. Foi nesse Campo que eu fiz uma experiencia de partilha e vivencia da fé. Quer com aqueles que comigo foram, quer com aqueles que foram de outras escolas, que com os Animadores, que, sendo mais velhos, deram-nos um testemunho de vivencia do Cristianismo de forma alegre e disponível para ouvir, para falar e para rezar connosco. Gostei tanto dessa experiência, que a repeti várias vezes, quer como participante quer mais tarde como animador.
Nestes Campos de Férias em Mem Soares, esteve sempre presente uma freira, das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, uma irmã que apesar da idade avançada, não parava um segundo. Tudo fazia para que, durante aqueles dias, nada nos faltasse. Servia a Igreja através do serviço a nós. Foi através dela que começo a surgir em mim o desejo de querer servir de forma igualmente total. Nessa altura já era acólito, já participava no Grupo de Jovens da Paróquia, já era animador dos Campos de Férias, mas parecia-me que ainda era pouco. Queria que todo o meu dia fosse de serviço para os outros, e por consequência, toda a minha vida seria dedicada de forma especial ao serviço das pessoas e de Deus. E a partir daí comecei a pensar no que poderia fazer para o concretizar. E aí, o nosso Bispo, D. Antonino, teve um papel fundamental. Ele vinha sempre no final dos Campos, para celebrar a Missa do último dia. E deixa sempre o convite para os rapazes de por em causa na sua vida a opção do Seminário. E nesta minha busca de concretizar o meu desejo de servir, surgiu como primeira e mais forte oportunidade, porque a Diocese precisava, e ainda precisa muito, de jovens que se disponham a fazer esta escolha de serviço e de amor à comunidade cristã.
Participei nas Jornadas Mundiais da Juventude de Madrid em 2011 e de Cracóvia em 2016. Em Madrid, ainda com o Papa Bento XVI, foi para mim uma experiência única onde pude ver a universalidade da Igreja. Aí peregrinaram cerca de um milhão e meio de jovens. Provenientes de todo o mundo, com as suas bandeiras e cores, as suas canções e gritos, alegramos a vida da cidade de Madrid, quer nas ruas, quer nas praças, quer no Metro. Onde quer que nos encontrássemos fazíamos barulho, e quando nos encontrávamos com outro grupo de portugueses, então o barulho era inevitável. Toda aquela alegria era contagiante. É a alegria de, apesar de diferentes, sermos todos Cristãos. Em Cracóvia, já como seminarista, saliento um povo que não tem medo de mostrar as feridas das guerras, um povo profundamente cristão, mas especialmente que sabe acolher, um povo que se deu e nos deu tudo, inclusive, que mudou algumas regras e leis durante o tempo das Jornadas, para que todos as pudéssemos viver de forma tranquila.
Em 2012, por altura da preparação para o Crisma, fui convidado a fazer um Convívio Fraterno, e lá, mais uma vez, saí com a minha fé ainda mais fortalecida, mais crescida, e com novos irmão em Cristo, entre os quais não tivemos vergonha de nos assumir como tal e de crescermos mutuamente. Ainda em 2012, foi em Taizé, que, depois de tudo isto, aproveitei a semana para rezar de forma mais intensiva a decisão que havia de tomar no ano seguinte, visto que era o verão da passagem do 11º para o 12º ano. E lá, decidi entrar no Seminário.
Assim, entrei no Seminário, em Setembro de 2013. E desde então tenho feito um caminho de descoberta. Em primeiro lugar uma descoberta da vida comunitária, onde somos todos chamados a concretizar o Mandamento do Amor numa comunidade muito diversa em culturas e idades. E, consequentemente, uma descoberta maior de Deus e do conhecimento da pessoa de Jesus Cristo, quer pelo estudo na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, quer, e de forma muito mais forte e fecunda pela oração e pelo acompanhamento pelos Padres formadores do Seminário. Tudo isto tem sido um caminho feito com e para Cristo, dispondo-me a servi-Lo cada vez mais, com e para os outros.

Diogo Neves (Gavião)
Diocesano

SDPJuventude e Vocações de Portalegre Castelo Branco

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