terça-feira, 10 de setembro de 2024

Sentido e espiritualidade da Peregrinação


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Cón. Emanuel Matos Silva

Sentido e espiritualidade da Peregrinação


Em tempo de Jubileu diocesano (475 anos da Diocese de Portalegre) e às portas do Jubileu universal “Peregrinos na Esperança” (ano 2025, o primeiro do séc XXI), a Igreja sente-se peregrina e prepara-se para peregrinar. A peregrinação foi sempre um momento significativo na vida dos crentes. É um momento e é a vida inteira. É uma oração caminhada e um caminho rezado. Pés a caminho, metas físicas como pedagogia das metas espirituais da conversão, fazem da peregrinação um momento único de crescimento na comunhão com Deus e com a Igreja. Quando peregrinamos queremos chegar a um objectivo (Porta Santa, Santuário, Igreja jubilar, etc), mas também queremos viver uma maior identificação cristã na santidade de vida. Quem peregrina não faz apenas um conjunto de quilómetros; é chamado sim a fazer uma mudança de vida. Caminha-se desafiado por esse ideal que tem a força suficiente para nos mover de “onde estamos” até às atitudes e comportamentos que nos “identificam com as experiências e os locais” aonde queremos chegar. Por isso o caminho com os pés é uma parábola do caminho interior com a vida e as atitudes que se adoptam. Existem, nesse sentido, várias BREVEMENTE: 15 de setembro de 2024 21 de setembro de 2024 22 de setembro de 2024 29 de setembro de 2024 06 de outubro de 2024 20 de outubro de 2024 Peregrinação à Porta Santa do Arciprestado de Portalegre Assembleia Diocesana da Mensagem de Fátima - Castelo Branco nº3 dimensões, que a Igreja reconhece e vive em qualquer peregrinação: A dimensão teologal ou da fé: A peregrinação é uma parábola da nossa caminhada para a identificação com o Reino de Deus revelado em Jesus Cristo. O cristão é, por excelência, homem a caminho, alguém que se movimenta: entre a obscuridade e a luz, entre o exílio e a libertação, entre o sofrimento e a alegria. O êxodo do Povo de Deus mostra isso mesmo: a vida faz-se sempre de saídas (de certas e determinadas prisões) – caminhadas (por desertos, momentos de luz e de tristeza) – entradas (na Terra da Promessa, na felicidade) que são novas partidas. A Dimensão penitencial ou da gradualidade do caminho: A peregrinação configura-se como um caminho de conversão. A caminhar faz-se melhor a consciencialização da necessidade da conversão, dos caminhos do arrependimento. No jejum, na oração e na penitência, o peregrino esforça-se por uma maior vivência da sua vocação cristã à santidade. A Dimensão festiva: Em cada peregrinação a dimensão penitencial coexiste com a dimensão festiva. É a alegria do encontro da paz interior, da serenidade, mas, sobretudo, a profunda alegria do encontro da Casa do Senhor, essa experiência de acolhimento em Deus e de fé que dá sentido e sabor à vida. A Dimensão orante e cultual: A peregrinação é, essencialmente, um acto de oração, de celebração do encontro com Deus. No local rumo ao qual se peregrinou, o peregrino cumpre os votos, pede perdão, reza em acção de graças ou em louvor, suplica graças. A Dimensão apostólica ou da missão: A Peregrinação é uma experiência que não se consegue calar. Peregrinar, rezar, mudar, converter. A memória do que Deus concede transforma-se na ousadia de uma vida nova concretizada em valores novos. O que se vive anuncia se. A Dimensão eclesial ou da comunhão: Qualquer peregrinação é uma experiência de comunhão. É comunhão com todos os que caminham, mesmo que não o façam connosco, no mesmo trajecto, ao mesmo tempo, ou com o mesmo passo. É comunhão com todos os inquietos da vida, com todos os que procuram sentido mais pleno para as suas existências diárias, com todos os que percebem Deus e o seu Reino como o grande desafio que é possível concretizar e fazer realidade. Quando caminhamos em conjunto, o caminho ganha outro sentido e torna-se mais leve a dificuldade de caminhar.
  

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